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Bianca Sanches desde que nasceu sempre foi tratada pela família como um bibelô. Teve algumas complicações no nascimento, mas nada tão sério. E ela vaidosa e cheia de si sempre se aproveitou dessa suposta "fragilidade" que ela sempre dava um jeito de exagerar e colocar a irmã Ana em mal lençóis, trazendo toda a atenção e os mimos diretos para ela.
Ao contrario da irmã Bia não era tão bonita assim, ela herdou a beleza da mãe de certa forma. Dona de cabelos lisos loiros e lindos olhos azuis do pai. Bonita, mas pela sua astucia e maldade que sempre fazia questão de mostrar aos outros menos em casa, ela se tornava igual a irmã na aparência, mas na bondade e gentileza ela passava longe. Sempre reclamava de tudo e da sorte de nunca ter as mesmas coisas que a irmã, dessa forma sempre apelava para fazer algo que a prejudicasse e a vantagem para ela. Era assim em casa, na escola e na vida das duas, nunca se deram bem e ela nem fazia questão, sempre achou que a irmã nasceu junto com ela para atrapalhar a sua vida. E assim as duas cresceram sempre em desarmonia e a inveja de Bia para sua irmã perfeitinha como ela chamava.
Esse mundo era muito injusto, minha irmã Ana a chata perfeitinha, teve a sorte de nascer primeiro com saúde e mais linda que eu. Isso sempre me incomodava, ela sempre tinha tudo as melhores notas, os melhores amigos e principalmente o amor e atenção de papai. Não adiantava eu fazer as coisas para chamar a atenção do meu Pai Ana sempre que chegava estragava tudo. Bastava ela chegar no ambiente meu pai abria um sorriso e pronto o encanto e atenção era toda dela.
Sempre que estávamos juntas na escola os amigos em comum prestavam atenção em tudo que ela falava ou gestos que fazia, isso era insuportável e ainda mais agora na escola que os garotos em interessavam e claro em especial um só me interessava... Eduardo Magalhães o menino mais perfeito da cidade e claro o mais rico que iria me proporcionar toda a vida e riqueza que tenho direito desde que nasci. Ele era lindo, atlético, dono de uma beleza e carisma que só ele tinha.
Sempre tentei me enturmar e participar da turma dele, mas era muito difícil porque os herdeiros da cidade que tinha uma situação melhor que a nossa eram muito seletivos. Apesar de meu pai ser um diretor da Usina ele era nada mais que um chefe de setor de produção e isso não me dava o passe livre para frequentar os mesmos lugares que os herdeiros da cidade assim como eles eram apontados por todos.
Mas isso estava bem próximo de acontecer eu era a melhor amiga de Carla Magalhães prima de Eduardo, uma "patricinha", metida, mas que no fundo eu queria ser igual a ela, sempre superior e com um nariz empinado, e era assim que eu tratava meus amigos próximos, me espelhando nela. Nunca me importei com os comentários da ralé porque em breve eu não iria participar mais dessa turma eu iria estar do outro lado dos herdeiros, porque eu tinha certeza que Eduardo seria meu custasse o que custasse iríamos nos casar mais cedo ou mais tarde.
- Oi Carla tudo bem? Posso me sentar com você para almoçarmos juntas?
- Ah é você? Garota? Humm.... como é seu nome mesmo? Você está me perseguindo? Todo lugar que eu estou você aparece de alguma forma? Não é mesmo Mi? Que coisa? De onde te conheço mesmo?
- Sou eu a Bianca, Bia Sanches nós duas fizemos o trabalho de Química juntas, aliás eu fiz todo o trabalho e coloquei o seu nome. Lembra semestre passado tiramos nota 9.
- Nossa você acha que eu vou lembrar o que eu fiz no semestre passado? Tá o que você quer? Me chantagear? Me cobrar pelo trabalho realizado? Não tá muito tarde pra isso?
- Não só quero mesmo é almoçar com vocês, ser amigas de vocês e conversarmos sobre moda, ou sei lá o que vocês costumam fazer.
- Garota faz um favor rala, ninguém aqui quer ser sua amiga. Não é porque eu ajudei você a tirar uma nota 9 no trabalho da escola que vou querer almoçar com você.
Sai daquele lugar humilhada, mas não derrotada Carla não podia esperar ela ainda ia ser a minha amiga. Isso aconteceu quando tínhamos 9 anos e depois desse episódio nos tornamos melhores amigas.
Carla era apaixonada por Kadu o melhor amigo do primo Eduardo eu sabia disso e claro que como boa investigadora, descobri que a Mirian sua melhor amiga Mi estava pegando o Kadu e eu como boa amiga armei o flagra da amiguinha com o Kadu e desde então cai nas graças de Carla e desde os 9 anos somos melhores "amigas". E assim começa minha saga na conquista por Eduardo Magalhães, eu sei que nunca o amarei, acho que ninguém, mas mesmo assim eu quero as vantagens do nome e do dinheiro dele para minha vida.
Só uma coisa me preocupava foi o que vi hoje no açude minha irmã e o Eduardo conversando debaixo da árvore chorona. Como ela o conhecia, desde quando eles se encontravam? Eu tinha que ir com cuidado e descobrir tudo o que estava acontecendo o mais rápido possível. Por que ela não pode atrapalhar o meu futuro nunca, isso eu nunca permitirei.
Ana – O encontro nascendo o amor
Depois do ocorrido no açude fiquei pensativa na conversa que tive com Edu e o por que dele querer se encontrar comigo no dia seguinte. Será que eu o agradei ou ele queria era mesmo somente conversar e surgiu a dúvida ir ou não para o açude amanhã. Será que ele iria guardar segredo? Será que ele revelou a alguém? Meu Deus e se ele fez isso, estou acabada meus pais vão me prender e não deixar eu mais andar de bike por aí. Vou me sentir muito triste se isso acontecer, bom, mas decidido melhor eu ir me encontrar com ele para ter certeza que ele irá cumprir com a promessa de não contar a ninguém o que aconteceu.
No horário combinado e no local lá estava eu ansiosa por encontra-lo novamente sentir seu cheiro sua presença e quem sabe seus lábios no meu novamente. Cheguei um pouco mais cedo, caprichei na roupa e nos cabelos, eu que sempre andava com eles presos em coque ou num rabo de cavalo, fiz questão de escova-los e deixar os cachos soltos e espero que ele goste.
Deixei minha bike no local de sempre e me sentei debaixo da árvore chorona. Agora embaixo dela me dei conta porque todos na cidade a chamavam assim. Dizia uma estória na cidade que a muitos anos atrás dois namorados cuja famílias eram rivais não aceitavam o namoro dos dois, então eles fizeram dessa árvore seu lugar secreto de amor e sempre que podiam se encontravam para fazer juras de amor e se amarem. Mas o irmão do seu namorado descobriu em uma tarde o seu encontro e contou ao primo prometido da irmã que foi um dia tirar satisfação com o rival e ninguém sabe ao certo o que houve a única coisa que contam é que nesse dia houve uma desgraça os 3 foram encontrados mortos debaixo da árvore e reza a lenda que toda a noite no dia do aniversário da tragédia as pessoas na cidade escutam um lamento e atribuem a árvore chorona que chora as mazelas e mágoas da tragédia lembrando a todos da cidade o que aconteceu.
Mas eu não sei se é verdade, mas essa estória desde que escutei me atraiu muito e sempre quis vir aqui e quando vim me apaixonei pelo local e desde então vir aqui me dava uma paz. E foi assim em devaneios que nem percebi que Edu chegou e quando dei por mim ele me olhava com um sorriso terno, safado e cheio de enigmas.
- Nossa você me assustou. Faz tempo que você chegou? Não vi você chegar.
- O tempo suficiente para admirar sua beleza e ver você sonhando e suspirando por algo. Posso saber o que era?
- Nada demais, seu bobo, estava aqui lembrando da estória que contam em relação a lenda dessa árvore.
- Ah a estória boba que inventaram para manter as pessoas afastadas do açude. Não acredito que você acredita em estórias bobas como essa.
- Boba nada se há uma estória para contar com certeza deve haver alguma verdade.
- Hahaha mulheres sempre acreditam no que há de mais puro. Ana você tem que lembrar que pessoas também podem mentir e dissimular sobre muitas coisas e quando se trata de enganar você pode ser uma presa fácil.
- Credo Du, eu estava apenas me lembrando de uma estória que é contada por muitos na cidade. Não sou tão boba assim que pode ser enganada facilmente. Assim você me magoa.
- Tudo bem, vou fingir que acredito em você.....
- Então estou curiosa o que você quer comigo me chantageando a me encontrar aqui de novo com você?
- Nada só queria ver se você estava bem, se havia se recuperado ou se teve alguma sequela, sei lá. E também conversarmos e nos conhecermos porque ontem foi tão conturbado.
- Como você pode ver estou inteira sem nenhuma sequela e vivinha da Silva...... (rindo de nervoso). Eduardo tinha o poder de me tirar do chão e divagar em muitas coisas, mas a presença dele era e será sempre marcante em meu corpo e nas minhas memórias.
Depois desse dia passamos a nos encontrar quase todos os dias para conversarmos e nos conhecermos melhor e a partir dai não desgrudamos mais. Após algum tempo escondidos criamos coragem e assumimos nosso namoro na escola e para nossos pais. Meus pais ficaram apreensivos no começo, mas compreenderam que a escolha era minha e desde que fosse em casa não haveria mal algum nesse namoro, afinal Edu era de uma boa família.
Já o pai de Eduardo não gostou muito de o filho namorar a filha de um de seus empregados, ele queria o melhor para o filho e ele sabia que Ana não era o melhor. Mas mesmo assim, sempre ficou a margem do namoro do filho. A única coisa boa que ele gostou em Ana é que ela o convenceu a trabalhar 3 vezes na semana na loja turística da Usina, fazendo enfim o gosto do pai.
Foi assim que começou nossa estória de amor encontros e desencontros, e a partir daí surgiu uma paixão avassaladora de ambos que durou algum tempo de felicidade, até que minha querida irmã resolveu se intrometer.