Capítulo 2 Mauricio

Para ai pai, não estou entendendo onde o senhor está querendo chegar, o que está acontecendo com vocês? Que história é essa que estamos encrencados?

Meu pai, minha mãe e meus irmãos estavam na sala de casa, todos estavam me esperando chegar. Me sinto com os pés fora do chão.

Sempre fomos uma família rica, bem conceituada na cidade e fora do pais. Meus irmãos seguiram caminhos diferente, cada um com sua profissão e vida fora daqui.

Eu fiquei e decidi ajudar meus pais na empresa, onde criamos tecidos de alto padrão e exclusivos. Nossos tecidos são reconhecidos internacionalmente e sempre tive muito orgulho de pertencer a esse circulo.

Mas a noticia que recebi hoje me fez perder a cabeça.

- Como assim estamos falidos? Que merda é essa que o senhor está me falando? O que esta acontecendo aqui? Gritei aos meus pais.

Meu pai foi o primeiro a falar, me explicando que seu sócio estava manufaturando as notas fiscais dos tecidos, tanto as notas aqui do Brasil quanto as notas do exterior.

Por mais que nosso lucro fosse alto, parece que as despesas eram ainda maiores. O safado do sócio estava passando a perna no meu pai há muitos anos.

Como a empresa foi ideia do meu pai, ele e minha mãe que são os responsáveis por tudo, todas as compras, vendas, repasses e por isso que papai está nervoso, pois é seu nome e de minha família que esta indo ralo a baixo.

A única saída que temos hoje é vender a empresa para pagarmos as dividas e sairmos com a cabeça erguida disso tudo.

De repente me sinto atordoado, tudo o que construímos até hoje será dado de mão beijada a quem possa comprar e empresa. Não sei o que fazer.

Assim que me sento perto dos meus irmãos vejo que irmã irmã esta chorando e meu irmão esta no celular com alguém, ouço minha irmã falar que acha melhor pegarmos um bom advogado para que tudo seja esclarecido e que a justiça saiba que meu pai está inocente nisso tudo.

Porém, minha mãe olhou para meu pai nessa hora. Não entendi o que significava mas, não achei um bom sinal.

Vamos sair dessa, não se preocupem! Não somos criminosos e nem corruptos, fiquem tranquilos! Falo enquanto levanto e me dirijo até a porta de casa. Nos vemos amanha na fabrica, porque agora preciso descansar um pouco, sair e tomar um ar. Amanha é um novo dia. Fecho a porta e entro no meu carro, dirijo sem rumo.