Capítulo 7 7

ALESSANDRO

Eu quase não conseguia me concentrar no trabalho que me foi dado. Assim que Winter entrou na sala, minha mente me deixou. Foi a coisa mais difícil da minha vida não atacar. Despedaçar o marido diante do restaurante lotado por ousar respirar o mesmo ar que ela. O fato de ele obviamente ter colocado as mãos nela fez meu sangue borbulhar como um vulcão à beira da erupção.

Minhas instruções foram claras. Elimine o bastardo com uma bala da minha arma no momento perfeito, assim que Ivan e Charlotte entrarem na sala. Essa foi a minha deixa, a distração que eu precisava quando levantei minha arma e apontei para o alvo, nem eu estava preparado para o que aconteceu a seguir.

Os homens de Massimo desempenharam seu papel perfeitamente. Eu

tenho que admitir isso para o meu avô, ele sabe das coisas e comprar cada um foi um golpe de puro gênio. Os homens de Massimo vivem sob uma nuvem de tempestade há anos e ter certeza de sua proteção foi o suficiente para fazê-los mudar de lado. Massimo pensou que tinha vencido e tinha sido mais esperto que a raposa, mas cada maldito corpo em Scarpetta tinha a intenção de acabar com sua vida hoje.

Antes que eu pudesse terminar o trabalho, Winter fez seu movimento, a arma balançou em minhas mãos quando ela se moveu para o lado dele. Aconteceu tão rápido que não tive tempo de pensar e quando ela o espetou no pescoço, demorei um pouco para entender o que estava acontecendo. Quando ele caiu, foi em câmera lenta, na minha cabeça, pelo menos, e antes mesmo de ele bater no chão, eu já estava de pé e correndo.

Eu sou o primeiro a alcançá-los, é preciso um mínimo de esforço para separar seu corpo do dela e com um rugido de raiva, eu balanço meu braço para trás e aprecio o som de ossos quebrando enquanto eu bato no bastardo do outro lado da sala, gritando. - Ivan, lide com esse bastardo.

Os gritos agonizantes de Massimo são o melhor som do mundo enquanto seu corpo reage a tudo o que Winter fez com ele, juntamente com a dor de minha própria raiva.

Meu amigo de confiança não precisa de mais instruções, sinto o corpo de Massimo sendo arrastado e espero que seja para o inferno.

O caos que você esperaria após um incidente como esse nunca acontece. Em vez disso, os homens assistem como se estivessem congelados no local. Minha atenção agora está focada em apenas uma coisa e quando eu caio de joelhos, a emoção dentro de mim ameaça me despedaçar. Ouço brevemente a voz firme e autoritária de meu avô dizer asperamente. - Chamem o médico.

Tudo empalidece em torno de mim quando eu caio ao lado da minha mulher, quando eu me abaixo e a puxo em meus braços, a emoção quase me domina.

Ela parece tão abatida, tão trágica e nada parecida com a mulher que irradiava felicidade da última vez que nos encontramos. Seu corpo é frágil, tão magro que dilacera meu coração e o aperta com força, causando-me uma dor inimaginável.

Sua pele é branca e seus olhos fechados contra o terror que vive dentro deles e quando abaixo meu rosto para o dela, experimento uma enorme onda de alívio quando detecto respirações rasas me dizendo que ela ainda vive por enquanto.

A ferida aberta na parte de trás de sua cabeça é preocupante, pegando o guardanapo da mesa, o seguro contra a parte de trás de seu crânio, aplicando pressão para conter o fluxo.

Quase não consigo falar. As emoções estão girando dentro de mim como um inimigo avançando, me prometendo uma morte lenta e dolorosa ou me preparando para a luta da minha vida.

- Winter. - Minha voz treme um pouco enquanto tento alcançá-la,

então a levanto um pouco, mais por medo do que qualquer outra coisa.

- Winter baby, é Alessandro. Você está segura agora. Abra seus olhos.

Ela se parece com a Bela Adormecida em meus braços e como o príncipe que tropeçou em seu próprio corpo sem vida, pressiono meus lábios nos dela na tola esperança de que os contos de fadas sejam uma coisa real, isso é tudo o que será necessário para trazê-la de volta ao mundo para mim.

Eu imaginei esse momento um trilhão de vezes desde que ela foi levada,

mas nada me preparou para a dor que estou sentindo sabendo que ela está ferida.

- Alessandro. - A voz rouca do meu avô atravessa a escuridão e sua mão no meu ombro me lembra de que não estou sozinho.

- O médico está a caminho.

Portia se ajoelha ao meu lado e diz com firmeza. - Devemos aplicar

pressão na ferida.

Ela me entrega guardanapos limpos, enquanto seguro meu anjo em meus

braços, sou grato por seu apoio.

Eu nem registrei que o restaurante esvaziou, somos apenas nós quatro nos aglomerando em torno de Winter. O tempo se estende interminavelmente enquanto esperamos por ajuda profissional.

Charlotte me entrega outro guardanapo e sussurra. - Ela foi tão

corajosa.

Estou cercado por ações bem-intencionadas, mas quero que elas desapareçam. Quero ficar sozinho com minha linda mulher e será preciso um homem forte para arrancá-la de meus braços.

Charlotte se ajoelha do meu outro lado e pega sua mão, fazendo-me

rosnar. - O que você está fazendo?

Sua resposta firme me lembra de por que ela é uma combinação perfeita para meu amigo irascível enquanto ela ignora a corrente de raiva em minha voz e diz com firmeza. - Verificando o pulso. Precisamos avaliar a situação, apenas segurá-la e esperar que ela esteja bem não vai funcionar, infelizmente.

Ela olha para Portia e diz rapidamente. - Precisamos abrir espaço. Mova algumas dessas mesas e traga mais guardanapos para conter o fluxo de sangue.

Ela olha para o meu avô e diz com firmeza. - Vá e encontre o kit de

primeiros socorros deste lugar. Eles devem ter um. É a lei, você sabe.

Para minha surpresa, meu avô nem questiona sua ordem e então ela coloca a mão no meu braço, diz com um tom de aço na voz. - Ela está respirando, Alessandro?

- Sim. - Minha voz treme, eu odeio a emoção que está enchendo meu

coração.

- Bom, precisamos verificar seus sinais vitais.

Não consigo nem falar, enquanto Charlotte procura seu pulso e verifica sua respiração, permito que ela se preocupe com Winter como a melhor enfermeira de pronto-socorro enquanto olho abertamente para a mulher que amo e sussurro. - Winter baby, por favor, abra seus olhos, é Alessandro. Angelo está a caminho. Você está segura agora.

À menção de Angelo, espero em Deus que Ivan o esteja informando

agora e quando a porta se abre para o restaurante, mal registro a pessoa entrando até que meu avô diz. - Alessandro, o médico está aqui. Fique de lado.

Eu não posso nem me mover e apenas o pensamento de me afastar de Winter é como uma faca no meu coração, mas então Charlotte descansa a mão no meu braço e diz baixinho. - A melhor maneira de ajudá-la agora é deixar os profissionais fazerem sua mágica.

Eu sei que ela está certa e quando me afasto, é como um soco físico no

estômago quando o médico faz o que foi treinado para fazer.

Não demora muito para que o restaurante esteja cheio de atividade quando os paramédicos chegam e se aglomeram em torno de Winter. Charlotte fica ao meu lado e coloca uma mão reconfortante no meu ombro, lembrando-me de que não estou sozinho nisso, embora definitivamente pareça assim.

Eu tento muito arrastar minha mente de volta aos negócios e minha mão treme um pouco enquanto digito uma mensagem para o Chefe.

O alvo caiu, mas Winter se machucou. Encontre-nos na sala de emergência. Ela levou uma pancada na cabeça ao cair. Os paramédicos estão aqui agora. Eu irei com ela.

Observo enquanto a equipe a coloca em uma maca e o médico diz em

voz alta. - Precisamos levá-la ao hospital. Os sinais vitais são bons, mas ela não responde.

Meu avô acena com a cabeça, chama minha atenção e eu vejo a dor dele quando ele suspira. - Mantenha-me informado.

Concordo com a cabeça e enquanto sigo os médicos, rezo a Deus para trazer Winter de volta para mim, porque eu venderia minha alma ao diabo um milhão de vezes apenas para vê-la sorrir novamente.