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A cena se desenrolava de maneira impressionante. Um gigante colossal, com mais de 10 metros de altura, avançava em direção ao grupo do Estrela Púrpura. No entanto, Cold mantinha uma calma surpreendente, seu olhar fixo no imponente inimigo. O capitão conhecia os passos a seguir.
De forma serena, Cold aproximou-se lentamente do gigante, sua presença irradiando magia. Dimitre, atônito, observava enquanto a magia envolvia Cold. Círculos mágicos orbitaram seu corpo, e um raio poderoso, não muito grande em diâmetro, mas incrivelmente poderoso, foi lançado em direção ao gigante. Num piscar de olhos, o que antes era uma ameaça iminente transformou-se em poeira.
A demonstração de poder deixou Dimitre boquiaberto, testemunhando pela primeira vez a verdadeira força de seu capitão. Agora, compreendia por que aqueles homens o seguiam com tanta lealdade.
Cold, voltando-se para sua tripulação, anunciou com determinação: - Vamos embora, pessoal. Uma recompensa nos aguarda. - Tocou Ashura, que cresceu de tamanho, alcançando a estatura dos gigantes menores, cerca de 6 metros de altura. Juntos, dirigiram-se ao pé da montanha, onde o barco estava ancorado, prontos para colher os frutos de sua coragem.
Ao chegarem à cidade, confrontaram diretamente o contratante, questionando o valor da mercadoria. Osvaldo, intimidado, tentava enganá-los, mas Cold e Ardurim não eram facilmente ludibriados. - Você acredita que somos idiotas? 2 mil moedas de ouro para resgatar uma mercadoria que vale 400 vezes mais? - provocou Cold, enquanto Ardurim enfatizava que o valor real era 800 vezes maior, dada a presença de itens inestimáveis.
Osvaldo, acuado, justificou-se: - Ninguém podia saber desses itens, por isso chamei vocês. Se o valor da recompensa fosse muito grande, chamaria atenção. Eu precisava especificamente de você. - Cold, entre risos, comentou: - Até porque não é a primeira vez que você faz isso, né, Osvaldo? Hahaha.
A tensão na sala se dissipou quando Osvaldo concordou em pagar a recompensa de 240 mil peças de ouro. No caminho de volta para o barco, Cold revelou a Dimitre que Osvaldo era um metamorfo, praticamente seu irmão de criação. Explicou que o valor dos trabalhos era sempre 30% do valor da mercadoria e que confiava no Estrela Púrpura para tarefas específicas.
A lealdade e confiança entre os membros da tripulação eram evidentes, e Dimitre começava a compreender por que eram tão respeitados e temidos na Espinha do Mundo.
A noite caía sobre Neverwinter, e o convite de Ashura para beber era tentador. O grupo se reunia em uma taverna animada, com mesas de madeira polida e música ao vivo. Dimitre, Ashura, Carmen e Ardurim encontravam um canto aconchegante e pediam suas bebidas.
- À noite e às aventuras no Estrela Púrpura! - brindou Ashura, levantando sua caneca.
- E à competição que está prestes a começar! - sorriu Carmen.
- E à nossa incrível capacidade de beber! - preparou Ardurim sua caneca.
- E eu brindo à sabedoria de saber quando parar. - sorriu Dimitre.
- Ah, Dimitre, você é um caso perdido! - riu Ashura.
Enquanto a competição de bebida se desenrolava entre Carmen e Ardurim, Dimitre observava com um sorriso, apoiando seus amigos. A cada rodada, as risadas ficavam mais altas e as histórias mais exageradas.
Dimitre aproveitou a oportunidade para compartilhar uma história engraçada de sua época com Lizandra.
- Bem, uma vez, Lizandra e eu decidimos fazer um piquenique em uma floresta encantada. Ela trouxe uma cesta cheia de comida deliciosa, e eu estava encarregado de trazer o vinho. Mas, vocês sabem como eu sou distraído... Acabei trazendo uma garrafa de vinho que explodiu assim que a abri!
- Isso deve ter sido um piquenique memorável! - riu Carmen.
- Foi, de fato. No final, nós rimos tanto que nem precisávamos de vinho para nos divertir. - sorriu Dimitre.
- Parece que vocês tinham uma relação incrível. - Ardurim comentou após engolir uma bebida.
- Sim, tínhamos. Ela era a luz da minha vida.
A conversa continuava animada, com risadas, histórias e brindes. Dimitre, sentado na taverna, olhava para o copo de vinho em sua mão, perdido em pensamentos sobre sua verdadeira identidade e seu passado.
- Às vezes, Ashura, Carmen, Ardurim, eu me pergunto quem eu realmente sou. Mesmo com todas as aventuras que compartilhamos, ainda existem peças faltando em meu quebra-cabeça pessoal. Eu não era apenas um nobre de Baldur's Gate, eu era Amrik Vanthampur II, parte de uma família com conexões sombrias e segredos profundos.
- Compreendo o peso que isso deve ter sobre você, amigo. Mas lembre-se de que somos definidos por nossas ações e escolhas, não apenas por nosso passado. Você é Dimitre agora, um bardo habilidoso, um membro valioso de nossa tripulação. - colocou Ashura a mão no ombro de Dimitre.
Carmen, com ternura, tocou o rosto de Dimitre. - É verdade, Dimitre. Você tem uma maneira única de cativar as pessoas com suas palavras e música. Quem você era antes não importa tanto quanto quem você escolhe ser agora.
Ardurim ergueu sua caneca, propondo um brinde: - Brindemos a Dimitre, o homem que busca seu próprio destino e escreve sua própria história!
À medida que a noite avançava, Dimitre compartilhava sua história com seus amigos, revelando o amor por Lizandra, sua fuga de uma vida nobre e a busca incessante por respostas. Risos, lágrimas e apoio mútuo preenchiam a conversa.
Com o passar das horas, Carmen se aproximava mais de Dimitre, flertando abertamente e, por fim, convidando-o para seu camarote. No entanto, ele hesitava, marcado por relacionamentos conturbados do passado.
Dimitre, olhando nos olhos de Carmen, confessou: - Carmen, eu preciso ser honesto. Não quero me sentir usado ou ser apenas mais um em sua lista.
Carmen, com a mão no rosto de Dimitre, assegurou: - Você não é apenas mais um, Dimitre. Você é especial. E esta noite, eu só quero compartilhar um momento íntimo com você.
Aceitando o convite, Dimitre mergulhou em uma noite repleta de prazer. Carmen, confiante e dominadora, conduziu-o por caminhos sensuais, desafiando suas barreiras emocionais.
À medida que a noite se desenrolava, Dimitre entregou-se ao desejo e à conexão intensa entre eles. Exploraram os limites de seus corpos e desejos, vivenciando uma noite cheia de energia.
Ao despertar pela manhã, Dimitre encontrou-se só, envolto por um vazio que ecoava nas paredes silenciosas do camarote. Carmen, revelando desinteresse em algo mais profundo, deixou claro que o encontro foi apenas um fugaz alívio para ela. Sentindo-se usado, Dimitre compreendeu a natureza efêmera das coisas. Erguendo-se da cama, surgiram pensamentos conflitantes sobre seu retorno a Baldur's Gate e se seria merecedor de Lizandra. Refletindo mais fundo, questionou se alguma vez mereceu.
- Mas não se ama alguém por merecimento, então porque ela me ama? - pensava Dimitre enquanto sentava na cama.
Perdido em pensamentos, Dimitre tentava entender se poderia retornar a Lizandra após o que fez. De qualquer forma, decidiu que ela escolherá como o punirá quando se encontrarem novamente.
Dimitre seguiu até o barco, onde encontrou Ashura à sua espera. Nos olhos do gigante, havia uma expressão de compreensão, como se ele entendesse as batalhas internas de Dimitre.
- Olha, eu sei que você se sente sujo, se sente mal por essa situação. Mas você precisa entender uma coisa. Carmen, ela... Bem, ela só estava afim de aliviar um pouco do estresse. E você, meu amigo, é o tipo dela. Magro, bonito e, de certa forma, tímido. Essas coisas acontecem a bordo do navio, e todos nós sabemos disso. - Ashura colocando a mão no ombro de Dimitre tentava o consolar.
Ouvindo as palavras de Ashura, Dimitre sentiu um certo alívio ao perceber que o gigante não o estava julgando severamente. Contudo, permanecia em conflito consigo mesmo.
- Você tem razão, Ashura. Eu sei que tenho alguém que amo, alguém que deixei para trás. Mas, às vezes, me sinto como se fosse um lixo, sabe? Como se eu estivesse preso a algo terrível por causa do meu sangue, da minha herança... - Dimitre suspirava enquanto divagava em seu pensamentos.
- Você não é seu pai, Dimitre. E você não é definido por seu sangue. Todos nós carregamos bagagens, histórias e cicatrizes. Mas o importante é como escolhemos seguir em frente. Você tem a oportunidade de ser quem quiser a bordo deste navio, de criar sua própria história. - o pirata aconselhava o garoto olhando fixamente para ele
- Obrigado, Ashura. Suas palavras significam muito para mim. Eu vou tentar entender melhor essa situação e encontrar um caminho para lidar com isso.
Os dois compartilharam um momento de compreensão e amizade a bordo do Estrela Púrpura. Dimitre sabia que, apesar de todas as incertezas e desafios, encontrara um grupo que o apoiava, disposto a ajudá-lo a enfrentar seus demônios internos.