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Anna e Dayanna se aproximaram da reunião. Edward ergueu os olhos para ela. Anna sentiu o olhar dele, e ela tinha ciência de que todos a observavam naquela sala. Nenhum deles sabia que ela era Anna, não Alice. Bom, Dayanna quis escondê-la pela vida toda. Agora ela tinha conseguido matá-la. Anna não podia dizer que não estava satisfeita. Havia conseguido resolver dois problemas. Dayanna espalmou a mão contra as costas dela. Anna ergueu os olhos e engoliu em seco quando olhou para Edward.
Os olhos dele eram severos, tão escuros quanto a noite, frios e intensos. O olhar que ele lançou para ela foi estranho. Foi um misto de euforia e ameaça. Anna sentiu medo. Um medo súbito que nunca sentira antes.
- Alice - disse Edward, a voz mansa e firme. Anna tentou fugir do olhar dele, mas Edward procurou os olhos dela e cravou seu olhar. Ele se ergueu e sorriu gentilmente. Acenando com a cabeça, ele se aproximou, oferecendo uma mão grande a ela. Anna olhou em seus olhos e sentiu a respiração pesada enforcando-a como se não pudesse ao menos pensar na ideia de estar perto dele. - Poderia me acompanhar por um instante?
Anna olhou para Dayanna, buscando aprovação. Sua mãe assentiu com a cabeça. Aquele seria o primeiro momento em que ficaria sozinha com Edward. Anna não tinha certeza se devia mesmo ou não fazer aquilo. Edward parecia o tipo de homem que não aceitaria um não com tanta facilidade, e ele poderia desconfiar dela.
- Oh - disse Francesca -, como cresceu, querida! - Dayanna lançou um sorriso para a mulher. Aaron, que estava no sofá, não tirava os olhos de Anna. Anna percebeu. Ela lembrou imediatamente do que Polly dissera. Com certeza havia mais coisas escondidas e Anna quase não sabia de nada. Será que Edward sabia?
- Sim - disse ela brevemente, respondendo a pergunta de Edward com um sorriso gentil.
Sua mãe a olhou e sorriu.
Algum tempo depois, Anna estava do lado de Edward do lado de fora da casa, no jardim. Ele a levou para lá para terem um momento a sós. O jantar juntaria 12 convidados, de modo que todos poderiam perguntar o que quisessem e celebrar o noivado de Alice e Edward. Anna não podia negar que se sentia incomodada. Era estranho, pensou, ela deveria se casar com um homem que nem conhecia. Edward até poderia ser o homem perfeito para qualquer mulher, mas ela sabia que não para si. E ele estava tentando ser gentil, conversando sobre coisas que poderiam agradá-la, mas Edward notou que Anna parecia contida demais.
- Há algo de errado? - Perguntou ele. Ela ergueu os olhos e olhou para ele, comprimindo um pouco os lábios. - Você está calada... - Edward era um homem alto, com ombros largos, elegante e lindo. Anna não podia negar que ele era lindo. Com olhos negros marcantes e penetrantes, cada olhar parecia tentar invadi-la de alguma forma, de modo que ela ficasse envergonhada diante dele. Edward era um homem imponente, como escutara nas histórias que ouviu sobre ele. - Eu fiz algo?
Anna olhou para ele, sentindo-se tão pequena ao seu lado quanto uma criança. Ela engoliu em seco e tentou dizer:
- Na verdade não - disse ela. - Eu só estou pensando. - Ela olhou para o outro lado do jardim, na direção contrária do olhar dele. Ela suspirou. O jardim daquela casa era incrivelmente lindo. Ela lembrava daquele jardim, mas depois do indecente com Alice, nunca voltou àquele lugar. Anna colocou uma mecha atrás da orelha e ouviu o barulho da água jorrando na fonte.
- Está preocupada com o nosso casamento? - Perguntou Edward, chamando a atenção dela. - Não deve se preocupar. Nós já conversamos sobre isso. Eu fui bem claro, não fui? - O tom dele foi rude e firme. - Nós temos um acordo, Alice. Nada mais.
Anna procurou os olhos dele. Ela ficou confusa. Um acordo? Ela não conseguiu entender. Ela achou que Alice e Edward se amavam. Não era por isso que iriam se casar? Ela franziu a testa. Edward pegou a mão dela e apertou. Ela parou.
- Acordo?
- Sim - disse ele. - Um acordo. Você me dá o que quero e eu lhe dou o que precisa. Foi por isso que aceitei me casar com você. Eu pensei que nós podíamos ser felizes, mas você estragou tudo. - Anna balançou a cabeça.
- Eu não entendo...
Um acordo? Isso não era verdade. Sua mãe lhe disse que Edward e Alice se amavam, estavam apaixonados. Isso não podia ser real.
- O que não entende? - Ele levou a mão para o rosto dela e o segurou. O olhar dele era frio e intenso. - Por que está agindo assim? Por acaso se arrependeu? Se arrependeu do que fez? - Ele inclinou a cabeça na direção dela, se aproximando e cravando os olhos nos sela. Ele sorriu diabolicamente. - Ah, você achou mesmo que me enganaria?
Todo o corpo dela gelou. Um arrepio percorreu sua espinha. Anna arregalou os olhos e sentiu a mão poderosa de Edward agarrando seu queixo com força.
- Eu não sei do que está falando.
- Claro que não - disse ele. Ele a soltou e deu dois passos à frente. - Eu aposto que se divertiu muito. Por um momento, eu hesitei, mas quando descobri o que aconteceu... Alice - disse ele. Anna entendeu que o que quer que fosse que estava se referindo, não devia ser sobre ela estar fingindo ser a irmã. - Você me traiu como um covarde. Eu acreditei em você, e acreditei que poderia sentir algo por mim. Mas eu não passo de um monte de dinheiro. - Ele se aproximou novamente. Anna estava surpresa e assustada. Ela estava paralisada diante dele. - Me diga - pediu ele -, como se sentiu? Quando a sua irmã morreu... como foi ser traída? Você iria fugir com o meu irmão 2 meses antes do nosso casamento? Que tipo de vadia faria isso? - O rosto dele foi encoberto por uma expressão impassível. Anna sentiu medo. - É por isso que está assim? Estava se perguntando se eu havia descoberto ou não? Eu descobri, mas o que temos é um acordo, certo? Você não me ama. Não de verdade.
Anna sentiu lágrimas ardendo em seus olhos. De repente, ela descobriu que a irmã havia enganado o próprio noivo e que ele a odiava.
- Eu prometo, Alice - disse ele -, vou fazer da sua vida um inferno. Você quis me enganar, me deixar furioso... - ele apanhou o rosto dela novamente e sorriu - conseguiu. - Ele olhou por cima da cabeça dela e notou uma lágrima escorrendo pela bochecha de Anna. Ele secou o rosto dela com o polegar. - Limpe o rosto e se recomponha. Temos um jantar pela frente. Não queremos que pensem que está triste, não é?