Capítulo 5 Implorando novamente

"Oh não, não mesmo. Falei comigo mesma, queria poder simplesmente desistir do meu celular, mas não posso. Lá tem muita coisa importante: todos aqueles contatos e contas bancárias estão salvos naquele aparelho. Como pude ser tão descuidada!

Voltei para minha mesa imediatamente e comecei a ligar para meu telefone em uma tentativa frenética de recuperar meu aparelho de volta. Já era a quinta vez, estava prestes a desistir quando ouvi uma voz do outro lado da linha: "Alô". Falei imediatamente: "Alô, é o Yan. Aqui é a Isabela da cafeteria. Acabei esquecendo meu telefone no seu carro. Teria como pegar com você ainda hoje, se estiver disponível, é claro." Esperei alguns segundos para aquele ser humano me responder. Eu já tinha dado trabalho demais por um dia, como se não importasse com ninguém além dele.

Então, senhor, o motivo do meu contato é que eu gostaria de pegar meu telefone de volta. O senhor está livre para me devolver ainda hoje? Com a voz nada amigável, senhorita, você acha que eu tenho muito tempo para estar à sua disposição sempre que solicitar? Que situação. Lá estava eu implorando novamente àquele homem que acabei de conhecer. Mais uma vez, senhor, por favor, eu realmente preciso do meu telefone. Tenho coisas muito importantes salvas nele. Sei que para o senhor não pode ser nada, mas para mim, minha vida toda está nesse celular. Posso recompensá-lo, se o senhor quiser. Quando o senhor vai cobrar pelo serviço? Ao dizer essas palavras, uma voz muito irritada do outro lado respondeu imediatamente: "Você acha que eu valho tão pouco assim que você seria capaz de me pagar?" Quando percebi que o tom da conversa estava caminhando por um caminho perigoso e estava irritando ainda mais o homem, resolvi me conter e ficar em uma posição mais defensiva. Senhor Yan, eu realmente sinto muito por todos os inconvenientes que estou te causando, mas prometo que, assim que eu recuperar meu aparelho, nunca mais vou voltar a fazer contato com o senhor. Mas, por favor, eu lhe imploro, me dê a chance de pegar o meu telefone de volta. Assim que disse essas palavras, houve um minuto de silêncio do outro lado da linha, e ele enfim respondeu: "Tudo bem, vamos combinar o horário e o local." Combinamos em uma academia de boxe no bairro Gangnam-gu. Ele especificou que deveríamos usar roupas próprias para academia, para não chamar a atenção. Pensei comigo mesma: que idiota, ele se acha a última bolacha do pacote, aquele garoto na minha mente. Fiz uma pesquisa rápida na internet sobre roupas de academia na Coreia do Sul, o que não me ajudou muito, porque o meu corpo tipicamente brasileiro ficaria ressaltado com qualquer roupa que eu usasse. Sobre Yan, não achei nada que pudesse me ajudar, pois só sabia o primeiro nome dele. Concluí que ele provavelmente seria alguma celebridade, filho de alguém muito rico ou político. Não queria pensar muito sobre aquele rapaz; só queria recuperar meu telefone. Não era da minha conta sua vida particular.

Após finalizar o meu trabalho e buscar o meu carro, fui para casa tomar banho e me arrumar para enfim recuperar meu celular. Troquei de roupa mais de quatro vezes com medo de parecer na própria piada. Todas as calças legging que eu colocava ressaltavam meu bumbum grande e redondo. Optei por uma legging preta e um camisetão grande para que meu corpo não ficasse muito à mostra, missão quase impossível. Arrumei meus cabelos em uma trança para combinar melhor com meu look de academia. Ao chegar no endereço que combinamos, fiquei muito receosa, pois a fachada do local parecia muito chique. Até o momento, não estava acostumada com a alta sociedade coreana. Me apresentei na recepção, assim como Yan tinha me instruído. Uma recepcionista me conduziu a uma sala privada onde havia um ringue de luta e me deixou sozinha no local

                         

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