Capítulo 3 Reorganizando as ideias

CAROLINA

- Molly, como é mesmo o nome desse Senhor? - pergunto confusa.

Hoje decidi passar o domingo em casa dela, afinal tem piscina e posso aproveitar a água e o clima de verão.

Molly me entrega uma cerveja e dou um gole sentindo o gosto amargurado e doce da bebida que escorre pela minha garganta e me refresca.

- É Russo! Josef Clark! - ela fala cortando os legumes para salada que vai acompanhar com o churrasco.

- Como ele é? Arrogante? Bondoso? Safado?

Eu costumo apreciar muito o carácter dos homens, e se esse tal de Russo for um homem rude com os outros, eu estou fora.

- Relaxa, Amiga! Ah!

- Eu estou relaxada... - falo tranquila, mas sem soar estar - só não entendo por que esse homem quer tanto que trabalhe com ele!

- Sei lá! Vai que viu o teu perfil lá no LinkedIn e gostou! - ela pisca o olho para mim e sai da cozinha, me deixando sozinha.

- Gostou! Mas em que sentido?! - me questiono e dou outro gole na cerveja.

Recebi um e-mail de sua empresa, e diz que serei a assistente dele! Provavelmente amanhã teremos uma reunião... Quero saber muito quem é ele! Só espero que nos demos bem porque não estou a fim de "engolir sapo" se ele errar, eu vou repreender!

RUSSO

- Que porra é essa?! - pergunto possesso - não é possível que com mais de 100 homens trabalhando naquela porcaria de minas, ainda assim o lucro é esse! - atiro os papéis no chão e ele apanha atrapalhado.

- Sei que previmos bilhões, senhor... Mas... - Roger é um dos meus assistentes que trata dos assuntos das minas

Não deixo ele terminar de falar - Mas o quê?! - grito - não tem explicação para tamanha incompetência!

- É que os homens trabalham durante toda tarde, a noite descansam... E a área já não dá tantos diamantes brutos assim...

- Puta que Pariu! Sabe qual é a solução? - ele movimenta a cabeça negando - demitir a porra dos funcionários velhos! São lentos e não rendem com NADA.

- M-mas senhor... Esses homens têm família e se processarem a gente, vão pedir em troca uma gaita Indenização

Solto o ar pela boca - Daremos a todos no máximo 400 libra e pronto! OK?

Ele movimenta o rosto concordando e me levanto da minha mesa, ficando de costas para ele, fico observando o céu e toda cidade iluminada que dava para ver com mais nitidez na parede vidrada da minha sala. Gesticulo com a mão para ele sair e o imbecil sai.

Eu sou assim, ambicioso e estou sempre querendo MAIS. Talvez por isso a empresa só cresce e a nossa marca está em toda Europa e América do Sul. Brilant, é uma empresa foi fundada há décadas. Fundada pelo meu bisavô. Fazemos parcerias com o estado que nos fornece o território minado.

Nós temos a tecnologia, nossos funcionários, exploramos o campo e uma porcentagem dos lucros vai pro estado. Todos diamantes e qualquer pedra preciosa é levada para ser lapidada e depois a seguir fica na nossa loja para venda. E uma dessas pedras preciosas usamos para fabricar peças de carro! Uma de nossas fábricas se encarrega disso e a maioria dos nossos clientes são ricos e milionários.

Eu sou duro e grosso porque essa cambada só entende aos gritos. Não posso oferecer a mão que já querem o corpo inteiro com a Porra da minha paciência. Irrita-me saber que o que planejei para esse ano não está correndo como previ. Tudo por culpa desse povo que não vale nada. Eu pago um bom salário e até direito a subsídio de saúde e habitação têm. Mas mesmo assim fazem MERDA. Caramba! Eu mereço mais! Sou ambicioso, isso não nego, e sempre consigo o que quero

Passo minha mão pelos meus cabelos castanhos e longos, e os desarrumo em frustração. - preciso foder uma boceta... - murmuro para mim mesmo.

Se existe algo na porra desse mundo que me acalma, é boceta. Não sou o tipo de homem que se envolve com inexperientes. Gosto de mulheres experientes, que entendam sobre submissão, por esse motivo, só me envolvo com Cortesãs, e não me apego só numa.

Não que eu precise de pagar para ter uma mulher na cama, mas prefiro elas porque fazem na base do profissionalismo, sem envolver sentimentos, e por não ser paciente, não aturo incompetência na hora do sexo. Quero mulheres que conheçam os meus desejos e não que estraguem o momento gemendo feito Cadela parindo.

- Senhor Adam, - Verônica fala - hoje tem uma reunião...

- Desculpe, mas é uma pergunta ou afirmação?

Ela é uma senhora de meia-idade, cabelos grisalhos e baixinha. Estou cansado dela por ser lenta e incompetente, só a respeito porque tem idade de ser minha avó e já trabalhou aqui no tempo do meu avô... Provavelmente foi uma das amantes dele...

- Senhora Verônica... - dou uma pausa para organizar as palavras e falar sem magoá-la - a Senhora é maravilhosa, e admiro seu trabalho, mas já está com 60 anos e precisa descansar...

- Para quê senhor? - pergunta pronunciando as palavras lentamente.

Essa é a oportunidade que tenho de pôr a minha Joaninha a trabalhar, aqui, comigo.

- Olha, eu já preparei os papéis de demissão, a senhora tem 10 dias para sair... - ela fica de boquiaberta - Ainda bem que compreendeu.

Passo por ela e saio da minha sala. Coloco meu óculos escuro enquanto ando pelo corredor de paredes de chumbo.

- Boa tarde, Senhor!

Uma mulher me cumprimenta e apenas passo por ela. Já a vi uma vez no parque de estacionamento, ela estava sentada no capô do meu carro e lembro que ela é gostosa... Mas não é nenhum pouco experiente.

Solto o ar pela boca e checo a hora no relógio. Hoje pretendo me deliciar da boceta de duas mulheres...

Meu telefone vibra no bolso quando entro no elevador. Atendo e vejo ser minha mãe.

- Meu filho, espero que já esteja saindo porque hoje tem jantar em casa!

Minha mãe é a única mulher nesse mundo que merece meu respeito. Primeiro porque foi quem me pariu. Segundo porque é quem me cuidou. E terceiro porque eu quero tratar ela bem.

- Vou. - respondo sem ânimo algum.

- OK. Então você traz uma garrafa de vinho Francês?

- Sim. Mas só vou às 8h da tarde. - digo e ouço seu grito dramático e arregalo os olhos.

- Não vai me fazer essa desfeita! Você nunca mais jantou aqui em casa!

- Mãe, você ouviu o que eu disse? Eu vou, mas só mais tarde! De noite!

- Está bem. Mas digo-te já que vai perder todo jantar... - por fim ela diz e solta uma lufada - Te esperamos em casa!

Tchau! - respondo sério e encerro a chamada.

Sou filho único da minha mãe, mas meu pai teve uma filha que é minha "IRMÃZINHA", mas ela vive em Paris. Está fazendo um curso de moda. Eu disse para ela estudar Geologia, mas essa menina é mais cabeça dura que uma pedra! Valha-me Deus!

Mas fazer o quê se meu pai deixa ela fazer tudo porque é sua princesinha? Nada contra, mas serei infelizmente obrigado a gerar um herdeiro para me substituir quando estiver velho, porque se for para depender da minha irmã, essas terras viram cinzas.

Ando em passos largos e precisos até a porta da saída e espero trazerem meu carro. Checo a horas no meu relógio de pulso e solto uma lufada. Puta que pariu! Mas essa gente demora tanto para tirar a porra de um carro do estacionamento.

- Desculpe a demora, senhor! - o jovem porteiro me entrega as chaves e as recebo.

- A próxima vez que demorar mais que 1 segundo, se considere um homem sem emprego.

Ele apenas assente nervoso. Passo por ele serio e entro no carro. Coloco as chaves na ignição e giro. Outrora o carro já estava na estrada e eu conduzia em altas velocidades porque a estrada estava lisa e a sensação de estar passando todo mundo, me alivia...

O que será que ela está fazendo agora?

Talvez se ficar com alguém eu tiro ela dos meus pensamentos...