Nunca Te Esqueci
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Capítulo 2 |Paixão Proibida|

🌼✦*:. Capítulo 2 .:*✦🌼

...

[Aos 16 anos...]

É uma tarde como qualquer outra e cá estou eu em casa sentada sobre o baú enquanto observo pela janela como de costume. Kyle me disse que estaria ocupado com algo hoje a tarde, então decidi não aborrecê-lo.

Encaro a bandana já um pouco desbotada em meu pulso e sorrio. Desde aquele dia em que nos conhecemos não a tiramos para nada, é o tipo de coisa que lavamos todos os dias no banho e passa a noite secando para podermos já usar no dia seguinte, virou praticamente parte do nosso corpo.

Pego meu celular colocando meus fones e começo a ouvir uma música para me distrair, isso me dispersa um pouco dos pensamentos e consigo relaxar. Quando não estou com Kyle, tudo o que se passa na minha cabeça é minha mãe e o aborrecimento me abate.

...Por que ela não se interessa por mim?...

Sou distraída quando uma mensagem de Kyle notifica em meu celular.

"Vem pra minha casa, quero conversar com você."

Um sorriso imediatamente adorna meus lábios e animada, dou uma arrumada no meu cabelo antes de ir. Corro apressada pelo jardim e saio lhe esperando no portão da sua casa. Assim que ele me vê, vem correndo me atender.

...Posso estar louca, mas ele parece nervoso...

- Tudo bem? - pergunto sorrindo.

- Tá sim, entra. - pede em meio a um sorriso sem jeito. Kyle segue na minha frente, passando a mão pelos cabelos bronze bagunçados. Encaro suas costas, a postura alta e menos robusta de adolescente, e... independente de qualquer coisa, me sinto nervosa.

- Como minha mãe não está em casa, eu arrisquei fazer algo pra gente comer e acredito que ficou muito bom. - esfrega as mãos indo até à cozinha e vejo uma linda torta de maçã sobre a mesa.

- Está muito boa. - me surpreendo quando provo e ele sorri aliviado.

- E como vão as coisas com a sua mãe? - pergunta casual.

- A mesma coisa. - respondo aborrecida. Kyle é o único para quem me abro de verdade.

- Ela nunca está em casa, nunca tem tempo pra mim, já me acostumei com isso.

- Não fica assim, não gosto de te ver triste. - segura minha mão junto a sua de um jeito carinhoso e a acaricia levemente, isso alvoroça meu coração o deixando disparado.

- Eu tenho muito tempo pra você. - sorri de um jeito lindo e toca o tecido da bandana em meu pulso.

- Sempre terei, ainda temos uma promessa. - diz tocando o tecido do seu próprio pulso e sorrio emocionada.

- Obrigada. - olho encantada para ele. A expressão serena em seu rosto é o suficiente para me fazer esquecer tudo de ruim.

...Kyle tem o poder de me afastar dos pensamentos ruins apenas com sua companhia, cada gesto dele só me deixa mais rendida a completa paixão...

- Isso tem um motivo especial? - aponto a torta.

- Na verdade, tem. - responde sem jeito e se levanta abruptamente. Ele me estende a mão convidativo e a pego me juntando a ele.

- Já tem um tempo que eu quero fazer isso, mas não tive coragem. Na verdade, tive medo que isso interferisse de alguma forma na nossa amizade. - começa mantendo seu olhar longe do meu.

Ele segura minhas mãos com carinho junto as suas e volta seu olhar dourado e cheio de brilho ao meu, o nervosismo de seu rosto parece se dissolver completamente enquanto me fita.

- O que foi? - pergunto impaciente e um pouco nervosa.

Sinto que flutuo quando sem esperar ele me puxa para um beijo e mesmo surpresa, correspondo sentindo seus lábios macios e quentes se movendo com calma junto aos meus. Meu coração só falta sair do peito com tamanho sentimento que me toma.

- Eu sou apaixonado por você, Claire. Há muito tempo. - tendo sua testa colada na minha, ele confessa em meio a um suspiro pesado e mal consigo descrever o que sinto ao ouvir isso.

...Eu queria tanto ouvir essas palavras saírem de sua boca, estou sonhando?...

- Não sei se você sente o mesmo por mim, mas... eu preciso saber, estou ficando louco com essa dúvida. - sorri meio tímido.

- Antes que diga qualquer coisa, se não for recíproco, tudo bem. Eu esqueço isso e nunca mais toco no assunto. Juro. - diz nervoso e demonstrando em seu olhar o quanto ele tem medo dessa possibilidade.

- É recíproco... - respondo ainda me sentindo um pouco atordoada por ter seus lábios tão próximos dos meus, mas com imenso alívio.

- Eu... sinto o mesmo, sou apaixonada por você! - confesso como se nada mais importasse no mundo.

- Calma, me deixa respirar. Nossa... sonhei tanto com isso. - sorri nervoso e vejo o rubor tomar seu rosto.

- Nesse caso, aceita namorar comigo? - questiona exasperado, olhando no fundo dos meus olhos e tudo o que faço é assentir sem pensar duas vezes.

- Aceito. - sussurro e vejo o sorriso iluminar seu rosto de uma forma linda, como jamais vi antes.

O espaço entre nós diminui novamente e ele traz a mão ao meu rosto me puxando levemente, fecho meus olhos sentindo sua respiração ansiosa contra meu rosto. Nossos lábios estavam prestes a se tocar por uma segunda vez, até que alguém abre a porta violentamente nos fazendo pular e nos separarmos.

- Então você está aqui. - é minha mãe e está furiosa.

- O que pensa que está fazendo? - ela agarra meu braço com força.

- Não estamos fazendo nada de errado. - respondo tentando me soltar.

- Eu estou vendo tudo de errado aqui! - seu olhar se volta a Kyle e é de pura repugnância, o seu maldito preconceito pela classe média baixa.

- Sra. Bryant, eu respeito muito a sua filha, não aconteceu nada de mais. - ela me puxa me levando para fora sem se importar.

- Está me machucando! - tento me soltar me sentindo muito envergonhada com a situação.

- Não machuca ela! - Kyle se aproxima de nós tentando me defender e ela aponta o dedo em seu rosto.

- Você, moleque, fica bem longe dela! - ordena firmemente. Ele fica inerte a isso e volta seu olhar a mim.

- Me desculpa. - balbucio começando a chorar com a situação e ela me arrasta para nossa casa.

- Me solta, mãe! - peço sentindo a dor forte do seu aperto.

- Senhora, não precisa machucá-la. - Liz vem até nós, angustiada.

- Não se mete, Elizabeth! - esbraveja e continua me puxando pela casa até meu quarto, ela me puxa com violência para dentro do quarto e acabo caindo no chão.

- Você não vai ficar com aquele pobretão e manchar o nome dessa família! - grita comigo e apenas fico cabisbaixa no chão aos prantos.

- Quando foi que você ficou desse jeito? Eu não te criei assim. - fúria me toma nesse momento e a encaro sentindo muita raiva.

- Você não me criou. VOCÊ NUNCA PARTICIPOU DA MINHA VIDA, nem sei por quê me adotou! - cuspo as palavras.

- Não importa, o fato é que agora você carrega o nome dessa família e vai honrar isso, não vou deixar você se rebaixar assim. - aponta e se aproxima de mim.

- Amanhã eu vou chamar a polícia e você vai dizer a eles que aquele garoto tentou abusar de você. - diz com convicção. Arregalo os olhos sem acreditar nas palavras que saem da sua boca.

...Jenna não participa da minha vida e agora simplesmente me atira de um lado para o outro como se eu fosse um objeto que só importa pelo status. Sem se importar em como isso me enoja e me machuca...

...

            
            

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