A garota dos Mafiosos
img img A garota dos Mafiosos img Capítulo 1 O salvamento
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Capítulo 6 O salvamento img
Capítulo 7 O convite img
Capítulo 8 A Corrida img
Capítulo 9 A viagem img
Capítulo 10 Flash Back img
Capítulo 11 Pais img
Capítulo 12 Medos img
Capítulo 13 Dilema img
Capítulo 14 Boate img
Capítulo 15 Despedida img
Capítulo 16 Sonho img
Capítulo 17 Lu Grecco img
Capítulo 18 Esperança img
Capítulo 19 Voltando para casa img
Capítulo 20 Decisão img
Capítulo 21 Reencontro img
Capítulo 22 Acordo img
Capítulo 23 A mansão img
Capítulo 24 Primeira Vez img
Capítulo 25 Rotina img
Capítulo 26 Briga com os pais img
Capítulo 27 O conservatório img
Capítulo 28 Amigos img
Capítulo 29 Dom img
Capítulo 30 Questionamentos img
Capítulo 31 O Poder img
Capítulo 32 Descoberta img
Capítulo 33 Amor img
Capítulo 34 Novas Habilidades img
Capítulo 35 Sangue img
Capítulo 36 Briga img
Capítulo 37 Dom img
Capítulo 38 Ruído img
Capítulo 39 Perdão img
Capítulo 40 Medo img
Capítulo 41 Sequestro img
Capítulo 42 Promessa img
Capítulo 43 Retorno img
Capítulo 44 Mudança img
Capítulo 45 Convivência img
Capítulo 46 Denúncia img
Capítulo 47 Dívida img
Capítulo 48 Fim img
Capítulo 49 Fuga img
Capítulo 50 Barone img
Capítulo 51 Confissão img
Capítulo 52 Interrogatório img
Capítulo 53 Decisão img
Capítulo 54 Confusão img
Capítulo 55 Término img
Capítulo 56 Expulsão img
Capítulo 57 Casamento img
Capítulo 58 A festa img
Capítulo 59 Aceitação img
Capítulo 60 O Plano img
Capítulo 61 Hospital img
Capítulo 62 Revelação img
Capítulo 63 Processo img
Capítulo 64 Pedido img
Capítulo 65 Índia img
Capítulo 66 Casamento img
Capítulo 67 Aeroporto img
Capítulo 68 Confronto img
Capítulo 69 Derrota img
Capítulo 70 Dom img
Capítulo 71 Solano img
Capítulo 72 Nascimento img
Capítulo 73 Surpresa img
Capítulo 74 Epílogo img
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A garota dos Mafiosos

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Capítulo 1 O salvamento

- A polícia está aqui! - Grito com toda a força com uma sirene tocando em meu celular no máximo que consegui.

Era assustador o que estava acontecendo tão próximo da minha casa. Sempre me disseram que ali era um bairro tranquilo, com baixa criminalidade e perfeito para uma mulher sozinha morar.

Pelo que eu estava vendo, fui enganada pelo corretor de imóveis e pela vizinhança apática.

Ninguém mais estava vendo aquilo?

Era impossível que um homem estivesse sendo surrado por outros três brutamontes, emitisse sons de dor e lamúria e ninguém se compadecesse?

Estava alheia a tudo quando virei na esquina da minha casa e entendi o que estava acontecendo. Tive vontade de voltar correndo para o ônibus que acabava de me deixar no ponto. Lá pelo menos teriam outras pessoas que me ajudariam a fazer alguma coisa, mas ali, no final da tarde, não havia uma viva alma. Todas as janelas dos prédios estavam fechadas, as portas trancadas e a rua deserta. A única desavisada de toda essa situação fui eu.

Justo eu!

Odeio sangue, odeio violência, odeio injustiça e aquilo era uma junção dos três.

O homem estendido no chão não parecia um sem-teto. De longe eu podia ver que ele usava um terno caro, provavelmente ele foi assaltado e tentou reagir. Acabou que eu, a pessoa mais passiva do mundo, teria que ir ao seu socorro.

E sangue! Quanto sangue tinha a sua volta.

Me aproximei devagar com medo dos bandidos verem que era mentira a minha fala sobre a polícia. A sirene ainda tocava em meu celular, o que me dava uma falsa segurança e talvez fosse isso que tivesse mantido os vizinhos escondidos. Deveriam achar que realmente a polícia tinha chegado e não precisariam se importar com o que estava acontecendo.

Com o coração batendo na boca, as pernas tremendo e as mãos agarradas ao celular, me aproximei devagar.

"Ele pode estar morto, não pode? Ele teria morrido com a sucessão de socos e chutes que vi. Por sorte não havia armas, porque aí sim eu teria certeza de que ele estaria morto."

Me ajoelhei a sua frente tentando não desmaiar com a quantidade de sangue em sua face. O resto do corpo não parecia ter qualquer sinal de lesão, contudo por baixo da roupa, manchas pretas e roxas deveriam cobri-lo.

Olhei novamente para ele que permanecia desacordado.

- Moço? - cutuquei seu ombro devagar - Moço? - falei sussurrando com medo de incomodá-lo.

Seus gemidos me aliviaram de alguma forma, e peguei minha blusa dentro da bolsa para tentar tirar um pouco de sangue de seus olhos. Passei delicadamente por toda sua extensão e achei o local que estava minando a maior parte. Pressionei minha blusa em seu supercílio.

- SOCORRO! - gritei alto esperando que alguém viesse me ajudar - ALGUÉM ME AJUDA POR FAVOR! - uma dor arranhada desceu por minha garganta. - ELE PRECISA DE AJUDA! - meus olhos começaram a verter água enquanto eu continuava tentando chamar ajuda.

Deixei a blusa em seu rosto e peguei meu celular do chão. Com as mãos cobertas de sangue acabei sujando a tela e não conseguia discar para a emergência. A esfreguei frustrada em minha calça e puxei de novo para tentar discar.

- Não! - o homem segurou forte meu pulso e me assustei soltando um grito de terror. - Não! - eu tremia.

Seus olhos me avaliaram curiosos e pude encaixar a parte que faltava em minha memória a moldura de seu rosto. Os olhos verdes combinavam com o cabelo loiro palha que não estava tão tingido de vermelho. Mesmo com todos os machucados, lábios inchados e manchas roxas, ele parecia ser um príncipe de conto de fadas.

- Eu preciso chamar ajuda - tentei fazer minha voz soar - Você foi assaltado, está muito machucado, perdeu sangue!

- Não - ele falou novamente sem me soltar. Acabei soltando o celular e levando minha mão de volta a blusa que tinha saído do lugar.

- O que eu faço então? - mas ele não precisou dizer nada. Um carro preto entrou na rua cantando pneus e parou onde nos encontrávamos. Fiquei ainda mais apavorada.

Quatro homens desceram e pararam a nossa volta.

- Eu disse que iria dar merda! - Um homem enorme com cara de mau falou, enquanto outro um pouco menor parou ao meu lado e me puxou pelos ombros me tirando de perto do homem de terno.

- O que vocês vão fazer? Ele precisa de um hospital. Precisa de ajuda! - falei assustada vendo os outros dois pegarem com cuidado o homem do chão e o levarem para o carro.

- Não se preocupe, sabemos o que fazer - o que estava ao meu lado sussurrou em meu ouvido me fazendo pular. Ele me soltou e se voltou para o carro.

- Obrigado - O maior disse sem ter certeza - Ainda não entendi como a bambina conseguiu fazer alguma coisa, mesmo assim - deu de ombros com uma cara de deboche e fechou a porta sem dizer mais nada, sumindo pela rua da mesma forma que entrou.

Me levantei pegando a blusa suja de sangue, meu celular e a bolsa jogada de qualquer jeito. Meus joelhos ainda tremiam com tudo que tinha presenciado.

Era assustador ver que assim como apareceram, eles sumiram, como em um passe de mágica. A única coisa que mostrava que aquilo era real, era as marcas do sangue no chão e em minhas roupas.

Corri para o apartamento para me livrar de tudo. Mal entrei e já fui direto para a lavanderia jogando tudo dentro do tanque e ficando apenas de calcinha e sutiã. Liguei a torneira e comecei a esfregar tudo tentando tirar aquelas manchas que já começavam a secar.

Quando pôr fim a água começou a ficar mais clara, joguei bastante sabão em pó e deixei de molho para depois colocar na máquina de lavar. Corri para o banheiro e me enfiei da forma que estava, embaixo do chuveiro tentando lavar todo aquele sangue do meu corpo e da minha mente.

Comecei a chorar após passar o choque de tudo o que tinha visto. Eu não sabia nada sobre os homens que o levaram, e se de alguma forma eles também fossem bandidos? E se eles matassem o homem de terno?

Eu deveria ter chamado a polícia, deveria ter interrogado aqueles homens. Eu tinha que ter sido mais esperta!

Mas infelizmente não fui. Fui estupida de achar que eram seus amigos e agora me corroía por não saber se fui responsável pela morte de um homem.

            
            

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