Capítulo 4 Tintas e Confrontos

Quando estava ainda no hospital decidi fazer uma tatuagem usando minha ultima cicatriz operatória como delineado principal para o desenho.

Depois da comemoração com minha família e o Alex, decidi no dia seguinte ir ao shopping ver um estúdio para realizar, já que sabia exatamente o que queria.

O calor do estúdio de tatuagem envolvia meu corpo, enquanto eu contemplava a ideia de transformar minha cicatriz em uma obra de arte.

A cada traço da caneta em meu corpo materializando um desenho que estava na minha mente, me fazia sentir a sensação de renascimento.

A tatuagem seria mais do que uma simples expressão artística, seria um símbolo de superação, um lembrete constante de que eu venci as batalhas impostas pela vida.

Quando do nada ouvimos um estrondo e a porta quase foi ao chão tamanha brutalidade que foi aberta.

Olhei na direção da porta, e meu corpo todo foi tomado por um calafrio, ali estava o Diego sabia que estava na hora de ouvir a gravação da Carol, mas com tantas coisas boas me tomando o tempo não queria ter que tomar consciência do assunto naquele momento.

-Levanta dessa porra agora! Vejo que está tentando esquecer as marcas do passado, Bárbara

Ele dizia com um olhar de ódio para mim.

-E você? Veio aqui para me lembrar delas? Eu vou fazer uma tatuagem, o que tem de errado nisso?

-A menos que ele, ou qualquer outro queira problemas comigo, irão fazer qualquer merda em ti!

Olhei para o tatuador e assim como eu vi o medo em seu rosto, sei que eu devo ter muitos problemas com esse ser humano desprezível, mas não irei causar isso para pessoas inocentes nessa história.

Olhei para o rapaz novamente e dei sinal para ele sair do local e nos deixar a sós.

-Ok Diego, não farei nada aqui hoje. Agora pode se retirar preciso me levantar e vestir minha blusa.

Disse mostrando a ele que não teria como fazer isso sem me expor, mas o que tem de desprezível tem de cretino.

-Não te incomodou deitar aí sem nada na parte de cima, na frente do tatuador. Não vai se importar de fazer o mesmo na minha frente.

-Ele se virou de costas para eu tirar.

-Acha mesmo que vou acreditar, que ele não ficou te olhando!

Disse se aproximando de mim, e me fazendo congelar de medo.

-Não tenho motivos algum para mentir. Mas que seja, para vocês eu não passo de motivo de piadas ou um ser qualquer que não merece o mínimo de respeito.

Falei e fui me levantar, por sorte ele se virou de costas, o que me fez agradecer mentalmente por ter acontecido.

Estava quase acreditando, que existia algum tipo de bondade nele, quando terminei de me vestir fui quase arrastada para fora do estúdio e levada para o estacionamento.

-Entra!

Ele falou me soltando ao lado de um carro, e destravando as portas.

Não disse nada apenas entrei, assim que ele estava dentro do veiculo resolvi falar.

-Eu não sei bem o quanto devo, nem como devo pagar, mas já soube da divida e se quiser pode me falar já sobre o pagamento.

Vi um sorriso ladino brotar nos lábios dele antes de falar.

-Isso não é comigo, a idiota da sua prima escolheu negociar com o diabo, te levarei até ele hoje a noite e você saberá o que terá que fazer. Esteja pronta as 20 horas, na esquina da avenida próxima a sua casa.

Apenas assenti com a cabeça, e ele ligou o carro indo para Deus sabe onde.

Alguns minutos depois por graças ele parou em frente a minha casa.

Fui abrir a porta e ele me puxou com força contra o banco, e mesmo minha cirurgia tendo sido realizada a mais de 1 ano ainda é uma região muito sensível.

Respirei fundo da melhor forma que consegui e ele sem nem ao menos se importar começou a falar.

-Só para te avisar, você irá a um bordel, então o estilo de roupa que esta agora não será apropriado!

Não entendi o que ele quis dizer eu estou vestida com uma calça jeans corpo alto ajustada ao corpo e uma blusinha sem alças também ajustada.

Mas sem querer questionar apenas disse um "oK".

Ele se esticou por cima de mim e abriu a porta para eu sair.

Entrei em casa quase que sem respirar tamanho o medo que passei por estar perto dele, e só piorou quando ele me disse que irei