Capítulo 8 VII - LAURA

O reino mortal não era tão ruim quanto eu esperava. Minha mãe e seu conselho o mostram com uma aparência mais assustadora!

- Não tire conclusões precipitadas Lauriete, - resmunguei comigo mesma – sua mãe e o conselho sabem muito mais do que você; esse lugar pode aparentar ser inofensivo agora, mas há de ser muito pior!

- Falando sozinha moça? – perguntou-me alguma voz, atrás de minhas costas; virei-me e me deparei com um homem moribundo; seu cabelo estava despenteado, suas roupas sujas, álito fedendo á algo que parecia vinho estragado ou alguma coisa parecida, e ele em si fedia tanto que parecia não tomar banho a dias! (se eu soubesse que os mortais eram assim não teria aceitado esta missão; para mim esse moço não passa de uma alma sebosa)

- Isto não se aplica a vosmecê, plebeu moribundo com álito de vinho ruim! – disse eu, com a voz mais rígida possível.

- Vejo que não é daqui senhorita; - disse ele

- Mas é claro que sou; cresci neste... lugar! – disse eu

- Você não parece ser uma moradora de rua! – disse ele

- Moradora de rua? – perguntei

- Sim! – disse o homem – tem certeza de que mora aqui?

- Ham... – imediatamente comecei a olhar em volta; vi que estava em frente a algo cheio de sacolas, cascas de bananas, restos de maçãs, e... eca, aquilo era cocô? Enfim, estava cheia de coisas que com certeza fediam mais que o homem! -não! Não moro!

- Como eu suspeitei! – disse ele

- Desculpe-me, - disse eu – mas, poderia me dizer onde eu estou?

- A senhorita está ao norte da cidade de 11Garret

- OH, - exclamei – poderia me dizer aonde fica os hotéis do islamismo?

- Isla o que? – perguntou ele

- Islamismo! – repeti – é um hotel que fica em frente ao meu destino; uma tal escola chamada 12Domenico Fagundes

- Ahhh – disse ele – você quis dizer 13hotéis do ''paraíso''?

- Se for ele que fica em frente ao meu destino, deves de ser! – disse eu

- Isso é do outro lado da cidade Senhorita! – disse ele

- Mas aonde ficaste? Onde posso encontrá-la? Diga-me por favor ou...ou cortarei sua garganta, isso é muito ruim se não sabe! – mas ao em vez de assustar-se, o homem fedido começou a rir, gargalhar exageradamente

- Certo, certo. Bem, - prosseguiu ele depois de uma longa saga de risos – você vai seguir direto pela avenida, virar a esquina, atravessar a faixa de pedestre e virar novamente a direita até o ponto de ônibus mais próximo e pegar o...

- ônibus? Que tipo de mordomo seria este? – perguntei

- Ah, - disse o homem, olhava-me de um jeito estranho, como se estivesse olhando para um cavalo que acabara de criar mais quatro patas.

- Obrigada senhor, - olhei para minha bolsa e comecei a procurar por algo que pudesse recompensar a ajuda do homem, vi alguns papeis de cor verde com alguns números impressos junto com uma cara de alguém, tinha várias disso, achei super estranho até que o homem olhou para aquelas folhas e disse:

- Quanto dinheiro!!!! – disse ele, espantado

- Dinheiro? – percebi então que aquele deveria ser o dinheiro mortal, no reino celestial é bem diferente; resolvi então retribuir a ajuda do moço com o que ele parecia estar necessitando e entreguei-lhe o masso de dinheiro

- Oh! – disse ele espantado – Muito obrigado senhorita, muito obrigado mesmo, que Deus a abençoe.

- Passar bem, plebeu! – disse eu, seguindo meu rumo

...

O homem fedido realmente disse o local certo, encontrei os hotéis do paraíso depois de algum tempo bem longo! O hotel era bem chique, mas não era aquilo que me interessava, encontrei a tal escola, e fui até lá; estava tão admirada com o local e suas 200 vidraças, super brilhantes que não notei uma menina a minha frente, até que esbarrei nela e em seus mais de 10 livros!

- Ai! – disse ela

- Oh! – disse eu – desculpe-me! Não percebi vossa presença!

- Vossa? – perguntou ela, me olhou de cima a baixo, como se examinasse um mapa; a garota tinha olhos verdes, cabelos loiros ondulados como raios de sol que caiam até basicamente a cintura. A princípio pensei que fosse a cópia de mim, mas em vez de olhos verdes, os meus são azuis, e meu cabelo é liso, não ondulado! Sem contar que sou mais corada, e ela bronzeada; imaginei que deveria ser a princesa por aqui – Que linguagem engraçada a sua.

- Engraçada? – perguntei

- Sim! – disse ela juntando seus livros do chão – as pessoas usavam essa linguagem antigamente, no século 18 ou 19

- Em que século estamos?

Depois de muito tempo rindo da minha cara a garota respondeu:

- Meu nome é Violet castelle, estudante do 1 ano médio! – disse ela estendendo a mão para mim – e você é?...

- Partoni hilary! – disse eu

- Partoni? – perguntou ela

- Oh- disse eu – digo, Payton! Payton hilary

- Ah sim! Payton; que bom conhece-la.

- Ah sim, certo, que legal! Poderia me dizer onde fica a sala de comando?

- Sala de comando?

- Sim – respondi – a sala aonde o comandante desta instituição prepara suas ordens e organiza suas papeladas e mandados!

- Acho que você está se referindo a sala do diretor! – disse ela – e sim, eu posso dizer, e inclusive posso levar você até lá! Mas só se for exatamente nesse instante, porque meu motorista já está vindo me buscar para ir para casa!

- Certo! – disse eu

- Então, - começou ela, quando começamos a andar até a sala do diretor – O que veio fazer na escola? Matricula? Ou é alguma bolsista?

- Matricula! – disse eu, Violet me levava por vários corredores que pareciam não acabar nunca, e que me faziam dizer adeus ao pátio e seu lindo jardim – podemos andar mais rápido por favor? Estou com pressa.

- Ahhh, tudo bem! – disse ela – Você por acaso não seria uma das amiguinhas da mirella, ou é?

- Não, e quem é mirella?

- É uma das populares da escola; uma pessoa bonita de rosto e corpo, mais estragada por dentro; é cruel e impiedosa, junto com o namorado dela, ele é o maior praticante de bullying da escola, faz isso com minha melhor amiga e outras duas conhecidas!

- Com toda certeza não, não faço parte destes tipos de atos infantis e imaturos; Popularidade nada mais é do que um caso passageiro, e o bullying é apenas um meio do atacante se mostrar mais forte para que os outros não vejam seus defeitos e problemas que tem por trás!

- Você é bem sábia!

- Por acaso você participa destes atos repugnantes?

- Obvio que não! Porque achou isso?

- Porque você tem uma aparência correspondente a tal mirella

- Todos acham isso; dizem que sou uma típica patricinha como ela, por causa das roupas que uso! – disse ela – mas não sou; minha mãe é uma modelo famosa e quer que eu seja sua cópia perfeita!

- E a transforma de um jeito que não é!

- Sim – disse ela, continuávamos passando por vários corredores, até que enfim paramos em frente a uma porta com três palavras escritas, muito larga por sinal, ''sala do diretor'', mortais sem criatividade nenhuma...

- Vocês não escondem sua área de comando? – perguntei

- Não! – disse Violet rindo, e entrando na sala – Diretor corandin, essa aluna veio se matricular.

A sala de comando dos mortais era bem sem graça; estantes com livros de protocolos escolares, duas janelas iluminando o local escuro, duas cadeiras em frente a uma mesa; fico imaginando se a pessoa que criou este cômodo estava deprimida!

Em cima da mesa havia grandes maços de papel, canetas, um treco que não identifiquei, e um homem de brinde, examinando os papeis; não devia ter menos que 30 anos, deduzo que tenha uns 50 ou por aí. Tinha cabelos grisalhos, pele enrugada, e olhos que outrora deviam ter sido de um tom azul vivo, agora não passava de um tom azul acinzentado.

- Ah, - disse ele finalmente, abaixando os óculos da cara enrugada e examinando as duas garotas na sua frente, até que se fixou em mim e perguntou: Qual o seu nome mocinha?

- Payton hilary! – disse eu

O senhorzinho começou a remexer nos papeis um por um depois parou e perguntou ''Sala?'' ao que eu respondi ''não sei a minha sala, vim me matricular''

E ele respondeu '' em que ano estas?''

- Ah, - comecei a ficar desesperada, Rainha Angela e o conselho não haviam me informado sobre isso, nem sabia quais anos os mortais estudavam; no reino celestial apenas chamamos de fases, e as fases mudam 3 vezes por ano, isso se passar no teste! – bem, eu não sei!

- Como não sabe? – perguntou o diretor!

- Não sei, senhor!

- Payton, por acaso estudou em casa durante todos esses anos? – perguntou o diretor

- Bem, - não sabia a que ele se referia, mas vendo como uma saída... – sim, senhor!

- Então procuraremos uma serie para você por meio da sua idade, o que acha? – perguntou ele

- Acho uma boa ideia, senhor! – respondi

- Qual a sua idade Payton?

- 16! Farei 16

- Certo, antes de vermos uma serie para você. Preciso ver se seus pais já fizeram a matricula por aqui nos papeis,

- Sou eu que vim fazer a matricula senhor!

- Payton, - começou ele – Somente os responsáveis podem fazer a matricula em uma escola, são responsáveis pela educação do filho, neto, sobrinho ou o que quer que seja o parentesco da criança Seus pais vieram com você, não?

- Ah... – ''agora lascou geral'' pensei, o que vou fazer? Imediatamente comecei a pensar em um plano, não posso arriscar nada aqui, tenho que seguir conforme me foi orientado, não posso nem pensar o que aconteceria comigo se desse errado! – Os papeis da matricula já estão aí, senhor!

- Não, não estão Payton! Já procurei e não estão aqui!

- Procure novamente senhor!

Quando o diretor começou a procurar, discretamente, comecei a usar um pouco de minhas habilidades mágicas a meu favor, até que finalmente ele disse:

- Ah, achei, estão aqui! – disse ele – Ok então Payton, as aulas começam amanhã pela manhã, sua série é o 2 ano médio, e a sala é de número 201 no terceiro andar

- Muito obrigada diretor! – disse eu

- E Violet, - disse ele

- Sim? – perguntou ela

- Acompanhe Payton até a saída, e aproveite para ir embora também, já são quase 18:00hrs da noite!

- Sim senhor! – disse ela – vamos Payton

...

Estávamos quase na saída quando Violet parou e perguntou:

- Gostaria de apresentar você para minha melhor amiga amanhã, ela vai adorar te conhecer! O que acha?

- Não vejo porque não conhecer!

-Ah! Meu carro chegou– disse Violet - Até amanhã então Payton!

- Até – disse eu, e Violet se dirigiu ao carro, olhou novamente para mim antes de entrar e acenou, depois o motorista deu a partida e eles foram embora. Segui o exemplo deles e me dirigi ao hotel do paraíso!

                         

COPYRIGHT(©) 2022