Capítulo 3 Sorte no Azar, Azar na Sorte

Nem chegamos à festa e já ouvíamos o barulho da música alta de longe, Pablo soltou vários "Merda" no caminho e claro que ignoramos. Na moral, Pablo tem muitos transtornos psicológico! E para piorar ele é um cara sem educação, isso que está faltando para se tornar um pouco menos perturbado.

Lembro que o dia em que soube que ele é um ogro, foi quando saí com Liza! Fomos a uma sorveteira e um garoto pediu para sentar-se na nossa mesa porque já não tinha lugar, para o azar da Liza, ela estava com problemas na relação com Pablo e tinham dado um tempo. No mesmo dia, do nada, ele surge dos infernos a gritar, criou um barraco, ofendeu todos que estavam na sorveteira, quase agrediu o garoto que sentou na nossa mesa porque segundo ele era o novo namorado da Liza! Fiquei com muito medo e não falei nada! Foi como se tivessem cortado a minha língua e deitado fora!

Finalmente chegamos e Pablo pediu para conversar a sós com Liza no carro e eu só saí do carro quando Elizângela pediu que eu a esperasse dentro da festa porque fora estava frio.

Só que invés de eu entrar, fiquei parada na porta da festa esperando por ela, já que sou menor de idade! Acho que ela esqueceu desse detalhe. Os vidros eram fumados e eu não conseguia ver se eles estavam discutindo ou conversando, mas provavelmente estavam discutindo... Deus me livre entrar em relacionamento tóxico! Li uma matéria que dizia que é mais difícil para as mulheres ou homens estando em relacionamentos tóxicos deixarem o parceiro devido ao medo da solidão e da falta de independência. Liza, por exemplo, não deixa seu namorado porque ela depende dele para custear suas contas e tal! Ela só vai deixar ele se um dia conhecer alguém melhor ou se tornar independente!

- Hey! Garota! - era o guarda da festa - Você não tem mais nada pra fazer? Só quer ficar aqui na porta para achar um pagante?

Que homem mais rude!

- Senhor, eu vou entrar na hora certa! E até onde eu sei esse espaço não é propriedade sua, então não me incomode! - digo séria, cruzo os braços e ergo o rosto.

- Não me aborreça menina, eu posso fazer você não entrar mesmo com bilhete ou com todo dinheiro do mundo! - ele gesticula com as mãos "mundo" - Entendeu?!

Quem esse senhor pensa que é? Ele era barbudo, barrigudo, careca e velho!

No mundo existe todo tipo de gente mesmo! Há quanto tempo ele trabalha aqui? Deve ser mesmo muito infeliz!

- Sabe, faça! - berro - não me deixe entrar! Eu não me importo! - Eu cruzo os braços - O senhor não me assusta!

- O que está acontecendo aqui, senhor Carlos? - de repente um homem alto, arrumado de cabelo preto ondulado, olhos azuis e barba por fazer aparece. Ele vestia uma camisa preta, acompanhado com sua calça jeans preta e tênis preto e no pulso um relógio dourado que parecia muito caro!

- Sr.Adam, essa menina sem educação está me incomodando, mas eu já garanti que ela não vai entrar, vem que talvez incomode os outros!

O tal de Adam olha para mim e diz.

- A senhorita concorda com o que senhor disse? Está incomodando ele e por isso tem que ir? - movimento o rosto de um lado pro outro negando.- Não! - respondo sem hesitar - esse senhor está mentindo! Só estou à espera da minha amiga!

Falo firme e com medo! E se eles me pedirem identidade?! Vou parar na cadeia! Ou pior, vão chamar mesmo pais! E depois disso ficarei de castigo e não vou poder viajar!

Adam olha para o guarda - O que tem a dizer? Pode explicar novamente?

Já fico sem paciência, que homem é esse? Juiz? Só quero ir para casa! Não quero problemas e minha intenção não é prejudicar ninguém!

- Eu estava aqui relaxando, quando a menina começou a gritar comigo dizendo que eu não tenho utilidade aqui e muito mais. Ela é louca! - Eu fiquei de boquiaberta

- Mentiroso! Ele está mentindo! - me altero e o senhor sorri - não acredito que um homem tão adulto como o senhor, que talvez tenha uma filha da minha idade se comporte assim! Eu apenas estava aqui parada esperando minha amiga que está no carro - aponto o carro - para entrarmos juntos!

- Senhorita, acalme-se. Você não fez nada, não é mesmo. - sua voz era calma e suave, isso me acalmou. Detesto injustiça! Sei arcar com minhas consequências quando sou a "culpada" e não aceito que ninguém me acuse de nada! Não permito!

- Sim... estou falando a verdade! - por fim digo mais calma.

- Eu sei... - Adam diz olhando nos meus olhos e eu meio que fico envergonhada - Senhor Carlos, - Ele olha para o Sr. Carlos - só não o demito porque sua família precisa do dinheiro, mas espero que isso não volte a acontecer, entenda, o cliente tem sempre razão!

Detesto essa política de que o cliente tem sempre razão! Não preciso disso porque realmente tenho razão. Quero falar isso, mas sou tímida demais para ser tão ousada.

- S-Sim Senhor - O guarda abaixa a cabeça.

- Vai esperar sua amiga? - Eu olho para o carro e nada! Mas sobre o que tanto eles falam? Eu acho que vou encostar e bater no vidro com força! Se não vamos entrar então pelo menos me deixam em casa!

- Acho melhor eu entrar. Vou enviar uma mensagem a minha amiga - Vou entrar antes que venha mais um louco me incomodar também! - grito para que o tal de Sr.Carlos ouça. Graças a Deus esqueceram-se de perguntar minha identidade! Mínima desconfiança eu sairia daí correndo!

Entrei agora. - envio a mensagem a Liza e entro na companhia do Sr.Adam. Ele me parece ser uma boa pessoa, eu gostei. Pelos vistos ele é muito conhecido aqui, todos os funcionários o conhecem e só dei conta agora que entrei sem mostrar o convite... Também depois de toda aquela confusão, ninguém se lembrou.

Enfim, observo suas costas largas, seu andamento firme e confiante! Ele é muito lindo! Nunca vi um homem tão perfeito, acho que estou encantada com sua beleza! E não só, sua atitude! Nesse momento desejo ser tocada por ele... nem que seja só para sentir seus dedos na curva do meu pescoço, ou melhor, sentir sua respiração enquanto chupa minha... NÃO! Não posso pensar nesse tipo de coisas! Sou uma menina sensata e sei controlar minhas vontades e desejos mais obscuros!

            
            

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