Capítulo 5 Sequestrada Parte Dois

Bella

Depois da tensa conversa, Caleb saiu, deixando-me mergulhada no silêncio opressor. A porta se fechou com um clique suave, seguido pelo som da chave na fechadura, um cruel lembrete de minha prisão.

Eu suspirei, sentindo-me uma refém sem esperança. A sacada era meu único refúgio, um espaço exíguo onde encontrava um vislumbre de liberdade. O ar fresco acariciava meu rosto enquanto eu me apoiava no corrimão, perdida em pensamentos turbulentos.

Até quando Caleb me manteria aqui, isolada? Quais seriam seus próximos passos? Essas perguntas me assombravam.

Alguns minutos se passaram, mas o tempo parecia sem sentido. Já estava escuro lá fora. A porta se abriu e Hardin entrou com uma bandeja.

- O que é isso? - perguntei, fitando-o desconfiada.

- Comida. O que mais seria? - respondeu Hardin, sério.

- Não vou comer - rebateu eu, cautelosa. - Não sei o que tem aí. Se tiver mais drogas, eu passo, obrigada!

Hardin deu de ombros.

- Tá certo, então morra de fome!

- Você não se importa com o que está acontecendo comigo? - perguntei, surpresa.

- Não é da minha conta - respondeu ele, virando-se para sair.

- Espere! - gritei. - Por que Caleb está fazendo isso comigo?

Hardin parou à porta.

- Não sei, e não quero saber.

- Você não tem coração? - perguntei, desesperada.

- Minha vida não é fácil - respondeu ele, antes de sair.

- Seu idiota! - xingo, enquanto a porta se fecha com um clique seco.

Uma onda de frustração toma conta de mim. Preciso pensar rápido, encontrar uma saída.

Não posso suportar mais um dia presa aqui.

Meu coração acelera, e minha mente começa a girar com ideias desesperadas. O que fazer? Como escapar? Então, um plano arriscado surge em minha mente.

Meu Plano :

Vou fingir que estou disposta a ficar com Caleb, ser sua amante perfeita. Mas, assim que conseguir dar o primeiro passo para fora desse lugar, irei o mais longe possível dele, nem que para isso eu precise mudar de país. É um risco, mas é minha única chance de liberdade.

Mas como colocar esse plano em prática?

Antes que eu possa elaborar, Caleb entra no quarto.

- O que foi agora? - pergunto.

- Por que você não quis comer? Está pensando em fazer greve de fome? - pergunta sério.

Decido pôr meu plano em prática:

- Ah, eu não estou com fome! - digo com cautela - Como vou saber se não tem drogas?

Caleb me encara, surpreso.

- Você confia em mim? - pergunta.

- Talvez - respondo, com um sorriso leve.

Caleb sorri, intrigado.

- Vamos ver - diz, aproximando-se.

Do nada ele tenta me beija, mas eu acabo virando o rosto, me sentindo incomoda com sua menção de toque.

Caleb para, surpreso com minha reação.

- O que foi? Não gosta da ideia? - pergunta, olhando para mim com um sorriso.

Acabo entregando o meu plano:

- O que acha? Ficou doido? Eu não gosto de você, não tente me toca de novo. - digo nervosa.

Caleb franze a testa, surpreso com minha reação.

- Você disse que confiava em mim - diz, com uma mistura de curiosidade e irritação.

- Confiar não significa que eu queira algo com você- respondo firmemente, mantendo distância.

Caleb se levanta, aproximando-se da porta.

- Entendi. Você está jogando um jogo perigoso, Bella.

- O que você vai fazer?" pergunto, tentando manter a calma.

Caleb sorri, ameaçadoramente.

- Vou fazer você entender que aqui, as regras são minhas.

Depois que fico sozinha no quarto, me encontro irritada comigo mesmo.

" como fui ser tão ingênua, é acha que ele cairia no meu jogo? "

Preciso de um novo plano de fuga.

Começo a inspecionar o quarto novamente, procurando por qualquer coisa que possa me ajudar. Uma pequena fresta na janela, um objeto pontiagudo, qualquer coisa, para sair desse lugar.

Em meio a tanto desespero, acabo dormindo.

Quando acordo, vejo Caleb sentado na poltrona, me encarando intensamente. Na mesinha central, um café da manhã fumegante me tenta. Seu sorriso enigmático me causa desconforto.

- Bom dia, Bella - diz ele suavemente.

Ignorando-o, sento-me na cama e estico os braços, tentando mostrar indiferença. Meu estômago ronca, traído pela fome.

- Você não vai comer? - Caleb pergunta, indicando o prato.

Minha fome é mais forte que a resistência. Eu me levanto lentamente e me dirijo à mesa.

- Pensei que tivesse medo de ser drogada, outra vez! - Disse Caleb com deboche.

- Minha fome é maior que o medo, agora - digo sincera.

Caleb sorri, intrigado.

- Interessante. Então, você confia em mim agora?

- Não confio - respondo rapidamente. - Mas preciso comer.

Ele ri, baixinho.

- Entendo. Então, vamos comer e... conversar.

- Sobre o que vamos conversar? Você me deixará sair daqui? - questiono com interesse.

Caleb sorri, provocante.

- Sair daqui? Não tão cedo, meu amor.

Meu olhar se endurece.

- O que você quer, Caleb?

- Quero discutir nosso... entendimento especial - diz ele, voz baixa e sedutora.

Eu ri, sarcástica.

- Entendimento? Você acha que há algo entre nós? Deixe-me lembrar: você me prendeu aqui!

Caleb não se intimida.

- Isso é apenas o começo, Bella. Você vai aprender a gostar da minha companhia.

- Isso só acontecerá, nos seus sonhos! - digo ríspida.

Caleb sorri, impassível.

- Sonhos? Já estamos vivendo um, Bella. E você é a estrela principal.- Ele se inclina para frente, olhos brilhando.

- Você é doente! - exclamo.

Seu olhar muda instantaneamente, passando de paixão para fúria.

- Não sou doente, Bella. Eu simplesmente te amo... de uma maneira que você não compreende - diz ele, irritado.

De repente, Caleb começa a tremer, com sinais de crise de ansiedade.

- Caleb, você está bem? O que está acontecendo? - pergunto, preocupada.

- Estou tendo uma crise de ansiedade - diz ele, ofegante.

- Ok, respira comigo: 1, 2, 3... - tentando acalmá-lo.

Ele se apoia em mim, respirando fundo. Seu olhar suplica ajuda.