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Duas horas se passaram desde que ocorreu o sequestro.
Em casa da Nara
Apressados, Sr. Dalton e Sra. Suzet se revezavam na sala de estar, as palavras trocadas entre eles eram como ecos pesados. O tempo parecia ter parado quando a diretora da escola informou sobre o ataque ao ônibus. A televisão exibia imagens de confusão, e a repórter narrava os detalhes frenéticos do incidente. Nara, sua única filha, estava entre os sequestrados.
- Nós precisamos agir agora! - exclamou Sra. Suzet, a voz embargada pelo desespero. - Eles têm nossa menina!
- Eu sei, querida. - respondeu Dalton, forçando-se a manter a calma. - Mas temos que fazer isso da maneira certa. Precisamos da polícia.
A mãe hesitou por um momento, a raiva e a preocupação colidindo dentro dela. Lembrou-se da luz nos olhos de Nara, seu sorriso travesso ao sair para a escola naquela manhã. Como poderiam ser tão cruéis?
Com um movimento rápido, Suzet pegou sua bolsa e dirigiu-se à porta. - Então vamos! E eu espero que você tenha acionado seus homens.
- Vou fazer isso - garantiu Dalton, correndo atrás dela enquanto digitava no celular as instruções para a equipe de resgate. As sirenes da cidade soavam ao fundo, mas nada era mais assustador do que a incerteza do que estava acontecendo com sua filha.
Enquanto isso, no Centro de investigação ciências espaciais Califa e sua equipe trabalhavam freneticamente em previsões e cálculos sobre o meteoro que se aproximava. A informação sobre o impacto imprevisto deveria ser mantida em segredo, mas uma sensação de urgência pairava no ar.
- Mantenha todos focados - disse a diretora, observando a tela do monitor onde o traço brilhante do meteoro cruzava o céu. - Precisamos estar prontos. Se a trajetória mudar, pode afetar mais do que apenas o espaço.
Um cientista interrompeu, olhando para Califa com um brilho de alarme nos olhos. - Diretora, há uma anomalia! O meteoro parece estar desviando na direção na floresta de Kingston
Qual é a previsão do tempo do impacto-- perguntou a diretora preocupada
2h madrugada ou seja daquia 5horas -- respondeu o cientista
Assim sendo preparem tudo que agente precisa vamos para a floresta de Kingston agora --disse o diretora com um tom autoritário.
Quando Dalton e Suzet chegaram à delegacia, a cena era caótica. Outros pais estavam lá, suas expressões de desespero refletindo a dor que sentiam. Crescia a ansiedade e a necessidade de respostas.
- Temos que agir! - gritou um pai, enquanto outro tentava controlar suas emoções.
Dalton caminhou até o inspetor encarregado. - Precisamos de um plano! Minha filha está em algum lugar lá fora, nós não podemos deixá-los fugir.
- Estamos fazendo tudo o que podemos - respondeu o inspetor, mas a dúvida em seus olhos dizia que eles estavam lutando contra um inimigo desconhecido.
enquanto a tensão aumentava, Dalton recebeu uma notificação em seu telefone. Eram mensagens de seus homens, relatando que haviam encontrado rastros no local do sequestro. Os pais começaram a se unir, impulsionados pela esperança.
- O que você está esperando? - perguntou Suzet com determinação. - Vamos atrás de Nara!
Enquanto eles se preparavam para deixar a delegacia, uma onda de luz iluminou o céu noturno. O meteoro havia atingido a atmosfera e, com seu brilho ensurdecedor, parecia habilitar uma abertura nas sombras que engoliam a cidade. Uma nova energia surgia.
Dalton e Suzet olhavam para o céu, cientes de que, mesmo em meio ao terror, ainda havia esperança. E, se a sorte estivesse ao lado deles, a combinação entre o evento cósmico e a força do amor de pais poderia levá-los até sua filha.
- Vamos encontrá-la, - disse Dalton, um brilho renovado em seus olhos. Essa era a noite que mudaria o destino de todos.
Enquanto isso na Van
A van tremeu nas ruas desertas, envolta em um silêncio carregado de ansiedade. Os quatro jovens dentro dela trocavam olhares furtivos, preocupados e confundidos. A Zaira, sempre a mais tensa do grupo, tentava manter a compostura em meio ao medo aparente dos amigos. O Cubi, seu companheiro mais nervoso, cochichou:
- Para onde acham que eles estão levando a gente?
Com um olhar preocupado, Zaira respondeu:
- Eu não sei. Mas é só a gente ficar quieto que eles não atiram na gente.
Tony, que estava em um canto enquanto tremia como uma folha ao vento, exclamou:
- Que merda, eu estou quase me borrando de medo!
Zumi, por outro lado, observava a calma estranha de Nara. Embora antes estivesse em pânico, agora parecia inabalável, apenas encarando o vazio à sua frente.
- Olhem só, o Zumi e a Nara estão muito calmos - disse Cubi, tentando encontrar alguma esperança entre os outros.
- O Zumi ficou em pânico que nem conseguiu falar... mas a Nara, depois que levou aquele tapa, ficou desse jeito - Zaira comentou, preocupada, ainda lembrando da brutalidade que presenciaram.
O clima tenso foi interrompido por um grito autoritário. Um dos homens armados se virou para eles, com os olhos frios e desprovidos de compaixão.
- O que estão cochichando aí, garotos?
Cubi, engasgado pelo medo, respondeu:
- N-nada não.
- É melhor mesmo, porque se tentarem fazer alguma gracinha, vão levar um tiro na fuça - avisou o homem armado, com um sorriso torto nos lábios.
O tom ameaçador aumentou a tensão. Agora, Cubi murmurou, quase sem voz:
- Não vamos fazer nada, senhor, eu juro.
O homem armado apenas assentiu, mantendo o sorriso macabro.
Logo, o som rítmico da van desacelerou até parar abruptamente. "CHEGAMOS! PODEM TIRAR ESSES MULEQUES DAI!" gritou o condutor.
- Tá - respondeu um dos homens armados, abrindo a porta com um movimento brusco.
- Muito bem, garotos! Vocês ouviram, saiam! - ordenou o outro homem com firmeza.
- Tá bom, não precisa repetir - resmungou Zumi, sentindo seus músculos tensos à medida que ele se levantava.
Saíram da van e foram conduzidos para um lugar que parecia abandonado há décadas. Era uma casa escura, com fungos brotando pelas paredes e um cheiro de mofo permeando o ar. Algumas árvores altas cercavam a propriedade, tornando-a ainda mais enigmática. No fundo, uma capela antiga se erguia, coberta pela escuridão e pelo mistério. O canto de corvos e cigarras preenchia o ambiente.
- Mas que lugar é esse? - questionou Zumi, olhando ao redor em desespero. - Parece uma casa abandonada há 30 anos...
Enquanto eram empurrados para dentro, nara fez um esforço para observar cada detalhe. No fundo de sua mente, as peças começaram a se encaixar. Ela percebeu que a história que os sequestradores contavam para si mesmos era repleta de falhas; suas intenções não pareciam tão claras quanto desejavam.
Uma vez dentro, a sala estava em completa penumbra, exceto por uma lâmpada pendurada acima deles, que balançava lentamente como se estivesse indecisa sobre acender ou não. Os jovens trocaram olhares significativos.
O cheiro era intenso e enjoativo, uma mistura de mofo e medo que parecia emanar das paredes úmidas do corredor. "Que cheiro é esse aqui dentro?" perguntou Cubi, olhando nervosamente em volta, enquanto o grupo hesitava diante da porta com a maçaneta quebrada.
"Parem de reclamar e continuem andando até quase o final do corredor e entrem naquela porta," ordenou o homem armado, com a voz firme como um comando militar. Ele estava acompanhado por outros dois capangas, e o clima entre os jovens capturados tornou-se tenso e opressivo.
"Cada vez que a gente vai mais adiante, o cheiro fica mais forte," observou Cubi, seus olhos arregalados de preocupação.
"Agora, entrem todos aqui," disse o líder dos homens armados, enquanto gesticulava para que seguissem. "Vocês vão ficar aqui dentro e quietinhos; agente não vai amarrar vocês. Mas se tentarem alguma gracinha, vamos bater e amarrar vocês," ameaçou um dos capangas, fazendo um gesto ameaçador com a mão.
"Tá bom, a gente vai ficar quietinhos," respondeu Cubi, a fúria se misturando com o desespero na sua voz.
Antes que pudessem processar a situação, o homem armado exigiu: "Me entreguem os vossos celulares."
"Nara e Tony, entreguem os vossos celulares," insistiu Cubi, a resignação saturando suas palavras.
"Está bem," concordou Tony, mas Nara apenas atirou um olhar desafiante, entregando seu celular e permanecendo em silêncio.
"Certo, bons garotos," disse o homem, esboçando um sorriso sinistro. "Nazi, fique aqui de olho neles. A gente tá indo ligar para o chefe e dar relatório da situação."
"Tá bom," respondeu um dos capangas, conhecido como Nazi. Enquanto isso, Nara olhou fixamente para ele, o olhar frio como uma lâmina.
"Por que você está me encarando, pirralha?" perguntou Nazi, sua voz tremendo levemente sob a pressão do olhar de Nara.
"Por nada, só acho que os outros estão excluindo você," respondeu ela, seus olhos nunca se desviando.
"Como você sabe disso? Você é só uma pirralha," retrucou Nazi, mas algo na voz dela fez sua confiança vacilar.
"Posso não saber muita coisa sobre vocês ou como a vossa organização funciona, mas se eu fosse você, ficaria preocupado," Nara insinuou, deliberando sobre o opressivo ambiente.
"O que você está tentando fazer, Nara?" ressoou a voz de Cubi em sua mente, confuso e angustiado.
"Como assim?" Nazi estava cada vez mais perplexo. "O que você quer dizer com isso?"
"Quero dizer que eles escondem alguma coisa de você ou querem excluir você," Nara afirmou, tomando controle da conversa. Ela estava jogando um jogo arriscado, mas algo dentro dela sabia que tinha que manter a calma.
"Então o que faço nesse caso? O que você faria se estivesse no meu lugar?" Nazi questionou, sua curiosidade começando a brotar.
"Vai lá, dá uma espiada neles e ouça a conversa sem que eles percebam. Pelo menos, é isso que eu faria," sugeriu Nara.
"Garota esperta. Assim você quer me enganar para poder fugir, não é?" ele respondeu, sua desconfiança patética, mas ainda havia um deslize de dúvida em sua voz.
"Você acha que teríamos coragem de fugir de homens armados? Seria a pior loucura," Nara insistiu, a determinação crescendo.
Finalmente, após uma breve hesitação, Nazi decidiu: "Está bem. Mas eu vou algemar você para ter certeza de que não vai fugir."
"Já está. Volto já, pessoal, e não saiam daqui," despediu-se Nazi, trancando a porta ao sair.
Assim que ele se afastou, Nara virou-se para os outros. "Pessoal, prestem muita atenção. Nós vamos fugir daqui amanhã cedo, de madrugada," anunciou, a faísca de esperança começando a brilhar em seus olhos.
O quê? Isso é sério? Nara, esses caras são horríveis! Eles vão matar a gente!" arregalou os olhos Zaira, em pânico.
"Sim, e a Zaira tem razão. Se eles descobrirem, estamos mortos," concordou Cubi, sua voz trêmula.
"Eu não quero morrer por isso. Vão vocês, eu fico," disse Tony, sua expressão resignada.
"Nós não sabemos o que vai acontecer hoje ou amanhã. A única saída para evitar algo pior é ouvir o que Nara tem a dizer," insistiu Zumi, o mais velho do grupo, buscando a lógica na desesperança.
"Pensando bem, por mais assustador que pareça, Zumi está certo. E ele é o mais velho no nosso grupo," respondeu Cubi, sua voz mais calmas agora.
"Isso é sério mesmo? Vão fazer isso?" Zaira perguntou, seu semblante pálido refletindo o medo.
"Fica quieta, Zaira. Se não fizermos nada, vamos morrer ou, sei lá, o que pode acontecer conosco," Nara afirmou, com um toque de raiva disfarçada em suas palavras.
"Qual é o seu plano, Nara?" perguntou Zumi, agora com curiosidade.
"Quando chegamos aqui, prestei atenção nos detalhes desta casa antiga. Meu avô tem uma casa idêntica no bosque. Durante as férias de verão, ele sempre me mostrava a planta e dizia que, no dia em que a casa pegasse fogo, haveria uma saída debaixo da cama," explicou Nara, com olhar distante.
"Você disse idêntica, não igual. Isso significa que a saída não fica no mesmo lugar que a casa do seu avô," interveio Zumi, desconfiado.
"É verdade. Mas quando olhei para aquela estátua quebrada no fim do corredor, reparei em uma saliência que poderia ser uma porta escondida. Não é muito visível, mas acho que é a saída secreta desse lugar," Nara revelou, sua convicção crescendo.
"Então você não tem certeza disso?" perguntou Zumi.
"É a única opção que temos. Esta casa não é muito grande, então o único lugar que vejo que pode ter ligação com a capela que vimos a cinquenta metros é o corredor. O ângulo do corredor encaixa perfeitamente com a localização da capela. Portanto, se houver uma passagem subterrânea, tem que ser por aquela porta," Nara respondeu, cada palavra carregada de uma urgência palpável.
"E como você sabe isso?" questionou Cubi, ainda cético.
"Enquanto você reclamava do mau cheiro, eu estava prestando atenção nos detalhes da casa," Nara respondeu, uma pitada de orgulho em sua voz.
"Qual é o seu plano para chegarmos até lá sem que eles notem?" Zumi indagou, seus sentimentos mistos entre ansiedade e curiosidade.
"Estamos nesse quarto e o guarda nos vigiando. Tenho certeza de que, ao chegar a madrugada, eles vão reforçar a vigilância do lado de fora. Eles acham que só existem portas e janelas, descartando as passagens secretas. Eles usam isso como cativeiro, pelo menos é o que eu acho," Nara concluiu, a confiança em seu plano crescendo.
Um silêncio pesado pairou sobre o grupo. Cada um deles estava ciente do risco, mas também da possibilidade de liberdade. Com um aceno de cabeça, eles se prepararam para o que estava por vir. Era hora de agir.
- Nara, você é um gênio - respondeu Cubi, admirado.
Enquanto isso, Zaira permanecia atenta, ouvindo cada palavra e contemplando como poderiam escapar daquele lugar .
- Nara continua - disse Zumi, um pouco nervoso, mas confiante no plano da amiga.
A tensão era palpável quando Nara expôs sua ideia audaciosa.
- Se formos rápidos, enquanto alguns estiverem vigiando lá fora, podemos aproveitar para chegar ao corredor e fugir - sugeriu Nara.
- Boa ideia! Mas você está se esquecendo do nazi - interrompeu Zumi, preocupado.
Antes que alguém pudesse responder, Nara já tinha uma solução.
- Eu trato dele - disse Nara, com firmeza.
- Como? Ele é duas vezes o seu tamanho! Seria muito arriscado... - insistiu Zumi, olhando para os outros em busca de apoio.
- Não sei se vocês perceberam, mas eu vi o que ele tinha no bolso. Isso vai nos ajudar - afirmou Nara, lembrando-se da garrafa que avistara.
- Vi uma garrafa pequena que parecia um frasco, mas não consegui identificar o conteúdo - disse Cubi, balançando a cabeça.
- Eu também vi - confirmou Zaira, inquieta.
- O que era, Nara? - perguntou Zumi, curioso e apreensivo.
- Uma garrafa com líquido. Senti o cheiro de clorofórmio quando ele se aproximou para colocar as algemas. Cada um deles carrega um frasco. Se a situação complicar, eles usarão isso e nós desmaiaremos - explicou Nara, com um brilho de determinação nos olhos.
- Que merda - murmurou Zumi, percebendo a gravidade da situação.
- Pois é, mas podemos usar isso a nosso favor. Vamos aproveitar para aplicar no nazi e fazer com que ele desmaie. Assim, teremos um tempo para fugir - planejou Nara com ousadia.
- Boa ideia! - apoiou Tony, animado.
- Você às vezes me assusta, Nara - admitiu Zumi, admirando sua coragem.
- E se a porta da passagem estiver trancada? - questionou Tony, o cético do grupo.
- Aí entra o Cubi! Ele é ótimo com fechaduras, não é? - indagou Nara, voltando-se para o amigo.
- Eu consigo - respondeu Cubi, destemido, enquanto olhava para os outros.
- Você não está com medo? - perguntou Zumi, curioso.
- Estou, mas precisamos sair daqui. Não quero passar nem um dia a mais sem saber o que vão fazer comigo - afirmou Nara, sua voz firme.
Zaira assentiu. - Você tem razão.
- Zaira, preciso do seu afiador de lápis e Cubi, do seu compasso - pediu Nara, com uma expressão decidida.
- Por quê? - questionou Zaira, levemente hesitante.
- Não preciso do afiador, mas da lâmina - esclareceu Nara.
- O que você vai fazer com ela? - perguntou Tony, intrigado.
- Pessoal, se acalmem! É para casos de emergência - respondeu Nara, tentando tranquilizá-los.
- Está bem - concordou Zaira, percebendo a urgência da situação.
- Tony, vamos precisar do seu relógio - ordenou Nara.
- Está bem - murmurou Tony, entregando o relógio relutantemente.
- E que horas vamos fugir? - perguntou Zumi, ansioso.
Antes que Nara pudesse responder, a porta se mexeu. O nazi havia chegado. Todos ficaram paralisados, temendo que ele tivesse ouvido sua conversa
- E então, como foi? - perguntou Nara, tentando se manter firme.
- Você tinha razão, eles falaram para o comandante que eu matei o condutor, sendo que não era para eu ter atirado - respondeu o nazi, sua voz soando incapaz de esconder um leve tremor de arrependimento.
- E depois, o que aconteceu? - insistiu Nara, já com a mente girando em torno de uma fuga.
O nazi respirou fundo, descansando os olhos por um momento. A expressão de cansaço e frustração era visível, mas ele continuou:
- Eu logo saí do lugar onde estava escondido. Era uma videoconferência que eles estavam fazendo com o chefe. Eu disse para o chefe que vocês não estavam colaborando. Eu só disparei para acalmar a situação e daí a bala escapou.
- Certo, e ele entendeu? - perguntou Nara, buscando um fio de esperança.
- O comandante entendeu sim e disse que tá tudo bem. O importante é que o objetivo foi concluído, e isso é tudo que importa - respondeu o nazi, parecendo confortado.
Nara revirou os olhos enquanto seus companheiros de cativeiro, Tony e Zaira, saboreavam a pizza. A atmosfera pesada não permitia que aquele momento fosse plenamente apreciado.
- Bom para você - disse Nara secamente.
- Obrigado pela sua ajuda, garota - disse o nazi com um sorriso forçado, tentando parecer amigável.
- Esse símbolo aí na sua farda parece do exército militar? - perguntou Nara, mudando de assunto.
- Não. É seção secreta - respondeu o nazi evasivamente.
- Tá, e qual é o nome dessa seção? - indagou ela com uma firmeza inesperada.
- Me desculpe, não posso falar sobre isso - respondeu o nazi, claramente desconfortável.
A conversa seguiu, e a tensão aumentou conforme os jovens tentavam compreender a situação em que se encontravam. Nara percebeu que a pizza não era apenas uma refeição; era uma oferta de controle, um símbolo de poder que o nazi utilizava para acalmá-los.
De repente, Nara teve uma ideia.
- Você sabe por que vocês nos raptaram? - perguntou Nara, fixando seu olhar no nazi.
- Eu não sei de muita coisa, mas dois de vocês são especiais e têm uma genética única, por isso vão ser estudados - respondeu o nazi com um olhar distante.
- Como vocês ficaram sabendo disso? - interveio Zaira, assustada.
- Graças ao exame de sangue que se realizou no seu colégio há duas semanas atrás - explicou o nazi, sem perceber o pânico crescendo entre os jovens.
Nara piscou, sentindo a adrenalina bombear em suas veias.
- Isso significa que vamos ser cobaias contra a nossa vontade? - perguntou Zaira, começando a entender a gravidade da situação.
- Ao que parece, sim - respondeu o nazi, incapaz de ocultar seu desdém.
- Agora, vou buscar os cobertores. Já volto.--disse o nazi
Quando o nazi saiu, a sala tomou um ar de alívio momentâneo. Nara observou atentamente a água que tinha recebido. Algo não cheirava bem.
- Nara, você não vai comer? - perguntou o cubi, olhando para a pizza.
- Estou sem fome - respondeu Nara, suas ideias se agitando.
Mas Nara não se sentou com o grupo; uma sensação de alerta dominou sua mente. Ao experimentar a água que o nazi havia oferecido, um gosto estranho tomou conta de sua boca, causando um formigamento inquietante.
- Não podem beber isso! Não é água - gritou Nara, a voz tremendo.
- Como assim? - Zumi, confuso, olhou para Nara.
- Quando ingeri, senti gosto de um reagente químico - explicou Nara, a expressão grave.
- Então isso quer dizer que pode estar envenenada? - a preocupação tomou conta do grupo, os rostos se tornaram pálidos.
- Não sei. Mas se é como o nazi disse, nós vamos ser cobaias e, de acordo com ele, só dois de nós têm uma genética especial. Então aqui somos cinco, e essa substância só pode ser para testar isso - concluiu Nara, a mente frenética.
Os murmúrios da descoberta caíram sobre eles como uma sombra pesada. A pizza e a água agora eram armas em uma batalha silenciosa.
- Nara, você é muito inteligente. Sabia que você é a mais nova no nosso grupo, isso é demais - disse Zaira, tentando animá-la.
- Sabendo disso, por que você bebeu essa água? - perguntou Zumi, preocupado.
- Eu não sabia! Mas se tiver alguma coisa, só eu irei sentir o efeito disso, vocês não - afirmou Nara, decidida.
- Mas isso é perigoso demais, Nara! - Cubi exclamou.
- Mas vale apena um de nós ser afetado do que todos, não acham? - questionou Nara, contornando o clima de desespero com sua lógica.
- E se você morrer? - Zaira arregalou os olhos, a angústia crescendo.
- Não vamos mais falar sobre isso. Comam e durmam. Às 2h da madrugada, a gente vai fugir - Nara ordenou, a voz firme. Havia um plano se formando em sua mente, uma estratégia que poderia salvar a todos.
Com os corações acelerados, o grupo aguardou ansiosamente pela madrugada, prontos para usar a astúcia de Nara e escapar das garras de seus captores. A escuridão era sua aliada, e a esperança, seu guia.