Treze

acordei assustada, com o cabelo grudando em meu pescoço, tateei a mesa de cabeceira a procura do celular para ver as horas, o black-out na janela não me dava a dimensão se era madrugada ou já amanhecera.

13:13

droga, isso não pode ser um bom sinal. além de tudo é sexta-feira treze. ao menos, estava de folga.

levantei na expectativa que a dor de cabeça da noite passada já não estivesse ali, percebi que ela ainda mandava lembranças embora já não tão intensa.

um banho rápido me despertou por completo!

não dava mais tempo de tomar o café da manhã que minha nutri recomendou então fui logo preparar um caccio e pepe, que também estava fora da lista. dane-se, estou de folga.

frustrada, olhei a lista com o que eu programei para o dia, já não poderia caminhar no parque, a final o sol ardia lá fora no auge dos seus 38°.

sentada em frente a tv meus olhos foram direto ao calendário, 13.01

putz, como eu pude me esquecer?

hoje seria aniversário de 90 anos de minha avó mas, a 16 ela havia partido, levando consigo meu lar.

de repente uma dor invadiu meu peito, a ausência dela ficou gigante e lágrimas escorreram, que saudade vó...

minha mente foi preenchida por imagens! imagens de seu rosto, da mesa de madeira grande na cozinha, das comidas preparadas por suas mãos. junto às imagens sons, pássaros e caminhões.

lembrei de minha promessa de ano novo: "descobrir minha ancestralidade". então, nesse dia treze decidi começar essa aventura arqueológica de descobertas de mim.