Capítulo 5 Rose

O homem era ninguém menos que Brian!

Por um breve momento, Rosalynn conseguiu apenas encará-lo, enraizada no lugar. Depois, ela rapidamente se virou para esconder seu rosto.

Só que então ocorreu a ela que este homem até não conhecia seu rosto. Ela não tinha motivos para se esconder.

Com isso em mente, ela se virou novamente para encará-lo, de ombros eretos e queixo erguido.

"Senhor, você dirige muito mal. Como conseguiu bater no meu carro em uma rua tão larga como esta?"

Brian deu uma olhada para ela e levantou uma sobrancelha. Com a voz cheia de sarcasmo, ele retrucou: "Você estava dirigindo ou passeando pelo parque? Até um caracol poderia ter te ultrapassado na velocidade que você estava dirigindo."

Rosalynn soltou uma risada de desdém em completa descrença.

"Com licença, mas o limite de velocidade nesta área é de 30 km/h. Você não presta a mínima atenção às placas de trânsito? Se estiver com problemas de visão, sugiro adquirir óculos antes de retomar o volante."

Que língua afiada a dela!

Brian estreitou os olhos para a mulher.

Rosalynn sentiu a atmosfera ao seu redor ficar pesada e opressiva.

Seus instintos lhe diziam para se afastar e recuar, mas ela se manteve firme em sua posição.

Ela abriu a boca para tentar argumentar com Brian, mas ele deu uma olhada para o relógio e jogou um cartão de visita para ela.

"Sou um homem bastante ocupado. Depois de consertar seu carro, leve o recibo ao Grupo Hughes, procure meu assistente e você terá as despesas reembolsadas."

Com isso, ele fechou a janela e deu novamente partida no motor.

Rosalynn encarou o cartão de visita dourado no asfalto e escarneceu.

Talvez ela tivesse sido capaz de suportar a arrogância e as atitudes irracionais dele quando ainda eram casados, mas agora os dois eram apenas desconhecidos.

Não havia mais razão para ela tolerar aquele comportamento péssimo.

Rosalynn voltou depressa para dentro do carro, bateu a porta e deu partida no motor. Então, ela pisou no acelerador e seguiu de perto o carro de Brian.

Brian estava ao mesmo tempo dirigindo e falando ao telefone, quando de repente seu carro deu um solavanco. Seu corpo foi lançado à frente pela inércia, e o celular escorregou de sua mão.

Ele pisou com tudo no freio e olhou pela janela.

O carro de Rosalynn passou ao lado do dele. Ela baixou a janela lentamente e disparou um sorriso para ele.

Exatamente como ele havia feito antes, ela jogou para ele seu cartão de visitas, que caiu no chão.

"Eu também sou uma pessoa ocupada. Pode entrar em contato comigo depois de consertar seu carro."

Conforme observava o outro carro acelerando para longe, o belo semblante de Brian foi escurecendo a cada segundo.

Por acaso aquela mulher fazia alguma ideia de quem ele era?

Como ela tinha coragem de falar com ele assim?

Que ousadia era aquela?

Sua linha de raciocínio foi interrompida pelo toque de seu telefone. Ele se inclinou para pinçar o aparelho do lugar onde tinha ido parar, sob o banco do motorista.

"Brian, aconteceu alguma coisa?! Por que você desligou do nada?"

"Não foi nada. Por acaso topei com uma gatinha selvagem agora há pouco", respondeu Brian, seu lábio superior se curvando.

"Ah. Entendi. Tudo bem, você está chegando logo? A aposta nas pedras já está prestes a começar."

"Chego lá em um minuto."

Enquanto isso, Rosalynn estava nas alturas após seu encontro com seu temido ex-marido. Foi libertador finalmente pôr para fora todas as suas frustrações reprimidas ao longo dos últimos dois anos.

Ela estava de alto astral durante seu passeio no mercado de flores e acabou comprando, além das flores que tinha vindo buscar, vários outros vasos de plantas. Era uma quantidade muito maior do que ela esperava, por isso ela solicitou que tudo fosse entregue em sua residência.

Na sequência, ela se dirigiu a um shopping próximo para comprar alguns mantimentos.

Rosalynn aproveitou seu tempo decorando sua nova casa, curtindo tanto que não parou de cantarolar uma melodia animada.

A repaginada do apartamento proporcionou a ela uma nova perspectiva, e a sensação de Rosalynn era como se tivesse renascido para uma vida nova e melhor.

Logo fez-se o crepúsculo.

No Clube Royarid, sentado em um enorme sofá de couro, Brian folheava o contrato de compra que tinha em mãos.

Um homem jovem e atraente estava parado diante dele, parecendo angustiado.

"Senhor Hughes, perdi a aposta. Espero que você cuide bem dos funcionários do meu estúdio."

Brian retorceu os lábios enquanto examinava um dos documentos, o relatório de avaliação de uma funcionária.

"Esta é realmente Rose, a designer mundialmente renomada?"

O outro homem assentiu, franzindo ligeiramente as sobrancelhas. "Sim, claro. Rose prefere ser discreta. Espero que respeite a privacidade dela e a trate bem no futuro."

Aquela mulher era a mesma que tinha batido na traseira de seu carro.

Brian semicerrou os olhos de um modo perigoso.

"Esteja assegurado, tratarei cada um dos funcionários de acordo com seu próprio valor. Agora, você está dispensado."

O jovem fez uma pausa, parecendo que gostaria de acrescentar mais alguma coisa, mas, no fim, resolveu desistir.

Ele comprimiu os lábios e se retirou.

O silêncio pervaleceu na sala enquanto Brian encarava sem parar a mulher sorridente no documento. Lentamente, os lábios dele se esticaram em um sorriso ferino.