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"O que faz aqui?" ele pergunta gesticulando e noto seu tronco desnudo. Devia ter imaginado que a casa devia ser dá família mais rica da cidade.
"Por que está pelado?" questiono colocando as mãos nos olhos.
"Primeiro, estou de shorts. Segundo, estamos na praia. Além disso, não finja que nunca viu, tem muitas fotos minhas assim no Instagram" ele diz.
"Como se eu perdesse meu tempo no seu Instagram" rebato.
"Tanto faz. Chega de drama" ele diz puxando as minhas mãos "O que faz na minha casa?" ele pergunta novamente e percebo que não respondi.
"Nossas mães são amigas. Vim passar o dia" explico. A ultima coisa que quero é que esse pateta ache estou seguindo-o, ou algo do tipo. Não sou nenhuma das suas fãs. Estou quase no oposto. Só não digo que o odeio por que Jesus que devemos amar os irmãos.
"Isso só pode ser uma brincadeira" ele comenta e não consigo identificar se está bravo ou não. Porém, ele praticamente corre escada a baixo pulando alguns degraus.
Como ele consegue isso? Penso enquanto desço um degrau de cada vez ainda quase caiu quando olho para baixo e lembro que cada degrau de pedra é preso unicamente a parede.
"Mãe?!" ele chama se aproximando da sala de chá.
"Sim, querido?" ela pergunta.
Gabriel muda assim que vê minha mãe sentada. O vejo largado de andar. Arruma a postura e oferece a mão.
"Então essa é a Sra.Santos. É um prazer conhece-la" ele diz a cumprimentando e dando um sorriso luminoso e educado. Sra. Santos? Quem é esse?
"É um prazer. Gab, certo?" mamãe diz visivelmente encantada. Reviro os olhos. Manipuladorzinho.
"Gab por que não leva a Ester para uma volta na praia" Dani diz.
"Claro, vamos, cachinhos" ele diz sorrindo para mim. Reviro os olhos com o apelido.
"Espera! Vocês se conhecem?" a minha mãe pergunta confusa. Consigo ver que Dani também notou.
"Somos dá mesma turma no colégio" esclareço rapidamente, antes que Dani ache sou uma das ficantes do filho dela.
"Então, está é a Ester" Dani diz parecendo me analisar com o olhar. Não gosto dessa reação. Percebo Gabriel ficar corado. O que é muito nítido por causa dá pele clara. Não gosto dessa reação.
"Vamos!" Ele diz com urgência rapidamente me puxando para longe dali pela mão.
Saimos por outra porta dando diretamente na parte de trás da casa. Passamos por uma churrasqueira e estamos com os pés na areia. O que para ele não tem o menor problema, já que estava descalço antes.
"Calma" disse enquanto tento tirar o tênis. Ele para e me encara. Esperando. "Pode me soltar?" pergunto em referencia ao fato dele ainda segurar a minha mão.
"Foi mal" ele diz soltando como se eu fosse toxica e depois passa as mãos nos cabelos.
Termino de tirar o tênis e cuidadosamente o coloco no deque, onde conseguirei encontra-lo mais tarde. Sentindo-o me observar volto para perto dele. Que sem dizer uma palavra começa a caminhar em direção ao mar. Ele fica alguns minutos o observando, o imito. O mar está bonito. De um azul límpido. O sol do verão ajuda. No inverno a água fica péssima, como se mandando o recado de que não devia ser nadada. Em algum momento me sento na areia, já cansando de ficar de pé. Analiso as gaivotas em seus mergulhos de pesca. A casa deles fica em uma parte mais tranquila da praia. Caso o contrário estaríamos vendo vários banhistas.
"Qual o plano?" pergunto finalmente.
"O que?" ele pergunta parecendo aéreo. Finalmente, voltando a me encarar. Será que ele tinha esquecido da minha presença?
"Elas vão ficar bastante tempo nessa conversa" afirmo.
"Como sabe?" Ele questiona.
"Confie em mim" digo confiante.
Gabriel parece pensar no assunto.
"O que você quer fazer?" ele pergunta. Penso um pouco e dou de ombros. "Você que sabe. Eu vou surfar" ele diz dando as costas para mim e voltando a andar em direção a casa.
"O que?" pergunto chocada. Ele vai me deixar sozinha aqui? Marcho atras dele. Seria mais fácil ser babá de uma criança.
Encontro-o vestindo uma wetsuit, aquelas roupas de surfista para mergulho. A dele é da Ripcurl e vai até o bíceps e as cochas. Tem detalhes verdes que combinam com seus olhos.
"O que pensa que está fazendo?" questiono vendo-o pegar uma das varias pranchas dispostas no apoio no deque.
"Já disse, vou surfar" ele diz.
"Eu estou vendo, mas e eu?" questiono.
"Sabe surfar?" questiona me encarando.
"Não" digo como se fosse obvio.
Ele suspira, e fica alguns segundos me encarando em silencio. Quando estou prestes a dizer algo ele se pronuncia.
"Quer aprender?" Gabriel pergunta. Duvido que ele consiga me ensinar em um dia, mas que opções eu tenho.
"Tudo bem" digo e ele pega uma prancha consideravelmente maior para mim "Que? Por que a minha é tão grande?" questiono.
"Quando maior, mais estável, mais fácil ficar de pé" ele explica.
"Eu não vou carregar isso" reclamo.
Ele revira os olhos e pega as duas pranchas e anda em direção ao mar.
"Espero que esteja no mínimo de biquine" ele diz. O encaro indignada.
"Tarado" sibilo. Gabriel nega com a cabeça.
"Está pensando em entrar no mar com essa roupa" ele diz.
Ele está certo. Movo a alça da regata revelando o biquini laranja.
"Satisfeito?" pergunto.
"Você é sempre tão irritadinha" ele comenta colocando as pranchas na areia e colocando começando a passar parafina nelas.
"Com você, sim" rebato.
"Por que? Eu nunca te fiz nada" ele diz inocentemente.
"Não se faça de inocente. Você me incomoda dês do primeiro ano. Quando a professora de História te mudou de lugar por não parar de conversar" disse.
"como assim te incomodo?" ele disse parecendo curioso.
"Que tal o dia que roubou meu celular e tirou cem fotos de si mesmo?" pergunto tirando o shorts. Ele riu.
"Ninguém mandou deixar o celular em cima da mesa" ele disse.
"Que tal o dia que você apagou todos os meus contatos e deixou apenas o seu com vários corações do lado?" perguntei.
"Você nunca me ligou" ele disse fazendo carinha de cachorro que caiu da mudança. Começou a colocar Leash laranja neon na prancha e depois prendeu no próprio pé.
"Eu perdi contatos importantes" reclamo.
"Você tinha 15 anos. Não era nenhuma empresária" ele disse.
"Não vamos nem tocar no fato que se em todos anos eu cobrasse por todas as canetas que pegou de mim, estaria rica" disse.
"Eu fui legal com você é peguei o rosa para você" ele disse pegando um Leash rosa neon e se abaixando do meu lado e o pendendo no meu pé. "É sua cor favorita, né" ele disse e o encaro desconfiada. Como ele sabe?
Estou pronta para tirar a camiseta regata branca, mas ele me para, segurando meus pulsos levemente.
"Fica com a camisa" ele pede.
"Que?" pergunto confusa.
"Ou sua barriga vai ficar toda assada" ele disse e então começou a caminhar para o mar.
"Ei, espera!" digo já sentindo a minha perna ser puxada já que ele está com as duas pranchas.