- Quem é você? – a voz do Benjamin ressoa alto e imediatamente eu viro o meu rosto em sua direção, observando que ele estava olhando para uma direção oposta a nossa.
Sigo o seu olhar e encontro o mesmo homem de antes, nos encarando atentamente. Só estava eu e o Benjamin aqui, as outras pessoas estavam presas na casa, com um som absurdamente alto. Então se ele quisesse fazer algo contra o filho do presidente, esse seria o momento perfeito.
- Você ouviu o que eu te perguntei? – Benjamin parece estar levemente irritado e se levanta de onde está sentado em um pulo.
Discretamente eu levo a minha mão até a parte interna da minha coxa, apenas para garantir que a minha arma estava presa ali, caso eu precisasse dela.
Me levanto também e paro ao lado do Benjamin, também encarando o homem um pouco a nossa frente, que aparentemente, não tinha intenção alguma de responder as perguntas que tinham sido feitas pelo Benjamin.
A mão do homem começa a ir em direção ao seu cós e eu solto um suspiro ao notar que esse gesto poderia significar que ele tem uma arma.
- O seu pai tem feito um péssimo trabalho. – a voz rouca alcança os nossos ouvidos.
- Meu pai é um ótimo político.
- Ótimo político?! – ele solta uma risada sinistra. – Você acha mesmo que ele é bom? – o homem dá alguns passos em nossa direção e eu sinto a mão do Benjamin no meu pulso, me puxando para trás junto com ele.
- Moço, eu não sei do que você está falando e sobre o que é essa conversa, mas tenho certeza que nós dois não podemos resolver o seu problema. – tento argumentar.
Eu simplesmente não podia revelar a minha identidade, eu não podia agir na frente do Benjamin.
- Você realmente não pode, já que está sendo tão prejudicada quanto eu. – a sua voz sai um pouco mais leve. – Mas ele pode.
Discretamente eu levo a minha mão para a parte de trás da minha calça, mas precisamente no meu bolso traseiro, assim que encontro um pequeno dispositivo, sou rápida ao apertar o botão dele.
Meu chefe tinha dito que a segurança do Benjamin estava sendo feita de modo mais discreto, por conta dos pedidos do próprio, já que estar cercado de seguranças o tempo inteiro estava prejudicando a sua vida social e ele estava reclamando disso.
Mas não ter eles em sua cola o tempo todo, não significava que eles estavam longe.
E é ai que o dispositivo que eu estou apertando agora entra, se ocorresse alguma emergência e eu não pudesse agir, era só apertar esse botão que os outros seguranças do Benjamin apareceriam e resolveriam a situação.
Em questão de segundos, vários homens estão surgindo no gramado, com as suas armas apontadas na direção do homem estranho.
- A nossa intenção não é te matar, mas faremos isso se você tentar fazer algo. – um dos seguranças fala para o homem e a resposta que ele ganha é uma risada.
- Não importa se vocês irão me matar ou não, outras pessoas virão fazer o serviço. Nós somos muitos!
Três seguranças se aproximam de mim e do Benjamin e começam a nos levar para dentro da casa.
- A festa acabou, mande todas essas pessoas embora! – um dos seguranças fala sério.
- Por quê? Sei que vocês vão dar um jeito naquele cara.
- Acabe com essa festa e nós vamos te levar para o apartamento do centro, Benjamin. – fala mais sério e o garoto ao meu lado bufa.
Os seguranças dão um certo espaço para ele e eu percebo o quão irritado ele fica com a ordem.
Será que ele não percebe que tudo isso é necessário e que ele só está sendo protegido?
- Espero que você não abra essa boca para falar para alguém sobre o que aconteceu aqui! – o seu dedo indicador é apontado na minha direção.
- Primeiro, abaixa essa merda de dedo! – dou um tapa forte em sua mão, afastando o seu dedo do meu rosto. – Segundo, eu não ligo para o que acontece na sua vida e não tenho interesse algum em falar nada sobre ela para ninguém.
Dito isso, eu passo por ele e me afasto em passos rápidos, não tendo a chance de ir muito longe.
- Se eu souber que você falou para alguém sobre isso... - o interrompo.
- Vai fazer o quê? Pedir para os seus homens virem atrás de mim? – cruzo os braços e estreito os meus olhos.
Percebo que o ódio está presente em seu rosto, mas isso pouco me importa.
- Não! Eu só quero que isso morra aqui, entendeu?
- Benjamin, vá a merda! – ergo o meu dedo do meio para ele e me afasto.
- Você sabe o meu nome! – é o que eu ouço ele dizer, antes de sair da casa.
Deveria ter deixado ele morrer.