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[Kayron - Autor: Lane] & [Safira e Cassandra - Autor: Karol] & [Valério - Autor: Évany] & [Bomani - Autor: Hellen]& [Atlas - Autor: Lucas]& [Luz - Autor: Luana]& [Audrey - Autor: Isabelle]& [Dominic - Autor: Mila]& [Wei - Autor: Marianne]& [Léia - Autor: Rafaela ]
Alguns dias depois a Academia de Arcanos MÃsticos realizou uma excursão para o SÃtio Arqueológico "Vale Sagrado da Noite" e todos os alunos foram convidados a comparecer ao horário do nascer do sol no estacionamento.
O Prof. Valério fez parecer que o destino havia sido selecionado aleatoriamente, mas na realidade, estava em seus planos visitar a localização desde que ele descobriu que o Sr. James Long, um renomado pesquisador, havia encontrado artefatos de mais de 2 mil anos que pareciam ter ligação com um clã sombrio, cujo sÃmbolo pitoresco na parede de um complexo labirinto, remetia ao mesmo sÃmbolo que Valério havia furtado da Succubus que atacou o 'campus'.
Valério aleatoriamente observava seus alunos, além dele, a Prof. Cassandra havia sido escalada para levar os alunos universitários nessa excursão e mais dois colegas, o Prof. Selmor e a Prof. Anita.
Seus olhos fixaram-se em Luz, que parecia ansiosa segurando a alça da mochila, aguardando a chegada do ônibus. Uma das primeiras a chegar no local, parecia um pouco cansada, muito provavelmente devido às atividades acadêmicas.
O ônibus se aproximou, um amontoado de alunos se deslocou em direção a porta.
Um grupo de alunos conhecidamente arruaceiros, formado por um grupo de Lobisomens, tomou a frente e foram os primeiros a subir, já cantando e falando alto, animados com a excursão.
Logo atrás deles tinha Léia, uma novata de cabelos cor de avelã e olhos claros, que não muito animada, estava ali apenas pelos bônus de notas. Seu interesse era pessoal nessa excursão, visto que ela queria descobrir a verdade por trás da misteriosa morte de seus pais.
- Espero que eu vá sentada sozinha até chegar lá... - Suspirou, olhando para aqueles alunos barulhentos. - Será um pouco vergonhoso sentar perto de alguém, já que não conheço ninguém aqui.
Não muito longe dela estava Atlas, que como quase todo aluno da Academia usava trajes chamativos compostos por um manto longo de capuz preto, o qual usava para esconder suas armas secretas, incluindo sua micro-besta dentro da manga e um anel mágico em cada dedo anelar.
Ao subir no ônibus, Atlas procurou pelo assento mais vazio e que fosse o mais afastado possÃvel de todos, com a esperança que o ônibus não lotasse. Deitou espaçosamente nos dois assentos, segurando um livro de poesia para ler durante a viagem.
Quando ouviu falar da excursão, Kayron pensou: "Não vou nem morto", mas ainda assim, ele apareceu no estacionamento em tempo para o passeio, acreditando ser um bom momento para encontrar informações. Sua mente foi rapidamente impulsionada pela lembrança de Safira, a bela vampira, de quem ele queria apenas um livro. Havia lançado um código para ela, mas a moça não pareceu compreender o que ele quis dizer.
- Onde você está, Safira? Onde você se meteu? - Kayron murmurou, percorrendo o rosto de todos os estudantes. Ele estava... Ansioso?!
Leia estava olhando através da janela do ônibus e avistou três rapazes antes deles subirem no ônibus e ficou encantada com um deles, que tinha as mangas sujas de tinta. "O que você tá pensando, Leia? Foco!"
Carregando sua mochila cheia de coisas inúteis, como material para aquarela, fazendo barulhos esquisitos, Wei soltou um suspiro analisando os alunos que subiam nos ônibus. Fechou o moleskine onde realizava suas anotações quase diárias e percebeu que Bomani parecia especialmente cansado naquele dia:
- Não dormiu hoje? - Era quase uma pergunta retórica, já que o africano não dormia bem já há alguns dias. - Talvez nós devêssemos nos sentar mais no meio do ônibus, assim você descansa né...
Assim que subiu no ônibus, Wei acabou trocando olhares com Leia.
Leia sentiu borboletas no estômago: "Se eles estão em três, então quem sabe ele sente ao meu lado? Não, esquece... Ele ia preferir sentar com os amigos"
Fitando seu amigo, poucos centÃmetros mais baixo que ele, Bomani deu um sorriso. Atrás de Wei, vinha Dominic. Não deixou de pensar no quanto suas olheiras deviam estar bem aparentes para ouvir aquele tipo de comentário, desde o dia em que esbarrou com Safira passou a ter pesadelos perturbadores.
- Não... Aceito ficar no meio se me deixar na janela. - Apontou para os assentos que queria. Eram apenas dois lugares, pessoas normais sentaram em dupla, mas não eles.
Dominic estava um pouco desanimado e sentindo-se cansado, um milhão de pensamentos tomavam conta de sua mente no momento que colocava a cabeça no travesseiro. Não estava interessado em sair de seu quarto, mas acabou cedendo às insistentes chamadas de Wei e aceitou ir ao passeio com os amigos.
- Eu não sei o que vocês combinaram, mas eu gosto de sentar na janela - Disse ele se aproximando do rapaz, passando o braço pelos ombros de Wei.
Wei até planejava sentar na janela como de costume, assim poderia desenhar as paisagens que visitassem, porém, não foi capaz de manifestar esse desejo, cedendo aos amigos.
- Tudo bem, pode ficar na janela, Bomani... Mas se meu joelho doer, irei colocar a perna em cima de você... ou do Dominic.
- Certo... - Bomani soltou a mochila e se sentou. Virou para os amigos rindo. - Ei Dominic vai querer ser apoio do joelho do Wei ou só vai ser eu usado?!
- Tão engraçado esse Bomani... - Dominic suspirou sem mudar sua expressão, normalmente plácida e séria. - Sua sorte é que estou cansado demais para argumentar. - Colocou a mão na testa, sentindo uma enxaqueca terrÃvel, que parecia deixá-lo tonto, como se fosse cair.
- Vocês tem certeza que estão bem?! Estão parecendo mais velho que eu... - Wei, que tinha manchinhas de tinta em sua manga comprida, percebeu que seus colegas não estavam em melhor saúde.
- Só preciso descansar um pouco, estou me sentindo um pouco tonto. - Dominic se sentou.
Os três rapazes se acomodaram no lugar apertado, mas desde que estivessem juntos, eles estavam felizes.
- É, eu também... - Bomani suspirou, olhando para a janela.
Passando pelos três garotos conversando, Audrey, que também era novata na Academia dos Arcanos MÃsticos, subiu no ônibus em busca de um assento. Ela estava animada com a excursão e porque ao ser aceita na Universidade se aproximava cada vez mais de descobrir os mistérios que cercavam a morte de sua mãe.
Ela procurou um assento estratégico, um lugar no meio, não muito perto da saÃda, mas nem tão longe também.
- Espero que tenha alguma confusão, seria divertido. - Disse para si mesma com um sorriso malicioso, alisando a faca que estava presa numa bainha em sua perna.
Luz respirou fundo e subiu no ônibus, que ainda não estava tão cheio e tinha um lugar vago na janela. Quando passou pelos três amigos que dividiam um assento, cumprimentou Wei com um tÃmido aceno de cabeça, o rapaz retribuiu com um sorriso. Apesar do primeiro encontro estranho, Luz se sentia confortável com o rapaz.
Kayron preferiu sentar em um assento no fundo, como sempre, uma posição que ele considerava a melhor para observar o ambiente. Por algum motivo ele sentia que aquela atmosfera pacÃfica não iria durar.
Observando os alunos que chegavam, Atlas analisou cada um deles. "Hora de me preparar", colocando as mãos juntas, palma contra palma, entoou um canto antigo em lÃngua dracônica fazendo um sÃmbolo aparecer em sua mão. Aquela era uma runa de devolução de dano, que ele poderia usar quando necessário. Ao encerrar a preparação, começou a procurar e observar bem atentamente os mais parrudos do ônibus, pois segundo suas experiências, quanto maior a carcaça, mais deliciosa é a batalha fÃsica. Ele mesmo não era muito alto, tendo cerca de 1,73 de altura, com as vestes ele parece ter um corpo pequeno, sem elas... já é outra história.
Léia estava focada lendo seu livro de magias quando o pensamento que sua Madrinha feiticeira havia lhe dito permeou em seus pensamentos: "Você tem que encontrar quem matou seus pais e acabar com ele."
Respirou fundo e soltou o ar devagar...
- Seria eu capaz de matar até mesmo um inimigo? - Devaneou. - Espero não decepcioná-la .
De repente, Atlas se levanta de seu assento e se dirige até o grupo de lobisomens que estão próximos:
- Oi, poderiam fazer menos barulho? Eu gostaria de continuar lendo minhas poesias, mas assim não dá.
Todos olharam para o novato que foi falar com o grupo arruaceiro de Lobisomens. O Clima ameno se dissipou imediatamente e os quatro homens barbudos fungarão o ar com se sentissem o aroma de uma presa deliciosa. O mais baixinho e invocado deles, usando um sobretudo verde escuro, já se levantou enfrentando:
- A gracinha quer um poeminha? - Rosnou. - Por que não senta aqui conosco, eu te conto um no ouvidinho!
- Acho que você não entendeu bem, eu pedi para que fizessem silêncio, se eu quisesse bafo na minha orelha, teria me agachado para algum cachorro lamber minha orelha no caminho para o estacionamento.
Vendo aquela cena, Audrey dirigiu sua atenção para o novato que ousou falar com um daqueles lobisomens estranhos. Que interessante, o evento estava para ficar menos tedioso:
- Eu gostei dele!
- Vocês acham que eles vão brigar? - Dominic sussurrou para os amigos, observando a cena que se desenrolava.
- Eu tenho certeza, esse cara tem um olhar de "quero matar alguém" - Bomani riu.
- Engraçado! Me lembra de vocês, no dia que nos conhecemos... - Wei revirou os olhos, rindo.
- Foi um dia bem louco!
Dando um sorriso carregado de nostalgia por aquelas lembranças, Dominic pensou: "Nós brigamos bastante, mas estamos aqui juntos, até quando o tempo nos permitir", enquanto admirava os amigos.
O barbudinho em questão já se preparava para briga, mas a mão pesada de outro lobisomem mais atrás, caiu em seu ombro. O mais alto e forte usava óculos escuros redondos e deu uma enorme gargalhada:
- Whahaha! Olhe só para ele. Venha, sente-se aqui, quer uma bebida ou uma pÃlula afrodisÃaca? O primeiro é grátis, mas depois umas 'doletas' resolvem!
Observando aquela cena bem ao seu lado, Kayron resmungou. Por que sua paz deveria acabar àquela hora da manhã? Ele levou a mão para o punho da espada, mas não pretendia usá-la se não fosse necessário, queria apenas acabar discretamente com a briga que estava rolando bem debaixo de seu nariz. Pousou os olhos nos lobisomens que já estavam se agitando demais para seu gosto.
- Obrigado pela oferta, mas apenas o silêncio já é suficiente. - Atlas continuou decidido. - Pode pedir para seus filhotes ficarem quietos?
Leia percebeu que algo estava prestes a acontecer, ela fechou o livro e se concentrou, imaginando que no pós-briga poderia usar seus poderes de cura para ajudar os mais machucados.
Dando uma olhadinha no novato irritadiço, o lÃder dos lobisomens apenas deu uma risadinha e logo os outros três estavam rindo também. Os quatro voltam a se sentar... Afinal, é só um novato que não sabe onde está se metendo.
- Muito bem, princesa! Vá ler o seu poema!
"Realmente não valem o que os gatos enterram, mas ok" Ao observar e contar quantos são, Atlas percebe que sem seu pessoal será difÃcil de lutar, além de que eles devem ter mais da mesma raça. Portanto resolve recuar.
- Agradeço. - Pondo uma mão sobre a outra, palma contra palma, ele evoca outra runa, na mão limpa. Uma runa de paralisação. Coloca as mãos no bolso, guardando-as e segue de volta ao seu lugar de origem, deitando e continuando a ler.
O Clima tenso se dissipa, os quatro lobisomens ficam cochichando em vez de rir alto, quem sabe eles não são tão ruins assim. Preferem contabilizar os lucros de suas futuras vendas a arrumar confusão.
🩸🩸🩸🩸
Safira foi deixada na frente da escola pelo seu pai, o dono da cidade Jones, que beijou sua testa com carinho:
- Pai... Tem certeza que não vai conosco?- Ela perguntou pegando sua mini maleta.
- Desculpe-me filha, tenho negócios na cidade. Prometo que quando você voltar faremos algo juntos. - Ele propôs, vendo sua única filha se aproximar do ônibus cheio de jovens.
Ele adoraria ir, mas deixou a cidade sozinha por muito tempo e tinha uma série de problemas para resolver.
Safira ficou parada em frente ao ônibus, observando todos entrarem aos poucos. Ela suspirou, colocou seus fones de ouvido e subiu no ônibus, imediatamente percebendo haver novos alunos, sorriu. Estava ficando cada vez mais interessante.
O ambiente interno do ônibus se tornou mais ameno, ao ponto que Wei pegou seu moleskine para desenhar, não deixou de se esticar em cima dos amigos, folgado:
- Leu aquele livro que te dei, Bomani? - Questionou. - Gostou?
Bomani engoliu seco:
- Então... Sobre isso – Suas mãos tamborilam na sua mochila, lembrando o livro que realmente carregava. As palavras morreram no meio do caminho, sem coragem de dizer a verdade.
Wei compreendeu seu silêncio de forma errada:
- Tudo bem se você tiver derramado alguma coisa em cima do livro...
"Quem me dera fosse esse o problema", Bomani pensou já se perguntando como contaria ao amigo sobre ter se esbarrado com Safira e trocado de livros sem que ele pensasse algo vulgar ao invés da pequena discussão.
O lobisomem baixinho resolveu amenizar e passou pelo corredor do ônibus entregando pirulitos para todos:
- Sem brigas, sem brigas, cortesia!
Atlas dispensou, desconfiado que poderiam haver toxinas nos pirulitos.
Assim que Safira entrou no ônibus, esse era o ambiente, parecia até divertido e como se fosse rolar uma festa em breve, seus olhos imediatamente capturaram a figura de Kayron sentado ao fundo do veÃculo e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. Ela foi andando na direção do rapaz, mas parou quando os pés de alguém tocou em sua calça jeans, a sujando.
Era um garoto novo.
"Aff não acredito" Ela pensou encarando o garoto em sua frente que estava deitado nas duas cadeiras e estava lendo.
Na mesma hora, o lobisomem vira para a lindÃssima Safira:
- Gata quer meu pirulito?
Ela aceitou o pirulito, mas ficou ainda parada, esperando que o rapaz de botas sujas pedisse, no mÃnimo, desculpas.
"Esse povo é cego? Tem olhos nas costas, caramba!" pensou internamente.
- Hum... meio tenso, hein. - Atlas disse. - Espero que não fique muito sujo, não limpei as botas da caminhada noturna, então aconselho que não passe a mão aÃ. - Sua voz sai com um tom de riso.
No mesmo instante, Leia soltou uma risada ventada, tentando segurar o riso, mas falhando miseravelmente.
Levantando uma sobrancelha, Safira encarou a pessoa em sua frente. Deu um suspiro, colocando uma mecha de seus cabelos atrás da orelha. Mordeu os lábios e fixou os olhos nele:
- Você é novo aqui né? - Disse com voz calma. - Espero que tome cuidado da próxima vez, não deve mexer comigo. - E encarou Leia, que a observava com desprezo no olhar. - Perdeu algo, garota?
Droga logo hoje, que prometi me comporta, senão não vou ganhar aquela bolsa incrÃvel que meu pai prometeu. Ela pensou balançando a cabeça.
"Ah pronto, a aprendiz de Barbie enxergou minha existência e agora vai me infernizar." Leia pensou, assim que Safira falou com ela.
- Não perdi nada! Só estava olhando como uma moça tão fina tem tão pouca educação.
Claro que falar com Safira assim seria uma péssima escolha, mas naquele momento a vampira não escutou as provocações de Leia, isso porque Atlas roubou sua atenção:
- Acho que você não fala muito bem a lÃngua local, eu te pedi desculpas e em nenhum momento mexi com você. Mas se quiser algo diferente disso, posso não só mexer com você, como posso te levar ao paraÃso se estivermos entre quatro paredes. - Ele lançou um olhar direto, intenso, com um sorriso malicioso de canto.
Uma risada descrente escapa dos lábios de Safira. Ela encara o rapaz com malÃcia:
- Você pensa que é só chegar e que tem alguma chance comigo? - Ela o questionou alto
- Ôooooooo! - Em coro, os alunos que assistiam a cena, fizeram.
Quase debruçado por cima dele, até alcançar o ouvido do rapaz, disse baixinho:
- Espero que saiba usar sua lÃngua também quanto tentar me provocar. - Deu as costas para ele.
- Safira sente-se no seu lugar. - A professora Cassandra disse entrando, vendo a comoção que se passava no ônibus.
Safira pisca para Atlas e vai para perto de Kayron, que no mesmo momento está dispensando um pirulito. Ao passar pelo lobisomem e piscar para ele, Safira toma o assento ao lado de Kayron.
Audrey dispensou o pirulito com um gesto quase impaciente.
Com a chegada da professora Cassandra, o lobisomem baixinho oferece-lhe gentilmente um pirulito antes de ir se sentar em seu lugar.
- Aqui, professora! - Ele foi se sentar depois de ser encarado pela professora, que já estava impaciente.
Os alunos começaram a voltar para seus lugares, Wei, que estava desenhando em seu caderno, espiou rapidinho Léia, que na mesma hora percebeu o olhar sentindo um leve arrepio e ficou de rosto corado.
Tudo o que Kayron queria desde que se infiltrou na Academia dos Arcanos Mistos era ser discreto. Mas é claro que a garota que mais chamava atenção ia sentar ao lado dele numa excursão que tinha tudo para dar errado.
Ele mirou Safira com seus olhos dourados e disse:
- Você não está lembrada de alguma coisa que deveria me dar?
Atlas ficou com o pensamento em Safira, a observando distante, com um olhar de quem descobriu um universo de malÃcia e prazer, pronto para testar tudo e aprender muito. Manteve-se calado, entretanto, guardou seu livro de poesias e tirou um pequeno caderno, com muitas folhas escritas, onde iniciou um novo conto de literatura erótica, repleto de palavras cheias de provocação.
Ele começou a escrever em um pedaço de papel animado, Atlas sabia quem seria a destinada, Ao terminar de escrever, ele rasga o papel, levanta e leva o papel até ela, puxa uma de suas mãos e coloca o papel lá.
Safira apenas sorriu e guardou o papel em sua bolsa após ler o conteúdo. Satisfeito, Atlas voltou para seu assento duplo, onde se deitou novamente.
🩸🩸🩸🩸
O ônibus começou a trafegar pela estrada. O clima exterior estava ameno e a brisa que atravessava pela janela era tão boa que Dominic não resistiu, lentamente fechando os olhos e caindo em um sono profundo e tranquilo, permitindo-se relaxar ao lado de seus companheiros.
Wei tirou uma jaqueta de sua mochila e colocou sobre Dominic, preocupado com sua saúde e tentando deixá-lo mais confortável possÃvel.
Aos poucos os alunos se acalmaram e Safira precisou dar um largo suspiro para recuperar o controle emocional. Detestava perder o controle e se enraivecer, mas acontecia com bastante frequência.
Lembrando-se da troca de livros involuntária com Bomani, virou-se para Kayron ao seu lado:
- Eu perdi o livro, quando esbarrei em garoto na frente da biblioteca Naquele dia. - Confessou, olhando para Bomani que, em seu assento, curtia a vista na janela e a companhia de seus dois amigos. - Eu vou pegar de volta. - Garantiu.
Entediado, Atlas virou-se para Léia, que estava logo nos assentos atrás dele sozinha:
- Oi, posso me sentar aqui e te fazer companhia? Não sou muito fã disso, mas talvez seja interessante. - Deu um sorriso, a voz cheia de curiosidade.
- Ah! - Leia deu uma risadinha tÃmida. - Pode sentar aÃ, acho que não tem problema.
Levantando-se de seu lugar, Atlas toma o assento ao lado de uma jovem, percebendo que ela tem a Ãris em um tom violeta bonito.
- Seus olhos... São lindos demais, parecem joias lapidadas que emanam de pura mana. - Ficou admirado com tanta perfeição.
Ouvindo aquelas palavras serem ditas bem do seu lado. Wei soltou um suspiro e fechou seu moleskine com a mesma violência com a qual revirou os olhos.
O ato chamou atenção de Bomani, que segurou uma risada e preferiu não dizer nada sobre a reação do amigo.
Léia se sentiu desconfortável com aquele rapaz cheio de elogios, mas ao perceber a reação de Wei, ela pensou que pudesse ser ciúmes.
- Valeu, mas como é o seu nome? - Perguntou com um sorriso amarelo para Atlas. - Acho que podemos ser "amigos" - Deu ênfase nas últimas palavras.
Wei preferiu mudar de assunto antes que sua vida pessoal virasse uma piada e conversou com Bomani de voz baixa:
- Peguei um panfleto do sÃtio arqueológico, não tive chance de falar antes porque vocês dois andam estudando bastante e bem cansados, mas sabe aquele sÃmbolo que vimos quando a Succubus apareceu no porão da Universidade? Esse mesmo sÃmbolo está em um painel, em exposição.
- Interessante - Bomani volta o olhar para Wei depois de encarar Safira rapidamente - Acha que conseguimos ir até lá sem que os professores reclamem?
- Vamos falar com o Dominic quando ele acordar, com certeza iremos.
- Amizade, sem chance... Eu não sou bom em fazer amigos. - Atlas disse.
Léia até sentiu um certo alÃvio, mas ainda lembrava do olhar que o Wei deu-lhes, e agora ele nem a olha mais...
- Em fim bom moço o que espera desse passeio? - Perguntou ao rapaz ao seu lado.
"A Chance de encontrar alguém da minha famÃlia e fazer com que conversem com meus punhos..."
- Conseguir todas as informações possÃveis, quanto mais conhecimento, mais poder. E vossa pessoa, o que deseja ou espera?
- Como você eu irei em busca de mais conhecimento, pois é nisso que meus poderes se baseiam. Por isso, levo meu livro de feitiços para todo lado, tô sempre estudando!
Enquanto o grupo conversava entre si, Safira pegou os fones de ouvido, colocando em suas orelhas, e deitou a cabeça no ombro de Kayron, ele se assustou com a reação, mas não protestou. Safira acabou dormindo, deitada no ombro dele durante a viagem.
Audrey também ficou animada com o passeio porque poderia achar o presente que lhe fora roubado, aquilo era de certa forma importante para ela.
Por esse motivo ficou feliz e irritada ao sentir aquela vibração de magia que conhecia muito bem. Vinha do fundo do ônibus, de um garoto. Seu sangue ferveu ao identificar o dono daquele "poder", como alguém tinha a coragem de roubar algo dela?
Se levantou, ignorando a hipótese de não poder fazer isso e seguiu para perto de Kayron.
- Não acha que está com algo que me pertence?
Disse com um daqueles olhares enigmáticos e um sorrisinho de canto nos lábios ao chegar perto o bastante.
Ele não sabia de onde vinha tanta encrenca. Primeiro os lobisomens quase brigando, depois Safira atraindo todos os olhares, e agora uma garota de vibrantes olhos verdes lhe acusando de roubo.
Kayron lançou o olhar mais inocente que conseguiu:
- Não lembro de ter pegado nada de você - Ele disse, e percebendo que não foi convincente, deu um meio sorriso. - Mas se quiser, posso provar que não roubei nada. Nenhum problema com garotas bonitas me revistando...
A professora que estava usando uma jaqueta de couro e uma blusa escrito "Alunos bagunceiros serão punidos" levantou e observou aqueles pirralhos cheios de hormônios. Espiou rapidamente a janela, o Professor Valério seguia de carro perto do ônibus, levando os suplementos.
- Gente silêncio, preciso falar algo para vocês. - Ela disse esperando silêncio de todos
Kayron cutucou Safira na bochecha para que ela acordasse, sem tirar os olhos da garota à sua frente. Safira abriu os olhos sonolenta, vendo a garota em sua frente. Tirou os fones e encara a garota, a questionaria, mas Kayron a silencia com os dedos em seus lábios e aponta para a professora.
Audrey sentiu seus olhos escurecerem ao ouvir as palavras de Kayron, mas se segurou o máximo que pôde: "Sem se irritar demais, lembrar Audrey? Pensou consigo mesma, se lembrando da promessa que fizera a sua mãe, e para cumprir tinha só que não se enfurecer tão facilmente."
- Agora vai fingir que não fez nada? Será mais difÃcil do que eu pensava! - Exclamou pensando em como arrancar a verdade dele. Revirou os olhos sem conseguir se controlar, se preparou para responder, mas foi interrompida pela professora. Suspirou irritada por não conseguir resolver seu problema. - Não considere nossa conversa encerrada, ainda quero o que é meu por direito.
Disse tocando de leve o ombro do garoto, de maneira ameaçadora. Em seguida voltou ao seu lugar, não deixando de observar o rapaz de olhos dourados.
Cassandra esperou os alunos se sentarem. "Sinto que poucos vão voltar para casa. Ela pensou indo para o meio do ônibus."
- Bom dia. Não sei se todos me conhecem, mas sou professora de artes mágicas. E hoje vou cuidar de vocês, espero não ter problemas nenhum com vocês. Como vocês sabem estamos indo para um sÃtio arqueológico, que nosso Professor Valério conseguiu para o Campus. Iremos pernoitar, temos um cronograma, que foi dado a todos, não esqueçam de anotar nada, nosso trabalho será baseado no que vocês vão aprender com a excursão. Nada de sexo, bebida e brigas. - Ela suspirou. - Qualquer dúvida, me procure.
Ela disse voltando a sentar na frente, junto com outros professores.
Atenta ao que a professora disse, Léia soltou um risinho baixo:
- Até parece que esse bando de jovens sedentos não vão conseguir bebidas escondidas e fazer outras 'coisinhas'. Não digo por mim, até porque nunca fiz nada dessas coisas!