A Esposa de Mentira do Sottocapo
img img A Esposa de Mentira do Sottocapo img Capítulo 3 A garota na estrada
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Capítulo 16 Você não me engana, ragazza! img
Capítulo 17 Estou com fome img
Capítulo 18 Uma motivação perigosa img
Capítulo 19 Vou te dar prazer! img
Capítulo 20 Não quero mais problemas img
Capítulo 21 A noiva fujona img
Capítulo 22 Conflito silencioso img
Capítulo 23 A Viagem para San Miniato img
Capítulo 24 Um plano meticulosamente elaborado img
Capítulo 25 Uma ilusão passageira img
Capítulo 26 A Esposa de Mentira do Sottocapo img
Capítulo 27 Uma insolente atrevida img
Capítulo 28 Os termos do nosso acordo img
Capítulo 29 A fúria do Sottocapo img
Capítulo 30 Perigosamente astuta img
Capítulo 31 A fuga por entre as árvores do pomar img
Capítulo 32 Ela é comprometida img
Capítulo 33 Paixão incontrolável img
Capítulo 34 Eu quero ser o primeiro img
Capítulo 35 Ela é uma ladra img
Capítulo 36 Não roubei o relógio img
Capítulo 37 Vou te f0d3r img
Capítulo 38 Quero te dar prazer img
Capítulo 39 Obstinado pelo poder img
Capítulo 40 Minha esposa de mentira img
Capítulo 41 Não posso me apaixonar img
Capítulo 42 Nosso casamento img
Capítulo 43 A culpa é minha! img
Capítulo 44 O filho é seu! img
Capítulo 45 O segredo do Sottocapo img
Capítulo 46 Lembre-se do contrato img
Capítulo 47 Um fogo intenso img
Capítulo 48 Por favor, não faça isso! img
Capítulo 49 A primeira vez img
Capítulo 50 É uma cilada img
Capítulo 51 Não mexa nas minhas coisas img
Capítulo 52 Ele é seu filho img
Capítulo 53 O motivo de tanta hostilidade img
Capítulo 54 Minha esposa não é babá img
Capítulo 55 Lealdades e necessidades img
Capítulo 56 Posição prazerosa img
Capítulo 57 Um cara de sorte img
Capítulo 58 No provador da loja img
Capítulo 59 A ex-namorada do Sottocapo img
Capítulo 60 Enciumado img
Capítulo 61 Sentimento de posse img
Capítulo 62 Chorar lava a alma img
Capítulo 63 O confronto img
Capítulo 64 Mentira ou omissão img
Capítulo 65 Você nunca esquecerá esta noite img
Capítulo 66 Foi melhor assim! img
Capítulo 67 Eu vou te deixar livre img
Capítulo 68 Uma emboscada img
Capítulo 69 Preciso encontrar a minha mulher img
Capítulo 70 A única opção img
Capítulo 71 Onde está minha esposa img
Capítulo 72 Visita inesperada img
Capítulo 73 Desconfiada img
Capítulo 74 Minha esposa img
Capítulo 75 O meu desejo img
Capítulo 76 Minha doce Antonella img
Capítulo 77 A minha mulher img
Capítulo 78 Uma nova oportunidade img
Capítulo 79 Um momento difícil img
Capítulo 80 Quero a minha esposa de volta img
Capítulo 81 A mulher que te abandonou img
Capítulo 82 A sua esposa está grávida img
Capítulo 83 Ponto fraco img
Capítulo 84 Um alvo fácil img
Capítulo 85 Uma garota má img
Capítulo 86 Não vou machucar você img
Capítulo 87 Quero fazer amor com você img
Capítulo 88 A prisão do Sottocapo img
Capítulo 89 Deixe ele em paz img
Capítulo 90 Afaste-se da minha mulher img
Capítulo 91 As minhas regras img
Capítulo 92 Fique comigo esta noite img
Capítulo 93 O desespero materno img
Capítulo 94 Cuidadoso e protetor img
Capítulo 95 Pai de um bambino img
Capítulo 96 O meu porto seguro img
Capítulo 97 Chance de redenção img
Capítulo 98 Não vou a lugar nenhum img
Capítulo 99 Ingênua img
Capítulo 100 Sou o seu pai! img
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Capítulo 3 A garota na estrada

Bernardo

O carro fazia um trajeto pela Estrada Etrusco Romana, percorrendo as paisagens com belas vinícolas e vinhedos na região da Umbria. Após passar um ano na Sicília, eu fui obrigado a voltar para honrar um compromisso inadiável.

- Como foi a viagem, senhor Bernardo? - O motorista perguntou.

- Por favor, preste atenção na estrada, Casimiro. - Cortei o assunto.

Exausto da viagem, eu joguei a cabeça para trás e passei as mãos nos meus fios curtos antes de fechar os olhos. Eu devia cumprir a promessa de casar, já que a aliança entre os clãs foi acordada durante a minha infância. Por algum motivo, o meu avô queria que eu tomasse a frente dos negócios da família.

O celular tocou, tirando-me de minhas divagações. Era a terceira vez que a Mariana ligava. O término não foi amigável e ela não entendeu que eu tinha uma obrigação a cumprir.

Não posso negar que eu curti a vida intensamente ao lado da minha amante siciliana, mas pela segurança dela, eu escolhi dar um fim naquele relacionamento. Os gritos e os xingamentos durante a última discussão ainda reverberaram em minha mente.

- Então, você vai embora?

- Pare de complicar as coisas, Mariana! - Eu terminei de arrumar as minhas roupas na mala. - O meu voo sai em uma hora.

Às quatro da manhã, a mulher alta e esguia me seguia pelo quarto.

- Pode ir embora, Bernardo! - A voz anasalada falou. - Já marquei um encontro com um belo moreno no Tinder.

Cerrei os punhos ao lado do meu corpo. Precisei de todo o meu autocontrole para não perder a minha razão.

- Vou me divertir bastante enquanto você finge que será um bom marido naquela fazenda.

- Não posso quebrar o acordo que a minha família fez há mais de vinte anos. - A minha voz ficou mais rouca quando berrei. - Eu peguei a alça da mala e fitei a tela do celular quando uma mensagem chegou. - Divirta-se com o cara do Tinder.

- Ele trabalha numa agência de modelos e disse que vai me ajudar a arrumar trabalhos.

Mariana não dormia no ponto quando o assunto envolvia a sua carreira de modelo e atriz. Ela era extremamente bonita e tinha uma sedução diabólica, mas eu nunca a amei.

- Ótimo! - Vaguei pelo apartamento até a porta. - Seja feliz!

- Estúpido, você vai se arrepender. - Ela agarrou um jarro. - Logo, eu farei muitos desfiles e comerciais. Serei uma atriz famosa!

Agachei quando ela jogou o objeto de cerâmica que passou um pouco acima da minha cabeça. O meu sangue borbulhou, larguei a mala num canto e avancei, mas Mariana correu e se escondeu no banheiro antes que eu a alcançasse. Abri os meus olhos e abandonei as lembranças que teimavam em me aborrecer.

Deitando a cabeça para o lado, eu contemplei a cidade protegida por muralhas na província de Perugia aonde a parte mais moderna ficava na parte baixa.

- O senhor está muito calado. - O motorista da minha família tentou puxar assunto. - Está tudo bem? - Ele me olhou.

- Cuidado, Casimiro. - Arregalei os olhos ao ver a garota de cabelos castanhos avermelhados montada no cavalo.

O meu corpo foi jogado para frente no instante em que ele freou bruscamente perto do animal que se assustou.

- Oh, Dio mio! - Casimiro exclamou quando o equino levantou as patas dianteiras e jogou a garota no chão. - Antonella! - Ele chamou enquanto o cavalo galopava para longe da moça desmaiada.

O motorista saiu às pressas enquanto eu tirava o cinto.

- Antonella, acorde! - Casimiro agachou e verificou a pulsação.

- Eu te falei para prestar atenção. - Repreendi o funcionário.

- O cavalo apareceu do nada, senhor. - disse o motorista.

- Casimiro, - a garota chamou num murmúrio.

Ela abriu os olhos. As pupilas eram como duas pedras de safiras reluzentes.

- Por que você estava passeando a cavalo por essas bandas, Antonella? - O motorista perguntou num tom de repreensão.

- Eu peguei um atalho porque estou atrasada para o trabalho! - Ela levantou devagar e olhou a volta. - O Fergus não está aqui. Para onde ele foi?

Apesar dos arranhões no joelho, nos braços e na testa, ela ainda tinha forças para andar devagar.

- Fergus!

Antonella tocou nos lábios, fez um biquinho e tentou assobiar.

- Oh, céus! - Ergui os meus olhos para cima e virei para o outro lado. - Quem é esse? - Indaguei ao motorista.

- Acho que é o nome do cavalo. - Casimiro replicou. - Antonella, o Fergus foi por ali. - O motorista apontou para árvores que ladeavam a estrada.

- Tenho que encontrá-lo, - a sua voz estava fraca. - Eu peguei esse cavalo emprestado com o marido da minha vizinha. - Ela cambaleou e tropeçou nos próprios pés.

Em uma fração de segundos, eu estendi os meus braços e segurei-a antes que ela tombasse no chão. Os belos olhos azuis estavam presos aos meus quando, de repente, as pálpebras dela começaram a fechar.

- Temos que levar a Antonella para o hospital, senhor Bernardo. - Casimiro falou

- Vamos!

- Estou atrasada para o trabalho. - Ela sussurrou.

- Não seja estúpida! Você prefere morrer? - Eu inquiri enquanto a carregava no colo. - Abre logo a porta do carro, Casimiro.

- Solte-me, por favor, - Antonella abriu os olhos e cravou a unha em meu pescoço. - Eu não quero ir!

- Fique no carro! - ordenei com uma seriedade hostil.

Ela tentou me empurrar no momento em que entrei.

- Fica quieta! - Impus toda a minha força para não deixá-la sair.

- Ai, a minha cabeça dói. - Ela pôs a mão ao lado do ferimento na testa.

- Não devia andar a cavalo nessa estrada. - Eu cocei minha vista, buscando autocontrole para suprimir a raiva.

- O senhor não entende, eu preciso trabalhar.

- Antonella, acalme-se! - O motorista pediu. - O senhor Bernardo só quer te ajudar.

Naquela tarde, o motorista me auxiliou a levá-la para um hospital na cidade vizinha. Assim que chegamos, eu deixei a garota sob os cuidados dos médicos e fui para o corredor. Mentalmente, eu torcia para não encontrar a filha da minha madrasta, que era médica residente.

- O senhor não lembra dessa garota? - Casimiro perguntou.

- De quem?

- Da Antonella.

- Não.

- Ela é a filha de um antigo funcionário que trabalhou nos vinhedos na fazenda do seu pai.

Cocei a minha nuca instintivamente, a conversa com o motorista ficava cada vez mais entediante.

- O pai dela morreu e, agora, ela cuida da madrasta e do irmão caçula.

- Lamento por ela! - Olhei para a saída. - Vamos embora, Casimiro!

- E quanto à Antonella?

- Eu já paguei a conta do hospital.

- A casa dela é distante daqui, senhor!

- Ela pode pedir carona.

Casimiro hesitou por alguns segundos. Ele olhou para o corredor. Parecia bastante preocupado com a garota.

- Senhor, me dê alguns minutos, por favor! Deixarei um trocado para Antonella pegar um ônibus.

- Não demore, vou te esperar no carro.

Minha mente já estava conturbada demais para sofrer com o problema dos outros. Eu estava pensando em como convencer o meu pai e o meu avô de que era melhor gerir os negócios da família na Sicília. Para falar a verdade, eu não queria ficar preso naquela cidade. Eu não pertencia àquele lugar.

            
            

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