- O que acha disto? - Gerda disse, erguendo um colar lindo de ouro. - O sr. Montonni insistiu para que usasse. - Eu vi seu reflexo no espelho e fiz que sim lentamente com a cabeça. Eu queria recusar, mas era inútil. Qualquer esforço contra Mack seria inútil. - Vai ficar lindo em você. - Ela disse, a voz animada.
Eu havia acordado no dia seguinte, fraca, a boca seca, o corpo dolorido, na cama. Gerda abriu as cortinas do quarto e a luz entrara e queimara os glóbulos dos meus olhos. A coberta sobre mim aquecia-me, mas resmunguei e Gerda se aproximou e ajudou-me a levantar. Primeiro, levou-me ao banheiro, tirou a camisola de seda - que deduzi que colocou em mim - e pediu para que eu entrasse na banheira. Uma outra mulher entrou e me fez uma massagem. Os meus músculos pareciam se amontoar em nós.
- Parece bom. - Eu ecoei.
Meus cabelos estavam amarrados num coque e eu vestia um vestido lindo, vermelho, com detalhes em renda. Gerda colocou o colar em meu pescoço e eu olhei meu reflexo no espelho da penteadeira.
- Linda. - Ela concluiu. - O sr. Montonni vai ficar feliz.
Eu quase vomitei ao ouvir aquele nome.
Gerda deve ter notado o meu asco, porque pousou a mão em meu ombro.
- Oh, criança - Gerda inclinou na minha direção. - O que está havendo? - Eu ergui a cabeça e balancei-a. Não fazia sentido contar a ela que eu sentia nojo do seu chefe. - Desde cedo está assim.
- Será assim todos os dias? - Perguntei. Os olhos negros de Gerda encontraram os meus, e sua expressão por um instante se manteve quieta, mas as sobrancelhas e abriu a boca. - Eu não faço ideia do que o meu pai fez, mas não mereço ser tocada por um bruto e monstro como aquele homem... eu preferia a morte do que senti-lo dentro de mim. - Minha voz era alta o suficiente para ser ouvida fora do quarto. Cheia de nojo, revolta e fúria.
- Olhe bem - ela disse - até pode não parecer, mas... - ela apoiou o dedo debaixo do meu queixo - uma fera não nasce sozinha, menina. Todo monstro tem um criador.
Eu me perguntei se o criador de Mack lhe deu aquelas cicatrizes terríveis em suas costas.
- Eu não me importo - rugi.
- Se quer saber, e se me permite lhe dar um conselho, apenas fique quieta e obedeça. Orgulho pode ser letal.
Eu desviei os olhos dela e virei a cabeça para o outro lado.
- Eu posso me arrumar sozinha.
- Está bem. Não demore muito. - Ela disse. - Ah! - Ela virou para mim, enfiou a mão no bolso e tirou meu broche. - Achei que fosse seu. - Gerda estendeu a mão e eu peguei a peça. - É melhor escondê-lo. - Sugeriu.
- Obrigada.
Gerda saiu do quarto, e dois minutos depois, desci as escadas e encontrei Mack na sala de jantar, tomando café da manhã. Ele vestia um terno elegante, preto, e o tecido do terno feito sob medida abraçava seus músculos. Eu peguei meu pulso e pude sentir o aperto da mão dele em volta...covarde. Tão quanto um monstro.
Sentei na ponta da mesa.
- Bom dia, Megan . - Ele disse, sem desviar os olhos do notebook.
Eu baixei os olhos e calei-me.
- Bom dia, Megan ! - Ele berrou. Eu sobressaltei na cadeira.
- Bom dia, senhor. - Eu disse.
- Mack.
- Bom dia, Mack.
- Ah, parece que a cadela pode aprender coisas novas...interessante.
A raiva fervilhou em mim. Meu estômago girou, e um grunhido saiu de mim. Meu estômago roncava.
- Coma. Não me responsabilizarei se morrer de fome. - Ele fechou o notebook e ergueu os olhos.
- Não sabia que se importava com suas vítimas, Mack. - Provoquei. - Se eu morrer, vai ser ótimo. Ao menos não vou precisar encarar sua cara. - Rosnei. Seus olhos me encararam. Estavam cravados em mim. Ele levantou, aproximou-se e eu o acompanhei com os olhos.
- A menos que queira que eu quebre o pescoço do seu pai como o de uma galinha, vai enfiar a porra da colher na boca. - Avisou. Sua voz era potente e amedrontadora. Ele sentou no tampo da mesa ao meu lado. Ergueu uma sobrancelha e disse: - Logo.
Eu engoli em seco e peguei o garfo e a faca, empunhando-os e levando-os ao prato. Seria fácil enfiar aquela faca na perna dele. Eu poderia morrer, mas ficaria feliz em saber que causei dor nele. Mas acontece que meu pai poderia morrer também.
Eu cortei o ovo, o bacon e dei uma garfada. Os olhos de Mack se mantinham em mim, como se sentisse prazer em me ver submissa às suas ordens. Eu comi.
- Não foi tão difícil, não é? Coma tudo. - Eu dei um gole do suco de laranja e senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.
Depois que acabei de comer, Mack pegou o guardanapo e limpou os cantos da minha boca.
- Se acha que sou tão terrível, que minha companhia é tão insuportável, pode ir. - Ele disse. Eu levantei, mas quando iria passar e me dirigir para a direção do quarto, ele me pegou pelo braço. - Ainda não se despediu de mim. Seu pai não lhe ensinou bons modos? Eu tenho que ensinar truques à minha cadela? - Seu sorriso puxado me fez engolir em seco. Seus dedos se tornaram mais fortes ao redor do meu braço.
- T-tchau, Mack.
- Não, meu doce - ele disse. Mack trouxe a mão até meu queixo, se colocou sobre os dois pés e acariciou o meu maxilar. Com a outra mão, ele baixou a alça do meu vestido e revelou meus seios.
"É melhor que não use sutiã e calcinha" dissera Gerda. " O sr. Montonni não vai gostar."
Ele baixou a outra e levou a mão até meu seio esquerdo. Com as pontas dos dedos acariciou-o. Ele pegou meu maxilar com força - tanta que doía - e aproximou-se. Seus lábios colidiram contra os meus, fortes e intensos. Um beijo exigente e íntimo...eu queria o empurrar. Queria me livrar dele. Quando pediu passagem, eu fechei a boca. Ele capturou meu mamilo com os dedos e o beliscou.
- Se me recusar, lhe darei dor. - Disse.
- Mons... - eu disse, mas ele engoliu a palavra, amassando seus lábios contra os meus. Ele caiu a mão do meu queixo até meu seio e começou a apalpá-lo. Apesar de odiar estar nessa situação, meu corpo estava começando a se inflamar, e quando Mack deixou a mão percorrer meu abdome e alcançou a minha virilha, eu suspirei. Ele apertou minha abertura, pegando-me com força por cima do vestido.
Meus olhos encararam os dele.
- Você é minha agora, Megan - ele disse. - Minha.