Capítulo 3 Anjo

Sorrindo, Chloé ajeitou-se em seu colo, sentando-se de frente. Marcelo, ao sentir o corpo dela no seu, foi inevitável, excitou-se e sua respiração logo ficou ofegante. Fixou seu olhar nos seios dela e engoliu seco. Em segundos, imaginou mil coisas. Fechou os olhos e respirou fundo.

A garota enxugou seus olhos e sorriu. O homem não desviou o olhar. Ansioso, não fazia ideia do que ela faria e estava torcendo para que ela apagasse logo, pois tinha assistido ela se dopar no bar.

Com olhar apaixonado, ela tocou em seu rosto e, lentamente, o acariciou. Acarinhou sua sobrancelha, maçãs do rosto, orelhas, barba, bigode e lábios. Seus olhos pretos e grandes não desviaram dos dela. A moça fechou os olhos, segurou seu rosto com as duas mãos e dançou com sua boca naquele rosto que ela tanto amava. Beijou sua testa, bochechas, queixo e finalizou brincando de narizinho. Em lágrimas, encostou sua testa na dele, pôs suas mãos em seus ombros e, com a voz trêmula, confessou:

- Te amo... tanto! Eu só queria parar de fingir que sou maluca e morar para sempre nos seus braços de amor! Só queria poder viver esse amor, sem culpa e sem medo!

Diante daquele gesto e daquelas palavras, Marcelo chocou-se. Chloé voltou os olhos nos dele, fechou-os, baixou e balançou a cabeça. Ricco levantou seu queixo e, com olhar perturbador e enigmático, perguntou:

- Por que você fez e falou tudo isso?

A jovem o encarou e refletiu por um tempo. Ao mesmo tempo que ela guardava um amor arrebatador dentro de si, guardava, também, muita mágoa e diante desses dois sentimentos, precisava tentar manter o controle, apesar de que, estava drogada e embriagada o suficiente para cometer muitas loucuras. Após pensar no que responderia, fungou:

- Porque eu sou carinhosa e desejei te acariciar!

- E quais motivos você teria para acariciar um estranho que pode estar prestes a te matar estrangulada?

Rindo balançou a cabeça e respondeu:

- Antes desse estranho me matar estrangulada, ele me acolheu em seus braços de carinho e consolou meu choro inconsolável!

- O que te faz pensar que meus braços são fonte de carinho? - em tom sombrio, indagou. - Você é bem grandinha para ter percebido que ou eu quero sexo - olhou os seios dela. - Ou vou te machucar...ou os dois! - finalizou, encarando-a de uma forma amedrontadora.

Chloé o mirou e riu:

- Um homem quando quer sexo ou machucar uma mulher não a toca ou a acolhe dessa forma!

Marcelo, com aquele olhar penetrante e amedrontador, calou-se e olhou pela janela. Eram tantos pensamentos que acreditou que enlouqueceria. Chloé levou sua mão em sua barba e falou:

- Ela é tão linda e macia! Preta como uma noite de paixão, lembra? - recordou e sorriu.

Marcelo voltou os olhos para a moça e respirou fundo:

- Quando eu te falei isso? - perguntou, em tom irritado.

- Em Veneza! - dengosa.

- Hum! E por que eu te disse isso? - debochou.

- Porque depois de você fazer amor comigo, você me pediu para te acariciar e enquanto eu massageava e beijava a sua barba, eu comentei que ela era preta e macia. Então, você falou: "Ela é preta como essa nossa noite de paixão!"

Ricco a encarou, não se conteve e riu. Chateado:

- Se...se eu tivesse ficado com você, não teria feito amor...teria te fodido com força! Não faço amor...eu fodo com mulheres como você! - enfatizou zangado, a encarando.

Sorrindo, ela apertou os lábios e retrucou:

- Faz, sim! - assentiu com a cabeça. - Em Veneza e Dubai, você sussurrou mil vezes ao meu ouvido: "Amo fazer amor com você, minha princesa Bourbons!"

O homem gargalhou por um bom tempo. A moça riu e balançou a cabeça. Ao voltar seus olhos nos dele, lembrou:

- Lembra dessa tatoo que fiz para você depois de Veneza? - ergueu o cabelo e mostrou a nuca.

Ricco parou de rir, olhou, suspirou e leu em voz alta:

- Te amo, Anjo!

- Eu sou esse anjo? - indagou, em tom de deboche.

- É, sim! Você me disse em Veneza que o seu nome era Anjo!

- Hum! Entendi! - disse ele, rindo e balançando a cabeça. - E me conta, como foi em Veneza? - zombou, cruzando os braços.

            
            

COPYRIGHT(©) 2022