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Ayla Bianchi
Tento controlar minhas lagrimas e o bendito soluço, mas a cada poste que vai ficando para trás é uma bendita lagrima que escorre mesmo contra vontade.
- Não se preocupe querida, agora você estará no lugar onde nunca deveria ter saído. - Sinara me chama a atenção com sua voz doce e calma.
- Porque ela me odeia tanto? - Indago tentando entender o que eu fiz a Lia.
- Meu amor, a coisas difíceis de se explicar, mas a Lia é incapais de entender as escolhas que sua mãe fez e usa você como instrumento para devolver toda a raiva que um dia não foi posta para fora. - Explica docemente me puxando para deitar em seu ombro e assim faço, me entregando novamente as lagrimas, até ser engolida de vez pela escuridão.
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Acordo sentido minha cabeça latejar, levo minhas mãos ate a mesma e acaricio, abro meus olhos lentamente e acho estranho o quarto todo escuro e frio.
Afasto os lençol que cobria meu corpo da cintura para baixo e me levanto com cuidado e ao colocar os pés para fora da cama, esperando o contato com o chão gélido, senti pelos macios, levanto e consigo ver onde acende a luz, destacado com uma tinta fluorescente, liguei a luz e fechei meus olhos por alguns minutos, logo os abri sentido se acomodarem com a claridade repentina, olho tudo ao meu redor admirada e acabo me assustando ao sentir o baque da porta sendo aberta em minhas costas.
- Ô querida, me desculpe, pensei que ainda estava dormindo. - Sinara desculpasse.
- Que lugar é esse Sinara? - Pergunto observando tudo.
- É normal que não se lembre, só esteve aqui duas vezes antes da morte dos seus pais. - Ela sorrir tristonha ao finalizar. - Esse era o apartamento de seus pais, antes de você nascer, esse quarto foi reformado depois de sua chegada, eles queriam algo único e assim eles mesmo fizeram tudo que esta nesse quarto. - Fala observando o quarto com orgulho.
Observo as paredes pintadas de um roxo escuro, uma penteadeira pintada de branca com um enorme espelho, o tapete de pelos que pisei mais cedo, também na cor branca, os lenções brancos e almofadas da cor das paredes, com extensão da parede de cabeceira da minha cama, onde um olho decorava a cabeceira e vários quadros pendurados por todo o restante da parede.
- Porque tudo aqui é roxo e branco, com exceção da parede de cabeceira? - Pergunto tocando na penteadeira.
- Nunca entendi essa escolha e eles nunca me falaram. - Responde prontamente. - Aquela porta é o banheiro e aquela outra é o seu closet, tratei de comprar roupas novas para você, pois a Lia exagerou em não deixar tocar em nada que esta na casa dela. - Informa revirando os olhos e uma pontada de tristeza me pega em cheio. - Vou te deixar só para que tome banho e se arrume, lhe espero para um lanche, enquanto a janta não fica pronta. Você dormiu quase o domingo inteiro. - Informa sorrindo e me deixando sozinha no quarto.
Abro a primeira gaveta da penteadeira e fico admirada com os inúmeros óculos de sou que se encontra perfeitamente organizado por cor e formato, abro a segunda gaveta e varias fitas de cabelo se encontra na mesma, eu me lembro dessas fitas, eu sempre gostei de usar fitas no cabelo, abro a terceira gaveta e fico admirada com a quantidade de joias que se encontram na mesma, cada uma mais linda que a outra, fecho a gaveta e vou até onde a Sinara falou que é a porta do banheiro, abro a porta e entro admirada por a decoração toda em branca, a pia de mármore e um enorme espelho, olho meu reflexo e acabo passando a mão por o meu rosto, estou horrível, maquiagem toda borrada e cabelos altos. Retiro minha roupa e coloco sobre a pia, entro no boxe, ligo o chuveiro e deixo a água fria cair sobre mina cabeça, enquanto apoio minhas mãos na parede.
- Você é a princesa do papai. - Meu pai sorrir me pegando no colo.
- Sou a plincesa do papai? Então eu como plincesa digo que temos que ir na motanha usa. - Digo sorrindo.
- Ayla, papai ama muito você, nunca duvide disso. - Ele fala beijando meu rosto.
Porque eu sinto que sempre que essas memorias retornam é como se ele se despedisse de mim?
- Vamos mamãe, só mais um alongamento. - Digo animada por a minha mãe esta fazendo alguns passos do ballet comigo.
- Filha mamãe já esta velha para esta se abrindo dessa forma. - Ela fala arrancando sorrisos de mim. - A mamãe te ama imensamente filha, mas ballet não é para mim. - Diz me puxando para um abraço.
Nunca mais pisei em um estúdio de ballet, não que eu me lembre, fecho meus olhos e apenas me concentro na água escorrendo por minha pele, abro minutos depois pegando um sabonete que estava em uma pequena saboneteira no formato de elefante deitado, acabo sorrindo, me ensaboou sentindo o cheiro de erva doce tão gostoso, termino meu banho retirando o excesso de água do meu cabelo, as vezes tenho a mania de só molhar e não lavar e hoje é um dos dias que a preguiça batel.
Saio do banheiro e vou ate o closet, abro a porta e entro, paro no meio do enorme closet e fico olhando para as poucas peças de roupas que ocupa o espaço, opto por um conjunto de peças intimas no tom de pele e um macaquinho roxo com branco, saio vestida, estendo a toalha num suporte e saio do quarto.
Encaro o enorme corredor e vou na direção do que eu suponho ser as escadas, bingo, desço os degraus com cuidado e observo a sala bem decorada, diferente da sala da Lia, essa sala é mais comportada, tudo um pouco mais alto que o normal, a televisão enorme, um sofá da cor creme, observei alguns porta retrato na estante, depois olharia com mais calma, ao fim das escadas um cheiro bom invade minhas narinas e eu sigo o mesmo, chegando a cozinha e ignorando tudo a minha volta, focando apenas no bolo de cenoura com calda de chocolate, recém preparado, pego um prato no escorredor, uma faca e uma colher, retiro um bom pedaço do bolo e como se eu fosse uma criança, me sento no chão da cozinha saboreando o bolo.
- Pelo visto algumas coisas nunca mudam. - Sinara se pronuncia atrás de mim e eu acabo engasgando. - Quando você era menor, sempre sentia dor de barriga porque nunca esperava o bolo esfriar. - Fala sorrindo e me entregando um copo com suco, pela cor, aposto ser laranja.
- Não me lembro de algumas coisas. - Digo sincera e acabo envergonhada por não me lembrar de ter esses momentos com meus pais ou ela.
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