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Aquele olhar fez Laura voltar ao seu centro de raciocínio, alívio toda o sentimento de tristeza.
Ele esboçou um sorriso de empatia, e ela se acalmou.
- Você quer que eu chame um táxi pra você? - ele não tinha muito o que fazer naquela hora, e perguntar se ela estava bem não era necessário, pois a resposta era visível.
- Sim, por favor ! Eu agradeço!
- Eu estava passando, pois corro no parque todas as manhãs durante a semana, e achei que seria bom vir até aqui, pra saber como foi sua noite. Como você passou?
- Obrigado, apesar do corpo dolorido, eu passei bem a noite. - O táxi parou, ao se aproximar da porta, ele se apressou e abriu pra que ela entrasse.
- Por favor, me ligue se precisar de alguma coisa, qualquer coisa. Até logo!.
Depois de colocá-la no carro, tomou o caminho de volta pro parque. Correu e logo chegou na entrada do prédio. Algo estava diferente. Conhecia aquele carro ali parado. Já tinha visto aqueles homens em algum lugar. Não teve tempo de voltar, já tinha sido avistado.
- Olá meu filho. Estava te esperando.
O que ela faz aqui, pensou. Mas da sua boca saiu apenas:
- Olá mãe. Quanto tempo?
Apesar de se falarem, já havia algum tempo que não se viam. Jonas não suportava as críticas e reclamações de sua mãe. No último encontro entre eles , ela insistia que Jonas deveria investir na empresa do padastro com o intuito de fortalecer as finanças e os laços familiares.
Em seguida, Jonas convidou sua mãe para subir até o seu apartamento.
- Nossa filho, já faz tempo que não vem uma faxineira aqui!?? , A vista é linda, mais esses vidros, e olha quanto pó!! - passou o dedo pelo armário no canto da sala.
- Não acredito que as vindas da faxineira sejam do seu interesse, mais ela vem um vez por semana. - disse sem muita paciência.
- Você poderia nos poupar e ir direto ao assunto que te trouxe aqui. - fez uma pausa. - O que é tão importante e urgente que não pôde ser dito por telefone?
- Jonas você vai se casar.
Parecia uma piada, uma brincadeira de muito mal gosto. De onde essa mulher tirou um absurdo desses.
- Seu pai assumiu um compromisso de que você se casaria com a filha de Gutiérrez de Henry, quando ela nasceu e agora esse homem veio até mim, para cobrar que se cumprisse o que ele prometeu.
- Não, de jeito nenhum!! - disse ele ainda sem acreditar no que acabara de ouvir. - Isso não faz sentido, eu ainda sou muito jovem, e não tenho a menor intenção de me casar, principalmente com alguém que eu nem conheço, e nem sabia que existia, até agora.
Ele parou por um tempo, e refletiu.
- Mãe, esse homem, Di Henri... É aquele mesmo do escândalo do porto? Aquele que foi envolvido em um escândalo de lavagem de dinheiro para a máfia?
Ela só assentiu com a cabeça. Ele estava perplexo. Como pode estar tão tranquila, será que não entendia o que estava sendo dito ali. Como o seu pai, pode ter feito um acordo com esse homem, um sujeito envolvido com negócios obscuros, envolvido em vários escândalos? Um homem que todos sabiam como tinha adquirido sua riqueza... Como era possível ? A não ser que...
- Mãe, meu pai tinha envolvimento com os negócios desse homem, ou eram penas conhecidos?
- Não se faça de tolo menino! Desde muito pequeno você andava por todos, e apesar de ser muito novo quando ele morreu, você sabia e sabe quem são a pessoas com quem seu pai se relacionava. Não se espante se algumas das empresas onde você tem investimentos for de algum desses sujeitos ou tiver envolvimento com algum negócio deles. Seu pai, embora fosse uma pessoa de bom coração, não era nenhum santo.
Por um momento o silêncio reinou.
Meu pai, um homem tão justo, bondoso, caridoso, capaz de olhar uma pessoa nos olhos e refletir pra ela o quanto é importante. Não é possível, meu pai não se envolveria com esse tipo de gente.
- Ouça bem!. Seja qual for a história por trás desse compromisso, você vai honrá-lo. Não vou permitir que meu filho jogue na lama a boa reputação da família que seu pai tanto lutou para conquistar e eu tenho me esforçado arduamente para manter.
Naquele momento, Jonas sentiu o peso das palavras dessa mãe. Não era possível acreditar no que ela estava falando agora, mesmo que todas as evidências apontassem para aquilo. Como acreditar que o seu pai, seu paizinho fosse envolvido com a sujeira daqueles homens.