- Que cara é essa amiga? - Nina Inquiriu ao ver Helena tão cabisbaixa.
- Andei o dia todo e não conseguir nada, nem um mísero bico. - Falou bufando.
- Não fica assim. Já comeu?
- Não. Ia fazer isso agora.
- Vamos a minha casa, tem comida pronta. - Sua amiga falou lhe puxando do sofá. Helena levantou correndo e rindo. A comida de sua amiga é uma delícia. Elas se conheceram na faculdade, dividiam o mesmo quarto. Assim como Helena, Marina também tinha seus planos de arrendar um apartamento. A sorte foi tanta que conseguiram encontrar moradia no mesmo prédio.
- Espera deixa u alimentar, Mical! - Helena falou agarrando seu pequeno gatinha e enchendo de beijos. Elas se conheceram na saída da faculdade. A gatinha miava muito, com fome. Isso foi há um ano, desde então, são inseparáveis.
- Amiga, que cheiro delicioso. - Nina é meio brasileira por parte de mãe e espanhola da parte do pai.
- Fiz Tortilhas espanholas de batata. Suas preferidas. - Sorriu Helena deu um gritinho de alegria. Sua amiga realmente lhe conhece.
- Obrigada amiga, só você para me alegrar viu! Sabe que te amo, né?
- Sei que você ama a minha comida, Lena. - Nina declarou dando língua.
Após a jantar Nina foi se banhar e Helena foi lavar os pratos, a mesma desviou os olhos por alguns segundos e se separou com um jornal aberto na bancada da cozinha de sua amiga.
- Nina, esse jornal é de hoje? - Helena gritou para ser escutada
- De ontem.
- Você deixa eu levar para casa? Quero dar uma olhada nos classificados de emprego.
- Tem um anúncio de emprego, quero pegar o número.
- Deixa vê esse anúncio! - Ela pegou e leu em voz alta. Assim que conferiu o sobrenome, e seu sorriso se fechou.
- O que foi?
- Já ouvir falar muito sobre esse, cara no anúncio. Dizem que ele não fica com nenhum assistente, rude demais.
- Bem, não é como se pudesse escolher. - sorriu triste - Não se preocupe, posso dar conta.
Subiu um frio na barriga de Helena, entretanto, fez questão de não demonstrar. Agradece o jantar a sua amiga e foi para o seu apartamento. Assim que se banhou, se acomodou na cama ao lado de suá gatinha, pegou o jornal se celular e discou o número.
- Venha Mical deitar com a mamãe!
- "Alô!" - A voz de uma senhora se pronunciou do outro lado da linha.
- Olá! Me chamo Helena Muniz, estou ligando em relação ao anúncio de emprego. A vaga já foi preenchida?
- Me chamo Inês Sanches, é para trabalhar como assistente do meu filho. Pode vir amanhã às 8h00min para a entrevista. - Inês informou contendo um suspiro de esperança. Ela está a quase duas semanas procurando alguém para trabalhar com o filho, mas sua fama está tão ruim que ninguém se aventura, mesmo que o salário seja bom.
(...)
Pela manhã, dez minutos antes do horário, Helena estava esperando na porta de uma mansão. O lugar é tão grande que seus olhos não alcançaram. Branco toma quase, (noventa) porcento da propriedade. Um senhor na casa dos 40 anos, veio recebê-la.
- Bom dia, senhorita Muniz! A senhora Sanches, está ao seu aguardo.
- Bom dia, senhor... - Se falou para que o homem se apresentasse.
- Jorge. Sou o mordomo dos Sanches. - Explicou com um meio sorriso. Ela ficou encantada, afinal nunca havia visto um mordomo pessoalmente. O senhor lhe deixou em uma sala enorme com meus e paredes em tons escuros. Ela sensacional, mas guardou para si. Uma senhora muito linda com belíssimos olhos verdes a esperava. Ela devia ter uns 50 anos. Pensou encantada.
A senhora olhou seu currículo após as apresentações.
- A senhorita não tem experiência na área.
- Não tenho, mas aprendo rápido. - disse - Tenho memória fotográfica e falo quatro idiomas fluentemente.
Exaltou suas qualidades que chamariam mais atenção.
- Onde aprendeu todos esses idiomas? - A senhora perguntou curiosa.
- No orfanato onde cresci.
- Sinto muito. - Inês respondeu empática.
- Agradeço!
- Bem, dependendo de mim, você já está contratada, só que não depende. Precisa passar pela aprovação do meu filho.
- Entendo senhora!
- Ouviu algo sobre meu filho?
- Na verdade, sim, contudo, prefiro tirar minhas próprias conclusões.
Dona Inês dava pulos de alegria por dentro, ela acredita que achou a pessoa certa para seu filho. A menina tinha pulso e não se deixava influenciar.
- Vamos quero apresentá-la a meu filho, está em seu escritório.
- Vamos! - Helena respondeu um pouco nervosa.
- Todas as suas exigências podem passar para ele. - sorriu - Há, sim, meu filho tem uma deficiência.
- Por mim tudo bem, não tenho nenhum preconceito sobre isso. - Respondeu rapidamente. Inês esta nas nuvens, pois, seu coração dizia que seu filho estaria nas mãos da pessoa certa.
Elas entraram em um escritório sem bater. O ambiente era bastante rústico, a maioria na cor preta, as únicas coisas em tons amadeirados era a escrivaninha e a estante de livros. Quando Helena olhou para o ser que esta, sentado na cadeira com uma imponência, ficou sem ar. Era o homem mais bonito que ela já havia visto, quer dizer, que ela reparara. Homem negro, alto. Nota-se porque mesmo sentado ele era enorme. Pelas roupas seus músculos sobressaiam-se e, seus olhos eram de um verde tão lindo que me lembram o oceano de tão verdes que são. Ele olhava em sua direção, mas agia como se não a visse, foi então que ela percebeu qual era a sua deficiência.
- Uma pena! - Sussurrou entristecida. Não entendia o porquê, mas queria muito que ele a enxergasse. O homem em sua frente está bastante nervoso falando ao telefone, ele xingava bastante. Terei que me acostumar com seu jeito. Pensou contrariada.