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Desde o dia em que descobrimos que o primeiro beijo de Kyra e Josh não passou de uma merda de desafio entre ele e o seu primo inconsequente, minha melhor amiga não parou de chorar.
Kyra tem esse sentimentalismo todo com aquele toque de "Eu preciso viver meu próprio conto de fadas", onde ela precisa encontrar seu príncipe encantado.
Pena que o ultimo que ela depositou toda sua confiança não passa de um babaca.
Resultado, a garota agora não larga do pé dele e eu não largo do pé do primo idiota dele.
- Caralho Lee, você é chata garota! Se toca, eu não tenho nada haver com quem Josh fica, com quem Josh trepa, e muito menos com quem Josh descarta. Não tenho culpa se sua amiga perdoou ele mesmo sabendo da aposta e ainda abriu as pernas pra ele. - Ele fecha a porta do seu armário enquanto eu ainda continuo em pé ao lado dele com meus braços cruzados.
- Perdeu alguma coisa por aqui Amber?
E quando penso que meu dia não podia melhorar.
- É da sua conta? - Respondo me virando para Olivia.
- Desde que você esteja aqui falando sei lá o que com o meu dindin, é sim, tudo que diz respeito a ele é da minha conta sim! - Olívia se aproxima de Landon e passa o braço por sua cintura.
- Olivia, você não é mais nada minha, para de se intrometer. - Diz tirando os braços de sua cintura.
- Dindin? - Não consigo segurar o riso. - Meu Deus, e eu que pensei que você era O cara, dindin. - Digo rindo ainda mais alto.
- É um apelido muito fofinho se quer saber, e além do mais, Landon gosta muito, não é dindin?
- Nem quando você me chupa. - Landon diz com um suspiro frustrado. Olivia olha para ele com espanto.
- Landon, para de ficar me destratando na frente dessa caipira. - Ela o repreende.
- Quem é caipira, eu? - Aponto para mim mesma. - Bem, de onde foi mesmo o mato que você saiu? Pera, hum, ah já sei, Wisconsin. - Digo, encarando-a com desdém.
- Para sua informação, lá tem teatro, lagos, cinema...
- Mato. - Interrompo-a.
- Lá também tem faculdade, time de futebol, líder de torcida.
- E continua sendo mato pra mim. - Encosto no armário ao meu lado já ficando cansada dessa discursão sem cabimento.
Por que caralhos eu comecei com isso mesmo?
- E você também veio do mato sua caipira desgraçada.
- Califórnia não é mato, lá tem praia.
- Em Wisconsin também!
- Bem, chamar aquele porto onde os moradores usam pra tomar um solzinho de praia é meio que ridículo.
Defina melhor suas definições de Praia Olivia, acho que correr atrás do Sullivan, vulgo, dindin, aqui esta meio que afetando esse seu cérebro. - Me aproximo e toco com os dedos na cabeça de Olivia que se afasta ajeitando seus cabelos. - A chapinha também, cuidado pra não ficar careca. - Olivia me olha furiosa. Um fantasma de um sorriso maldoso começa a se formar em seu rosto.
- Agora eu sei porque todos desta escola de merda gostavam da sua irmã. Ela era mais humana e menos mal amada do que você, aceite isso Amber, você nunca vai ser o terço que Ashley foi pra essa escola, nem que você seja a nerd da turma, a que todo mundo corre pra pedir ajuda na hora da cola, a que ajuda os fracos e oprimidos daqui. Você, nunca será Ashley. - Olívia diz pausadamente.
- Olivia agora já... - Landon começa. Mas eu o interrompo pulando no pescoço dela.
- Sua vadia imprestável, lava a sua boca pra falar da minha irmã. - Derrubo Olívia no chão e monto em cima dela. Dava pra ouvi de longe os dentes de Olívia batendo um no outro enquanto eu a estapeava. Olivia até que tentou se defender, arranhou meu rosto e tentou pegar em meus cabelos, o que apenas ajudou para aumentar mais minha fúria.
- Tira essa louca de cima de mim. - Olívia gritava pedindo ajuda. O que ela não colocou na cabeça, é que em uma escola onde tem briga de meninas, não se mete o bedelho, muito menos se separa, principalmente quando a briga envolve a nós duas. Chega a ser um marco na escola.
Quem é o louco a impedir?
- Odeio você Olivia. - Digo agarrando seus cabelos. Olhei de relance para o corredor onde vi vários de nossos colegas se afastarem. Kyra chegou logo após Josh, foi ela quem me tirou de cima dessa vaca, Olívia se sentou no chão ajeitando seus cabelos.
- Sai daqui, não me toca. - Olívia grita quando uma de suas companheiras tentam ajuda- la, ela se volta para Landon e depois para Josh e então se levanta saindo das nossas vistas.
* * *
- Por que você sempre se deixa levar pela maldades ditas pela Olivia? - depois da minha briga com ela, resolvi matar o último tempo de aula e vir direto pra biblioteca.
- Não sei, é só que... Toda vez que ela toca no nome da Ashley eu tenho vontade de matar ela sabe? - kyra me entrega os livros para reposição, de prateleira em prateleira vou organizado tudo e tentando me livrar da raiva que senti hoje.
- Eu sei, isso nunca vai passar não é? - ela me olha com carinho misturado a pena.
- Não, nunca vai passar. E mesmo se passasse, eu ainda arranjaria alguma forma de sentir mais raiva ainda.
- termino de estocar os livros e vou até a recepção. - Vai ficar hoje aqui até fechar?
- Não, tenho um compromisso. - kyra se vira pra frente querendo fugir da conversa.
- Por que você ainda da trela pra ele kyra?
- Eu gosto dele Amber, ele é legal eu juro. - kyra me lança seu olhar cachorrinho pidão
- Não quero ter que secar suas lágrimas quando ele te machucar.
- Ele não vai, eu te garanto isso. Eu sei ser esperta e pular fora quando quero, você sabe disso. - encaro ela por um longo tempo. Kyra nunca sabe cair fora de nada, muito menos de um relacionamento, sempre tenho que intervir e acabar com tudo por ela.
- Sim, eu sei, e eu realmente espero que ele não te machuque.
Depois que kyra foi embora, Ana á bibliotecária e minha chefa, se juntou a mim e juntas terminamos de reorganizar os livros nas prateleiras. Todos os dias era esse mesmo trabalho, parte disso porque alguns alunos de certas escolas entravam aqui como se fosse seu parque de diversão literário e deixavam tudo aqui uma verdadeira zona. Ouve uma única vez que consegui impor moral neles, mais Ana fez o favor de tirar, já que eles começaram a parar de vir, em vez de três vezes por semana só vinham um, achei aquilo um absurdo. Ela tirar meu moral com aquelas pestes foi o cumulo, quase pedi demissão, mais ela me prometeu me ajudar na organização e tem feito isso até hoje, pelo menos ela está sentindo na pele o que é limpar a bagunça dos outros.
- Caramba, cada dia que passa parece que aumenta mais essa bagunça. - demos uma pausa pro café, porque ninguém é de ferro e o sono das três da tarde esta batendo.
- Eu preciso falar de novo? - disse rindo. Ana joga um pedaço do bolo em minha direção. - Ana! Não estraga o bolo, se não quiser me dá poxa.
- Você é uma morta de fome Amber, nunca vi, parece que não tem fim.
- Estou na fase de crescimento não sabia? Além do mais, nunca se esta de bucho cheio pra um café com bolo fofo de nata. - corto outro pedaço de bolo e enfio na boca. Comia o bolo como se o mundo fosse acabar nesse minuto, até que um pigarro atrás de mim me fez sair do meu momento in love com o bolo.
- Atrapalho? - me virei pra trás num sopapo. Flagrada com a boca na bolo ou bolo na boca, cheia de migalhas espalhadas pela minha roupa, Landon me olhava com sorriso divertido nos lábios.
- O que você quer? - tapei minha boca com as mãos ao perceber que algumas ou várias migalhas do bolo caiam dela, tentei engolir as pressas limpando os dentes com a língua, enquanto Landon ainda ria disfarçando. Limpei a garganta e continuei. - desembucha.
- Vim falar com você. - olhei pra ele esperando que continuasse, Landon deu um meio sorriso torto pra Ana.
- Oh, você quer conversar sozinho, esta já entendi. - Ana diz já se levantando do banco.
- Não, ele não quer não! - puxei ela pelo braço impedindo que fosse embora.
- Amber eu realmente quero falar a sós com você, se não for nenhum incomodo para a senhorita? - Ana podia ter seus quarenta e cinco anos, mais de senhora ela não tem nada.
- Que nada, vou deixa-los a sós. - ela aperta minha mão e sai me deixando sozinha com a estrela da escola.
- Late.
- Oh, vamos com calma marrentinha, vim em paz. - ele levanta s mãos pro alto em sinal de paz. Rolo os olhos e vou para o depósito. Landon me segue.
- O que você quer Sullivan? Não tenho tempo prós seus bla bla, eu to no trabalho - gesticulou com as mãos. Landon fecha a porta do deposito, enrugo minha testa e vou até ele. - Me da a merda da chave Landon. - tentei pegar dele, mas como o estúpido é mais alto, ainda me faz o favor de levantar o braço impedindo de pegar a chave.
- Só lhe dou com uma condição.
- A merda você e suas condições!
- Então vamos ficar aqui o restante da tarde, aposto que Ana e seu espirito jovem nem vai notar nossa falta.
- Óbvio que ela vai seu idiota, me devolve essa droga agora mesmo Landon. - esbravejo tentando esmurrar seu peito. É tão duro que chega a doer minha mão.
- Não se ela pensa que estamos fazendo safadeza. - ele sorri de lado e pisca pra mim.
- Ohh, vai se f...
- Não, não não, sem palavrões mocinha, já esta bem grandinha pra isso. - ele me repreende.
Espera, ele fez o que?
- Juro que vou chutar seu saco se você não me devolver a chave.
- Não vai nada, se fosse já teria feito logo no inicio.
- Ah eu vou sim, experimenta não me devolver essa merda de chave e eu te chuto aqui mesmo seu estúpido.
- Sai comigo essa sexta.
Paro meus protestos e tentativas falhas de pegar a chave.
- Não vou droga alguma! - olhei pra ele incrédula. Landon deu de ombros.
- Okay. - ele baixa o braço e no segundo seguinte
- Landon! - exclamo irritada e muito furiosa.
Ele colocou as chaves lá dentro das calças.
- Landon você é tão...
- Bonito! - ele sorri de canto.
- Não! Estúpido. - grito furiosa.
- Hum, já me disseram coisa pior, mais sabe como é, vocês garotas sempre voltam atrás com o estupido, como é mesmo que elas dizem? Ah, lembrei. Own Landon isso, ohh Landon seu garanhão, ohh Landon. - saio de perto dele enojada.
- Pelo amor de Deus alguém em ajuda? Ana, tem um tarado aqui! - grito batendo na porta do deposito. Eu sei que ela não vai me ouvir, afinal o deposito fica no subsolo da biblioteca.
- Isso Landon me leva ao paraíso...
Deus eu não mereço isso!
- Chega! - grito, isso é o cumulo pra mim, não aguento, não mereço, não quero. - Eu não vou sair com você Landon, põe isso na sua cabeça estupida.
- Você vai sim Amber, pode apostar isso. - ele caminha ate a porta e destranca ela.
- Me obrigue então! - cruzo os braços e o encaro. Landon para com a mão na maçaneta quando se volta para mim.
- Sexta as oito, depois do jogo, esteja pronta! - ele diz e sai. Fiquei parada ainda tentando processar o seu altorismo comigo. olhei em volta do deposito lotado de caixas e mais caixas de livros, é muito audácia mesmo.
- Vai catar coquinhos, Landon Sullivan!
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