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Nem tudo que te falam realmente é verdade; um exemplo? Ah, sim; por exemplo, ''princesas são poderosas, e comandam tudo''
Meu nome é Lauriete Joy, mas conhecida como Laura, a futura rainha do reino celeste! Para dizer a verdade, eu me sinto oprimida e as vezes escrava de meus próprios pensamentos. Desde pequena a rainha sempre me obrigou a participar das reuniões do conselho, sem contar em controlar cada um dos meus passos, ela sempre teve disposição absoluta pra isso.
Comecei meus treinamentos de princesa aos 3 anos, mas mesmo entre 1 e 2 sempre tive minhas atitudes controladas por criadas; aos 9 já sabia bolar planos e táticas de guerra, que nunca podia colocar em pratica porque meu reino acharia um absurdo que uma mulher fizesse esse tipo de coisas.
Tudo que eu fazia era ler mapas e distribuir tarefas aos servos. Quando completei 10 anos, a rainha me deu um cetro real e uma coroa, começou a me ensinar discursos que eu deveria fazer em reuniões, discursos que eu achava perda de tempo de aprender já que uma princesa não pode falar nas reuniões dos conselhos, as únicas reuniões em que eu falo são as que só comparecem mulheres, fora isso eu permaneço calada como se não tivesse voz.
Pude bolar meu primeiro decreto real também, mas a rainha não o apoiou; tive que seguir exatamente todos os passos dela! Só fui aprender a voar aos 12 anos, e por insistência dos sacerdotes, se dependesse da rainha ainda não saberia voar! E isso foi um grande desgosto para ela; Sempre tive vontade de aprender artes marciais, mas vossa majestade disse que uma princesa tem que ser leve e delicada, e que uma mulher não luta!
Com 13 fui prometida a Jefferson mitchell, um garoto ardiloso e ruim de coração, filho do general da linha de frente! Ele próprio riu da minha cara quando falei do meu sonho que era lutar, e disse que uma dama como eu não deve lutar, e que com certeza se mulheres estivessem no meio de uma batalha, a guerra seria perdida por culpas delas, que são frágeis e teimosas.
Sinto rancor e raiva; mais ao mesmo tempo tristeza, por ter que entregar meu reino que tanto amo a um ser deplorável como ele! Já tentei alertar a rainha da destruição que ela causara se não impedir esse casamento! Mas ela simplesmente acha que é desculpa minha!
- Me chamou vossa majestade? – perguntei
Ela havia me chamado a sala de reuniões, eu esperava que era para mudar de ideia sobre o maldito casamento com Jefferson mitchell, mas minhas expectativas foram jogadas na lama assim que vi o general mitchell sentado na mesa real ao lado da rainha fazendo-a assinar algum documento
que provavelmente dizia respeito ao estupido casamento!
- Ah, chegou em ótima hora querida nora, - disse o general mitchell – estávamos justamente falando sobre o matrimônio!
- Ah... achei que resolveríamos esse assunto em algum outro dia; ano que vem para ser mais clara! – disse eu
- Lauriete! – cortou a rainha
- Desculpe! – disse eu
- Continuando... – disse ela – o senhor estava me dizendo o que exatamente general mitchell?
- O meu filho não consegue mais esperar! – disse o general – ele não vê a hora de casar-se com sua filha; está completamente apaixonado.
- Bem, isso não é problema! – disse a rainha – podemos adiar o casamento!
- Adiar???? – reclamei, eu estava prestes a explodir de raiva
- Lauriete é uma moça bonita e educada... – disse a rainha, lançando um olhar de reprovação que somente eu e ela entendíamos – qualquer um se interessaria por ela. mas claramente eu não daria a mão da princesa e nem o reino a qualquer um, por isso escolhi seu filho; ele parece ser um ótimo rapaz, e creio que saberá administrar muito bem ao reino, não é mesmo?
- Sim, rainha ngela! – disse o general – o seu reino estará em boas mãos
Dessa vez eu não consegui me segurar!
- COMO ASSIM? – perguntei – eu sou a princesa do reino celeste, e sei muito bem como administrar ao reino sem a ajuda de homem NENHUM.
- Lauriete...
- Pra que todas aquelas aulas afinal? – perguntei – se no final de tudo eu vou ter que deixar um homem tomar as decisões por mim, e eu terei que ficar calada?
- Acho que está na hora de eu me retirar! – disse o general – com sua licença milady.
- Você tem noção do que está fazendo mãe? – retruquei assim que o general saiu da sala;
- Tenho e não vejo problema algum!
- Mas eu vejo! – disse eu – até porque quem vai casar sou eu! Você está entregando seu reino a dois homens perversos e ainda acha que estou errada!
- Postura Lauriete, isso não são modos de uma princesa!
- Quem se importa com os modos? – retruquei – Assim que eu me casar com esse estrupício ele irá mostrar sua verdadeira face e não terá mais volta.
- Chega Lauriete! – disse a rainha – eu tentei ser paciente! Quer discutir? Então vamos lá! Vamos ver quem tem os melhores argumentos!
- Eu... eu não quero casar, não com ele!
- Acontece, Lauriete! – disse a rainha, se levantando da cadeira e ficando cara a cara comigo – Acontece que você ainda não manda em nada aqui, e não irá mandar a menos que eu morra, antes do seu casamento! E depois que eu morrer quem comandara no reino será Jefferson Mitchell, e não a pequena princesa ingrata, imprestável e reclamona!
- Eu não sou reclamona! – disse eu – muito menos imprestável.
- Eu que criei você, quando aquele imprestável do seu pai morreu na guerra! Fiz tudo sozinha sempre, e tudo o que você faz é reclamar! Esse casamento é a melhor das hipóteses e você sabe disso, precisamos de mais aliados o mais rápido possível já que estamos em guerra contra os reinos das trevas, e o principal deles é Aldofian. Eu quero massacrar aquele reino, e destruí-lo pedra por pedra!
- Mas...
- Jefferson e você se casaram daqui a 6 meses você querendo ou não! Não há nada que me faça mudar de ideia! E muito menos cancelar e acabar com todos os planos de vida que eu tive muito trabalho de elaborar pra você! E acho bom que comece a se comportar, Lauriete Joy!
- Sim, vossa majestade! – disse eu
- É melhor deixarmos esta conversa para outra ocasião, minha cota de paciência com você já se esgotou, e os reis e anciões estão quase chegando para reunir o conselho! Vá para seu quarto que as criadas vão lhe arrumar, e trate de se acalmar; se falar uma palavra durante essa reunião eu mando darem um fim naquela sua égua que tanto insiste em cuidar!
- Não será necessário! – disse eu – eu prometo tentar colaborar com a senhora e ficarei calada e de cabeça baixa durante toda a reunião!
- Perfeito! – disse ela – Agora vá, já basta pôr hoje!