Ele tinha realmente ido e ela estava sozinha de novo.
Quando Matt entrou no quarto e a porta se fechou atrás dele, ele soltou um suspiro de alivio, essa mulher era o motivo dele estar pensando em voltar pra casa mais cedo para não deixar ela sozinha. - 'que diabos está acontecendo comigo?' pensou -
Ele é um mulherengo incorrigível, sempre solteiro nunca sozinho, então a melhor coisa a se fazer é manter a distância. Chegar muito tarde e sair muito cedo era a melhor forma de evitar os encontros com Tônia. Ele evitou mandar mensagens pra que ela não entendesse errado, mesmo assim ele não podia simplesmente não falar com ela, então deixava bilhetes debaixo da porta dela quando tinha certeza de que ela estava dormindo.
E depois de alguns dias, ele não conseguia mais não pensar nela. Finalmente na sexta ele achou que deveria lhe dizer 'Oi', quando ele entrou no escritório e notou que ela estava sozinha no terraço, ele encostou-se à porta e a observou por uns minutos antes de falar com ela - "Mocinha, eu acho que fui claro quanto a tomar as minhas cervejas".
- ele estava sorrindo quando passou pela porta, por que ele estava estranhamente contente em vê-la sozinha. Por que sabendo que ela tem namorado, ele esperava que ela estivesse acompanhada numa sexta-feira à noite.
Mas ele gelou quando ela o convidou pra tomar uma cerveja, é assustador o pensamento de estar junto dela e de repente ser ele mesmo, um galanteador e mulherengo, mesmo que essa não seja a intenção, ele não consegue evitar vê-la como uma mulher, e mesmo que o que ele sinta agora seja diferente, ele não quer tratá-la como tratas as mulheres na vida dele.
Ele até tentou usar a desculpa de que tinha um jantar pra se livrar, mas ela insistiu, e ela parecia tão sozinha, talvez não seja uma coisa ruim fazer um pouco de companhia, e ele adora aquele terraço e essa vista.
Mas para quebrar o gelo ele pegou uma das cervejas dela, e uma manta no sofá por que ele sabe o quanto é frio à noite naquele lugar. Ele pôs a manta sobre os ombros dela, e tentou uma conversa trivial, ele tentou não olhar muito pra mulher na frente dele, mas ela parecia tão frágil, quando ele percebeu que eram quase oito ela o fez lembrar do jantar que não existe, mas agora tinha que existir, ele tinha que sair, mas não antes de esclarecer algumas coisas, então num gesto carinhoso ele se apertou os ombros arrumando a manta - "Tônia, você não é uma hóspede..."
- E ao beijar o topo da cabeça dela ele sentiu o cheiro do cabelo e se assustou quando às mãos geladas dela seguraram nos seus pulsos, ele quase se arrependeu por mentir, mas do jeito que ele estava se sentido agora ele preferia realmente sair, e agora aquele terraço parecia ser dela, foi feito pra ela, e ele nem sabia antes de agora.
Matt dirigiu o seu carro por algum tempo pensando, era uma idéia que funcionava, passar um tempo longe dela, não lhe agradava, mas era o jeito certo de fazer as coisas.
Ele comprou algumas cervejas num posto de gasolina qualquer, dirigiu até a praia, sentou, tomou às cervejas, ficou tempo que achou suficiente para que ela fosse dormir, ele queria chegar em silêncio para que ela não soubesse que chegou.
Para sua sorte ou azar, ele não só a encontrou deitada no sofá ainda acordada, como acabou fazendo um convite que ele não esperava, agora eles iriam passar o dia de sábado juntos.