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- Isso não é suficiente!!! - foi assim que, batendo o copo na mesa, Jonas finalizou a conversa. - Quando tiver um negócio relevante a me oferecer, me procure em meu escritório.
Se levantou da mesa onde estava, saiu restaurante onde se reunía com alguns homens de negócios e foi embora. Saiu em seu carro como se não houvesse mais ninguém ao seu redor, dirigia tão inconsciente que, não reparou que, ultrapassou dois sinais vermelhos. Um pouco mais afastado dali. Parou o carro num acostamento próximo a praia. A região estava cheia de gente, muito movimento de pessoas transitando e, também, sentadas em mesas de bares na orla marítima. Procurou um lugar calmo a beira mar e ficou ali sentado apreciando a vista. Pediu um vinho, e ficou ali, sozinho com seus pensamentos.
Lembrou de quando era criança e seu pai o levava, ali mesmo pra aquela praia pra brincar e correr na areia.
- Pai!!! Que falta você me faz.
De repente, em flashes, lembrou da infância, tão alegre, ao lado do seu herói. O homem forte e de voz grave, que mais parecia um menino da sua idade quando brincavam juntos. Mais também seu conselheiro e, sempre firme quando precisava. Justo, forte, sempre atento às necessidades dos outros. Aprendeu com seu pai, desde cedo, a olhar os outros além da aparência. Seu pai tinha um jeito incrível de enxergar as pessoas.
- Esse era o homem que eu deveria ser também. -, pensou.
Quando seu pai morreu, deixando Jonas e sua mãe, ele prometeu a si mesmo, que seria como seu pai. Ele nunca entendeu, como o seu pai poderia ter deixado eles tão cedo, ele ainda era um menino, mais sabia que seu pai não estava doente, não sofrera nenhum acidente, como pode a pessoa perder a vida assim de um dia para o outro. Sua infância correu normal, mais volta e meia essa dúvida voltava a povoar suas idéias.
Quando sua mãe se casou novamente, e formou nova família, Jonas se sentiu abandonado pela mãe. Ela já não lhe dava mais tanta atenção desde a morte de seu pai, e depois do novo relacionamento, a distância entre os dois só aumentou. Logo sua mãe teve outro filho, e com a chegada do irmão, a convivência se tornou ainda mais difícil. Jonas entrou na adolescência e passou por ela, quase que sozinho. Experimentou e viveu diversas coisas e situações sem ninguém para o aconselhar. Mas uma coisa ele jamais esqueceu, que seria um homem tão admirável quanto seu pai. Ele sempre se lembrava de como todos respeitavam a presença do homem.
Aos dezoito anos saiu da casa da sua mãe. Apesar da vida estável que tinham, queria seguir seu próprio caminho. Sua mãe sempre o criticava, queria que ele se interessasse pelas filhas das amigas da alta sociedade. O que o fazia lembrar e perceber o quanto que sua mãe estava diferente, não era a mulher doce e atenciosa dos tempos do seu pai. Alguns anos depois, quando se formou na faculdade, já era estável financeiramente, Devido o que sempre ouviu do seu pai, a sua capacidade de observar tudo e todos ao seu redor, levou Jonas a aprender sobre diversos tipos de negocios, onde e quando investir em cada um deles. Com isso, logo ele se tornou conhecido entre executivos e homens importantes de diversas áreas.
Mesmo assim, Jonas ainda tinha uma certa dificuldade com seu temperamento, e as vezes agia como um irresponsável.
- O que ainda me falta!?-, era essa a pergunta que se fazia constantemente.
Ainda com o eco dos pensamentos e vozes desordenadas em sua cabeça, pediu a conta pagou e saiu. Entrou no carro e da mesma forma descuidada, saiu. Mais dessa vez foi diferente. O impacto da batida não foi grande, porém o outro carro amassou bastante. Ele sai do carro, rapidamente em direção ao outro, abre a porta e vê a jovem, ainda meu tonta, com testa e lábios cortados devido o impacto.
- Você está bem moça?
Logo a avenida estava cheia de curiosos, Jonas mesmo chamou a ambulância e tratou do reboque para levar os carros, em seguida tratou de acompanhar a jovem ao hospital. O tempo todo solicito, se ofereceu para levá-la pra casa, de táxi, já os dois estavam se carro.
No caminho, conversaram sobre coisas triviais como, a cidade, o tempo... Ao chegar na entrada do prédio ele pediu desculpas, novamente, deu seu telefone a ela, para se caso ela precisasse de algo, se despediu entrou no táxi e foi.