Capítulo 2 Garoto tatuado

Ao entrar na cafeteria, procurei uma mesa o mais rápido possível para realizar minha primeira tarefa, que era enviar o e-mail. Liguei meu notebook e percebi que estava descarregado - Aff! Hoje realmente não é meu dia! Fui até o atendente, que, por sinal, era muito simpático e tinha um sorriso encantador. Implorei a ele que me arranjasse uma mesa perto de uma tomada elétrica e contei minha urgência em ligar o meu computador. Ele teve compaixão de mim e pediu gentilmente que eu aguardasse, pois iria ver o que poderia fazer.

Em seguida, dirigiu-se ao jovem rapaz que estava sentado em uma mesa no canto, sozinho.

Enquanto isso, fiz meu pedido de café e solicitei duas fatias de torta de chocolate. Afinal, se o atendente conseguisse o que eu precisava, queria agradecer aos dois por me ajudarem. Alguns minutos depois, ele voltou e disse que eu poderia me sentar ao lado daquele rapaz. Ao me aproximar da mesa, com um sorriso vitorioso no rosto, cumprimentei aquele rapaz com toda a minha gratidão. Sua resposta, no entanto, foi de indiferença. Era como se eu não existisse no mundo; ele não virou a cabeça na minha direção para me olhar nos olhos. Essa atitude me deixou um pouco triste, afinal, estar em um país completamente diferente do seu, sem amigos próximos, e ser tratada dessa forma mexe com a autoestima de qualquer um.

Simplesmente empurrei o pires com a fatia de torta para ele e agradeci do fundo do meu coração, sem esperar qualquer reação daquele garoto tatuado. Quando finalmente ele olhou para mim, seus olhos eram bem expressivos. Na verdade, ele era tão bonito, uma mistura de sexy e fofo ao mesmo tempo. Estava sentado, mas dava para perceber que tinha as costas largas e, apesar da blusa de mangas longas, consegui ver algumas tatuagens no dorso da sua mão direita.

"Tenho dinheiro para comprar minha própria comida", disse ele em um tom distante e frio.

"Lamento pelo incômodo, senhor. Só queria agradecer e me desculpar por ter estragado seu café. Eu só queria agradecer pela sua atitude gentil, mas lamento pelo inconveniente que estou causando. Prometo não demorar mais do que o necessário em sua mesa", respondi com uma voz trêmula, carregada de tristeza.

Por um instante, meu coração se encheu de receios. Desde que cheguei em Seul, minha vida social tem despencado ladeira abaixo, e agora parece ter caído de um penhasco. Minha mente não se lamentou, pois rapidamente me lembrei da minha mãe. É por causa dela que vou aguentar todos os desafios e vencer todos os obstáculos pelo caminho.

Assim que terminei o e-mail e arrumei minhas coisas para sair daquela mesa e da presença daquele ser desagradável, vi uma moça se aproximando de nós.

            
            

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