Capítulo 5 JULIA

Considera-me da família? Eu ainda lembro-me de senti-lo duro nas minhas costas, chega ser bizarro ele falar isso, fora que o gerente me informou que a decisão não veio dele, como poderia? Ele tem tentado me comer à semana inteira, eu realmente estava levando em consideração a hipótese de sair com ele quando arrumasse algo melhor e saísse aqui, o Liam era um pedaço pecaminoso de algo bem... Enfim, mas levava a sério os meus empregos não me envolvia com gente do trabalho, por mais que eu quisesse, e eu quis muito. Chega certa idade que sentir coisas e continuar virgem, é doloroso.

Eu estava indo bem, ter revisto o Robert me fez entender que não era para ter acontecido, e ponto. Aquilo me fez perceber que eu perdi tempo para caramba. Não fui justa comigo.

Mas tudo aquilo fazia muito sentido na minha cabeça, o Mike não queria que eu trabalhasse em um bar, e bem no dia que ele aparece aqui com o Robert eu perco o meu emprego, eu queria morde a cara do Rob, arrancar esse sorriso nojento dele com os dentes, como ele ousar me tirar uma oportunidade por puro capricho. Será que ego ferido por não ter aceito a sua proposta de emprego?

Mas se ele quer jogar, ok.

-Certo, Robert, passo lá na segunda. Podemos acerta sobre a mudança?- Ele ficou pasmo com a mudança repentina, e meu irmão o fuzilou, não era como se ele quisesse que eu fosse trabalhar para o amigo, ele não sabia o que aquilo poderia me causa. Nem eu.

- Que mudança? - Mike perguntou, bem a tempo.

- Oh, o Rob não mencionou? Os funcionários dele moram próximo ao trabalho, assim que começar vou me mudar. - Não é como se ele não soubesse que isso era tudo que eu queria, mas a cara que o Mike fez para o Robert foi impagável...

- Está pronta? - Meu cavalheiro de armadura. Não mencionei aos meninos que tinha um encontro, então assim que o Liam colocou a mão sobre o meu ombro, ambos o fuzilaram com os olhos, e eu rir, poderia gargalha se não fosse tão ofensivo ao Liam. Eles quase rosnaram para o garoto, o que me fez levantar rápido, fazendo meu lindo irmão segura o meu braço.

- E onde você pensa que vai com... Quem é você mesmo?- Ele olhou com desprezo para o Liam, não era anormal a superproteção do Mike, ele nunca me viu com ninguém, mas deveria saber que exatamente por isso, não iria sair com qualquer um.

- Não te interessa, só precisa saber que talvez eu chegue tarde. - E só para irrita o meu irmão e o Robert que parecia preste a socar o Liam, bom, ele eu não sabia o motivo de esta sendo superprotetor, não queria e nunca quis que me visse como uma irmã e mesmo não tendo segundas intenções com ele ainda era nojento que ele me tratasse assim depois daquilo...- Ou talvez nem volte.

E covarde como eu era, puxei o meu braço a força e sair empurrando o Liam comigo, não iria ficar mesmo para aquele sermão, meu irmão não tinha um pingo de lugar de fala, o desfile de mulheres que aturei por anos, não era mesmo possível que ele esperasse que eu caísse em papinho de homens como ele.

Quando chegamos ao carro o coitado do Liam estava quase sem fôlego.

- Desculpe por isso, mas acredite estava salvando a sua vida. Às vezes é um sonho, mas as vezes é uma tortura ter um irmão mais velho. - Ele assentiu e me puxou para um abraço. Foi inesperado, muito inesperado. O que me fez o empurra pela surpresa.

- Perdão eu não quis ser babaca, eu só queria te abraçar. Deveria ter perguntado antes. - Ele pareceu sincero, e eu assentir, não é como se eu fosse levar essa merda adiante. - Fiquei triste que você tenha saído, mas estou feliz que tenha aceitado sair comigo. Eu quase chorei no telefone para Caem vir me cobrir, devo esta devendo a alma a ele. Mas vale a pena. - Ok, isso fez minhas pernas tremerem, tudo bem que ele não vai dar a alma dele a alguém, mas foi tão fofo, porque eu nunca tive namorados?

- Tudo bem, você sabe isso é novo para mim, não gosto muito de contato. E até alguns minutos atrás nossa relação era estritamente profissional. - Ele concordou e abriu a porta do carro para mim.

Eu tive uma boa semana para conhecer o Liam, ele era simpático, atencioso, gentil, não conseguir achar a porra de um defeito no cara, ele era maduro, inteligente, e gostoso para caralho.

Mas parecia errado, desde que o Robert voltou, parece que tudo que eu faço era para irrita-lo, até mesmo a minha ausência, eu só dei inicio a minha vida amorosa, para prova que ele não tinha poder algum sobre mim, não era certo, o Liam merecia mais que isso, certo? Mas hoje quando vi que o Robert não conseguia tirar os olhos de mim, como se eu fosse à carne cara do restaurante me sentir foda para caralho, isso era novo, eu podia jurar que o vir rosnar para alguns clientes que passaram o mesmo tempo que ele olhando o meu decote, mas... Eu ainda tinha aquela ideia de que ele só me via como uma irmã caçula. E aquilo me afetava demais, sair com o Liam para fazê-lo sentir que não tinha controle sobre mim, ele não pode me fazer perde um emprego só para me manipular, eu vive isso por muito tempo com os meus pais, obvio que sei identificar quando estão me manipulando, mexendo com a porra da minha cabeça. E fodida como ela era, isso me instigava.

O Liam foi perfeito como esperado, me deixou na porta do prédio depois que saímos do barzinho.

Era por volta das 02h00min da manhã quando entrei no apartamento, e encontrei o Rob largado no sofá.

Isso era novo, ele nunca tinha vindo aqui, então minha mente foi para que merda o Mike fez depois que sair, provavelmente ficou tão bêbado que o Robert teve que trazê-lo para casa. Não era incomum.

- Que merda de encontro, heim?- Ele disse, a sala estava escura, somente o abajur da mesinha de canto aceso, ele estava largado no sofá como se a casa fosse dele, e a sua voz estava meio embargada, acho que ele também estava meio bêbado.

- O que disse? - Perguntei pasma, como ele ousar dizer algo sobre a minha vida de forma tão desdenhosa?

- Que.Merda.De.Encontro. - Ele levantou e veio em minha direção, devo ter dado alguns passos para trás, porque só parei quando sentir as minhas costas baterem na parede. Eu estava encurralada, Robert estava na minha frente colocando um braço grande para impedir a minha passagem pela lateral da minha cabeça. Estava tão perto que o seu cheiro de menta e álcool me cobriu, parecia que tinha acabado de sair do banho, tinha um frescor no seu cheiro, era tão bom, queria enfiar a minha cabeça no seu pescoço para sentir um pouco mais. - Se fosse comigo, você não estaria em casa agora, se... Fosse comigo você não ia se despedir de mim com um beijo no rosto, Jul...- Ele roçou o a boca em meu rosto, como se estivesse sedento assim como eu para sentir. Eu estava fraca de novo, sem força nenhuma nas pernas, meu estômago tinha bolhas estourando cada vez que ele chegava perto da minha boca. Eu queria empurra-lo?- Ah, July! Se fosse comigo, essa porra desse seu cheiro doce estaria impregnando na minha cara agora. De tanto que eu ia esfregar ela na sua buceta...

E eu retesei, podia sentir minhas pernas se contraírem pela forma bruta que ele disse, me fez pulsar... E então eu acordei.

- É, Rob, mas não foi com você, e não pode dizer que o rosto dele não esteja impregnando com a porra do meu cheiro e outras coisas...- Oh, aquilo foi como brincar com fogo, seus olhos escureceram de ódio. Mas assim que sua mão livre puxou a minha nuca para ele, ouvimos a porta do quarto do Mike, e eu o empurrei para longe e como a covarde que era corri para o meu quarto.

Aquilo tudo era demais.

Demais para caralho.

O Liam tinha sido perfeito, ele respeitou o meu tempo, não ousou nem mesmo olhar muito para minha boca, com medo de que eu me afastasse mais.

Eu estava grata porque agora me sentia muito mais culpada, não podia usa-lo dessa forma, deixar que ele sentisse algo por mim, não era justo.

Mas menos justo que tudo era o que o Robert estava fazendo, o que ele veio fazer aqui? Porque agiu daquela forma primitiva na sala, como se quisesse me possuir ali mesmo, e como se tivesse direito sobre mim.

Entrei no quarto com o coração batendo tão forte que pensei que iria sair pela boca. Tranquei a porta assim que entrei e corri para o banheiro.

Seria um banho difícil.

>>><<<

Não preguei um olho a noite toda, eram 07h00min quando desistir disso e levantei, queria que fosse um delírio da minha parte a noite anterior, mas assim que cheguei na sala vi a roupa de cama perfeitamente dobrada, não conseguia imagina o Robert dobrando roupa de cama, mas meus pensamentos foram jogados para longe quando o cheiro de café tomou conta da sala, nunca em mil anos eu perdoaria o Mike por deixar aquela vaca usar a minha cozinha depois do que fez. Ela quebrou toda a minha coleção de canecas.

E com todo o ódio do meu ser, eu caminhei até a cozinha encontrando o Robert sem camisa. ''Zeus'' na minha cozinha, fritando bacon, sem a porra da camisa, com aquele peitoral tão fodidamente perfeito, alguém poderia, por favor, me dar um calmante? Eu estava com taquicardia?

- Oi, bom dia!- Ele tem covinhas? Não se lembrava disso, não lembrava desse sorriso tão gostoso assim pela manhã, eu também não o via dessa forma, era uma coisa pura, eu era uma criança, mas agora, depois de ontem então, acho que vou queimar de baixo para cima. E ele percebeu... Que me afetava ou que algo errado não estava certo comigo. - Julia, respire o.k? Esta tudo bem. Não precisa ficar assim sempre que me ver.

- Você não precisa perambular sem camisa pela casa... - Foi tão baixo que jurei que ele não escutou, até ver o sorriso cínico nos lábios daquele filho da puta.

- O que, vai me dizer que nunca viu um homem sem camisa?- Sim... Não? Talvez? Qual a porra da resposta? Não tão de perto assim, não um que me causasse esse incomodo entre as pernas. Ele ficou sério. E depois voltou a rir. Ele estava sem camisa ontem? Estava tão escuro, e ele não chegou a encostar-se a mim para identificar. - Aquele merda do Liam não te merece mesmo.

Ele estava distante, o que me deu mais fôlego.

- Como você sabe o nome dele?- Ele deu de ombros, como se não fosse nada. Não importasse como a porra do amigo do meu irmão sabe quem é o cara que saiu comigo ontem. - Como. Você. Sabe. A. Porra. Do. Nome. Dele. Robert?

- Não podia deixar você sair com qualquer um, eu perguntei ao pessoal do bar, peguei referencias, só isso. Você é da família, Jul, eu cuido da minha família.- Inferno, que dia de merda esse, eu realmente ia trabalhar para esse merda?

- Nunca mais na porra da sua vida, se meta nos meus assuntos, eu posso sair com quem e quiser, e fazer o que bem entender isso não é da sua conta, Robert. - Eu estava possessa, tanto que o Mike entrou atordoado na cozinha, pronto para brigar com quem quer que fosse que eu tivesse gritando, mas quando viu o amigo se acalmou.