Com isso só ouvia a moça que não parava de falar um minuto sequer de tudo e todas como uma tagarela, mas até que foi bom, pois assim, Jania acabou se distraindo e nem viu o tempo passar, só foram se dar conta o quando a hora havia passado rápido, quando a senhora Xin, chegou chamando, Jingyi avisando de sua aula, fazendo, Jania também se lembrar da dela.
Mais uma vez, ela foi a primeira a chegar na sala, e como já sabia que era Ulysses que iria novamente lhe dar a aula, começou a se alongar e quando se deu conta ele já havia entrado e também já estava se alongando, não demorou e deram início a aula de Karatê.
Mais uma vez Jania sofreu bastante, mas no fim tudo correu como o esperado, afinal ela estava ali para aprender, e é claro que para aquilo acontecer, teria que passar pelo processo de sofrer com o que vinha junto, pois nada era só mar de rosas. Desde que era pequena, aprendeu que nada vinha de graça, se queria muito ter ou conseguir algo, tinha que fazer por onde merecer e no seu caso naquele momento, era aguentar tudo que vinha com os resultados de aprender a se preparar.
Aquele dia chegou ao fim, Jania não quis sair mais de seu quarto, nem mesmo para jantar, pois como no dia seguinte era seu aniversário, ela estava arrasada por ter que passar longe dos filhos e sem o seu amado Riniel. Mas o que ela não esperava era que a senhora Xin, levasse uma tigela de sopa nutritiva e quentinha para ela no quarto.
Sem esta esperando, ouviu batidas na porta e quando abriu, viu a senhora segurando uma bandeja com uma tigela e um pretinho com torradas, e até uma barra de chocolate da marca que Jania gostava.
- Oi, minha querida, sei como você está se sentindo, mas você não pode dormir sem se alimentar, tome, pegue e trate de tomar tudo enquanto está quente - disse a bondosa senhora esticando as mãos com a bandeja para que Jania pegasse.
- Obrigada senhora Xin, eu vou tomar sim em agradecimento da senhora ter preparado com carinho e preocupação. - Falou pegando a bandeja das mãos da senhora que logo saiu dizendo que tinha que ver a panela de doce de banana que tinha deixado, Jingyi mexendo, e se não fosse logo, a moça iria deixar queimar. Jania deu um leve sorriso, pois já sabia que Jingyi era bem distraída mesmo. Na manhã seguinte, Jania acordou deprimida, era seu aniversário e por isso estava totalmente desanimada e sem forças para sair da cama, decidiu não ir correr naquela madrugada como vinha fazendo desde que chegou ali naquele lugar lindo que apesar de sua tristeza é tamanha falta e saudade que sentia do seu amado marido e filhos, o ar puro dali a fazia bem e lhe trazia paz, se fosse em outra ocasião com certeza iria gostar muito de estar ali, mesmo assim sentia uma sensação boa, as vezes sentia até o cheiro do marido, como naquela manhã a presença dele estava mais forte desde a madrugada quando acordou sentindo que Riniel estava ao seu lado, chegou a sentir seus beijos e suas mãos lhe tocando, e quando abriu os olhos e não o viu sentou-se na cama e chorou muito, pois era exatamente a hora que ele a acordava passando a rosa vermelha pelo seu corpo. Jania chorou de soluçar, porque a vida o tinha tirado dela muito cedo. Teve um momento que ela chorou tanto que lhe faltou ar, e naquele momento, sentiu que estava sendo abraçada o que a fez se acalmar de uma maneira inexplicável.
Ela teve a certeza de ter sentido o cheiro do perfume dele e aquilo a fez respirar fundo e ela sentiu que era ele mandando-a respirar e não sofre tanto, parecia um meio dele lhe dizer que sempre estaria ao seu lado. Com aquilo, Jania fechou os olhos e ficou a ali por um bom tempo sentindo-o, o tempo todo com ela ali, foi como ele estivesse fazendo o que gostava de fazer, acariciá-la com as pontas dos dedos bem devagar e de leve. depois daquele momento, Jania não sentiu mais seu coração doer, parecia que o marido estava em algum lugar fazendo algo, e que a qualquer momento iria chegar, lhe abraçar, beijar e falar em seu ouvido palavras doce e obscenas como gostava de fazer para vê-la cara de vergonha. Afinal foi ele que ensinou tudo sobre o que acontecia entre um homem e uma mulher na intimidade. Pois quando o conheceu, ele nunca tinha chegado perto de um homem, tinha até medo, já que sentia repulsa pelo modo que seu padrasto lhe olhava e algumas vezes tentou tocá-la com malícias. Riniel já era um homem experiente de trinta e um ano, enquanto ela, era só uma tímida e recatada adolescente que se apaixonou pelo homem que fez seu coração acelerar de uma forma na qual nunca tinha imaginado que pudesse acontecer, ela sentiu que ele era o homem que queria para sempre ao seu lado. E com aquele pensamento tomou a decisão e mesmo sem saber como fazer e o que poderia acontecer, se jogou com a cara e coragem, respirou fundo e entrou no quarto da casa da senhora Mel, tia dele, onde Riniel dormia, e assim que ele lhe viu, a olhou com espanto, ela tirou o vestido e a calcinha na frente dele mostrando-se, quando ele viu aquilo levantou as sobrancelhas olhando-a sem piscar. Até tentou fazê-la desistir daquela loucura, mandando-a se vestir e sair, mas no momento que ele levantou e segurou em seu braço para tirá-la do quarto, pareceu que ele sentiu o mesmo que ela, a eletricidade que percorreu seu corpo foi como um ímã que a fez se encher de coragem e se jogar em seus braços selando seus lábios que mesmo não sabendo como era um beijo, pois só tinha visto na tv ou suas amigas da escola quando beijava seus namorados, ela fez assim mesmo.
E no momento que viu um brilho diferente nos olhos dele, pediu-lhe que a fizesse mulher, o que ele se negou, claro, pelo que já sabia do homem digno que ele era, jamais abusaria de uma criança como falou que ela era.
No entanto, Jania estava decidida e não iria embora antes de ser dele, então falou algumas palavras que o fez mudar de ideia logo que viu que ela estava mesmo decidida a se tornar mulher