Capítulo 4 Colisão traseira

Eleanor estendeu o braço para pegar o pingente de jade da mão de Brian.

"Sim, é meu."

Não precisava ser um gênio para saber que o pingente pertencia à mulher com quem Brian dividira a cama. E Eleanor não era nenhuma idiota.

Quem poderia ser aquela mulher?

Ela tinha a vaga impressão de que o pingente parecia um tanto familiar. No mínimo, ela sabia que já o tinha visto antes em algum lugar.

"Precisa de mais alguma coisa? Se não, então pode ir." A voz de Brian interrompeu os pensamentos dela.

Eleanor se apressou em guardar o pingente de jade no bolso e lançou um último olhar a Brian antes de sair da sala.

Assim que ela saiu, Edwin, o assistente de Brian, entrou.

"Você está bem?", ele perguntou.

Brian se recostou no sofá e massageou suas têmporas latejantes.

"Já descobriu quem adulterou meu vinho ontem à noite?"

"Descobri, sim, senhor. O culpado foi Eduardo Foster. Ele colocou uma dose de afrodisíaco na sua bebida em uma tentativa tola e equivocada de cair nas suas graças."

Edwin deu uma olhada para o estado precário de Brian. O assistente não podia exatamente culpar Eduardo por suas presunções. Se Brian não insistisse em se apresentar ao mundo como uma espécie de libertino, ninguém tentaria usar sexo e mulheres como meio de bajulá-lo.

De certa forma, Brian caiu em sua própria armadilha.

"Mande Eduardo sair da cidade. Nunca mais quero olhar para a cara dele", Brian ordenou, seus olhos brilhando com uma crueldade inconfundível.

"Sim, senhor."

No momento em que Rosalynn chegou em casa, a primeira coisa que fez foi conectar o celular ao carregador. Em seguida, foi para o banheiro e começou a encher a banheira. Ela não se permitiu relaxar até estar finalmente submersa na água quente.

De olhos fechados, ela se recostou.

De repente, ela escutou a respiração pesada do homem em seu ouvido, sentindo o rastro quente e úmido da língua dele conforme ele beijava seu corpo inteiro.

Rosalynn afundou ainda mais na água, como se a ação pudesse de alguma forma escondê-la de seu próprio constrangimento.

Somente ao sair do banheiro, quando estava prestes a se trocar, foi que ela percebeu a falta de seu pingente de jade.

Ela usava aquele colar desde criança. Ela devia tê-lo deixado no quarto do clube na noite anterior.

Rosalynn suspirou, aborrecida, e xingou Brian baixinho.

Apanhando seu celular, ela ligou o aparelho, apenas para se deparar com várias chamadas perdidas de Karina.

Rosalynn imediatamente retornou a ligação e contou à amiga tudo o que havia acontecido.

"O que você acabou de dizer? Você fez sexo com Brian ontem à noite?"

Nem precisava dizer que Karina ficou chocada com a notícia. Rosalynn teve que segurar o celular longe do ouvido enquanto Karina tentava processar a informação.

"Não precisa soar tão espantada. Você não disse que era uma pena que eu não tivesse experiência sexual apesar de ter sido casada por dois anos? Bem, agora eu tenho experiência."

"E aí, como foi? Ele é bom de cama?"

Rosalynn fechou os olhos, instantaneamente arrependida de ter mencionado o encontro com o ex-marido.

"Não foi tão ruim assim. De qualquer forma, agora tenho que ir."

Brian era um playboy notório que trocava de mulher com a mesma frequência com que alguém trocava de roupa. Era impossível ele ser ruim no sexo.

Mais uma vez, cenas da noite passada surgiram sem convite na mente de Rosalynn. Ela respirou fundo e deu vários tapinhas em suas bochechas para manter as memórias afastadas.

Depois de tomar café da manhã e se arrumar, ela olhou ao redor de seu apartamento vazio e decidiu fazer uma visita ao mercado de flores, desejando decorar sua casa com flores coloridas.

Rosalynn saiu do apartamento e foi dirigindo até o mercado de flores no sul da cidade. Não fazia muito tempo que ela havia tirado sua carteira de motorista, por isso circulava nas ruas com bastante cautela.

Infelizmente, quando ela virou em uma esquina com alguns veículos à frente, seu carro foi acertado na traseira.

Rosalynn pisou fundo no freio, mas, devido à parada repentina, seu corpo foi arremessado para a frente e seu peito bateu no volante.

O que havia acabado de acontecer?

Será que tinha sido um outro motorista novato que a atingiu?

Rosalynn esfregou seu peito dolorido, sabendo que acabaria com hematomas mais tarde. Depois de se acalmar, ela desceu do carro para avaliar a situação.

Seu para-choque estava com um enorme amassado. E o carro dela era novinho!

Consternada, Rosalynn se virou para confrontar o outro motorista. Quando percebeu que a pessoa ainda nem havia descido do carro, sua angústia se transformou em raiva.

Rosalynn marchou até o outro veículo e bateu na janela.

"Por favor, desça do carro. Você acabou de bater no meu para-choque."

A janela baixou lentamente, revelando o perfil bonito e elegante de um homem.