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Eu acordei um pouco grogue devido ao efeito do clorofórmio. Tentei me levantar, mas tudo ainda estava girando ao meu redor. Uma silhueta se aproximou de mim e me ajudou a ficar sentada.
"Desculpe por isso, mas foi necessário", disse Lucca enquanto ainda me segurava. "Logo o efeito vai passar."
Aos poucos, minha visão foi clareando e comecei a olhar ao redor, tentando reconhecer o lugar. Estava em uma sala de estar que parecia pertencer a alguém muito rico, considerando o tamanho e a decoração. Meus olhos encontraram Lucca e então percebi o que estava acontecendo. Eu tinha sido sequestrada. O pânico tomou conta de mim, mas tentei não demonstrar isso para ele. Lucca pegou um copo com água e me entregou.
"Beba isso, vai ajudar você a se sentir melhor", disse ele. Peguei o copo e tomei um pouco da água. Ele se afastou, me dando espaço para respirar melhor.
"Por que você fez isso?", perguntei com a voz ainda fraca, mas ele conseguiu entender o que eu disse. Ele se abaixou na minha frente e afastou meu cabelo do rosto.
"Você está bem?", ele parecia preocupado, mas não ia cair na lábia dele. Dei um tapa na mão dele e me levantei para manter distância entre nós.
"Se você tentar algo comigo, é melhor me matar, porque se eu sobreviver, vou acabar com a sua vida", avisei. Ele sorriu e se levantou, indo até o bar para preparar uma bebida.
"Eu não preciso sequestrar mulheres para conseguir transar com elas, se é isso que você está pensando", ele declarou. Eu olhei ao redor, tentando memorizar cada detalhe do local, e comecei a procurar minha bolsa.
"Se você não quer transar comigo, então por que estou aqui?", questionei. Ele se virou e me deu aquele sorriso que fazia qualquer mulher se derreter.
"Eu não disse que não quero transar com você", ele se aproximou e me entregou um copo com a bebida que preparou. "Isso será assunto para outro momento. Trouxe você aqui porque tenho uma proposta para te fazer."
"Que tipo de proposta?", perguntei. Lucca se sentou no sofá e apoiou os braços no encosto.
"Uma proposta de trabalho", respondeu ele.
"Não faço ideia do que te fez pensar que eu consideraria trabalhar com você. Mas, como estou bastante curiosa, quero saber que tipo de trabalho você acha que eu aceitaria fazer para você", disse, permanecendo em pé. Olhei ao redor e notei minha bolsa em cima da mesa, lembrando-me de minha arma. Talvez eu precisasse dela.
"Está procurando por isso?", como se pudesse ler minha mente, ele mostrou minha arma em sua mão e a colocou sobre a mesa. "Você pode pegar se isso fizer você se sentir mais segura na minha presença."
"Acha que tenho medo de você?", olhei para ele com desprezo. "Não confunda meu olhar de desgosto com medo."
"Acho que seu olhar transmite outra coisa", ele se levantou e se aproximou de mim. "Consigo sentir sua insegurança quando me aproximo de você, e isso não tem nada a ver com medo. Talvez seja desejo?" Ele se aproximou ainda mais, e eu quase podia sentir as batidas de seu coração. Fiquei assustada com a possibilidade de ele poder sentir as minhas também.
"Você me trouxe aqui para flertar comigo? É algum fetiche do bem e do mal", meu tom era irônico, o que o fez rir.
"Eu poderia te oferecer uma vida cheia de emoção, luxo e prazer", sussurrou no meu ouvido e logo se afastou para olhar nos meus olhos. "Você não precisa ficar presa nessa vida monótona de policial."
"Eu passo", respondi com firmeza. Ele se afastou, pegou seu copo e deu um gole em sua bebida.
"Você ainda vai mudar de ideia", piscou para mim. "Voltando à proposta, preciso que você investigue uma pessoa que está infiltrada em meu cartel e passa informações para a polícia."
"Você quer que eu descubra quem está te entregando para a polícia?", perguntei incrédula.
"Foi o que acabei de dizer."
"Em que mundo você vive, para achar que eu aceitaria isso? Eu achei que você fosse mais inteligente."
"Estou disposto a fazer uma troca: entrego nosso agente infiltrado na polícia", deu de ombros.
"Não sei se essa troca seria justa para mim."
"Posso te oferecer outra coisa em troca, basta você pedir", ele sorriu.
"Acho que ainda estaria saindo no prejuízo", provoquei, e ele sorriu ainda mais.
"Ok, então vamos fazer assim: você aceita descobrir quem está me delatando e, em troca, eu te entrego meu informante, ou, se você não aceitar, vou entregá-la à polícia como minha informante."
"Você não tem como provar."
"Consigo forjar provas", "Ele dá de ombros e comenta: 'E tenho certeza de que seus colegas de trabalho estão se perguntando por que Lucca Giordano deixou uma simples policial viver'. Isso toca em um ponto que me deixa realmente preocupada.
'Foi por isso que você não me matou naquele dia?', pergunto.
'Desculpe, mas os negócios são muito importantes para mim', responde ele, deixando claro que seu interesse por mim é apenas para ajudá-lo, o que me incomoda um pouco. 'Então, o que você tem a dizer?'
'Que você parece ter perdido o jeito para os negócios. Não consegue nem descobrir um infiltrado no seu cartel', provoco.
'Você parece gostar de me irritar', ele responde.
'É porque você me irrita sem se esforçar', retruco. Ele me encara por alguns instantes.
'Eu vou te dar dois dias para você decidir', diz ele, indo até a porta e chamando um de seus soldados. 'Eliot, acompanhe a srta. Kate até o seu carro, ela está de saída.' Ele me olha uma última vez. 'A gente se vê, Kate', e sai da sala, me deixando sozinha com seu capanga.
'Poderia me acompanhar?', Eliot pergunta, me encarando com uma expressão nada amigável. Ele faz sinal para eu passar na frente dele. Quando chego bem perto do seu rosto, o encaro seriamente.
'Não pense que eu esqueci que você me apagou. É bom você manter seus olhos bem abertos', ameaço.
'Se não fosse pelo Sr. Giordano, você já não estaria respirando', ele responde, entregando-me a chave do meu carro.
'É bom que esteja tudo no lugar no meu carro!', ameaço enquanto o sigo até a garagem."