VERDADE & PRECONCEITO
img img VERDADE & PRECONCEITO img Capítulo 4 Macumbeiros
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Capítulo 6 E agora img
Capítulo 7 Aquele que tudo vê img
Capítulo 8 A tia img
Capítulo 9 Estamos no mesmo barco img
Capítulo 10 O crime img
Capítulo 11 Justiça com as próprias mãos img
Capítulo 12 É mais fácil desintegrar um átomo img
Capítulo 13 O Recado img
Capítulo 14 Só sua img
Capítulo 15 Condenação popular img
Capítulo 16 Interesses em comum img
Capítulo 17 O Ex img
Capítulo 18 Vaza img
Capítulo 19 Confia em mim, gata img
Capítulo 20 Uma luz no meio da escuridão img
Capítulo 21 Senta no seu homem img
Capítulo 22 Feijões mágicos img
Capítulo 23 Namoradinha img
Capítulo 24 Caos img
Capítulo 25 Essa escuridão vai passar img
Capítulo 26 Liberdade img
Capítulo 27 24 horas img
Capítulo 28 Olá gatinha img
Capítulo 29 Não somos namorados img
Capítulo 30 Preciso te ver img
Capítulo 31 Minha garota img
Capítulo 32 Muito arriscado img
Capítulo 33 Quero a minha vida de volta img
Capítulo 34 Tudo ou Nada img
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Capítulo 4 Macumbeiros

As garotas já estavam esperando o delegado já fazia 50 minutos. Ninguém falou o motivo delas precisarem estar ali e essa espera era uma tortura. Elas não tinham feito nada de errado, porém não conseguiam manter a mente tranquila. Era bastante desconfortável estar ali e ainda estavam com fome. Até que finalmente o delegado aparece, as duas se levantam, então ele diz com tom de voz bem firme:

"uma de cada vez"

Bruna volta a se sentar, indicando que Anna poderia ser a primeira.

O delegado era um senhor de aproximadamente 60 anos, grisalho, estatura mediana, olhos bastante escuros, sobrepeso nítido. Na blusa, na altura do peito do lado esquerdo, um broche de crucifixo. Fazia anos que Anna não via alguém usando um broche. Ele senta e olha a garota sentada à frente de sua mesa, analisando-a. Após alguns instantes de silencio, que para ela foi uma eternidade, o homem fala:

"Meu nome é Otto Peixoto, sou delegado, gostaria de fazer algumas perguntas"

A garota consente com um gesto de cabeça e ele continua.

"Encontramos o corpo de uma garota, ela foi esfaqueada várias vezes, dentro do bolso do short dela tinha um papel escritos seu nome e da senhorita Bruna, números de telefone e o endereço da casa onde vocês estavam." enquanto falava, buscava olhar atentamente as expressões faciais dela.

Anna fica pálida e demonstra estar chocada, nada diz. Não conseguia acreditar que a garota que ela estava dividindo quarto estava morta. Otto prossegue.

"Bem, presumo que você conhecia a vítima, então, toda a informação que puder fornecer vai contribuir bastante para a investigação."

Otto faz várias perguntas, desde perguntas concretas como quem era a garota morta, quando, como, onde conheceram Mabel, se conhece algum familiar para a polícia contactar, até perguntas mais subjetivas como o que Anna pensava dela. Durante o interrogatório, à medida que Anna assimilava a morte da colega, ela chorava. Otto dá uma caixa de lenços de papel. Devido ao pouco tempo de contato, Anna não conseguiu fornecer muitas informações, contou que a colega estava estranha no dia em que chegaram e sobre o sumiço de Mabel no dia anterior. Até que o delegado, frustrado, pergunta:

"A senhora costuma viajar com pessoas que a senhora mal conhece? Aparentemente a senhora não sabe quase nada sobre a vítima."

Anna tinha contado que conheceu Mabel no semestre passado, em uma disciplina em comum, nem o mesmo curso faziam.

"A senhora realmente não tem ideia onde a vítima foi na sexta feira?"

Algumas perguntas estavam realmente começando a incomodar Anna, ela percebeu que o delegado estava buscando inconsistências e contradições em suas respostas, por vezes, sugerindo que ela não estava respondendo de forma completa, ou não se esforçando em lembrar detalhes importantes, foi ai então que ela percebeu que ela e Bruna poderiam ser pessoas de interesse para a polícia.

"Eu juro que estou contando tudo que sei" responde ela, as lágrimas descendo pelo rosto.

Foram horas de interrogatório, inúmeras perguntas, por vezes o delegado fazia a mesma pergunta que já tinha feito usando palavras diferentes. Ela estava exausta, física e mentalmente, não tinha comido nada naquele dia ainda e não tinha ideia que horas eram, o escritório do delegado estranhamento não tinha um relógio de parede.

"Vocês já tiveram algum desentendimento? Como era a relação de vocês? Esteve acompanhada da sua amiga Bruna o tempo todo? A senhora e a vítima já se relacionaram com a mesma pessoa?" as perguntas não acabavam, de modo que Anna começou a ficar confusa, além de um misto de exaustão mental e hipoglicemia. Ela falou tudo que sabia, até que o assunto chegou à casa e aos garotos, contou sobre o que viu dentro de um dos quartos, sobre o livro escuro preto com um demônio na capa, as velas, dados, bonecos...

"A senhora acredita que se trata de magia negra?"

"Não sei... eles falaram que é um jogo... não lembro o nome, é um nome esquisito"

"A vítima jogava esse "jogo"?

"Não sei....acho que não"

Finalmente aquele suplício acaba, Anna dá graças a Deus. Ao sair da sala, ela vê Bruna, informa que vai para casa comer. Bruna entrega as chaves e entra no sala do delegado.

Anna anda na calçada atordoada, quando aparece Vítor em um carro lindo e novo, para ao seu lado e pergunta se ela queria uma carona, o caminho entra a delegacia e o republica era curto, mas ela estava realmente exausta, então aceita e entra no carro. Ela pode sentir o cheio de novo do carro. Ele percebe os olhos levemente inchados dela, denunciando que ela tinha chorado recentemente.

"O que foi? O que o delegado queria?" pergunta tentando fazer um tom de voz de naturalidade.

"A Mabel está morta" volta a chorar de forma mais intensa.

Vítor arregala os olhos. Ele quer saber tudo sobre o interrogatório, mas decide esperar ela parar de chorar, o que não acontece e eles chegam na república. Ela sai do carro, agradece a carona e entra rapidamente na casa. "Espero ter mais sorte com a Bruna" pensa ele.

A notícia se espalhou rápido pela cidade e arredores, era incomum homicídio lá, ainda mais um homicídio violento. As pessoas só falavam disso e à medida que uma pessoa contava para a outra, a história se modificava e acrescentavam detalhes falsos, logo a população em geral acreditava que a moça foi vítima de um ritual de magia negra, devido aos detalhes da história, como a posição em que o corpo foi encontrado e as velas, que naquele momento, devido ao modo "telefone sem fio" que foram divulgadas as informações, se acreditava que eram objetos de magia negra encontrados no local.

Após algumas horas, Bruna chega na república, bastante abalada, toca a campainha. Vítor rapidamente abre a porta, a abraça imediatamente. Segura o rosto da moça delicadamente entre as mãos e pergunta:

"Como você está?"

Ele faz carinho em seus cabelos, a conforta, enquanto ela come biscoitos na cozinha. Devagar, ele pergunta sobre o interrogatório. Ele estava bem diferente do dia anterior, no qual ele nem mesmo respondeu as mensagens dela após a noite que passaram juntos. Bruna, cansada, carente e chocada, responde todas as perguntas sem muito pensar.

            
            

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