Armadilha de Ace
img img Armadilha de Ace img Capítulo 2 De volta à cidade
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Capítulo 7 Ciúmes img
Capítulo 8 Minha img
Capítulo 9 Uma sombra img
Capítulo 10 Encontrando a ruiva img
Capítulo 11 Brincando comigo img
Capítulo 12 Conforme as ordens do rei img
Capítulo 13 Saindo de fininho! img
Capítulo 14 O elevador VIP img
Capítulo 15 Seu toque ardente img
Capítulo 16 Você é minha! img
Capítulo 17 Vire-se... img
Capítulo 18 Presente anônimo img
Capítulo 19 Magoado img
Capítulo 20 Ele se foi img
Capítulo 21 Confrontando Tess img
Capítulo 22 O chefe está aqui! img
Capítulo 23 O demônio dos meus sonhos img
Capítulo 24 Antonio Reymond img
Capítulo 25 Eu preciso de você img
Capítulo 26 Camarões com alho e queijo img
Capítulo 27 Não é a sua mulher img
Capítulo 28 Warner img
Capítulo 29 Maldita bruxa vermelha! img
Capítulo 30 Mau presságio img
Capítulo 31 Escapando dele img
Capítulo 32 É hora de tomar uma decisão img
Capítulo 33 Somente como amigos img
Capítulo 34 Obcecado img
Capítulo 35 O encontro img
Capítulo 36 Provocando o senhor Valenciano img
Capítulo 37 O passado img
Capítulo 38 Coração partido img
Capítulo 39 Visita surpresa img
Capítulo 40 Preso img
Capítulo 41 Preso por ele img
Capítulo 42 Sempre comigo img
Capítulo 43 Encontrando Sierra img
Capítulo 44 Duas condições img
Capítulo 46 Corredores estranhos img
Capítulo 47 Uma chance img
Capítulo 48 Eu te amo img
Capítulo 49 A surpresa do vilão img
Capítulo 50 Inimigo do lado de dentro img
Capítulo 51 Sendo tomada pela besta img
Capítulo 52 Dor img
Capítulo 53 Liza outra vez img
Capítulo 54 Duncan De Sylvano img
Capítulo 55 Ameaça img
Capítulo 56 Os demônios do passado img
Capítulo 57 Medos img
Capítulo 58 Sentindo falta dele img
Capítulo 59 Arrepios img
Capítulo 60 Noite de tempestade img
Capítulo 61 Deixando Ace img
Capítulo 62 Pânico img
Capítulo 63 Vamos para casa img
Capítulo 64 Senhora Valencian img
Capítulo 65 As férias img
Capítulo 66 A revelação - Parte 1 img
Capítulo 67 A revelação - Parte 2 img
Capítulo 68 Ela é meu porto seguro... img
Capítulo 69 Um a menos img
Capítulo 70 Lugar proibido img
Capítulo 71 Ele morre... img
Capítulo 72 A curiosidade matou o gato img
Capítulo 73 O plano de mestre img
Capítulo 74 O deus grego ciumento img
Capítulo 75 Epílogo - Parte 1 img
Capítulo 76 Epílogo - Parte 2 img
Capítulo 77 Capítulo bônus - Parte 1 img
Capítulo 78 Capítulo bônus - Parte 2 img
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Capítulo 2 De volta à cidade

Eu olhei para o meu pulso.

O relógio marcava nove e meia.

"Senhora, por favor, desligue o seu celular. O avião está prestes a decolar", disse a aeromoça com uma voz terna.

"Sim, só um minuto." Eu pedia desculpas com o olhar.

Acenando a cabeça, ela se afastou.

"Mãe, preciso desligar agora. A tripulação já me avisou pela segunda vez."

"Tudo bem, tudo bem! Vou deixar você em paz agora. Em algumas horinhas você já estará aqui! Estaremos esperando do lado de fora do aeroporto quando você pousar!" Era possível perceber a excitação na sua voz. Uma repentina saudade de casa invadiu a minha mente. Já se passaram dois anos desde que os viu.

"Ah, e mantenha aquele garoto à distância de um braço", papai gritou ao fundo.

Enquanto respondi que sim com a cabeça, deixei escapar uma risada. "Tudo bem, pessoal! Vejo vocês no aeroporto."

"Amo você, querida!" Eles disseram ao mesmo tempo.

"Amo vocês também!"

Suspirando, olhei pela janela. Outro avião decolou, voando alto no céu. Observar isso sempre me fascinou. Mesmo assim eu ainda preciso lutar comigo mesma para não passar mal durante as decolagens.

Ao meu lado, alguém caiu, me fazendo virar a cabeça. Deixando escapar alguns palavrões que eu não entendi direito, o homem tentava se acomodar no assento.

"Como está o seu estômago agora?", eu perguntei, mesmo que já soubesse a resposta, já que era possível ver a transpiração em sua testa e as bochechas coradas.

"Não está nada bem. Que droga! Eu acho que não deveria ter comido aquele macarrão que sobrou da noite passada. Meu Deus! Juro! Eu nunca vou comer sobras de novo." Ele gemeu.

Pobre rapaz! Mesmo passando mal, ele concordou em vir comigo para minha casa.

"Eu sinto muito, Warner. Por você ter que viajar comigo nesse estado. Você deveria ter ficado em casa, sabe?"

Ele me deu um sorriso infantil. "Não precisa sentir muito. Eu é que escolhi vir junto, mesmo depois de saber minha condição esta manhã. "

"Mas fui eu quem pediu para você vir comigo", disse eu, por isso a culpa é minha.

"Não seja boba. Eu sou capaz de fazer qualquer coisa por você. Esta é uma jornada um pouco desconfortável. E, além disso, esse mal estar vai embora logo. Já tomei remédios." Ele agarrou minha mão, entrelaçando os nossos dedos.

Eu lhe sorri de volta, com o coração grato por tudo aquilo.

"Eu te amo", disse ele, olhando nos meus olhos.

O meu sorriso ameaçou se desfazer, mas consegui mantê-lo, e apertei sua mão em troca. O anúncio do comissário de bordo para que todos os passageiros prendessem os cintos de segurança salvou-me de outra situação desconfortável.

Estamos namorando há seis meses. Já nos conhecemos desde que entrei na faculdade. Fomos grandes amigos desde o início. Após as minhas várias tentativas frustradas de namoros que não passaram de uma semana, eu desisti de criar qualquer tipo de relacionamento novamente. Quando nos encontramos por conta de um amigo em comum e Warner me chamou para sair, eu não pude dizer que não.

Ele era tudo o que uma garota desejaria em um namorado ideal. Bonito, inteligente, humilde, honesto. E o mais importante, ele me conhecia muito bem. Afinal, somos amigos há três anos. Por isso, quando ele me pediu para ser sua namorada, eu acabei dizendo que sim.

Mesmo que ele tivesse confessado seus sentimentos milhares de vezes antes de mim, eu não era capaz de simplesmente retribuir. Não é que eu não gostasse dele, porque eu gostava. Ele era um cara ótimo. Pode ser uma questão de tempo até eu sentir tudo isso por ele. E eu estava esperando ansiosaemnte por esse dia.

"Senhora, gostaria de um pouco de café?" A voz que vinha de alguém da tripulação quebrou o meu estado de transe.

"Você tem chá?".

Depois de longas quatro horas e meia, quando finalmente pousamos na Califórnia, encontrei meus pais exatamente onde me disseram que estariam. Segurando um cartaz um pouco espalhafatoso que dizia 'bem-vinda ao lar', mamãe me recebeu com seu abraço entusiasmado, ainda mais do que o normal, e papai tinha um olhar satisfeito já que agora eu finalmente tinha voltado para casa. Mesmo que eu só ficasse lá por duas semanas.

Desde o dia em que decidi mudar para o meu colégio em NY, papai ficou absurdamente preocupado comigo. Mamãe também. Não foi nada fácil para mim ficar tão longe deles, mas teria sido ainda pior ter ficado nesta cidade.

Só o tempo e a distância poderiam me curar. Por isso, aquela atitude foi necessária naquele momento. Assim que as memórias daquela noite começaram a surgir, eu desliguei minha mente, enterrando-as no fundo do meu cérebro para que voltassem para o lugar de onde nunca devem sair. Exatamente como fiz pelos últimos sete anos.

Eu segui em frente.

"Bem-vinda ao lar, ratinha!" No momento em que pisei na porta, fui surpreendida com um abraço tão forte que era capaz de esmagar todos os meus ossos. "Olhe para você! Você cresceu!"

Revirei meus olhos para o meu irmão. "Não exagere, você acabou de me ver há dois meses."

"Sim, mas parece que faz muito tempo desde que te irritei pela última vez", disse ele, com os olhos cheios de nostalgia.

Eu sorri. Eu senti falta dele. Mesmo que ele me visitasse frequentemente em NY sempre que ele estava nas viagens de negócios.

"É melhor você manter essa sua bunda horrorosa longe de mim, estou avisando!" Eu fingi um olhar sério.

Ele riu, e então seu olhar caiu sobre Warner, que não estava nos seus dias mais apresentáveis por conta das suas maratonas para os banheiros de dez em dez minutos. Ele parecia prestes a desmaiar a qualquer momento. Warner ficou extremamente envergonhado quando teve que correr para o banheiro antes mesmo de conseguir cumprimentar papai com um aperto de mãos.

Bem...não deixa de ser uma maneira de impressionar meus pais!

Eu queria que o primeiro encontro deles fosse bom. E papai não podia desgostar mais dele por causa disso.

'Ele é bom demais para ser verdade', papai dissera uma vez ao telefone. Eu não sei por que, mas ele não o aprovou quando soube que nós estávamos namorando.

"Ei, Warner! Que bom ver você, rapaz!" Tobias deu-lhe um abraço de lado. "Está tudo bem? Você parece meio doente."

"Nada sério, é só um probleminha de estômago. E é bom ver você também." De repente, sua expressão se torceu como se alguém tivesse dado um soco no estômago. "Olha, se você não se importa..."

"Vá para a direita e então para cima, é a primeira porta. Você vai encontrar o quarto de hóspedes", disse papai com um tom pouco amigável.

Soltando um 'obrigado' apressado, ele correu para dentro.

Suspirei.

Vou ter que conversar com papai sobre isso. Embora Warner não tenha notado seu tom agora, ele logo iria perceber.

"Pobre menino", mamãe murmurou, sutilmente lançando ao papai um olhar de repressão que ele orgulhosamente fazia questão de ignorar. Balançando a cabeça, ela olhou para mim. "Querida, por que você não vai para o seu quarto e se refresca. Vou fazer algo rápido para você comer enquanto isso."

Recebendo um aceno de minha parte, ela seguiu papai. Obviamente para reclamar com ele.

Tobias jogou um braço por cima do meu ombro enquanto subíamos as escadas. "Então? Você está mesma determinada a manter este namorico, hein?"

Como papai, ele também não gostava do meu namorado. Mas, ao invés de papai, Tobias era mais sorrateiro.

"Ele é um cara legal, Tobias. E o melhor é que ele é meu melhor amigo."

"É só isso? Você vai ficar com ele porque ele é um cara bom e é seu amigo?" Ele ergueu a sobrancelha.

"Isso não é o suficiente?"

Ele encolheu os ombros e fez uma cara de reprovação. "E quanto aos sentimentos? Eu não vejo você olhar para ele do jeito que costumava olhar para A..."

Eu coloquei a mão diante dele, não deixando que ele terminasse aquele maldito nome. "Eu gosto dele. E acho que é o suficiente para conseguir manter um bom relacionamento com ele. E você deveria estar feliz por mim, não é?"

Algo brilhou em seus olhos e eu não consegui decifrar. Então ele sorriu. "Se é isso que te faz feliz, Em."

Meus lábios se curvaram. "Muito obrigada pela compreensão."

Assim que ele me deixou no meu quarto para me refrescar, deixei uma mensagem para Casie e Beth sobre minha chegada e me preparei para um longo banho quente. Já faz muito tempo que não as vejo, embora nada tenha mudado muito entre nós. Elas queriam se juntar a mim para a faculdade, mas Beth não podia porque seu namorado estava aqui. Casie acabou por trocar os estudos por uma carreira de modelo.

Ainda bem que ela tomou a decisão certa. Ela era uma modelo de sucesso agora. Eu morria de orgulho!

No jantar, Warner já parecia muito melhor do que esta manhã. Esta noite era o nosso jantar em família, e como sempre, a especialidade da casa eram os pratos feitos pela mamãe. Durante todos esses anos, além das saudades da família, eu sentia absurdamente a falta daquela comida feita pela mamãe.

Quando ela colocou um prato de tortas de maçãs na minha frente, eu fiquei maravilhada com aquele cheirinho, mal conseguia me segurar, e abri um sorriso imenso. "Meu doce favorito!"

Rindo, ela sentou-se ao lado de papai.

Quando Tobias tentou pegar um, dei um tapa forte em sua mão. "Larga isso agora, garoto! São todos meus!"

Ele franziu a testa. "Isso não me parece justo. Eu também sou louco por esses doces!"

"Tobi, deixe sua irmã ter a sobremesa que quiser! Você as teve durante esses anos todos, agora é a vez dela", disse papai.

"Vocês não são nada justos!", ele reclamou, fazendo todos nós rirmos. Os olhos da mamãe brilharam enquanto nos observava brincar como nos velhos tempos. Por alguns instantes seu olhar pousou no meu pulso esquerdo.

"Que pulseira linda! Onde é que você arranjou, querida?"

Eu olhei para baixo. Um sorriso tímido e constrangido tocou meus lábios. Era uma correntinha dourada, decorada com esmeraldas e pequenos diamantes cintilantes, em forma de rosas.

"Alguém me presenteou no dia da minha formatura", respondi. Ainda me lembro bem daquele dia. Mamãe e papai não puderam participar porque o voo deles foi cancelado devido ao mau tempo. Ninguém da minha família pôde comparecer. Com o humor abatido, quando voltei para o meu apartamento naquela noite, depois de uma festa de comemoração louca com meus amigos, encontrei uma pequena caixa diante da minha porta.

Era de alguém anônimo. Sem qualquer nota, endereço ou nome. Embora eu não quisesse ficar com a pulseira, não pude resistir. Eu me apaixonei por ela no primeiro instante.

"Quem?"

Dei de ombros. "Eu sei lá! Não havia nenhum nome na caixa de presente."

"Princesa, você não deve aceitar presentes anônimos. Isso pode ser um pouco perigoso. Aliás, quem daria a você uma pulseira tão cara e nem sequer revelaria o nome?" A testa de papai se enrugou na hora.

"Pode ser Tom. Eu tenho certeza de que é ele quem manda rosas em todos os seus aniversários", exclamou Warner.

"Como assim? Quem é Tom?" Mamãe olhou para mim.

Suspirei. "Não é ninguém importante, mãe. É só um cara da minha faculdade que uma vez me convidou para sair."

"Ninguém? Ele literalmente perseguiu você em todos os lugares até que algo aconteceu e ele misteriosamente sumiu do nada. Ele deve ter levado a sério a minha ameaça de entregá-lo à polícia", disse Warner, com o rosto sombrio.

"Perseguidor!" Mamãe e papai gritaram assustados ao mesmo tempo.

"Como é que tudo isso aconteceu e você não disse nada?" Papai me lançou um olhar de desgosto e reprovação.

Warner se mexeu desconfortavelmente em sua cadeira enquanto me olhava. Por que raios ele tinha que dar com a língua nos dentes logo agora?

"Calma, pai! Ele foi embora antes que eu pudesse tomar qualquer atitude."

"Foi para onde?"

"Não sei. Um dia ele simplesmente...desapareceu." Dei de ombros. "Talvez ele tenha percebido que não ia conseguir nada comigo e desistiu."

"Ele até desapareceu da faculdade", Warner murmurou, recebendo outro olhar meu.

Honestamente, eu pouco me importava se ele tinha desaparecido ou não ou o que tinha acontecido. Mas não acredito que esta pulseira tenha sido um presente dele. Uma ideia tão linda e delicada não passaria pela cabeça daquele psicopata.

"Ainda assim, você deveria ter dito alguma coisa, princesa." Papai balançou a cabeça.

"Está tudo bem, Senhor Hutton. Eu estava lá com ela", disse Warner.

Papai olhou para o corpo nada atlético de Warner e voltou a comer. Os lábios de Tobias se contraíram para prender o riso. Ele sabia sobre Tom, mas não informou nada aos meus pais porque aquilo certamente os deixaria transtornados.

Os olhos da mamãe se viraram em direção à porta. Minha irmã ainda não tinha chegado. Mas, como sempre, ela tinha coisas mais importantes para fazer do que o jantar em família.

Assim que peguei uma torta de maçã e levei aos lábios, o som dos saltos finos batendo no chão de casa chegou aos meus ouvidos.

Ela tinha um grande sorriso no rosto enquanto se aproximava. "Ei pessoal! Desculpem o atraso, tive um imprevisto."

Vestido de verão amarelo, salto agulha, cabelo loiro escorrido na altura dos ombros, olhos azuis e maquiagem impecável. Eu não me surpreendia. Ela estava tão impressionante e sofisticada como sempre.

"Ei, irmãzinha!" Beijando levemente minhas bochechas, ela se sentou ao meu lado. "Olhe para você, você ficou ainda mais bonita do que eu me lembrava da última vez que nos vimos."

Meus lábios se curvaram em um sorriso tenso. "Obrigada. Como está?"

"Tenho estado bem! Mais do que bem, na verdade!", ela sorriu de canto de boca, e sua pele brilhava sob a luz.

Quando seu olhar pousou em Warner, ela o reconheceu imediatamente. Embora eu não tivesse muito contato com ela, além de minha visita de um ou dois dias às vezes em casa, Tobias continuou a atualizá-la sobre tudo o que acontecia na minha vida. Mesmo que ela não estivesse tão interessada.

Depois que terminamos o jantar, a sobremesa foi servida.

"Então, Em? Você soube da festa amanhã à noite?", perguntou Tess.

Mamãe ficou um pouco tensa com a menção da festa. Eu levantei as minhas sobrancelhas.

"Que festa? Não sei de nada."

"Então eles não te contaram? A festa na casa da família Valencian." Agora foi a minha vez de ficar tensa, e percebi que os olhos de Tess brilhavam com a excitação. "Haverá uma festa para comemorar a chegada da Valencian Corp na revista Forbes. Eles estão governando o mundo dos negócios do país agora. Não é incrível?"

Tobias lançou um olhar um pouco preocupado. Mamãe também. Eu apenas respondi à pergunta de Tess acenando a cabeça.

"Sim, aquele menino trabalhou muito duro para que isso pudesse acontecer. Depois de seu pai, ele cuidou de todos os negócios sozinho", comentou papai, com um olhar orgulhoso.

"Por que não? Afinal, ele é meu melhor amigo", disse Tess.

Flashes daquela noite flutuaram em minha mente, enquanto minha mão direita deslizava pelo copo.

"Ah, tem mais uma coisa! Nessa festa, vou anunciar outra coisa muito importante para todos. Por isso eu acho que vocês devem ir."

Quando eu estava prestes a abrir minha boca para dizer não, mamãe engasgou.

"Isso é um anel no seu dedo, Tess?"

Outro sorriso apareceu em seus lábios enquanto ela levantava a mão com orgulho para que todos pudessem ver aquela jóia. "Si-im...Ele me pediu em casamento ontem à noite. E, amanhã, vamos anunciar a nossa data oficial de noivado."

As pessoas na mesa não conseguiam disfarçar a cara de surpresa. O meu estômago estava revirado.

"Quando é que isso aconteceu? Achei que vocês não estavam falando tão sério", mamãe questionou.

"Eu sei, nós estávamos juntos e separados muitas vezes..." Nós estávamos com alguns problemas... Principalmente da parte dele, depois do que aconteceu com a sua família... Mas ele finalmente ganhou coragem e me pediu em casamento ontem à noite! Não consigo expressar em palavras o quanto estou feliz!" Seus olhos brilhavam com lágrimas de felicidade.

E então meu olhar logo caiu sobre a letra que estava gravada em seu anel.

"O que significa 'V', Tess?" Meus olhos grudaram naquilo. Minha mão apertava ainda mais o copo.

Tess seguiu o meu olhar. "Oh, é 'Valencian'. Não é a coisa mais linda?"

            
            

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