Capítulo 9 Casa comigo

Zombando, o sequestrador aproximou-se dela, colocou a lâmina em sua clavícula e disse com uma voz fria: "Acho que você é uma mulher esperta. Nós só queremos dinheiro. Então, se quiser ficar viva, é melhor cooperar. Não me culpe por não te lembrar que somos criminosos."

Criminosos!

Briley ficou chocada e assentiu várias vezes para mostrar que seria extremamente obediente. Os sequestradores ameaçaram Easton para que ele também não fizesse barulho e fecharam o porta-malas. O espaço estreito voltou a ficar escuro como o breu.

A mente de Briley estava uma confusão e ela não sabia se alguém já tinha percebido que eles estavam desaparecidos.

De repente, um soluço foi ouvido. Era o garotinho.

Briley se virou e tateou até encontrar a boca dele, de onde lentamente puxou o pano. Entretanto, no momento em que tirou o tecido, imediatamente cobriu a boca dele para impedi-lo de fazer barulho.

Easton imediatamente entendeu o que ela estava fazendo e copiou seus movimentos, mas precisou de muito esforço para ter sucesso.

Briley ficou surpresa com a inteligência dele e sussurrou: "Garoto, não tenha medo. Você lembra de mim? Nos conhecemos hoje de manhã. Não se preocupe, estou aqui e vou te salvar, mas você vai ter que me obedecer, está bem?"

Easton aninhou-se nos braços de Briley e disse com uma voz abafada: "Tudo bem. Não estou com medo."

"Bom menino." Disse Briley, suavemente. "Vire-se. Vou desamarrar a corda para você."

Por causa da escuridão, Briley teve que contar com a intuição para desatar os nós. O carro ainda estava na estrada esburacada. Ela estava nervosa e não sabia para onde os sequestradores estavam levando-os nem fazia ideia de quanto tempo ficou inconsciente, talvez tenham sido menos de dez minutos. A única coisa que ela podia fazer agora era salvar o menino o mais rápido possível. Era seu instinto como médica.

A testa dela estava cheia de suor quando ela finalmente conseguiu. Briley soltou um suspiro de alívio e sentiu que o menino estava ansioso para abraçá-la, o que a fez se aproximar dele também.

A maioria dos motoristas não percebia o botão de emergência no porta-malas e Briley estava contando que esse fosse o caso dos sequestradores e que o dispositivo estivesse intacto.

"É!" Briley finalmente o encontrou. Ela beijou Easton felizmente e disse: "Garotinho, logo estaremos seguros."

Obviamente, Easton não entendeu o que ela quis dizer.

"Querido, você confia em mim?" Ela perguntou, em voz baixa.

Ele assentiu hesitantemente.

"Você vai se segurar com força nas minhas costas, eu vou abrir o porta-malas e nós vamos pular do carro." Briley deu mais um beijo na bochecha dele. "Lembre-se, não importa o que aconteça, continue correndo e não olhe para trás até que alguém apareça para te ajudar. Está bem?"

Ela já tinha reparado que não havia nenhum outro som de motor por perto, o que significava que eles provavelmente estavam indo para uma área isolada, portanto, era impossível pedir ajuda aos transeuntes. Só restava à ela atrasar os sequestradores e ganhar tempo para o menino escapar.

"E você?" Easton perguntou suavemente.

Briley deu um tapinha na cabeça dele, que agora parecia um pãozinho em seus braços. Ela ficou um pouco triste, porque talvez nunca mais tivesse a chance de encontrar um garotinho tão inteligente.

"Você esqueceu que eu sou médica? Eu sou poderosa. Vou te encontrar assim que você estiver em segurança, está bem?"

Easton piscou novamente.

"Mãe..."

Embora Briley não entendesse por que ele a chamava assim, seu coração ficou profundamente abalado e lágrimas quentes brotaram em seus olhos. Easton segurou seu pescoço com toda a força que tinha. Ela sabia que ele tinha entendido suas instruções.

Não restava muito tempo. Briley preparou sua posição e disse: "Venha. Vamos pular do carro como na cena de um filme. É emocionante. Garoto, você está pronto?"

Ela apertou o botão com força e o porta-malas se abriu com um estalo. Então, ela respirou fundo e disse: "3, 2, 1, pule!"

Uma rajada de vento fez seu rosto doer. Briley fechou os olhos e deu um pulo. As palmas das suas mãos, seus pulsos e joelhos bateram no chão de cascalho, e ela rolou por causa da forte inércia. Sua pele foi arranhada pela areia e pelas pedras, deixando arranhões e hematomas em seu corpo.

"Dr*ga! Cara, a mulher pulou do carro!"

O carro parou bruscamente.

Imediatamente, Briley pegou Easton e correu. As feridas sangravam, ela não ousou parar de jeito nenhum. Quando ela se virou e percebeu que os sequestradores estavam se aproximando, ela colocou Easton no chão e o empurrou: "Corra! Encontre alguém para te salvar."

Então, ela agarrou as pedras na beira da estrada e as jogou nos sequestradores.

Easton gritou: "Mãe!"

"Corre!" Lágrimas escorriam por suas bochechas: "Você é um homenzinho. Não tenha medo. Você consegue!"

Em pouco tempo, os sequestradores a alcançaram. Briley se aproximou e atingiu a cintura de um deles, que caiu, mas o outro, que era mais forte, conseguiu agarrá-la pelo colarinho. Ele deu um tapa forte no rosto dela, fazendo-a cair no chão com um estrondo.

Easton cobriu a boca, cerrou os dentes e correu. O vento forte soprava em seu rosto e as lágrimas caíam constantemente. Ele simplesmente as limpou, se concentrou em seu ritmo e correu sem hesitar. O objetido dele era encontrar seu pai para salvá-la.

Embora suas pernas curtas não corressem rápido, Briley tentou ao máximo ganhar algum tempo para ele. Em um piscar de olhos, Easton correu por uma longa distância. Briley olhou para ele de longe e finalmente deu um suspiro de alívio.

"Sua v*dia! Eu vou te matar!"

Os sequestradores ficaram bravos, agarraram-na pelo cabelo e a jogaram em uma poça de lama.

...

Quando recuperou a consciência, Briley notou um cheiro familiar de desinfetante.

"Ah, minha cabeça!" Ela exclamou ao se levantar. De repente, uma pequena figura correu para os seus braços.

Só então ela lentamente voltou a si. Ela estava deitada na enfermaria e seu "pequeno pãozinho" estava enterrado em seus braços, fungando silenciosamente.

"Querido, você está bem? Que ótimo..." Briley chorou, abraçou Easton com força e acidentalmente abriu as feridas em seu corpo. Foi tão doloroso que ela engasgou.

Easton enxugou as lágrimas, segurou o rosto dela e gentilmente soprou o ferimento na sua face, como se para confortá-la.

Ela virou o corpo de Easton ansiosamente para verificar se ele estava ferido: "Você se machucou? Onde estão os sequestradores?"

De repente, uma voz fria e familiar soou: "Ele não está ferido, mas você precisa descansar agora."

Briley ficou atordoada quando olhou para cima!

Ela não tinha se dado conta mas, quando olhou em volta, descobriu que estava na ala VIP. O canto do quarto estava cheio de rosas frescas e, no mar de buquês de flores, uma figura alta parou e olhou para ela. Seus olhos eram tão profundos que as pessoas não podiam distinguir claramente suas emoções. Ele caminhou em direção à ela lentamente.

Era ele! De novo!

Briley não havia se recuperado do choque dessa cena quando Easton pegou uma rosa, colocou-a em seus braços e disse com um tom sério: "Casa comigo?"