Capítulo 5 5

DARLA VALENTINE

- Então é realmente sério? - pergunto a Gian Lucca na chamada, enquanto caminho pelo corredor.

- Sim, mas ainda não está combinado, estou apenas ponderando a ideia ainda. Eu quero examinar a proposta, fazer todas as investigações e ver se ele é um bom pretendente pra você, eu jamais colocaria você nas mãos de qualquer um, você é minha única família. - responde do outro lado da linha.

- Queria ter ficado sabendo disso antes do Damian...

- Desculpe, mas estava muito tarde e não achei que estivesse acordada. E eu queria saber a opinião dele, afinal não é só um casamento mas uma aliança com os estados unidos, e isso também convém a ele.

Ele não sabe o quanto não convém...

- Tudo bem...quando tiver uma confirmação ou se mudar de ideia, me avise.

- Claro que sim, agora eu tenho que ir. Se cuide, e espero que esteja se comportando bem.

- Eu sempre me comporto.

- Eu te amo.

- Eu também te amo, até mais. - deslizo a ligação.

Seguro meu celular em mãos, descendo a escadaria que leva até a sala de estar principal.

- Bebendo até essa hora? - Olho ao redor parando novamente nele, escorado na bancada do bar de madeira maciça no fundo da sala de estar. - Já são quase onze da noite.

- Não é da sua conta, suba pro seu quarto e fique longe... - Manda, virando outra dose de uma só vez.

- Tudo bem...- ergo as mãos em rendição no ar. - Só vim avisar que essa semana eu vou na faculdade para fazer a matrícula e amanhã vou ao shopping comprar uma roupa para o meu noivado. - minto.

- Óbvio... - Balanço a cabeça com um sorriso amargo e doloroso no rosto.

Franzo o cenho, sem entender.

- Deveria estar feliz, você agora tem uma ótima desculpa para se afastar de mim de uma vez por todas. Está me ignorando desde que entrou no meu quarto e quase me comeu...- digo pesando na última palavra.

- E você está bem feliz com seu casamento, mal sabe quem é e já está pronta para comprar as roupas do noivado. - Suas palavras saem ácidas como veneno. - Isso porque estava desesperada para eu te comer... - devolve usando o mesmo tom.

Eu me aproximo dele, parando a cinco passos e cruzo os braços abaixo dos seios.

- Só estou cumprindo ordens, você sabe minha posição aqui...de obediência. Estava prestes a me entregar a você porque estou apaixonada, e porque assim ninguém mais poderia me tocar, eu seria um direito seu...só que você não terminou o que começou. E agora eu não posso fazer nada além de obedecer.

- Tão conivente para você, não é? Bonitinha. - solta o ar pelo nariz. - Diz que me quer e quando descobre ter outro, já está animada com isso. Vocês são todas iguais.

Entre abro os lábios.

- Não me compare com a mulher que quebrou o seu coração...- me aproximo mais, não de forma ameaçadora mas como uma felina. - O seu medo de se machucar novamente vai te fazer morrer sozinho ou se casar por desespero...- Solto meus braços ao lado do corpo.- Está desperdiçando as oportunidades...e uns tem que perder para outros ganharem. - me afasto novamente, e este vai e vem da minha proximidade está o deixando ansioso e frustrado a cada vez que avanço e recuo. Assim como ele faz comigo toda vez.- Eu vou subir e deixar você beber, assim como me ordenou...porque é só o que mulheres podem fazer aqui, obedecer ordens de homens. Vou obedecer a sua e a de Gian Lucca.

- Não vai... Porque eu já mandei cuidar do seu noivo. Amanhã só vão ter as cinzas dele... - revela com prazer e raiva.

- Pode matar. - dou de ombros sem me importar, não com o noivo, mas Internamente feliz por sua atitude. - Enquanto não me pegar para você, vão aparecer milhares. E eu não faria por nenhum deles o que faço por você...sabe o risco que eu corro me oferecendo pra você assim? - seguro sua camisa quando para a sua frente. - Eu poderia morrer por isso, eu ia te dar minha virgindade...e faço e posso continuar fazendo sem nenhum medo.

Ele bate a parte de baixo do copo vazio na bancada do bar, agarrando meu braço e invertendo as posições, prensando minhas costas na madeira que machuca o meio da minha coluna.

- Sabe que eu acho? Que você não me quer, você só quer qualquer homem que apareça para você. Se realmente estivesse apaixonada por mim, não se conformaria tao rápido.

- Ah...- Dou risada. - E o que espera, Damian? Eu posso recusar e chorar o quanto for, as coisas ainda serão como meu irmão quer se você não fizer nada, porque você é o homem aqui, e não eu. Estou fazendo a minha parte mas não posso fazer a sua também...se continuar sendo covarde só vai perder, e acho que já doeu o suficiente perder uma vez, não é? - pergunto em seus olhos o lembrando da ex.

Ele vira um tapa tapa forte em meu rosto, forte o suficiente para me fazer cair quando ele se afasta de mim, e por pouco não bato minha cabeça na bancada.

- Você já é minha! mas tem razão, eu sou o homem e decido a hora que eu vou te ter, não você. Você vai continuar virgem e intocada sem marido nenhum, esperando por mim... - diz transtornado. - E quando eu achar que está na hora, eu vou te tomar para mim.

O encaro segurando meu rosto onde arde e acabo deixando um sorriso surgir lentamente no meu rosto mesmo com a dor forte em uma proporção que eu não havia sentido. Não foi como o tapa de antes...foi o mais raivoso que ele poderia dar.

- Você sabe que não vai resistir até onde pretende...- meu olhar queima em seu rosto.

Eu não vou descansar até ter o que eu quero, até ter ele de verdade, na minha cama todas as noites, dentro de mim...e não vou esperar o tempo que ele quer para isso.

- Continue assim e vai se arrepender... Use esse tempo para amadurecer e não ser uma mulher oferecida.

Me levanto do chão.

- Use seu tempo para curar seu trauma ao invés de ficar cada vez mais receoso...segurar seu desejo está te tornando covarde ao invés de tornar um homem ético.

Ele segura meu pescoço, me colocando novamente entre ele e a bancada, aproveitando a oportunidade para subir a saia do meu vestido e colocar a mão na minha calcinha, a qual ele afasta de lado para poder me invadir com um dedo

- É isso que tanto quer? - diz aprofundando o dedo em meu interior. Apenas o toque dele foi o necessário para me deixar molhada rápido demais.

- Eu quero muito mais do que você pode imaginar...- sussurro perto dos seus lábios.

Ele entra e sai com o dedo, indo mais fundo e massageia a minha carne com os outros dedos.

- Damian...- gemo olhando ao redor do cômodo com medo de alguém ver.- Estamos na sala...- fecho os olhos e me entrego a sensação que vai se tornando maior, mais quente, mais avassaladora e deliciosa.

-Não é isso que você tanto quer? Quer minha puta... Então tem que abrir as penas para mim em qualquer lugar. - diz com raiva e meto mais forte dentro de mim, minhas pernas ficam moles demais para que eu aguente.

- Eu faço...- gemo mais alto sem me importar quando a sensação de prazer se torna insuportável. - Faço o que você quiser...

Meu corpo só não vai ao chão porque ele me segura nos braços.

- O-oque você fez? O que foi isso? - pergunto ofegante e confusa.

- Você gozou. E vai gozar sempre que eu permitir. Espero que esteja mais calma. Agora suba... - Manda, separando nossos corpos quando finalmente fico apta a estar de pé sozinha.

Passo a mão no cabelo e faço que sim olhando em seus olhos, saindo de sua vista.

***

00:03PM

Respiro fundo, passando pelo arco de flores do jardim após sair do labirinto bem esculpido e poldado nas plantas. Há algumas estátuas de gesso espalhadas, e postes de iluminação com a luz tão pálida quanto a da lua, alguns bancos com uma boa distância entre um e outro, e também flores das mais variadas espécies. No meio do labirinto há um belo chafariz onde a água cai, fazendo um barulho relaxante ao bater nas pedras.

Levo um susto quando o encontro na trilha escura de pedras formada no meio do jardim denso e cheio de curvas, no final dele há um labirinto bem esculpido nas folhas.

A noite está mais quente que as anteriores, o céu está limpo e azul, a lua em seu auge de brilho e beleza, o barulho das corujas como trilha sonora do belo cenário.

- Desta vez já sabia onde me encontrar...não ouvi seus gritos. Que bom que passou a confiar que eu não tentei fugir.

- Você realmente gosta desse jardim, não é?

- Eu adoro... é lindo. E principalmente do labirinto no fundo. - me aproximo da luz do poste de iluminação, mostrando a transparência da minha camisola e o decote.

A expressão dele muda da água para o vinho, em menos de um segundo o que antes era calmaria agora é puro caos. É como ir do céu ao inferno, caindo na velocidade da luz.

- Ficou louca, porra?!- Me puxa para si, e nossos corpos se chocam. - Por que está andando só de camisola aqui fora? QUER SE MOSTRAR PARA OS OUTROS HOMENS?! - Berra contra seu rosto.

Ergo as sobrancelhas ao arregalar os olhos.

- Eu não achei que tivesse problema...está de noite, ninguém veria no escuro.

- Não veria? Existem muitos seguranças na droga dessa casa, em todos os lugares, você queria se mostrar. - seus dedos afundam no meu braço.

- Não pense coisas erradas de mim...- ignoro a dor do aperto. - Eu não pensei que havia problema...me enganei.

- Se enganou? - Sem controle, movido pela raiva me dá um tapa forte no rosto, e quase caiu antes de ser segurada pelos cabelos, pinicando e ardente o meu couro cabeludo quando é puxado com força. - Queria que todos te vissem, não é? Queria que eles ficassem de pau duro vendo você?

- Igual você fica? - Pergunto com uma expressão de dor, usando a voz mais doce e ingênua que posso.

- E só eu posso ficar. Porque você é minha, seu corpo é minha propriedade e eu, só eu, tenho o direito de deseja-lo.- Sua possessividade faz meu interior pulsar de desejo . - Mas você não quer, não é? - Puxa mais neu cabelo.

- Sabe que eu quero isso mais do que qualquer coisa...- seguro seu pulso ainda com suas mãos em meu cabelo. - Não foi minha intenção te irritar, eu prometo...- respiro com dificuldade. - Não vou fazer de novo, amor. - falo docemente.

- Mentirosa. - Acusa antes de me soltar brutalidade.

Esfrego minha cabeça para aliviar a dor insistente, antes de recompor.

- Eu não minto pra você...- passo os braços envolta do seu pescoço e sinto seu corpo mais rígido do que nunca. - Eu jamais teria essa coragem, e eu já disse isso...

- Nao ouse brincar comigo, Darla. - avisa, segurando meu pescoço de surpresa e isso me faz quase engasgar com a saliva.

Faço que não, ainda com suas mãos em meu pescoço.

- Claro que não...eu juro obediência e fidelidade a você, eu nunca menti e nem farei isso...sempre serei sincera, não importam as consequências. - digo intensa olhando em seus olhos.

- Jura? - Pergunta olhando em meus olhos, suas pupilas trêmulas. Ele já foi seduzido.

- Eu juro. - digo lentamente em um sussuro que sopra ar quente em sua pele. - Me perdoe, Hm? - Esfrego meus lábios nos seus, mostrando a temperatura e sabor dos meus lábios, uma pequena amostra que o faz desmoronar.

- Diga que é minha, que é minha propriedade... - Ordena, ansiando por isso.

Posso sentir o desespero que emana do seu corpo, o desespero por mim.

- Eu sou sua, sua propriedade...e escolhi isso antes mesmo que você me dissesse. É o que eu quis desde que te vi, e estou orgulhosa de ser sua. - obedeço e complemento sua ordem.

Damian me solta, ainda ofegante e tira rápido sua camisa, me cobrindo.

- Nunca mais saia assim. Entendeu?

- Sim, eu entendi. - Concordo com a cabeça e encaro seu peitoral bem desenhado. - E...- mordo os lábios. - Quando vai fazer aquilo de novo? - Junto as sobrancelhas levemente em dúvida.- Me fazer gozar? Igual fez com os dedos? Sabia que eu nunca tinha gozado antes?...eu nunca nem me toquei, você fez isso comigo pela primeira vez. - digo mostrando o tamanho da minha pureza.

E desta vez eu não estou mentindo...

Eu não sabia que era possível sentir tanto prazer assim, não sabia o que de fato era gozar...e não sabia nem o que era o desejo antes de o ver.

Ele fecha os olhos, respirando fundo enquanto sente toda a dopamina do seu cérebro ser liberada, minhas palavras o dando um prazer que ele tem que absorver lentamente. Quando abre os olhos, estão com um brilho diferente, e as pupilas ainda mais dilatadas.

- E está proibida... Só vai fazer isso na minha frente para eu olhar. - Avisa. - Vai acontecer quando a hora chegar, até lá... Se mantenha na linha.

- Uhum. - faço um som de afirmação balançando a cabeça em positivo. - Só quando você permitir. - me inclino perto de seu lábio e recuo. - Posso entrar? - gesticulo dobrando o braço para apontar o dedo.

- Entre.

- Até amanhã...- Murmuro antes de ir.

                         

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