Capítulo 8 Duro como uma Pedra

CAROL

Eu cometi um grande erro ao pedir ajuda naquela pobre moça, eu não quero que ela perca o emprego! Talvez haja uma forma de convencer Russo perdoar a moça! Mas como ele disse, está para nascer a pessoa que vai amolecer seu coração

Mas ele pensou o quê? Que eu ia aceitar de boa sair da minha zona de conforto, e viajar com ele? Eu fiz aquilo e faria de novo! Pois eu me arrependeria amargamente de nunca ter tentado...

Tudo bem que ele não me vai matar, nem mutilar e ainda não me machucou, mas eu não quero estar com ele! Me assusta! Sinto calafrios... Eu não vou conseguir nem dormir no mesmo quarto, ou numa casa onde sei que a qualquer momento posso cruzar com ele.

Eu detesto quando ele tenta bancar a bonzinho comigo, porque eu bem sei que ele não é... Pessoas boas não fazem o que ele fez...

Ele quer que eu me torne sua mulher e mãe de seus filhos, mas não quer saber minha opinião, minhas vontades! Ele põe em primeiro lugar suas vontades e pisa qualquer um que se opor. A verdade é que ele me quer transformar numa mulher que jamais vai ter! Ele é louco! E de jeito nenhum vou aceitar ficar ou ter qualquer tipo de relação com um homem tão cruel!

Eu nunca serei capaz de me entregar a ele, jamais vou conseguir estar com ele e não sentir medo, agonia...

- Tome! - Ele entra no carro e me joga uma sacola. Abro o saco e vejo um celular... Era um iPhone! O último lançamento!

- Não quero um telefone tão caro! - jogo o saco no banco de trás - Samsung A30... Era essa a marca do meu telefone

- Você quer um telefone, ou acabar com a droga da minha paciência?! - fico em silêncio - desculpe...

Eu custei direito? Ele me pediu desculpas? O mesmo mal-educado que me incomodou a minutos atrás?

Abaixo o meu rosto - já disse o que quero, e não vou repetir...

- Então fique na vontade!

- Por favor, não demita aquela moça... Ela não queria me ajudar mesmo!

- Eu já decidi, e não retrocedo.

Eu já sabia que se eu continuasse a ser grossa com ele, eu receberia em dobro, então...

- Vamos fazer um acordo, eu...

- Não faço acordos - ele nem deixa eu terminar e responde sério

Me viro no banco para poder encarar melhor seu rosto frio e sério.

- Apenas me escute, por favor. Eu vou usar o telefone que você me deu, vou viajar e não irei tentar fugir, se aquela mulher ter de volta o emprego.

Ele ergue uma sobrancelha - eu não vou ceder a sua chantagem, você precisa aprender que suas ações serão punidas e não tem volta!

- Então fique sabendo que vai passar os piores dias de sua vida ao meu lado! - sussurro ardendo.

- Que venham esses dias! - murmura e sinto sua mão tocar a minha. Rapidamente tento puxar, mas ele é mais forte - Já tenho os calmantes!

Olho para ele, suplicando em silêncio para que ele não me toque porque dói... Eu sinto meu coração bater freneticamente...

"Você é minha... Nunca deixe nenhum homem te tocar... Pois, eu virei e farei pior..."

Essa voz sempre me atormenta... Esse homem que na qual eu não conheço o nome, o rosto... Eu não sei o que ele fez e nem se existe, mas me assusta e dói...

- Você sente nojo de mim? Medo? Desprezo?

Olho para esse homem que insistia em manter sua mão colada a minha. Meus olhos transmitiam medo e desespero...

- Eu não o conheço...- falo sem olhar em seus olhos.

- O meu toque lhe fere? - ergo meus olhos. Estou assustada.apavorada.sinto repulsa. Como ele sabe o que estou sentindo?

Não respondo sua pergunta. Ele tira sua mão da minha e como um passe de mágica volto a respirar.

- Eu nunca lhe vou tocar para machucar... não sou esse monstro que imagina...- ele fala ligando o carro e olho para ele surpresa. Nunca nenhum homem me falou isso. A maioria só me persuadia, falava palavras bonitas, mas nenhum me falou que jamais me vai machucar...

- Eu sei...

Respondo após se passar longos minutos, e volto minha atenção na estrada... lágrimas molhavam meu rosto, e sorrio, dessa vez não são lagrimas de dor e sim de emoção... o que estou sentindo?