Sentei-me no sofá e comecei a compartilhar cada detalhe com entusiasmo. Contei sobre a empresa, as pessoas com quem trabalhei e as tarefas que desempenhei. Minha mãe, com um sorriso de orgulho no rosto, me abraçou e parabenizou pelo meu desempenho. Meus avós, com olhares amorosos, transmitiram seu apoio incondicional. Era incrível ter a minha família ao meu lado, celebrando essa conquista comigo.
Após o jantar, decidi relaxar um pouco e abrir minha rede social. Para minha surpresa, lá estava a notificação de que Gabriel havia me adicionado e enviado um emoji sorrindo. Meu coração deu um salto de alegria ao ver aquele gesto simples, mas cheio de significado. A sensação de conexão que havíamos construído durante os últimos dias se estendia agora para o mundo virtual.
Com um sorriso no rosto, retribuí o gesto, enviando um emoji sorridente de volta. Era um pequeno momento de cumplicidade que nos aproximava ainda mais. Aquele simples gesto virtual trazia consigo uma promessa de mais momentos compartilhados, risadas e, quem sabe, algo ainda mais especial. Era o começo de uma nova etapa em minha vida, repleta de desafios, mas também de possibilidades emocionantes.
Eu não sei exatamente o que significam as persistentes palpitações no meu peito, mas sei que é algo bom. Eu acho que deve ser por essa nova fase na minha vida.
Tiro minha roupa e entro no chuveiro quente, eu amo banho escaldante, mesmo no calor. Ainda estamos nos primeiros dias da primavera, então ainda não faz tão calor. Saio do banho e depois de me secar passo o óleo de ameixa negra ppr todo o meu corpo, essa rotina diária eu não abro mão. Me dei o luxo de não ir à aula hoje para ficar com minha família e descansar desse dia tão feliz.
Após terminar minha rotina diária de banho, o aroma do café fresco invadiu o banheiro. Era o cheiro inconfundível do café da vó Maria, um convite irrecusável para finalizar o dia com amor e sabor. Com o coração aquecido, envolto pela fragrância familiar, desci as escadas rumo à cozinha, onde minha família já se reunia para a refeição da noite.
Ao olhar para o meu velho avô, uma ponta de dor apertou meu coração. Seus cabelos brancos, ombros curvados e passos lentos revelavam a passagem do tempo e as marcas do trabalho árduo como mestre de obras. Eu sabia que ele estava ficando velho e cansado, e o peso da responsabilidade começava a pesar sobre mim. Era hora de cuidar daquele homem que tanto amava.
Me aproximei dele, buscando refúgio no assunto que sempre nos unia: futebol. Falamos sobre nosso time de coração, o Campo Longo, relembrando as partidas emocionantes e os momentos de glória que assistimos juntos pela tv. Enquanto conversávamos, meus olhos captaram um breve relance das mãos calejadas do meu avô, testemunhas de anos de trabalho árduo em busca de sustento para nossa família.
Nesse instante, lágrimas deslizaram silenciosamente pelo meu rosto, sem que ele percebesse. Essas lágrimas eram um misto de gratidão e tristeza, pois sabia que o tempo é implacável e que precisava assumir um papel mais ativo na provisão e no cuidado com todos eles. Prometi a mim mesma que faria o possível para proporcionar qualidade de vida ao meu avô e à minha família, retribuindo o amor e o sacrifício que sempre me foram dedicados.
Sentindo-me abençoada por ter essa presença tão viva em minha vida, fortaleci minha determinação de construir um futuro melhor para todos nós. Naquela noite, enquanto compartilhávamos a refeição em meio a sorrisos e conversas, o sentimento de união e o compromisso de cuidar uns dos outros se fortaleceram. Juntos, enfrentaríamos os desafios que estavam por vir, com amor, resiliência e a certeza de que o vínculo familiar é o nosso maior tesouro.
Terminei a refeição em meio a risadas e histórias compartilhadas, como é de praxe em todos os momentos que estamos juntos. Aproveitei aquele momento de descontração em frente à televisão com minha mãe e minha avó, onde assistimos a novela da noite e comentamos como se fossemos roteiristas o que nos agrada e o que não nos agrada do folhetim, que não é tão envolvente assim. Adoro esses momentos com elas.Aco
Após alguns episódios, decidi me recolher ao meu quarto e abrir o notebook para atualizar o sistema da faculdade e visualizar as leituras propostas das matérias da aula que faltei. Ao acessar o bate-papo, uma mensagem de Gabriel piscou na tela, despertando um sorriso no meu rosto. "Como você está?", perguntou ele. Era um gesto simples, mas que demonstrava sua preocupação e interesse genuíno. Não me questiono o porquê da euforia, mas me sinto uma adolescente, pois eu realmente queria muito conversar mais com ele.
Respondi prontamente: "Estou bem." Não pude deixar de me sentir animada com a troca de mensagens, sabendo que a conexão entre nós se fortalecia a cada dia. Eu frequento a missa semanalmente, ele não gosta de ir. O gosto musical é um pouco parecido. Eu gosto de verão, ele de inverno. E, de repente, o assunto tomou um rumo inesperado: futebol.
Descobrimos que torcemos para o mesmo time, e Gabriel revelou sua intensa paixão pelo esporte, frequentando estádios e vivenciando a atmosfera única das partidas. Universo que foi apresentado a ele pelos seus tios, já que não teve a presença do pai. Embora eu não fosse tão assídua nas arquibancadas, minha proximidade com o futebol vinha de compartilhar vivências com meu avô desde criança. Foi ele que me ensinou o que sei e que me inspirou a ter essa paixão pelo vermelho.
A conversa foi fluindo e sempee regada de bom humor, compartilhando histórias, curiosidades e memórias sobre nosso time do coração. O que me deixa intrigada é a empolgação que sinto, uma ligação e proximidade como se já nos conhecêssemos há muito tempo.
Os sentimentos que já vinham se desenvolvendo são perceptíveis, mas me pergunto se não é coisa da minha cabeça. "Será que ele não está sendo só legal?"
O futebol, que tanto une e divide as pessoas, agora se torna mais um laço entre Gabriel e eu, reforçando nossa afinidade e cumplicidade.
A paixão compartilhada pelo futebol foi abrindo portas para uma conexão mais profunda, permitindo-nos revelar outras facetas de nossas vidas e fortalecer ainda mais a chama do nosso relacionamento. Aquele diálogo sobre o esporte favorito mostrou que tínhamos mais em comum do que imaginávamos, alimentando a esperança de um futuro repleto de momentos compartilhados e emoções compartilhadas.
Gabriel continuou a conversa com um tom de admiração em suas palavras. Ele elogiou minha forma de pensar e expressar minhas opiniões, valorizando a conexão intelectual que estamos construindo. De maneira sutil, ele deixou escapar elogios à minha aparência, notando o brilho nos meus olhos e a beleza natural que emanava. O que me fez confirmar que não era algo da minha cabeça.
- Você é diferenciada, sabia? - digitou Gabriel.
- Ah, obrigada! - Respondo com um pouquinho de vergonha. - Porque você acha isso?
- Porque fala sobre tudo com naturalidade, gosta de futebol, é educada, simples, além de linda! - ele envia e eu fico sem palavras.
- hehehe - respondo com uma risada e completo: são seus olhos!
Cada palavra que ele escolhia cuidadosamente me faz corar levemente, sentindo-me lisonjeada e, ao mesmo tempo, um tanto envergonhada. Agradeci, tentando esconder a timidez que tomava conta de mim. Sinto uma mistura de gratidão e surpresa por alguém como ele, alguém que parece tão especial, encontrar beleza em detalhes que muitas vezes passavam despercebidos aos olhos de outros.
Nossa conversa fluiu com facilidade, alternando entre momentos descontraídos e reflexões mais profundas. Eu me sinto à vontade para compartilhar meus pensamentos e experiências com ele, principalmente porque existe um genuíno interesse em ouvir e entender quem eu era.
Aos poucos, nossas trocas de mensagens foram criando um ambiente de confiança mútua, onde podíamos nos abrir e revelar nossas vulnerabilidades. Aquela noite, especificamente, marcou um ponto de inflexão em nosso relacionamento, pois as palavras de Gabriel refletiam um apreço genuíno por minha essência, além daquilo que os olhos podem capturar.
No Twitter, onde já nos seguimos, Gabriel postou um vídeo que eu me pergunto se postou para que eu ouvisse a música e pensasse nele... A música é "Muito Estranho" com Nando Reis.
"Mas se um dia eu chegar muito estranho, deixa essa água no corpo lembrar nosso banho. Hum, mas se um dia eu chegar muito louco, deixa essa noite saber que um dia foi pouco.''
Enquanto continuávamos a conversar, senti uma mistura de alegria e ansiedade crescente dentro de mim. Aquela troca de mensagens não era apenas uma mera conversa casual; era um sinal de que algo especial estava se desenvolvendo entre nós.
Com um sorriso tímido, retribuí seus elogios e agradeci pelas palavras gentis. Cada mensagem que recebia dele aumentava minha confiança e me fazia ansiar por chegar na empresa, onde poderíamos nos conectar além das telas e explorar o que o futuro reservava para nós.
Ouvi umas 20 vezes a música.
Naquele momento, percebi que algo mágico estava se desenrolando entre nós. A troca de elogios sutis, a cumplicidade em nossas conversas e a emoção que permeava cada palavra escrita eram indícios de um sentimento crescente, que ia além da simples amizade.
Enquanto nos despedíamos por aquela noite, com a promessa de continuar nossa conversa no dia seguinte, eu me senti grata pela oportunidade de conhecer alguém tão especial como Gabriel. E com uma mistura de emoção e esperança, fui dormir, sabendo que aquela troca de mensagens marcaria apenas o início de uma jornada que poderia transformar minha vida de maneiras que eu nem sequer ousava imaginar.