Um novo mês começou, o mestre Arthur, prometeu que começaria a pegar mais passado e também iria começar os ataques, pois queria ver se ela realmente tinha o dom de aprender a arte marcial como tinha acontecido com Riniel que em pouco tempo passou até a dar aulas para os novatos que chegavam ao templo.
Jania já não aguentava de saudades de todos, inclusive dos filhos, ainda mais que seu aniversário estava se aproximava e seria o primeiro sem seu Riniel, ele era festivo, adorava fazê-la feliz naquele dia, começava na madrugada quando a acordava percorrendo seu corpo com uma rosa vermelha, sempre começando pelos pés, subindo por suas penas passando por suas coxas parando em suas partes íntimas, onde beijava a rosa mostrando-a o quanto a amava e desejava, voltava com a rosa subindo por seu abdômen parando no umbigo contornando-o com a rosa, e com seu olhar travesso e um belo sorriso que era lindo de se ver, sorria feliz, aquele sorriso que ela adorava elogiar e ele adorava ser elogiado pelos belos dente bem cuidados, não perdia uma consulta ao dentista pois adorava seus dentes sempre brancos e cuidados, assim como os dela e dos filhos a qual ele mesmo os acompanhavam nas consultas tanto do dentista como aos pediatras.
Ao chegar com a rosa na parte dos seus seios, não cansava nunca de dizer como eram lindos, adorava devorá-lo com beijos ternos, sugando-os com aquela boca quente, fazendo-a sentir-se amada e desejada por ele que apesar de ser quem era, sempre a respeitava e era sempre fiel, pois odiava traição, sempre falava que queria viver um casamento igual o de seus pais, que se amaram até que o falecimento do pai os separaram.
Em meio às lágrimas Jania continuou lembrando do carinho do marido com ela que depois de percorrer todo seu corpo com a rosa a beijava nos lábios com fervor em seguida descia beijando todo seu corpo fazendo-a se arrepiar onde ria com prazer por fazê-la sentir toda aquela sensação, depois fazia amor lentamente, fazendo-a atingir orgasmos prazerosos vários vezes cada vez que se amavam.
Aquelas lembranças fizeram Jania chorar muito sentindo uma imensa tristeza por nunca mais ter aqueles momentos com o único homem que amou.
Sentindo-se sufocada, saiu para correr, pois só a corrida a acalmava, colocou os fone nos ouvido e saiu floresta adentro mesmo já estando escurecendo aquele últimos dias ela tinha aprendido a arte de sentir as coisas ao seu redor de olhos fechados, então não se importava de correr mesmo que no escuro.
Já tinha percorrido uma boa parte do caminho quando de repente sentiu que estava sendo seguida, parou em um lugar totalmente escuro onde a luz da lua não chegava por causa das grandes árvores se escondeu e ficou observando quem a seguia, até que viu alguém se aproximando, se abaixou atrás de uma grande pedra, e colocou o que aprendeu em plástica, fechou os olhos e quando achou que era o momento, esticou o braço puxando a perna do homem, fazendo-o cair, ela ouviu o grito reconhecendo a voz, e logo abriu os olhos se deparando com um dos alunos que treinava na sala ao lado da sua, aquele homem já fazia parte da equipe do templo a anos, pois até foto dele na parede ela já tinha visto.
- Por que você está me seguindo? - Perguntou já se colocando em posição de se defender.
- Calma, eu não vou lhe fazer nenhum mal! Eu só lhe vi saindo e vindo na direção da floresta que a noite é perigosa, ainda mais pra quem não conhece. Você deveria ter mais cuidado, sei que não tem animais ferozes aqui, mas se você sofre algum tipo de acidente quem chamará ajuda, precisa ser prudente, não saia sem avisar a algum pra onde está indo, do jeito que você saiu ninguém iria sentir sua falta até amanhã nas aulas, então me prometa que vai se cuidar, ok, eu gostava muito do Riniel e sei que ele não iria querer que nada acontecesse com você, ainda mais aqui que ele considerava o lugar mais seguro de se estar.
- O que?! Como assim, você conheceu Riniel? Mas já faz muitos anos que ele esteve aqui.
- Sim, ele se foi assim que achou que estava na hora, mas eu fiquei, nunca quis ir a lugar nenhum, mesmo ele me dizendo que eu já estava pronto, Riniel foi o meu primeiro mentor e instrutor quando cheguei aqui, eu perdi meus pais e minha avó já estava com a idade avançada, então meu tio que também foi treinado aqui, me trouxe, ele conversou muito com Riniel naquela época que o prometeu que me ajudaria no que eu precisasse, e assim ele fez, Riniel só foi embora desse lugar quando viu que eu já estava bom para me defender e viver sozinho já que enquanto eu estava aqui minha avó faleceu e meu tio tinha ido para o exterior por causa do trabalho, então eu acabei ficando sem ninguém, decidi então não ir a lugar nenhum e continuei aqui e assim me tornei instrutor de quem chegava como Riniel fez comigo. - Entendi, e qual é seu nome?O meu parece que você já sabe né. - Jania perguntou ainda desconfiada do homem parado à sua frente.
- Sim, o seu eu já sei desde o primeiro dia que você chegou aqui, afinal com a sua beleza não se passa despercebida, eu me chamo Ulysses, Ulysses Souza.
- Ok, Ulysses Souza, vamos voltar? Eu já estou mais calma, eu estava me sentindo sufocada, não sei se você sabe o que aconteceu com Riniel, está muito difícil sem tê-lo aqui comigo, então quando estou sentindo-me desesperada como estava, não aguentando mais, sai para fazer algo e me distrair e essa noite a corrida foi a escolhida da vez.
- Certo, e sim eu soube o que aconteceu com Riniel, quando ele estava aqui só falava em voltar e dar um jeito nas coisas que achava errado, nunca soube exatamente do que se tratava, aliás até hoje não sei, mas quando você precisar de alguém para desabafar, pode contar comigo, sei que não sou novinho como seus amigos, mas quero muito que você confie e contar comigo.
- Ok, obrigado, aliás, quantos anos você tem? Parece ser novo. - Perguntou Jania olhando de conto de olhos para o homem que caminhava ao seu lado.
- Trinta, fiz dois dias antes de você chegar.
- Ah, então, você não é tão mais velho que eu e os amigos que acha que tenho, porque eu tenho vinte seis até depois de amanhã. - Disse olhando para o lado oposto para Ulysses não ver as lágrimas se formando em seus olhos.