My lady
img img My lady img Capítulo 2 Cap.1 Uma fada
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Capítulo 6 Cap. 5 "Recepção" img
Capítulo 7 Cap. 6 "Dezesseis primaveras" img
Capítulo 8 Cap. 7 "O pedido" img
Capítulo 9 Cap. 8 "Cães" img
Capítulo 10 Cap. 9 "Carruagem" img
Capítulo 11 Cap. 10 "Indelicadeza" img
Capítulo 12 Cap. 11 "Ciúmes" img
Capítulo 13 Cap. 12 "Cavalgadas" img
Capítulo 14 Cap. 13 " Noivado" img
Capítulo 15 Cap. 14 "Querida Charlotte " img
Capítulo 16 Cap. 15 " Cartas" img
Capítulo 17 Cap. 16 "Discórdia" img
Capítulo 18 Cap. 17 "O Retorno" img
Capítulo 19 Cap. 18 "Teimosia" img
Capítulo 20 Cap. 19 "A fuga" img
Capítulo 21 Cap. 20 "Insensatez" img
Capítulo 22 Cap. 21 "Casamento" img
Capítulo 23 Cap. 22 "Núpcias" img
Capítulo 24 Cap. 23 "Ego" img
Capítulo 25 Cap. 24 "Tormenta" img
Capítulo 26 Cap. 25 "Constrangimento" img
Capítulo 27 Cap. 26 "Clausura" img
Capítulo 28 Cap. 27 "Confronto " img
Capítulo 29 Cap. 28 Egoísmo img
Capítulo 30 Cap. 29 "Decisão" img
Capítulo 31 Cap. 30 "Punição" img
Capítulo 32 Cap. 31 "Abandono" img
Capítulo 33 Cap. 32 "Vazio" img
Capítulo 34 Cap. 33 "Desespero" img
Capítulo 35 Cap. 34 "Mal de amor" img
Capítulo 36 Cap. 35 "Perguntas" img
Capítulo 37 Cap. 36 "Respostas" img
Capítulo 38 Cap. 37 "Tempestade" img
Capítulo 39 Cap. 38 "Bonança" img
Capítulo 40 Cap. 39 "Valentia" img
Capítulo 41 Cap. 40 "Ira" img
Capítulo 42 Cap. 41 "Culpa" img
Capítulo 43 Cap. 42 "A viagem" img
Capítulo 44 Cap. 43 "Uma criada mal-criada" img
Capítulo 45 Cap. 44 "Maresia" img
Capítulo 46 Cap. 45 "Cavalheiro" img
Capítulo 47 Cap. 46"Ressaca" img
Capítulo 48 Cap. 47 "Maravilhas" img
Capítulo 49 Cap. 48 "Presente" img
Capítulo 50 Cap. 49 "Arrebatadora" img
Capítulo 51 Cap. 50 "Ciúme contido" img
Capítulo 52 Cap. 51 "Dependente" img
Capítulo 53 Cap. 52 "O amor da sua vida" img
Capítulo 54 Cap. 53 "My Lady" img
Capítulo 55 Cap 54 "Entregue" img
Capítulo 56 Cap. 55 "Degenerada" img
Capítulo 57 Cap. 56 "Chá" img
Capítulo 58 Cap. 57 "Desconforto" img
Capítulo 59 Cap. 58 "Marca" img
Capítulo 60 Cap. 59 Como img
Capítulo 61 Cap. 60 "Redoma" img
Capítulo 62 Cap. 61 "Gosto de doce" img
Capítulo 63 Cap. 62 "Gratidão" img
Capítulo 64 Cap. 63 "Preguiça" img
Capítulo 65 Cap. 64 "Meu amado Duque" img
Capítulo 66 Cap. 65 " Um passado distante" img
Capítulo 67 Cap. 66 "Elizabeth" img
Capítulo 68 Cap. 67 "Frieza" img
Capítulo 69 Cap. 68 "Fraternidade" img
Capítulo 70 Cap. 69 "Bailarina" img
Capítulo 71 Cap. 70 "Sonhos" img
Capítulo 72 Cap. 71 "Contubernium" img
Capítulo 73 Cap. 72 "Motivo de amor" img
Capítulo 74 Cap. 73 "Asco" img
Capítulo 75 Cap. 74 "Destino" img
Capítulo 76 Cap. 75 "Amizade" img
Capítulo 77 Cap. 76 "Pertenço" img
Capítulo 78 Cap. 77 "Meu amor " img
Capítulo 79 Cap. 78 "Foi por amor" img
Capítulo 80 Cap. 79 "Reciprocidade" img
Capítulo 81 Cap. 80 "Duquesa Smith" img
Capítulo 82 Cap. 81 "Deslumbramento" img
Capítulo 83 Cap. 82 "Beije-me" img
Capítulo 84 Cap. 83 "Urgência" img
Capítulo 85 Cap. 84 "Um "eu te amo" img
Capítulo 86 Cap. 85 "Um filho seu" img
Capítulo 87 Cap. 86 "Irmãos de vida" img
Capítulo 88 Cap. 87 "Bom vivan" img
Capítulo 89 Cap. 88 "Mal entendido" img
Capítulo 90 Cap. 89 "Laços de fita" img
Capítulo 91 Cap. 90 "A tal estabanada" img
Capítulo 92 Cap. 91 "Insolente" img
Capítulo 93 Cap. 92 "O par perfeito" img
Capítulo 94 Cap. 93 "Bastardo" img
Capítulo 95 Cap. 94 "Banho" img
Capítulo 96 Cap. 95 "A minha palavra img
Capítulo 97 Cap. 96 "Descontrole" img
Capítulo 98 Cap. 97 "Linha de sucessão" img
Capítulo 99 Cap. 98 "Nunca mais" img
Capítulo 100 Cap. 99 "Alguém especial" img
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Capítulo 2 Cap.1 Uma fada

Cap. 1 Uma fada

Ilha de Santa Helena, território Britânico (Inglaterra) 1836...

Todos na região sabiam que a Ilha de Santa Helena era um lugar onde seus poucos mais de 4.000 habitantes, se moldaram a um calmo estilo de vida. Um lugar sem praias com seu litoral rochoso perfeito para uma prisão.

Prisão... Assim Charlotte Leblanc via aquela ilha, uma moça jovem que emanava vida e beleza. Com seus quinze anos almejava conhecer o mundo e navegar através do mar, participar de bailes na corte e ser conduzida por um belo cavalheiro em uma contra dança no salão de festas do palácio.

Enquanto não podia fugir daquele marasmo, a garota aproveitava o tempo livre para explorar o lugar na pequena floresta e algumas vezes mergulhar nas águas de um pequeno lago que seria o coração da ilha. Sentir o vento soprar seus cabelos e andar descalço sobre a relva, conectando-se a natureza, era algo muito simples mas extremamente especial.

Certo dia, depois de algumas aulas tediosas de etiqueta e ser obrigada a vestir o maldito espartilho, Charlotte aproveitou que sua dama de companhia precisou ausentar-se para sair sem ser notada. Como de costume, embrenhou-se na floresta, em busca de liberdade, entretanto algo inusitado aconteceu naquela manhã.

Ela preparava- se para se despir de uma parte considerável de roupas para entrar no lago quando um barulho diferente chamou sua atenção. Um gemido sofrido e um sussurro por ajuda foi ouvido pela mata adentro. Um tanto curiosa, sem pensar nas consequências ou hesitar por medo, a menina segue os sons de dor. Mas à frente, ela se deparou com um rapaz com pouco mais de dezoito anos que estava com uma das pernas presa a uma armadilha de caçador.

Cautelosamente, Charlotte aproximou-se e notou as gotículas de suor que escorriam pelo rosto do jovem que aparentava delirar, certamente o mesmo ardia em febre e encontrava-se quase desacordado, provavelmente ele estaria preso alí desde a noite anterior. Com todo o cuidado que possuía, a garota agachou e desarmou o objeto que o prendia, rasgou um pedaço do tecido da sua anágua usando para conter o sangramento do corte.

Estando a poucos centímetros de distância ela pôde ver que o jovem tinha os cabelos castanhos escuros, um queixo másculo e seus lábios rosados eram bastante atraentes, de fato seu corpo era visivelmente forte e a Charlotte pode concluir que não teria forças para o carregar, não sozinha. Seria necessário que ele ao menos pudesse apoiar em algo para dar suporte e o alavancar até a sela que estava no cavalo, logo ela ficou esperando que o rapaz acordasse, pois assim tentaria colocá-lo na montaria e desta forma seguiria junto a ele rumo ao vilarejo para buscar ajuda.

Charlotte poderia ir até a colônia e pedir socorro, mas a verdade é que ela não deixaria o jovem ferido e sozinho em um local tão ermo.

A garota coloca a mão sobre o semblante do rapaz e retira umas mechas de cabelos que cobriam seus olhos. Em um breve momento, ele lentamente abriu os olhos e levantou uma mão em direção ao rosto de Charlotte, encarou o olhar azul em um tom de oceano e assistiu as bochechas de sua salvadora ruborizarem com um simples toque:

_Uma fada? - Ele falou e deslizou os dedos de forma leve sobre a boca da menina e um tanto confuso fez outro questionamento - Um anjo?

O instante breve em que os olhos do jovem encontraram os da garota, foi o suficiente para que o momento ficasse marcado na sua memória, mas devido à exaustão e a febre ele retirou a sua mão e voltou a fechar os olhos imaginando ser um sonho.

Ela não obteve reação para evitar tamanha ousadia por parte dele, e pode sentir internamente o quanto o olhar amendoado do rapaz era intenso. Charlotte balançou a cabeça buscando esquecer aquele momento constrangedor e com leves tapinhas em sua face, tentou voltar a sua concentração. Pegou o lenço que trazia e o umedeceu com a água do cantil, e rapidamente deslizou o tecido sobre os lábios ressecados do jovem. Quanto mais o tempo passava, mais a situação dele piorava, ela por sua vez decidiu que não poderia continuar alí, deveria ir atrás de ajuda:

_ Milorde, irei atrás de socorro. - Charlotte falou um tanto preocupada - Mas não se preocupe, voltarei com ajuda.

_ Por favor, não vá. Não quero ficar sozinho - Ele segurou a mão da menina com suavidade

A garota sentiu o coração saltitar, jamais alguém falou com ela daquela forma. Ela por sua vez, acabou desistindo de ir atrás de ajuda e resolveu esperar, pois sabia que não tardaria para que seu pai fosse a seu encalço. Dessa forma a garota permaneceu de mãos dadas com o rapaz que estava delirando e completamente vulnerável.

Passadas algumas horas, vozes na mata são ouvidas e como Charlotte suponha, seu pai chama por seu nome. Imediatamente a mesma grita sinalizando onde está e alguns funcionários de sua casa aparecem junto ao senhor Leblanc:

_ Aqui estou pai. - A moça fala aflita.

O senhor Leblanc carregava uma expressão confusa de fúria e de alívio:

_ Charlotte tem noção do quanto fiquei preocupado? - Ele pronunciava as palavras em um tom elevado - Graças aos céus, nada de pior aconteceu. Saíba que está proibida de perambular sozinha.

Ao aproximar-se, o senhor Leblanc pôde perceber que um jovem estava deitado, aparentemente machucado e ao seu lado Charlotte estava com um olhar aflito. Ela rapidamente soltou a mão do rapaz antes que algo fosse mal interpretado por seu pai.

Leblanc reconheceu o rapaz de imediato. Tratava-se do jovem lorde dos Smith, precisamente Tyler, o filho mais velho da família de nobres da ilha.

Uma inquietação tomou conta dos homens que estavam na mata, precisavam retirar o rapaz do local o mais rápido possível para tratar de seus ferimentos e em poucos minutos o resgate já estava acontecendo.

Charlotte foi acompanhando seu pai, até o forte do Duque Smith, pois apesar de não ter importância no momento, o senhor Leblanc achou melhor que sua filha o acompanhasse para contar o que sabia sobre o acidente do rapaz e também não deixar a mesma sassaricando pelo Vilarejo.

A menina fitava o rapaz ainda desacordado, sendo carregado pelos ex escravos, agora libertos, em uma espécie de maca improvisada. Percebia seu cenho suado devido a temperatura corporal elevada e não via a hora do rapaz enfim conseguir ajuda para seus ferimentos.

Uma comoção foi gerada, em torno do jovem, logo quando foi avistado deitado sobre a maca na entrada do forte Smith.

Os empregados junto com o duque, pai de Tyler, rapidamente levaram o rapaz para dentro da casa. Pouco tempo depois o senhor Leblanc já conversava com o senhor daquelas terras e explicou o que houve, já que Charlotte era apenas uma mulher e não seria de bom tom que a mesma estivesse em uma conversa de homens.

Após alguns agradecimentos, o Duque aproximou-se de Charlotte:

_Obrigado senhorita, por encontrar meu filho e ajudá-lo. - O velho duque estava com um sorriso singelo ao agradecer.

_Vossa graça, não é necessário agradecer. - Charlotte respondeu de forma cortês - Fiz o que julguei ser correto, mas confesso que não sei bem o que deveria ter feito em uma situação como essa. Cheguei a cogitar voltar ao vilarejo atrás de socorro, entretanto não obtive coragem para deixá-lo sozinho. Sinto muito.

_Minha querida, não é necessário desculpar-se - O duque permaneceu com o rosto amistoso - Sei que a senhorita fez o melhor que pôde e se não encontrasse Tyler, talvez não poderíamos cuidar a tempo dos seus ferimentos. Meu filho poderia ter sangrado até a morte e aí seria irreversível qualquer outro tratamento. - Os olhos do duque exibiam gratidão - Como recompensa, a sua bondade, darei um baile no forte e assim a senhorita pode debutar. Seu pai está convocado a vir. Assim apresentarei a senhorita ao meu filho formalmente para que ele mesmo possa agradecer a sua gentileza.

_ Fico lisonjeada, mas acredito que devo recusar - Charlotte responde educadamente - Ficarei um tanto envergonhada por receber tanta atenção.

_Ficarei desolado se não aceitar meu convite - O duque demonstra um pouco de decepção - Seria uma desfeita, não comparecer.

_Esta bem, vossa graça . - Charlotte assentiu com a cabeça. - Agradeço a oferta e atenção com o meu debute.

_Ótimo, pelo menos agora o baile terá algum significado, já que aconteceria de uma forma ou de outra. - O duque fala empolgado - Os melhores partidos da Inglaterra estarão presentes para conhecerem o belo anjo de Santa Helena. Tenho certeza que sairá do baile com vários pedidos de cortejo.

Charlotte sorri e faz uma referência em agradecimento. Realmente ela já estava em tempo de casar, mas no fundo isso não era algo que almejava, pois não imaginava a sua vida presa a um homem por conveniência ou por um estúpido acordo entre famílias. Mas como seria o primeiro baile que a mesma iria participar, uma certa euforia tomou conta do seu ser e apesar de ter perdido o seu lenço favorito, pois era algo que pertencia a sua falecida mãe, a menina estava feliz em ter ajudado alguém. Ao lembrar do toque suave das mãos do rapaz sobre seu rosto, ela pensou: _Uma fada? Um anjo? Ela então sorriu e falou internamente: _ Sim, ele estava a delirar!

            
            

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