Mas ele já era casado.
Assim que ele entrou na sala, Amadeu sorriu para ele. Dos seus três filhos, aquele era o mais bonito, o mais inteligente, e era daquele filho que ele mais gostava. Conrado tinha amor no coração, tratava Amadeu carinhosamente, se preocupava com a sua saúde, ao contrário dos outros, que só desejavam a sua fortuna.
-- Papai... – Ele foi até ele, dando lhe um beijo no rosto, coisa que os outros não faziam. -Reunião de ultima hora, meu velho?
-- Pois é. E sua esposa?
-- Já está descendo. Você sabe como são as mulheres!
-- Sabe Conrado, eu não entendo como um homem viril como você ainda não engravidou a sua esposa. Você não nega fogo, eu sei, antes de se casar era mulherengo. -Amadeu sorriu.
-- Amanda não quer ter filhos, papai. E depois, eu ate acho bom, pois não me agrada a ideia dela ser mãe de um filho meu.
-- Então por que se casou com ela, meu filho?
Não houve tempo de Conrado responder, pois naquele momento, Amanda começou a descer as escadas, dentro de um belo vestido verde e com colar de rubi no pescoço.
-- Você está linda, Amanda. -Elogiou o velho Amadeu.
-- Obrigada, Amadeu. -Ela sorriu, sentindo-se realmente linda e maravilhosa.
Logo atrás dela veio Sérgio com a sua esposa Simone. Vinicius com a sua esposa Aline, e Lana com o seu marido Felipe.
-- Sentem-se todos, por favor. -Pediu Amadeu.
Todos se sentaram.
Amadeu estudou o rosto de cada um. Começou por Conrado...
Conrado não parecia bem ali no meio deles. Cabelos lisos e negros, olhos verdes perfeitamente bonitos. Ele estava com trinta e cinco anos.
Sérgio e Vinicius também eram bonitos, mas não tão quanto Conrado.
Sérgio tinha 1,78 de altura, ao contrario de Conrado que media quase 1,90. Sérgio tinha cabelos castanhos, um pouco ondulados e olhos pretos. Ele tinha trinta e três anos.
Vinicius media 1,80 de altura, seus olhos eram cor de mel, e seus cabelos eram lisos e negros como os de Conrado. Ele tinha trinta anos.
A esposa de Sérgio, Simone era uma mulher ruiva, de grandes olhos azulados. Seus lábios grossos e sensuais eram deliciosamente devorados por Sérgio todas as noites. Ela tinha vinte e nove anos.
Aline a mulher de Vinicius, era loira, olhos verdes. Havia sido modelo, mas desistiu da carreira para se casar com Vinicius. Ela tinha vinte e sete anos.
Lana a filho de Amadeu tinha cabelos castanhos claros, olhos verdes e tinha vinte e oito anos.
Felipe marido de Lana era moreno, alto, cabelo cortado na maquina dois.
Assim que Simone se sentou, ela lançou um olhar lascivo para Conrado.
Ha tempos ela vinha tentando levá-lo para a cama, mas ele sempre fugia dela. Esse olhar não passou despercebido para o velho Amadeu.
-- Como todos de vocês sabem não é segredo para ninguém que eu quero muito um neto. Um neto para dar continuidade ao meu sobrenome. Mas os meus três filhos machos se recusam a me dar esse neto e você também, Lana.
-- Eu tenho medo de nunca mais voltar ao meu peso normal, papai.
-- Sabe que eu também, Lana. -Disse Aline.
-- Outro dia vi uma grávida na rua, que parecia mais uma bola! Fiquei horrorizada. -Disse Simone.
-- Horrorizada você vai ficar, Simone, quando estiver bem velha e se olhar no espelho e perceber que os anos se passaram e que você não deu nenhum fruto, quando você ver os filhos, os netos de suas amigas, indo almoçar com ela todos os domingos, e você e o Sérgio sozinho...
-- Papai, também não precisa ser tão rude com Simone. -Falou Sergio.
-- Deixa-o, meu bem, o seu pai é assim mesmo, não se importa em magoar as pessoas. -Falou Simone.
-- Eu ultimamente ando pensando muito em crianças e acho que quero ter um filho. -Falou Amanda que até naquele momento estava de boca fechada, apenas ouvindo os outros falarem.
-- Depois do que eu disser, vai querer mais ainda ter um bebê, Amanda. -Disse Amadeu. -Mudei o meu testamento.
Todos arregalaram os olhos, completamente estupefatos, menos Conrado.
- Decidi que metade da minha fortuna ficará para aquele filho, que me der um neto homem, e a outra metade será dividida para os outros três.
Eles começaram a falar entre si, completamente revoltados, todos loucos pelo dinheiro.
Mas Conrado continuava calado, olhando para todos eles e para a sua esposa, que apesar de linda, era louca pelo dinheiro do seu pai.
-- Silêncio, todos, por favor!-Pediu Amadeu.
-- E se o senhor morrer antes desse neto nascer?-Perguntou Aline.
Desta vez Conrado se manifestou.
-- O meu pai ainda vai viver mais uns trinta anos, Aline.
-- Os meus advogados estão a par de tudo. Se eu morrer antes desse neto nascer, e se dentro de quatro anos nenhum de vocês tiverem um filho, metade do meu dinheiro será doado para uma instituição de caridade.
Murmúrio! Revolta!
-- Mas isso é um absurdo!-Manifestou-se Simone. - O senhor não pode fazer isso conosco!
-- Posso e faço! O dinheiro é meu, Simone!-Disse Amadeu com os olhos brilhando de raiva da nora. Depois olhando para cada um... -Atenção, senhoras e senhores e foi dada a largada para a corrida ao bebê! Quero um neto!
Amanda olhava fascinada vendo o seu marido se despir. Conrado tinha tudo no lugar, nenhuma gordura, tudo músculo. Ele ficou apenas de cueca.
-- Você é tão lindo, tão perfeito, é por isso que eu nunca quis dividi-lo com ninguém, nem mesmo com um filho. -Disse ela chegando por trás dele, abraçando-o, beijando-o nas costas. -Mas agora é diferente, tem dinheiro na jogada. Já imaginou herdamos metade da fortuna do seu pai?-Falou ela descendo a mão pelo corpo dele, parando na barriga, acariciando de leve ali, e depois indo mais além, enfiando a mão sob a cueca dele, para acariciar seu membro e seus testículos.
Mas Conrado não deixou o desejo dominá-lo, empurrou-a.
-- Você só pensa em dinheiro, não é, Amanda?- Falou ele com fúria nos olhos.
-- Eu penso em você também, meu querido. Você é o amor da minha vida. Você é um belo exemplo de macho, e é meu homem!-Ela voltou a abraçá-lo, mas ele novamente a empurrou.
-- Eu sempre quis ter um filho, sempre! Mas para lhe ser sincero, confesso que com você eu não estou animado.
-- Você me acha uma mulher ambiciosa não é? Sim, sou ambiciosa! Mas eu te amo!
-- Lembra quando nos conhecemos? Foi naquela festa... Foi tudo tão explosivo, foi uma paixão explosiva, um louco de desejo! Vimo-nos e imediatamente nos desejamos! E termos ficado presos naquele elevador, nos ajudou e muito, eu cheguei a pensar que nunca fossemos parar de fazer amor, porque era bom demais, gostoso demais, foi delicioso, boca contra boca, carne contra carne. Você parecia ter sido feita especialmente para mim e eu para você, você parecia outra pessoa, outro corpo, outra mulher!
Amanda estremeceu, ficando pálida diante das palavras dele.
- Você nunca me amou, não é? Nunca!-A voz dela saiu fraca.
-- Acho que me enganei com você, Amanda. Aquilo que houve no elevador, foi apenas um momento, um momento que eu pensei que fosse durar uma vida toda. Enganei-me. Não, eu não te amo. Amanda começou a chorar e correu para o banheiro. Trancou a porta, sentindo-se desesperada. Aquele homem lhe pertencia, seu homem, sua vida!
Ela abriu a torneira e lavou o rosto. Ficou durante algum tempo, olhando para a sua imagem no espelho. Depois abriu o armário e seus olhos pousaram em um estilete. Sua mão tremula alcançou a arma e fez aparecer a lamina. Ficou olhando para o estilete, e depois para o pulso. Pulso e estilete!
-- Maldita, Serena, maldita!-Os olhos dela estavam bem arregalados. Amanda parecia fora de si, uma pessoa dominada pelo ódio, pela vontade de se matar.
Ela levou a lamina em direção a pulso!