Capítulo 5 capítulo Sinto falta da minha mãe

O motorista, que estava reprimindo sua curiosidade, lançou olhares furtivos para o rosto de Reagan pelo espelho retrovisor. Quando viu uma curva na boca do patrão, ele ficou até atordoado.

Como assim? O senhor gelado sorriu? O motorista pensou que tinha colocado os óculos errados, então balançou a cabeça e olhou pelo retrovisor novamente. Simultaneamente, Reagan levantou as pálpebras e olhou para ele, com um olhar gélido.

Ops, deve ter sido uma ilusão!

O motorista voltou a se concentrar na direção.

Quando chegaram em casa, já era tarde da noite. No momento em que Reagan entrou, a governanta apareceu com uma cara de pânico: "Finalmente o senhor chegou em casa. O Easton está doente!"

O rosto de Reagan endureceu e ele subiu as escadas imediatamente: "O que aconteceu?"

A governanta seguiu atrás dele e relatou: "Easton começou a se sentir mal depois do jantar. Ele tomou um banho e foi dormir. Quando os criados foram ver como ele estava, encontraram ele vomitando. Acho que ele comeu alguma coisa que não fez bem!"

Reagan se virou bruscamente e olhou para o menino.

"Vou pedir a alguém para verificar a comida de hoje!" A governanta sugeriu instantaneamente.

"Prepare o carro. Vou leva-lo para o hospital agora."

No quarto, um garotinho, que parecia ter quatro ou cinco anos, curvava-se sobre a cama e vomitava violentamente. Um criado estava ajoelhado no chão segurando uma lata de lixo e dando tapinhas nas costas do menino para que se sentisse melhor.

O rosto gordinho do menino estava pálido de tanto vomitar e lágrimas brotavam de seus olhos grandes. Quando ele viu Reagan entrando, imediatamente correu até ele, segurou as pernas dele e reclamou: "Pai, estou me sentindo mal..."

Os olhos da velha governanta estavam ficando úmidos. Easton estava tão doente que até agiu como uma criança mimada. A última vez que ele fez isso foi quando teve uma febre alta e perdeu a consciência. Ele tinha apenas dois anos naquela época!

Reagan pegou o menino no colo, que imediatamente se aninhou em seus braços largos e abraçou seu pescoço com força.

"Eu vi a mamãe no meu sonho agora há pouco. Papai, a mamãe é bonita?"

Era imperceptível, mas havia uma pitada de tristeza nos olhos de Reagan, e ele deu uma resposta positiva: "Claro, ela é linda."

"Eu sinto muita falta dos abraços da mamãe..." Easton murmurou em uma voz baixa e cheia de decepção.

Ele enterrou a cabeça no peito de seu pai. Em seu sonho, sua mãe nunca o abraçava, mas, na realidade, ele nem tinha mãe.

Ele sentia falta da mãe... Um pouquinho... Só um pouquinho...

A doença de Easton assustou os membros da família Hanson que estavam dormindo e ele foi levado para o hospital às pressas. Na sala de emergência, a mãe de Reagan, Bella Baxter, ficou tão exasperada que deu um soco no peito do filho: "Pedi tanto para você encontrar alguém para cuidar do Easton. Ele ainda é pequeno e você nem consegue encontrar uma mãe para ele. Olha o que aconteceu com ele hoje!"

A avó de Reagan, Tia Graham, bateu com a bengala com raiva e acrescentou: "Exatamente. Vou te dar três meses para encontrar uma esposa. Se não conseguir, vou marcar encontros às cegas com todas as solteiras de Clayglen, não, da província de Vabac, uma por uma!"

Reagan era um celibatário, um celibatário com misofobia. No passado, não importa quantas mulheres se aproximassem dele, ele se sentia sufocado independentemente da beleza delas. Ele não suportava nem mesmo que as mangas de sua camisa fossem tocadas.

Além disso, Reagan tinha sido frígido ao longo dos anos e a atmosfera ao seu redor era insuportavelmente fria. Gradualmente, mais nenhuma mulher ousou aparecer na frente dele novamente.

A família Hanson brigou com ele por isso várias vezes.

No entanto, o avô de Reagan ficou insatisfeito com as palavras da avó e rugiu: "Do que você está falando, sua velha? Se o Reagan quiser encontrar uma esposa, todas as mulheres da província de Vabac farão fila para sair com ele. Elas são confiáveis? Elas não estão de olho apenas na riqueza da nossa família? Se ele arrumar uma mulher gananciosa, ela só trará problemas para nós!"

"Eu... eu não me importo! Não vou deixá-lo em paz até ele encontrar uma esposa. Bom, depois que o Easton se recuperar, ele vai ficar na nossa mansão por alguns dias para que possamos cuidar dele. Reagan, você me ouviu? Encontre uma mãe para o Easton rapidamente!"

Reagan não disse uma palavra desde o início e a Tia estava acostumada com o seu silêncio. Quando ela estava prestes a recomeçar a falar, ele respondeu de supetão: "Está bem."

As palavras dele chocaram os anciãos. Bella arregalou os olhos e perguntou: "Reagan, o que você disse? Você concordou com as minhas palavras?"

Ele permaneceu indiferente, como se não tivesse falado nada.

Reagan não estava interessado em se casar, e a misofobia tornava ainda mais difícil para ele aceitar que uma mulher se aproximasse dele. No entanto, uma mulher que não provocava a sua doença já havia aparecido e ela podia ser a melhor opção.

...

Bip... Bip...

A enfermeira que estava ao lado de Briley olhou para o celular dela com curiosidade: "Dra. Golden, seu telefone está tocando. É uma ligação urgente?"

Briley arrumou o jaleco branco, pendurou o estetoscópio e recusou a ligação da Alyvia. Então, ela desligou o aparelho, sorriu para a enfermeira e disse: "Não."

O hospital em que Briley trabalhava era o único hospital pediátrico de Clayglen e o final de outono era um período de pico, com muitas crianças ficando gripadas. Então, o departamento de pediatria estava recebendo um grande número de crianças doentes ultimamente.

"Dra. Golden, por favor, dê uma olhada na paciente do leito três. Ela começou a vomitar de repente e a temperatura subiu. Parece que situação dela piorou." A enfermeira relatou.

Briley imediatamente caminhou em direção à enfermaria. Uma garotinha com cabelos trançados estava cheia de erupções vermelhas terríveis no rosto. Ela estava com escarlatina e suava fria enquanto chorava.

Vendo a médica se aproximar, os pais dela imediatamente pediram ajuda. Briley se agachou, enxugou as lágrimas da garotinha gentilmente, evitando tocar nas manchas vermelhas, e disse: "Molly, não chore. Vou te examinar, tudo bem?"

Enquanto falava, ela pegou seu estetoscópio e examinou a paciente.

A garotinha começou a chorar novamente: "Estou me sentindo mal..."

Briley a pegou e gentilmente tentou distraí-la: "Você quer ver uma mágica? Eu vou te mostrar se você parar de chorar. Combinado?"

Molly assentiu. Briley tirou uma moeda do bolso, colocou-a na palma da mão e pediu para Molly assoprá-la. Então, ela virou a mão e uma pequena flor vermelha apareceu: "Ta-rá! Esta flor é para você!"

A garotinha finalmente sorriu e olhou para Briley calmamente com os olhos brilhando por causa das lágrimas.

"Boa menina." Depois de examiná-la, Briley descobriu o que estava acontecendo com ela. Então, delicadamente deu um tapinha na cabeça dela e disse: "Espere só mais um pouco. Vou te passar um remédio e você vai poder ir para casa assim que terminar. Ok?"

Molly fungou e assentiu.

A mãe elogiou: "Dra. Golden, você é incrível. Não há criança com quem não saiba lidar."

A paciência e habilidade de Briley em lidar com as crianças eram conhecidas de todo o departamento.

O sol entrava pela janela e o sorriso de Briley estava envolto em uma luz brilhante. No leito ao lado, Easton olhou distraidamente para seu sorriso caloroso. Ele abaixou a cabeça, saiu da cama taciturno e se agachou no canto.

Ele abraçou os próprios joelhos e murmurou: "Mãe..." Ele estava com saudades da mãe novamente.

Só um pouco...

"Garoto, em qual leito você estava? O que está fazendo aqui sozinho?"

Easton olhou para cima e percebeu que quem falava com ele era a médica que ele viu na enfermaria ainda há pouco. Ele curvou os lábios e permaneceu em silêncio.