Capítulo 5 Prazer em conhecê-lo.

Leena tocou a porta com os dedos. Depois de hesitar um pouco, finalmente decidiu abri-lo.

Miguel estava encostado no sofá quando ouviu a porta se abrir. Ele se virou apenas para olhar em silêncio para a intrusa.

Leena respirou fundo e sorriu alegremente para ele. "Prazer em conhecê-lo, senhor

Miguel! Você parece estar de muito bom humor hoje. Diga-me, há algo em que eu possa ajudá-lo?"

Ele ajustou sua posição e deu um tapinha no lugar ao lado dele. Convidando-a para se sentar. "Se você for tão gentil, por favor, sente-se ao meu lado e vamos conversar", ele insistiu.

Ela ficou satisfeita e imediatamente se sentou ao lado dele. "Senhor

Miguel, você raramente nos visita. Quer que eu peça um pouco de vinho?"

"Terei prazer em aceitar o vinho, desde que eu possa bater um papo com você. Além do mais, pode até ajudar a melhorar o seu desempenho neste hotel." Ele tocou o interfone e pediu vinho ao garçom. Apesar de beber pouco, ele pediu uma garrafa cheia.

Leena não sabia interpretar as palavras de Miguel, mas como ele era um cliente importante, ela rapidamente deixou de pensar nisso. "Que engraçado, senhor Miguel, Você veio aqui sozinho?"

Apaticamente, o jovem olhou para ela e respondeu: "Estou esperando você há três dias!"

Ela o olhou nos olhos e percebeu que o que ele estava dizendo era verdade. Ela ficou nervosa por um momento. Ela respirou fundo e recuperou a compostura. Se virou para ele e disse:

"Por quê?

O que você quer de mim?"

"Acho que você está usando muita maquiagem. Você tem permissão para usar maquiagem pesada aqui?", ele perguntou em vez de responder a pergunta que Leena havia feito antes. Ele olhou para ela com grande atenção. Como se tivesse encontrado algo interessante em seu rosto.

Leena se afastou do olhar penetrante de Miguel. Era verdade que as trabalhadoras não tinham permissão para usar muita maquiagem, mas ela tinha que fazer isso, caso contrário, o homem a reconheceria.

Para distraí-lo, ela pegou a garrafa de vinho e serviu-lhe uma taça. Enquanto ela bebia todo o conteúdo de seu copo, ele apenas tomou um pequeno gole.

Miguel parecia confuso com a maneira como Leena bebia enquanto colocava o copo na mesa. "Você parece ser muito boa em beber. É obrigatório no seu trabalho?"

"Mais ou menos. É algo que todos os gerentes deste hotel deveriam fazer." O tom de sua voz era firme o suficiente, mas no fundo ela se sentia tensa e nervosa. Ela não podia antecipar nenhum dos pensamentos de Miguel. Provavelmente, ele não veio aqui para se divertir, mas sim para intrometer-se na vida privada de Leena. Ele a reconheceu? A angústia a corroeu por dentro. Ele foi capaz de descobrir quem ela era, embora ela tentasse passar despercebida? "Sobre o que você quer falar comigo?", ela mudou de assunto.

"Em que consiste o seu trabalho no hotel?", perguntou.

"Estou encarregada de treinar a nova equipe."

"E quanto aos seus hobbies?

Existe alguma coisa que você gosta de fazer?"

"Não", ela respondeu em um tom monótono.

Ao ouvi-la, Miguel ficou sem palavras. Depois de um tempo em silêncio, mudou de assunto e perguntou, como se quisesse quebrar a tensão: "Você trabalha aqui há muito tempo? Eu quero saber por que você trabalha neste hotel."

"A verdade é que não me lembro há quanto tempo trabalho aqui. Tenho péssima memória. Só sei que já se passaram vários anos e comecei a trabalhar aqui simplesmente porque queria."

"Você pretende ficar aqui para o resto da sua vida? Suponho que você tenha algum plano diferente deste."

"Talvez, eu não sei ainda. No momento, tento seguir o fluxo do destino até ver o que está reservado para mim." Leena estava prestes a pegar sua bebida, mas parou ao ver a expressão de desaprovação de Miguel. Isso a deixou desconfortável, então ela decidiu que não seria bom continuar bebendo na frente dele.

Ele deu a ela um olhar suave e sorriu. "Sua ambição foi afetada pelo que chamamos de vida. Você está disposta a largar tudo isso e ficar aqui para o resto da sua vida?"

Leena percebeu que sua pergunta era mais séria do que deveria. Nervosa, ela se levantou e pegou um microfone. "Acho melhor cantar uma música para você, senhor Miguel."

Ele percebeu a evasão e a deixou passar. Ele pediu que ela cantasse uma música de Fish Leong. À medida que a música se tornava nostálgica e profunda, Miguel inesperadamente se levantou e a abraçou por trás.

Leena parou de cantar e congelou. Ela estava em choque. Tentou escapar de suas mãos, mas ele a abraçou com mais força. Ele abaixou a cabeça e cantou uma parte da música em seu ouvido:

"É uma pena que você não é aquele que está comigo até o fim. Já nos perdemos naquela encruzilhada..."

Miguel puxou o corpo dela contra o dele, até que estivessem bem próximos. "Por que devemos deixar essa dor existir? Por que eu não poderia estar ao seu lado até o fim? Por que temos que nos perder em algum momento?" perguntou.

Eles costumavam ficar juntos. Embora não houvesse nenhum adjetivo para definir seu relacionamento ou o que eles eram, eles eram muito íntimos. Mas foram separados. Eles foram separados por um destino cruel quando aos 16 anos ela foi pega em um dilema. Depois disso, a distância entre eles foi ficando cada vez maior.

Leena sentiu que seu coração estava batendo muito forte.

Ela queria se acalmar, mas simplesmente não conseguia. Estar tão perto dele era tão difícil que não conseguia continuar cantando.

Miguel a abraçou com mais força e disse: "Você me parece muito familiar. Você se parece muito com uma das minhas amigas. Mesmo que você negue, sei que não estou errado. Muitos anos se passaram, mas você continua cantando a mesma música e da mesma maneira. Não. Você não mudou nada..."

Leena lutou com todas as suas forças para afastá-lo. "Senhor Miguel, eu..."

Ele a virou e começou a beijá-la apaixonadamente. Deixando-a saber o quanto ele sentia por ela através daqueles beijos. Ele queria lembrá-la do tempo ao seu lado enquanto a punia por fingir que não o conhecia. Ele odiava que ela decidisse mudar e o deixava louco.

Quando a mulher já estava sem ar, ele finalmente a soltou. Ela também estava sem fôlego e seu rosto estava totalmente vermelho. "Por quanto tempo você planeja continuar fugindo de mim?"

A expressão de perda e dor no rosto de Miguel trouxe lágrimas aos olhos de Leena. Era como se aqueles beijos despertassem toda a paixão que dormia nela todos esses anos. Ele ainda se importava com ela tanto quanto antes?

"Miguel... Me desculpe por ter fugido." Apenas estando ali com ele, todas as paredes que havia construído em seu coração ao longo de sua vida começaram a desmoronar. Ela sentia muita falta dele para continuar se escondendo atrás de uma máscara. Se ele ainda sentia algo por ela, então não precisava conter os dela por ele. Leena ficou todo esse tempo contendo tudo o que sentia por ele e não queria continuar fazendo isso.

"É você mesmo", ele disse baixinho e quase aliviado.

Um nó se formou em sua garganta e ela até sentiu dor no peito. Ela o abraçou com força e colocou o rosto em seu peito. Ela tinha esquecido como se sentia segura neste lugar. "Como é que você nunca esqueceu de mim?

Diga-me."

Leena estava chorando como uma garotinha e ele a segurou perto de seu peito, acariciando seus cabelos docemente. "Como eu poderia esquecer de você?"

Ela continuou abraçando-o e agarrando-se a sua camisa com mais força ainda.

A única coisa que importava no mundo inteiro era ele. Leena sabia que eles eram duas pessoas totalmente diferentes agora e que talvez o mundo estivesse contra eles, mas ela não iria deixar Miguel se separar dela nunca mais. Ela percebeu que ainda o amava como no primeiro dia, embora estivessem há tantos anos separados. Ela não podia continuar se enganando, como tinha sido miserável sua vida todo esse tempo. Leena sempre sentia que algo estava faltando. Agora ela o tinha de volta ao seu lado e a felicidade era tão grande que nunca mais o deixaria ir.

Enquanto ele a abraçava, dizia no ouvido dela: "Você sempre terá um ombro para chorar. Você não tem que fingir ser forte comigo, meu amor. Você é o meu mundo inteiro. Minha Leena. A pessoa mais importante que tenho na vida..."