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Os dias na fazenda eram divertidos. Haviam muitos trabalhos dentro e fora da mansão. James viajou para a capital. Cleia não via seu patrão, o que trouxe certo conforto para os empregados. O domingo finalmente chegou, era a folga dos empregados.
- O que fará hoje, Cleia? - Branca perguntou.
- Não sei. Talvez eu leia algo, durma um pouco e mais tarde eu quero ver os animais no estábulo.
- Você tem que ter cuidado com o Black, ele detesta pessoas estranhas e ataca. - Branca respondeu.
- Eu terei cuidado, não se preocupe. Mas ele é tão bonito. Cavalo preto, é tão lindo.
As duas terminavam de limpar a cozinha quando ouviram barulho de chaves abrir a porta.
- O patrão chegou. - Branca saiu da cozinha para receber o homem.
Ele estava sério, parecia bravo e cansado.
- Patrão, que bom estar de volta.
- Branca. Gostaria de um café no meu escritório.
Ele carregava uma pasta na mão. Ela sabia que eram documentos importantes que ele traria para a fazenda. Imediatamente ela preparou o café para ele. James gostava de café de grãos, forte e sem açúcar. Devido a vila ter poucas casas para os funcionários, Cleia, Branca e Sara dormiam na casa grande, os quartos eram próximos a cozinha.
- Patrão, seu café. - A mulher avisou antes de entrar no escritório.
Ela abriu a porta, James levantou a sobrancelha e encarou a idosa.
- Branca, hoje é sua folga.
- Eu sei patrão, mas eu gosto de trabalhar.
- Não negligencie sua saúde. Onde está aquela moleca? Virou preguiçosa depois que a contratei?
A idosa ficou constrangida.
- Não patrão. Ela está lendo no quarto. A propósito, ela disse que irá ao estábulo mais tarde. Ela gostaria de ver os animais.
- Diga a ela para não se aproximar daquele lugar. E peça aquela preguiçosa para me servir daqui para frente. Se veio em busca de mordomias e passeios turísticos, que volte para sua cidade.
- Sim senhor. Eu vou pedir que ela traga seu café imediatamente.
A mais velha saiu com o café nas mãos. O homem ficou bravo. Será que ela não sabia sobre a condição da mais velha? Outra aproveitadora?
- Menina, venha cá! - Branca chamou a jovem que saiu depressa do quarto. Sara saiu logo atrás.
- O que aconteceu, Branca? - A jovem perguntou preocupada.
- Tome, leve isso para o patrão.
Ela empurrou a xícara de café nas mãos da jovem que arregalou os olhos surpresa.
- Eu? Mas....por que? Hoje é nossa folga.
- Eu levo. - Sara respondeu estalando a língua. Ela usava um babydoll revelador.
- Não. O patrão exigiu que você menina, o sirva a partir de agora. Também proibiu de ir ao estábulo. Melhor ir logo, ele parece estar naqueles dias de cão.
Cleia ficou triste e pressionou sua mão furiosa.
- Acho que ele não gosta de você, moleca. Então aceite as decisões dele. Caso contrário, vai ser demitida em um mês. - Sara riu zombeteira.
A jovem pegou o café, trocou por um novo e se direcionou ao escritório do patrão. Ela bateu na porta e entrou quando ele autorizou.
- Deixe na mesa e saia. - Ele respondeu sem olhar para ela.
Imediatamente, ela obedeceu e quando estava prestes a sair, ouviu ele a chamar.
- Lembra o que disse sobre saber seu lugar?
- Claro. Mas eu fiz algo errado, patrão? - Ela estava nervosa.
- Soube que não tem família. Então não tem folga. Trabalhará por tempo integral na fazenda. E evite dar trabalho demais a Branca. Você veio ajudar ela e não colocar mais trabalho nas costas dela. - Ele folheou a página enquanto dizia a ela de forma decidida.
- Entendi. Eu posso ir agora?
- Prepare meu jantar. Não a Branca, você. - Ele exigiu.
- Algo mais, senhor? - Ela foi sarcástica.
Naquele momento, ele levantou seu rosto perfeito e a encarou.
- Seu sarcasmo pode custar seu emprego.
- Não me preocupo. O dono da fazenda Rosi, me chamou para trabalhar com ele. Então se for me demitir, faça isso logo. - Ela disse brava.
Ele jogou a caneta na mesa e se levantou indo até ela. O homem parecia um muro diante dela. Seu semblante sério, seu rosto e olhos negros eram difícil de encarar.
- Repita o que disse. - Ele segurou o maxilar dela.
Parecia que iria quebrar sua mandíbula. Ela gemeu de dor e seus olhos lacrimejaram. Ele parecia que iria matar a jovem ali mesmo.
- Perdeu a voz? Aqui eu decido quem sai e quem fica. Acho melhor você começar a me obedecer, ou algo muito ruim vai acontecer com aquele orfanato onde nasceu.
As palavras dele eram uma ameaça direta as pessoas que ela mais se importava. Ele percebeu que ela entendeu e sorriu vitorioso.
- Boa menina. Acha que eu não investigaria quem eu contrato? Agora saia e vai preparar meu jantar.
Ele abriu a porta e a jogou para fora, fazendo ela cair no chão. Ela sentiu seu corpo doer. Branca e Sara vieram e encontraram a jovem no chão.
- Menina, vem. - Ela ajudou a jovem a se levantar.
- Eu disse para você obedecer o patrão. Ele não vai se deixar seduzir por esse rostinho bonito. Ou obedece ou arque com as consequências. - Sara zombou.
Furiosa, a jovem correu para a cozinha, pegou um copo d'água, entrou no escritório e jogou no rosto do homem.
- Eu odeio você!!!
O limite da raiva do homem foi embora e ele a arrastou para fora. Ela tentava se soltar, mas ele era muito forte.
- Senhor, ela é...
- Chega, Branca! Ela vai aprender. Deseja o lugar dela?
- Me deixe no lugar dela, senhor.
Ele parou e olhou para a cozinheira. Ela estava disposta a sofrer pela jovem petulante? Não, ele não deixaria.
- Teo!! - Ele chamou ao abrir a porta.
A jovem o chutava e tentava bater no rosto dele. Mas apenas uma mão dele foi capaz de evitar os ataques da jovem.
- Me solta seu ogro, seu ridículo, eu odeio o senhor, me solta seu imbecil!!!
Sara sorria da situação que a jovem se meteu. Branca estremeceu de pavor. Ela sabia quão cruel seu patrão era com os desobedientes.
- Boas tardes, patrão. O que...- Ao ver a jovem toda descabelada, tentando agredir seu patrão, ele entendeu.
- Tranque-a na sala de castigo.
Ele jogou a jovem nos pés de Teo que a levantou. Nesse momento, ela pegou um vaso e jogou em direção ao patrão, que foi rápido e se esquivou. Branca e Sara ficaram assustadas com a ousadia da jovem.
- O que está esperando para tirar essa mulher daqui? - Ele gritou furioso.
Teo boquiaberto arrastou a jovem para fora. Felizmente era domingo e não havia nenhum funcionário na fazenda. Caso contrário, ela seria humilhada.
- Limpe essa sala e vão fazer compras na cidade. - O homem ordenou antes de entrar no seu escritório furioso batendo a porta com um estrondo.
Arrepios correram pelo corpo das duas empregadas.
- Culpa sua Branca. Se tivesse ensinado aquela moleca o lugar dela, ela jamais causaria tanto problema.
- Ela é jovem. Vamos terminar isso antes de sairmos.
Teo levou a jovem para uma casinha abandonada afastada da fazenda.
- Você tem coragem de desafiar o patrão. Acha que terá paz? Ele é mal, já matou dois funcionários.
- Ma...matou? - Foi a primeira vez que ela sentiu medo de verdade.
Ela poderia morrer? Se isso acontecesse, e as crianças do orfanato? Ela se arrependeu de ser tão impulsiva. Mas ela não queria ser intimidada.
- Sim. Nosso patrão não tem pena de ninguém. Ele coloca sempre as vítimas aqui e depois as mata.
A jovem fica desesperada e começa a chorar.
- Ah, não chora. Deveria ter pensado nisso quando fez o que fez. Agora entra.
Ele empurrou a porta que fez um sinal assustador e a jovem foi arremessada para o chão. No momento seguinte, a porta foi trancada e ela tentou abrir.
- Me tira Daqui!!!! - Ela batia na porta.
- Guarde suas energias, moça. Você passará o domingo todo aqui. Seja boazinha e sairá daqui viva ou morta.
- Não Téo, me ajuda! Eu tenho medo de escuro. Por favor!!! - Ela gritava desesperada.
Ela ouviu passos se afastarem e ficou com medo.
Ela se sentia uma miserável pela vida que estava levando. Seu medo de escuro surgiu fortemente quando ouviu o tempo mudar e começar a cair uma chuva intensa e raios estrondosos. Ela se encolheu ao lado da cama e chorou alto.
A chuva se intensificou e a chuva aumentou drasticamente. Quando ela sentiu que não haveria mais esperanças a porta foi aberta. Cleia não conseguia ver quem era, devido a escuridão seus olhos estavam embaçados.
- Quem está aí? - Ela tateou pelas paredes.
- Você será minha hoje!! - Uma voz que ela conhecia bem sussurou diante do ouvido dela quando suas roupas foram rasgadas.