O homem a minha frente para de forma brusca e eu preciso pensar rápido, antes que meu corpo atingisse o dele.
- Eles estão te aguardando nessa sala. – ele fala seriamente e bate o seu punho contra a madeira, abrindo a porta para mim logo em seguida.
Respiro fundo e passo por ele, entrando finalmente na sala e podendo ver três pares de olhos fixos em mim, não me importando muito com dois deles, já que eu estava encarando o presidente de modo encantado.
Eu faria de tudo para manter esse homem seguro!
- Melissa, que bom que chegou! Nós temos muito sobre o que conversar. – a voz de um dos homens ressoa pela sala.
Viro o meu olhar para ele, era o meu chefe.
- É um prazer estar aqui! – minha voz sai mais baixa do que o esperado.
O homem que havia dito anteriormente, se levanta de onde está e intercala o seu olhar por todos os presentes.
- Senhor Presidente, essa é a mulher de quem eu te falei, Melissa Roberts. Ela é a minha melhor guarda costas. – ele me apresenta e eu mantenho os meus olhos fixos no Presidente, enquanto ele parece me analisar por completo.
- A sua melhor se for comparada com outras mulheres, não é? – o terceiro homem diz de modo debochado. – Sr, você realmente acha que é uma boa ideia colocar uma mulher nessa missão? Ela pode estragar tudo!
Ouço tudo em silêncio, mesmo que por dentro eu esteja a ponto de explodir.
- Melissa é tão capacitada quanto qualquer homem com quem eu já tive o prazer de trabalhar e se você tem dúvidas sobre isso, sugiro que faça o teste você mesmo. – aponta o braço em minha direção e eu tento conter o sorriso que quer escapar dos meus lábios.
O homem ajeita o seu terno e encara a sugestão como um desafio, se virando em minha direção no mesmo instante. Ele caminha em passos lentos até mim e me encara de cima a baixo, mostrando bem o quanto estava indiferente a mim.
- Vou pegar leve com você. – é o que ele diz.
Uma pena que eu não estou disposta a fazer o mesmo. Pegar leve é a última coisa que passa pela minha cabeça agora.
O seu movimento passa pelos meus olhos em câmera lenta, acompanho tudo com atenção. Ele ergue o punho e o aproxima de mim, jogo o meu corpo para trás na mesma hora, desviando do seu soco com êxito. Antes que ele afaste a sua mão, eu agarro o seu punho e viro o seu corpo, prendendo o seu braço nas suas costas e o deixando totalmente imobilizado.
Ele tenta se soltar, mas eu uso toda a minha força para o manter dessa maneira.
- Ela te provou que é boa? – o meu chefe questiona e cruza os braços.
- Provou. Agora pode me soltar, menina. – ele pede, mas eu não o solto.
- Por que não se solta sozinho? – questiono baixo e ouço ele murmurando.
- Pode soltar ele agora, você mostrou que está pronta para essa missão. – o presidente finalmente fala comigo e eu obedeço a sua ordem na mesma hora. – Ela é uma ótima escolha e vai passar despercebida pelo campus.
Campus?
Encaro o presidente de forma confusa, mas antes que eu possa abrir a minha boca para questionar sobre o que ele estava falando, a sua voz soa antes da minha.
- Você está contratada, Melissa. Mas antes de te mandar para Harvard, precisamos discutir algumas coisas.
- Me mandar para Harvard? Eu achei que seria a sua guarda costas.
Ouço uma risada baixa e nem preciso olhar para saber de quem veio.
- Não é a mim que você terá que proteger, é o meu filho. – acho que a decepção fica nítida em meu olhar, já que ele acrescenta. – Mas se fizer um bom trabalho e manter ele seguro, você pode entrar para a minha equipe pessoal. Essa é a sua chance de mostrar o quão capacitada é.
- Tudo bem. Darei o meu melhor.
O presidente abre um sorriso de lado e isso é o suficiente para que eu entenda que entrar no time dele, vai ser bem fácil daqui para frente.
- Meu filho sofreu um atentado hoje mais cedo e eu temo que isso vá se repetir mais algumas vezes, por conta disso, eu preciso de alguém que esteja por perto o tempo inteiro, sem que ele, ou qualquer outra pessoa, saibam que se trata de um guarda costas. Alguém que passe despercebido.
- O presidente tem recebido algumas ameaças contra o filho dele. – meu chefe explica.
- Quando essas ameaças começaram?
- Há algumas semanas. – o presidente explica e me entrega um envelope. – O que me deixou mais preocupado é que aparentemente, é uma pessoa da faculdade.
Agarro o envelope e o abro. Dentro dele haviam várias cartas com ameaças, e em todas elas, a pessoa deixava claro que sabia perfeitamente onde o garoto estava e que poderia chegar nele muito facilmente.
- No início nós estávamos achando que era só uma brincadeira de mau gosto, de algum engraçadinho. Já que a identidade do Benjamin estava privada desde o início da carreira política do presidente, mas depois do atentado de hoje, percebemos que o assunto é sério. – o homem que duvidou da minha capacidade fala.
- Aconteceu algo com ele? – encaro os três.
- Não. Ele saiu intacto disso.
- Mas sabemos que a intenção não era ferir ele de fato, eles queriam dar um susto e deixar claro que poderiam chegar no garoto a qualquer momento. Provavelmente já tinham notado que não estavam sendo levados a sério. – meu chefe explica e eu concordo.
- Eu vou garantir que eles não consigam chegar nele novamente.
Eu vou manter esse garoto seguro e vivo.