Capítulo 7 VI - LAURA

Fique devidamente preparada para qualquer coisa, que possa vir a acontecer – Disse a rainha

A reunião já havia acabado havia 30 minutos, minha mãe passou todo esse tempo me dizendo cada coisa que devo fazer assim que chegar no reino dos mortais, as criadas arrumaram mais de 5 malas cheias de roupas, joias, sapatos e tudo quanto é acessório esquisito dos mortais; (Sinceramente ainda acho exagero esse protocolo de princesas, criado pela deusa Jade, ''uma verdadeira dama deve, e tem que ser vestir bem; ou então não é e nem nunca será uma dama, a não ser que decida vestir-se adequadamente'').

- Vossa majestade, - exclamei – Estas roupas são muito inadequadas, e indignas de minha pessoa!

- Inadequadas ou não, vosmecê usara! – disse a rainha; as vezes não a entendo, quando eu era pequena todos os dias para mim ela falava uma língua diferente, mas na realidade são só três, a linguagem normal, o latim, e a linguagem que ela está a pronunciar nesse exato momento, não sei se há um nome exato para esta língua, mas as vezes eu a falo também! – Os mortais usam estas roupas frequentemente por lá, e você tem que se infiltrar!

- Como vossa majestade sabe sobre isso?

- Simples, - disse ela – Você não sabe o que o conselho dos deuses vem tramando! Desde que Gaile faleceu deixando para trás os reinos de luz, os deuses vêm vigiando cada passo que os reinos de magia e dos mortais vem seguindo; sem claro, informar ao reino celeste; nós sabemos de tudo o que acontece nos reinos vizinhos Lauriete!

- Vocês têm certeza da tal missão dos aldofianos?

- Claro que temos Lauriete! – resmungou ela – O conselho tem espiãs e espiões espalhados por todo o reino da magia; temos mais aliados do que você possa imaginar.

- Não sei se estou de acordo com isso!

- Isso o quê?

- Essa guerra! – disse eu – Porque toda essa implicância com Aldofian afinal?

- Trate de coisas que são de sua conta Lauriete, - disse a rainha – das minhas cuido eu.

- Mas...

- A carruagem a levará a ilha dos portais! – disse ela – Prepare-se; tire esses trajes e coloque roupas adequadas para o reino mortal!

- Sim vossa majestade! – disse eu

- E o seu nome lá não será Lauriete joy! – disse ela – Não temos certeza que o reino de Aldofian e seus capachos sabem ou não da sua identidade!

- E qual será o meu nome então?

- Payton hilary!

- Partoni?

- Payton!!! – corrigiu a rainha

- Ah! - Disse eu – Payton...Hilary! Esse nome é meio difícil de se pronunciar não? Não posso apenas me chamar de Laura, é meu apelido.

- Não! – disse ela – Se chamara Payton Hilary e trate de aprender a pronunciar!

- Mas...

- Trate de não estragar tudo! – disse ela – Saiba que não foi eu que decidi que fosse, por mim continuaria aqui onde é seu lugar, trancafiada naquele quarto e aprendendo a cuidar de sua vida medíocre;

- Sim, v-vossa majestade! – gaguejei, A rainha Angela costuma dar muito medo quando está com raiva, fecha tanto a cara e nos olha como se quisesse nos incinerar; (Sem contar que falta soltar fogo pelas narinas e ouvidos) Ela segurava meu pulso tão forte que dava para sentir suas unhas perfurando minha pele; quando ela finalmente soltou senti o sangue descendo por meus dedos.

- Agora vá, cansei de ver um rosto que emana a pura burrice. – disse ela

- Sim vossa Majestade!

- Não deveria deixar que ela a trate desta maneira! – disse uma voz feminina

- Como?

- Atrás de vosmecê princesa!

- Oh... é você! – Thyri estava parada na minha frente bem ao lado de Lutero, que estava com uma expressão tranquila, com uma bandeja de comida a mão – Ela é a rainha, líder e comandante de toda a divindade de luz, e minha mãe, devo obediência a ela e a mais ninguém!

- Lutero aconselha que você seja mais austera quanto a ela! – disse Thyri

- Lutero é apenas membro do conselho dos Deuses! Nós somos mil vezes mais fortes graças a Gaile!

- Ninguém é mais forte que os Deuses princesa Laura, - disse Thyri – os únicos capazes de pelo menos combater ou enfrenta-los a uma luta justa foram exterminados a anos atrás!

- O que você veio fazer aqui? – perguntei – O que estava fazendo vigiando a mim e a minha mãe?

- Nem tudo é o que parece Princesa Laura! – disse Thyri

- Não respondeu a minha pergunta!

- Kanskje hun burde vite sannheten Luther – disse Thyri, não entendi bulhufas do que ela falava, com certeza não era latim, teria entendido se fosse! acho que fez de proposito para que eu não entendesse, mas porquê?

- Thyri! – disse eu – Vosmecê sabes bem que no reino celeste é proibido falar em línguas desconhecidas!

- É a língua de minha terra natal! – disse Thyri – Desconhecida porque vocês celestianos acham que a língua de vocês é a única existente por ai!

- Por acaso está conspirando contra minha mãe???

- Jamais faria nada contra o reino celeste! – disse Thyri – Mas você fará!

- Nunca trairia meu reino e sua confiança!

- Eu não disse trair, - disse Thyri – Mas sim salvar! Jefferson mitchell jamais trará nenhum benefício ao reino celeste! Está se aproveitando da burrice de vossas altezas, quanto mais demorarem para anularem a esse casamento, mais rápido ele dará o golpe!

- Em primeiro lugar, acabou de violar a um dos decretos reais, resultante em pena de morte!

- Mas...

- Em segundo, pouparei sua vida mantendo-me de boca fechada se sair da minha frente neste exato momento!

- Não cometi nenhuma violação!!!

- Minha piedade é facilmente esgotada!

- Vai se arrepender do que está fazendo com o reino e consigo mesma Princesa Lauriete! contrarium Lutherus – disse Thyri a Lutero, falando exatamente como ele, inexplicável! E foi embora pisando firme, mas não sem antes me lançar um olhar fulminante e de pena!

...

A carruagem passava pelas ruas devagar, em um processo lento, para que eu acenasse e sorrisse, quando finalmente chegamos as ilhas dos portais, (que equivale a uma ilha separada do reino, todos os reinos tem uma; foi separada porque sua magia é tão forte quanto a dos Deuses, e pode causar uma destruição incontrolável se muito perto! Isso aconteceu com o reino de Otsare (centauros), que agora estão extintos, houve uma grande explosão em seu reino a séculos atrás, assim os outros reinos decidiram separar as ilhas para que não houvesse extinção total com todos os outros reinos) minha mãe começou a se mexer, e eu percebi que seu sorriso falso já se desmanchara, e o seu rosto normal, sério e sem luz ou qualquer resquício de alegria alguma estava estampado em seu rosto.

- Qual a probabilidade de eu chegar antes dos aldofianos, mãe? - Perguntei; a rainha me encarou friamente ao ouvir a palavra ''mãe''! Isso acontece sempre que falo, ela nunca permitiu que a chamasse assim, sempre foi mais para ''sua alteza real'', ''rainha'' ou ''vossa majestade''! – Perdão!

- Não existe essa de ''probabilidade'' Lauriete! – disse ela sem me olhar nos olhos! Encarava o espelho e retocava a maquiagem pra tentar esconder as rugas. – Você VAI chegar antes deles. Simples assim! Aldofianos são lerdos e muito estúpidos quando se trata de inteligência; podem ser fortes, ágeis e bons no campo de batalha, mas sabem bem que quem domina a área da estratégia somos nós! Você chegara uns dois dias adiantada, conhecendo-os, devem estar ainda se arrumando;

- E a senhora, vossa alteza, acha que consigo chegar uns dois dias adiantada? – perguntei

-Não acho, - disse ela – descendo da carruagem e andando pela trilha que levava até o templo, aonde tinha o portal; - achar é para os fracos! – corrigiu ela – Eu tenho certeza!

- E o que devo fazer quando chegar!

- Você vai se infiltrar! Tente achar esses tais aldofianos, conquiste sua confiança e descubra seus planos!

- Como vou conseguir a confiança dos aldofianos?

- Lauriete Joy, - disse ela – Saberá o que fazer quando chegar a hora! Espero que aqueles ensinamentos não tenham sido em vão!

- E não serão!

- Ótimo, agora...

- E como vou saber reconhecer os aldofianos?

- Ahhh Lauriete, você me dá nos nervos, - disse ela – Eles costumam ser pálidos. No seu reino não tem sol, é sempre chuvoso e cinzento o céu; são burros o suficiente para não se infiltrar ali; provavelmente vão pensar que vamos mandar ''espiões homens'' da mesma quantidade que eles e iniciar uma guerra no reino mortal. Saberá reconhecer, agora pare de falar, entre no portal, o tempo está se aproximando. – disse ela

- Ah... – disse eu – bem, então...

Assim que me virei, vi ela ao longe entrando na carruagem que cada vez se afastava mais!

- ...Adeus!

            
            

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