Nos Braços da Máfia - ESPECIAL SERAFINA
img img Nos Braços da Máfia - ESPECIAL SERAFINA img Capítulo 4 4
4
Capítulo 9 9 img
Capítulo 10 10 img
Capítulo 11 11 img
Capítulo 12 12 img
Capítulo 13 13 img
Capítulo 14 14 img
Capítulo 15 15 img
Capítulo 16 16 img
Capítulo 17 17 img
Capítulo 18 18 img
Capítulo 19 19 img
Capítulo 20 20 img
Capítulo 21 21 img
Capítulo 22 22 img
Capítulo 23 23 img
Capítulo 24 24 img
Capítulo 25 25 img
Capítulo 26 26 img
Capítulo 27 27 img
Capítulo 28 28 img
Capítulo 29 29 img
Capítulo 30 30 img
Capítulo 31 31 img
Capítulo 32 32 img
Capítulo 33 33 img
Capítulo 34 34 img
Capítulo 35 35 img
Capítulo 36 36 img
img
  /  1
img

Capítulo 4 4

SERAFINA

Eu acordei em um carro, enrolada em mim mesma, meio emaranhada no meu vestido. Fabiano estava no banco de trás ao meu lado, mas não olhou para mim. Em vez disso, ele estava checando a janela traseira. Outro homem sentou na frente atrás do volante e ao lado dele estava Remo.

Eu não tinha certeza se eles haviam me dado outro tranquilizante ou se meu corpo tinha problemas para combater os efeitos da primeira injeção. Eu não tinha comido o dia todo e quase não tinha bebido nada. Um gemido baixo passou pelos meus lábios.

Fabiano e Remo olharam para mim. Os olhos escuros de Remo enviaram um arrepio de medo pela minha espinha, mas o olhar de Fabiano também não ofereceu nenhum consolo. Fechei meus olhos novamente, odiando o quão vulnerável eu me sentia.

Eu não tinha certeza de quanto tempo ficamos no carro, mas na próxima vez que acordei, estávamos em um helicóptero. Eu lutei para me sentar. A avenida com hotéis e cassinos se estendia abaixo, e meu estômago se contraiu quando o helicóptero começou sua descida sobre Las Vegas. Eu não disse uma palavra a Fabiano ou Remo, e eles não falaram comigo também. A tensão ainda era palpável no helicóptero, mas eles haviam escapado da Outfit e agora eu estava em Las Vegas. No território da Camorra. À sua mercê.

No momento em que desembarcamos, Fabiano me ajudou a sair do helicóptero enquanto Remo conversava com alguém no telefone. Eu precisava lavar meu rosto e clarear a minha cabeça para poder pensar direito novamente. Eu estava no meu vestido de noiva há quase vinte e quatro horas. Eu me sentia pegajosa e lenta e exausta. E sob isso tudo um terror que tive dificuldade em conter dentro de mim.

Fui empurrada para outro carro e, finalmente, paramos na frente de um clube de strip-tease chamado Sugar Trap.

Fabiano agarrou meu braço novamente quando Remo avançou sem um único olhar para mim.

- Fabi, - eu tentei, mas ele aumentou seu aperto. - Eu preciso ir ao banheiro e lavar o rosto. Eu não me sinto bem.

Ele me levou para dentro do clube de strip deserto em direção ao banheiro feminino e me seguiu para dentro esperando nos lavatórios. Remo havia basicamente me ignorado, mas eu tinha a sensação de que isso mudaria em breve.

Fui ao banheiro, odiando saber que Fabiano podia me ouvir. Não havia nada que eu pudesse usar como arma, e mesmo que houvesse, como isso me ajudaria cercada por Camorristas? Larguei a saia quando terminei, respirando fundo, tentando esconder minhas emoções.

- Serafina, - veio à voz de advertência de Fabiano. - Não me faça tirá-la daí. Você não vai gostar disso.

Endireitando meus ombros, saí, sentindo-me insegura devido à desidratação.

Eu me inclinei sobre o lavatório e lavei meu rosto e bebi alguns goles de água.

- Você pode tomar uma Coca-Cola do bar, - disse Fabiano. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me agarrou pelo braço e me arrastou para fora. Meus pés descalços doíam. Eu devo tê-los cortado no chão da floresta. Meus olhos percorreram a sala. Não estava mais deserta. Como se atraídas pela comoção, várias mulheres seminuas se reuniram no bar.

Elas evitavam olhar para mim e percebi que não podia esperar pela ajuda delas. Nem uma única pessoa em Las Vegas provavelmente se arriscaria a me ajudar.

- Coca-Cola, - Fabiano gritou para um homem de pele escura atrás do bar, que pegou uma garrafa, abriu e entregou para Fabiano. O homem propositalmente não olhou para mim.

Bom Deus. Onde eles me trouxeram? Que tipo de inferno era Las Vegas?

- Beba, - disse Fabiano, segurando a garrafa para mim. Eu peguei e tomei alguns longos goles. O líquido frio e doce pareceu reviver meu cérebro e meu corpo.

- Venha. - Fabiano me levou através de uma porta e ao longo de um corredor de paredes nuas em direção à outra porta. Quando ele abriu e entrou comigo, meu estômago se revoltou.

Dentro havia dois homens desconhecidos, ambos Falconis, presumi. Todos eram altos, com expressões duras e esse ar de crueldade desenfreada pelo qual eram famosos. Um deles tinha olhos cinzentos e parecia mais velho do que o outro cara. Eu tentei lembrar seus nomes, mas então meus olhos encontraram os de Remo e minha mente ficou em branco.

O Capo da Camorra havia tirado a camisa. Havia um ferimento novo no lado esquerdo que fora costurado, mas ainda havia sangue ao redor. Minha pulsação acelerou em minhas veias com a visão de seus músculos e cicatrizes.

- Seu gêmeo quase me pegou lá, - disse Remo com uma risada sombria. - Mas não o suficiente para me impedir de capturar sua amada irmã. - Ele disse amada como se fosse algo imundo, algo sem valor.

Fabiano me soltou e se juntou aos outros homens, deixando-me em pé no meio da sala como um pedaço de carne que precisava de inspeção. O medo se instalou em meus ossos porque talvez fosse exatamente o que eu era para eles. Carne.

Remo apontou para o homem de olhos cinzentos. - Esse é meu irmão Nino. - Então ele apontou para o homem mais jovem ao lado dele. - E meu irmão Savio.

Remo se aproximou, cada músculo da parte superior do corpo esticando, como se ele fosse um predador prestes a atacar. Eu permaneci firme. Eu não recuaria um centímetro. Eu não lhe daria nada. Não meu medo e nem uma única lágrima. Ele não podia forçá-los de mim. Eu não me enganei achando que poderia impedi-lo de tomar qualquer outra coisa.

- Serafina Cavallaro. - Meu nome era uma carícia em seus lábios enquanto ele caminhava lentamente em torno de mim. Ele parou atrás de mim, então não podia vê-lo.

Eu suprimi um arrepio. - Cavallaro não. Esse é o nome do meu tio, não meu.

A respiração de Remo se espalhou pelo meu pescoço. - Em todos os aspectos, você é uma Cavallaro.

Eu cavei as unhas nas minhas palmas. Os olhos cinzentos de Nino seguiram o movimento sem um lampejo de emoção no rosto. Fabiano empoleirou-se na mesa, olhando para o homem atrás de mim, mas não para mim. Sávio me olhava com uma mistura de curiosidade e avaliação.

Eu não disse nada, apenas olhava obstinadamente para frente. Remo me circulou e parou na minha frente. Ele era um homem alto e desejei meus sapatos de salto. Eu não era exatamente pequena, mas descalça apenas o topo da minha cabeça alcançava seu queixo. Eu levantei minha cabeça ligeiramente, tentando parecer mais alta.

A boca de Remo se contraiu. - Ouvi dizer que você deveria se casar com seu noivo, Danilo Mancini, ontem, - disse ele com um sorriso torcido. - Então roubei a sua noite de núpcias.

Lembrei-me das palavras reconfortantes de mamãe. Que Danilo seria bom para mim. Que não tinha que ter medo dele reivindicar seus direitos depois do nosso casamento. E as palavras de Samuel que caçaria Danilo se ele não me tratasse como uma dama.

Enquanto olhava para o rosto de Remo Falcone, minha preocupação em fazer sexo com Danilo parecia ridícula. A Camorra não seria boa comigo. O nome do Capo era falado em sussurros abafados e aterrorizados, mesmo entre as mulheres da Outfit. E um terror diferente de tudo que já senti me dominou, mas eu o afastei. O orgulho era a única arma que eu tinha, e iria mantê-lo até o final.

- Eu me pergunto se você deixou seu noivo prová-la antes de seu casamento, - Remo murmurou, sua voz um vibrato baixo cheio de ameaças, seus olhos escuros me arranhando.

A indignação me encheu. Como ele ousa sugerir algo assim? - Claro que não, - eu disse friamente. - O primeiro beijo de uma honrada mulher da Outfit acontece no dia do casamento.

Seu sorriso se alargou, como um lobo, e percebi meu erro. Ele me pegou em uma armadilha. Meu orgulho foi a arma que ele usou contra mim.

REMO

Ela manteve a cabeça erguida apesar do erro. Seus longos cabelos loiros desciam pelas costas. Olhos azuis frios me avaliaram como se eu não valesse a atenção dela. Perfeita.

Nobre e prestes a sofrer uma dura queda.

- Tão orgulhosa e fria, - eu disse, passando um dedo pela sua bochecha e garganta. - Assim como o bom e velho tio Dante. - Ela virou o rosto com uma expressão de nojo.

Eu ri. - Oh sim, aquele orgulho idiota da Outfit. Eu mal posso esperar para livrá-la disso.

- Vou carregar esse orgulho para o túmulo comigo, - disse ela arrogantemente.

Inclinei-me ainda mais perto, meu corpo pressionando levemente contra o dela. - Matá-la é a última coisa em minha mente, acredite em mim. - Eu deixei meus olhos viajarem pelo comprimento de seu corpo. - Há coisas muito mais divertidas que posso pensar.

O terror brilhou em seu rosto, apenas brevemente, depois desapareceu. Mas vi isso. Então a morte não incomodava a garota, ou assim ela achava, mas a ideia de ser tocada por mim abriu uma fresta nesse exterior orgulhoso.

- Então você nunca beijou um homem antes, - eu murmurei, inclinando-me tão perto que nossos lábios estavam quase se tocando.

Ela permaneceu firme, mas um leve tremor percorreu seu corpo. Ela apertou os lábios, recusando uma resposta.

- Isto vai ser divertido.

- Minha família e noivo derrubarão Las Vegas se você me machucar.

- Oh, espero que sim, para que eu possa me banhar em seu sangue, - eu disse. - Mas duvido que você valha a pena quando eu terminar com você. Ou seu noivo vai se contentar com as sobras de outro homem?

Ela finalmente deu um passo para trás.

Meu sorriso alargou. Seus olhos dispararam para algo atrás de mim. Para alguém. Eu segui seu olhar para Fabiano. Seus olhos encontraram os meus, sua expressão dura e implacável, mas eu o conhecia de dentro para fora. Ele conhecia Serafina desde criança, brincara com ela. Havia uma sugestão de tensão em seus olhos, mas ele não viria em seu auxílio, nem Nino ou Savio.

Eu me virei para ela. - Ninguém vai te salvar, então é melhor você parar de esperar por isso.

Ela estreitou os olhos para mim. - Eu decido o que esperar. Você pode governar Las Vegas e esses homens, mas você não decide sobre mim, Remo Falcone.

Nunca antes alguém tinha cuspido meu nome desse jeito, e isso me provocou um arrepio de emoção.

- Oh, Serafina, - eu disse sombriamente. - É aí que você está errada, e eu vou provar isso a você.

- E eu vou provar que você está errado. - Seus olhos azuis seguraram os meus, de volta ao controle, de volta ao seu eu orgulhoso. Mas ela me deu uma abertura antes, mostrou-me uma rachadura na máscara e não conseguiu desfazê-la. Eu sabia como pressioná-la.

- Por mais que eu goste de bater papo com você, preciso lembrar o motivo pelo qual você está aqui. E isso é para me vingar de seu tio Dante.

Um lampejo de medo naqueles olhos orgulhosos. Deixei meu olhar percorrer o comprimento dela, por cima de seu vestido de casamento rasgado e ensanguentado.

- Precisamos enviar ao seu tio uma mensagem, um belo vídeo seu, - eu murmurei. Eu balancei a cabeça em direção a Fabiano. - Leve-a para o porão. Eu vou me juntar a você em alguns minutos. - Eu queria ver como ele reagiria.

O queixo de Fabiano ficou tenso, mas ele deu um aceno conciso. Ele agarrou o pulso de Serafina, e ela ficou tensa, mas não lutou contra ele, não como ela, sem dúvida, teria lutado contra mim. Ele começou a puxá-la. Ela não implorou a ele como achei que faria. Em vez disso, ela me deu outro olhar de desgosto. Ela achou que poderia me desafiar, achou que poderia manter seu orgulho e raiva. Eu mostraria a ela porque me tornara o Capo da Camorra.

- O que você vai fazer com ela? - Perguntou Savio, tentando soar imperturbável, mas ele não era como Nino e eu. Ele tinha um pouco de humanidade nele.

- O que eu disse. Deixá-la mandar uma mensagem para o tio Dante... e gravar um material adicional.

- Então você vai transar com ela em frente a câmera? - Perguntou Savio.

Olhei para Nino, que me observava com os olhos estreitos, como se ele também não tivesse certeza dos meus motivos. Eu sorri. - Não estrague minha surpresa. Todos nós assistiremos ao vídeo juntos assim que terminar.

Eu dei a eles um aceno de cabeça e desci as escadas. No momento em que entrei no corredor no porão, Fabiano saiu da última porta e fechou-a. Seus olhos se fixaram em mim. Ele me encontrou no meio do caminho e segurou meu braço. Eu levantei minhas sobrancelhas.

- A virgindade de Serafina pode ser usada como um trunfo contra Dante e Danilo.

Eu estreitei meus olhos para ele. - Obrigado por sua opinião, Fabiano. Eu sou o Capo. Eu já tenho meu plano formulado. Não se preocupe.

- Você tem? - Fabiano murmurou, e eu o puxei nariz a nariz.

- Cuidado. Você já me traiu por uma mulher antes. Não faça disso um hábito.

Fabiano balançou a cabeça. - Porra. Eu não vou te trair. Fui a Indianápolis com você e sequestrei Serafina. Não cacei meu pai como eu queria. Coloquei-a na sua porra de cela para você. Eu sou leal, Remo.

- Bom, - eu disse, recuando. - Serafina é minha prisioneira e eu decido o que acontece com ela, entendeu?

- Entendido, - disse Fabiano, cerrando os dentes. - Posso ir para Leona agora?

- Vá. Vou mandar Simeone vigiar a cela esta noite.

- Ele é um maldito pervertido, Remo.

- Ele também sabe que vou cortar seu pau se descumprir minhas ordens. Agora vá se divertir com sua garota enquanto eu cuido da minha.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022