/0/11751/coverbig.jpg?v=653cb0ee1ef4566e81e2bf18184d50f8)
Não sabia que era possível alguém soar tanto, eu estava tremendo? Como algo que aconteceu há quase 10 anos atrás pode ter tanto impacto na minha vida, como eu me deixei ser ninguém por causa de um cara que nem era legalmente permitido me namorar, ele seria preso se fizesse isso, era doentio a minha mente o culpar por não me querer, ele foi simpático, atencioso, e nada filho da puta como eu descobrir que os garotos podem ser. Eu não entendo como me deixei ser tão influenciada por algo assim.
E agora estou aqui, com medo de que ele vá dizer algo que me magoei ou lembrar que fiz aquilo, que me declarei para ele. Eu quero me enfiar na minha cama e não sair nunca mais. Talvez eu faça isso, eu não preciso voltar aqui, eu posso procurar emprego em outro lugar, ainda consigo me manter por um tempo, o Mike pode me aguenta, sim. É isso.
A porta do elevador abriu, e o espaço era enorme, tinha o que parecia ser uma sala de reuniões com paredes de vidro possibilitando a vista de tudo, a mesa parecia caber umas vinte pessoas ou mais, em frente a porta da sala que estávamos indo tinha uma pequena recepção com mesa e cadeira provavelmente para secretaria dele, que nos olhava com um sorriso amistoso. Ela fixou o olhar por um pouco mais do que necessário no meu irmão, o fitando de cima a baixo como um lobo olha a sua presa, mal sabia ela, que por baixo dessa fachada bonita ele era o predador. Eu não iria avisar, era nosso pacto, garotas cruéis merecem garotos cruéis. Não se pode reclamar dele não ligar no dia seguinte, ou se ligar seja só para marca sexo, elas sabem disso, ele exala isso, é podre.
- Bom dia, viemos falar com o Robert. - Eu quase engasguei, eu odiava esta perto quando o Mike estava caçando, por isso eu não tinha amigas, não corria o risco de ele quebrar o coração delas e destruir as minhas amizades, não passaríamos por isso, não sou boa com abandono ou rejeição, meu irmão não me faria passar por essa melação com ninguém que eu conhecesse, por isso, evitava o máximo ser vista, ou lembrada. Essa voz melosa dele, esse sorriso de canto que as fazia devolver um sugestivo, cheio de más intenções. Isso me irritava.
- Bom dia pode entrar ele os esperar. - Ela disse com uma voz arrastada, o fato de você fazer artes maciais e não poder socar a boca de alguém que não tem preparo físico como você, mas essa pessoa esta te irritando de um jeito que dificilmente você vai querer não socar a boca dela, é horrível.
Eu comecei o boxer por que era um exercício físico e ajudava a trata a raiva contida na minha alma, não foi para socar o rosto das namoradinhas do meu irmão, eu nem sou uma irmã ciumenta, mas eu odeio isso, esse joguinho de sedução. Ele devolveu o sorriso galante e piscou para ela. Eu revirei os olhos e devo ter bufado de ranço, porque ele me olhou com repreensão e seguiu me empurrando em direção a porta.
- Você não precisa ser antipática com todo mundo, Jul.- Repreendeu, dando dois toques na porta que nos levaria ao meu inferno.
- Você não precisa dar em cima de todo mundo. - Ele iria rebater, mas ouvimos um entre, e logo meu irmão viu o meu corpo retesar, eu enfiei a minha coragem no cu, só pode.
Ele praticamente me arrastou sala adentro, me forçando a ir atrás dele contra vontade. Eu ainda estava de cabeça baixa quando ouvir os dois homens se cumprimentarem, minha mente estava presa em uma decisão crucial, eu podia ser covarde e correr dali ou encara o Rob de frente e fingir que a opinião dele, a rejeição dele não mudou algo fodido na minha mente durante os últimos 10 anos.
- Nossa... Jul você esta incrível, olha só para você! - Fui arrastada para ele, forçada a olhar de baixo para cima, tremendo enquanto via o quão mais gostoso ele conseguiu ficar, não era possível que alguém conseguisse chegar naquele nível de beleza, ele estava enorme, mesmo preso em um terno perfeitamente cortado e alinhado a seu corpo, era visível os formatos dos músculos, as veias do seu pescoço fariam as garotas do curso de enfermagem gemer, eu quase soltei um suspiro assim. Ele podia esta feio ou careca. Mas não, além de um maldito corpo perfeitamente definido, o seu rosto era um crime as artes de Corradini, se eu fosse um homem faria um baixo assinado para proibir esse ser de andar livremente, seria uma afronta aos demais. - Julia, você esta bem? Parece pálida. - Acho que pisquei algumas vezes, e cocei a garganta procurando a minha voz, eu tinha voz?
- Olá, Rob-Senhor Adams, é um prazer revê-lo.- Estendi a mão para cumprimenta-lo e fui sugada para um abraço, naqueles braços fortes, e cheio de calor... Eu estava fraca, minhas pernas estavam moles. Com toda certeza do mundo eu não iria mesmo conseguir trabalhar aqui, nunca mais eu voltaria aqui. ''EU ESTAVA HIPERVENTILANDO?''
- Robert larga a minha irmã, eu nunca a vi tão pálida como agora. - ''Zeus, por favor, não! Se ele me soltar eu vou cair, não sinto as minhas pernas. '' Tenho total certeza que ele consegue sentir o peso do meu corpo sobre os seus braços. - Jul, você comeu algo hoje?- Acho que balancei a cabeça para o Mike, negando a sua pergunta. Eu estava ansiosa, eufórica e não queria ficar com barriga a mostra na minha roupa. - Ok, Robert, dei-me ela aqui. - Mike pediu.
E seguindo o total oposto do pedido do meu irmão, o homem me puxou ainda mais para o seu colo, me suspendendo sobre os seus braços, como se eu não fosse nada, e nos guiou para o sofá, onde quase me fez ficar sentada em seu colo, com a bunda logo a cima do... ''Zeus, eu preciso respirar... ''
- Dei-me ela aqui. - Mike me arrastou para ele sem espera o amigo o autorizar, eu estava em combustão, ele podia ver, eu podia jurar que queimava lembrar-se da sensação mesmo que breve daquela coisa dura contra minha bunda, como se fosse dono de mim, e talvez fosse. Eu podia jura que ouvir o Robert rosnar para o meu irmão, ambos se olhavam com ódio, eu podia sentir o sangue voltando para o meu corpo. - O.K. Julia, eu preciso que você respire meu amor.
- Eu estou bem, Mike. Mil desculpas, Robert, eu devo ter tido uma queda de pressão. - Ele sorria, para mim, enquanto me estendia um copo d'água que nem mesmo tinha reparado quando o pegou.
-Está tudo bem, só preciso saber se você esta estável agora. Já solicitei a minha secretaria que pedisse algo para você comer. - Ele era lindo, gentil, e tinha aquelas malditas covinhas na bochecha quando sorria.
- Não precisa se incomodar, o Mike já vai me levar para casa, mas obrigada por tudo. Mesmo. - Me apressei em dizer, e me levantei para enfatizar ao maldito do meu irmão causador de todo meu sofrimento que iria embora.
- Não acho prudente. - Robert falou. '' Você não tem que achar nada prudente, seu Neandertal, se não tivesse me sentado em cima do... Não estaria assim. ''- Mike, você precisa levar em consideração que ela esta fraca, acho que antes de irem seria melhor alimenta-la, fora que ainda nem conversamos sobre a vaga. Gostaria muito de tê-la trabalhando para mim, Julia, creio que isso iria agregar muito no seu currículo futuramente. - Adicionar manipulador a ficha do Rob.
- Eu realmente agradeço pela vaga, e pelo almoço Rob, mas prefiro ir para casa. -Tentei, queria implorar ao Mike, que me levasse dali, não confiava nas traidoras das minhas pernas ainda. Não existe em um milhão de anos a possibilidade de eu trabalhar para o Robert. Não depois disso, eu conseguir descer a minha vergonha em um nível bem pior.
-Jull, pelo menos come um pouco, depois vamos para casa, você não precisar aceitar trabalhar para o Robert se não quiser. Só me deixar tranquilo quanto a você não desmaiar no caminho, sabe que eu sou péssimo com essas coisas. - Meu irmão estava de frente para mim, segurando o meu rosto com um olhar suplicante, eu realmente exigia muito dele, já deveria esta indo para o trabalho e aqui estamos com ele preso em uma crise de fogo no rabo minha. Se é que eu poderia chamar assim. Mas, tudo que envolvia o Robert era muito mais profundo que só uma rejeição. Logo após ele me informa que não poderia ficar comigo, os meus pais se separaram, e eu comecei a achar que aquilo tudo se tratava de mim, era culpa minha, e acabei desenvolvendo um trauma fodido dessa porra, não me aproximava das pessoas, não queria que elas fossem simpáticas comigo para depois dizerem que não podiam ficar comigo. Ele fez o correto, meus pais que foderam tudo na minha cabeça no processo, e tudo que eu tenho de concreto é o Mike, e até ele precisa de espaço de mim um pouco.
- O.k., mas você precisa trabalhar, eu como algo aqui e chamo um uber, já te aluguei demais. Por favor. - Supliquei. Eu precisava enfrentar isso.
-Eu posso leva-la, Mike. - Robert sugeriu, e eu negaria se não fosse á confusão no olhar do meu irmão, ele precisava ir, mas ficaria se eu dissesse que não iria com o Robert.
- Pode ir, Mike, eu vou aceitar a carona do Robert. Esta tudo bem, eu estou bem, preciso lidar com isso, lembrar?- E ele me deu um beijo na testa, levantou e se despediu do amigo, me deixando sobre aviso para ligar por qualquer motivo.
Houve uma tensão na sala, quando o meu irmão saiu, não sabia como interagir como o seu amigo, nem ele sabia o que fazer comigo, mas não parava de me olhar atravessado. Como se eu fosse a pulga coçando atrás da sua orelha, ele estava incomodado, e assim que eu terminei de comer o sanduiche que me trouxeram, eu me levantei, e como resposta ele correu ao meu lado, como se eu fosse sair correndo, fugida, '' era provável.''
-Robert, muito obrigada pela ajuda! Obrigada mesmo, mas já estou me sentindo ótima, agora eu vou descendo, já solicitei o uber, e ele esta lá embaixo. - Ele riu, passou a mão sobre o fiapo de barba, e pegou em minha mão, causando mais um desconforto no meu peito. O ritmo do meu coração estava desordenado. Ele sentou me puxando gentilmente para fazer o mesmo.
- Cancele!- Ele disse com tanta certeza que era como se não duvidasse nem por um segundo que eu não faria o que pediu, e eu rir. Peguei a minha bolsa, soltei a sua mão que bom, houve certa dificuldade nessa parte. - Não me faça repetir.
- Não farei, também não vou cancelar, agradeço a sua ajuda, e até mesmo a vaga que iria me oferecer, mas não pretendo trabalhar para você. Não me sinto confortável ao seu lado. - Não queria dizer tanto, na verdade não queria dizer nada, mas quando vi já tinha falado demais, quem ele pensa que é para depois de tudo isso ainda querer me dar ordens, tinha que ter um defeitinho. Autoritário adicionado a lista do Robert.
- Não vou aceitar que recuse a oferta por puro orgulho, isso é muito importante, Julia. Sua carreira precisa de uma alavanca e eu sou isso, você pode não se sentir confortável, pode não saber lidar comigo, mas a vida adulta é mais que as suas vontades, não consigo acreditar que esta recusando algo grande assim por conta de uma birra de criança. - Puta que pariu, ele lembrava, ele lembrava. Eu quero abri um buraco no chão e me afundar lá. Eu quero me soterrar embaixo desse prédio.
- O que te faz pensar que você tem tanta relevância assim, senhor Adams? - A minha petulância ia me levar longe na vida também, irmãozinho. A probabilidade de eu voar pela janela era enorme, a forma como o Robert apertava os lábios e a força posta no seu maxilar, me deu calafrios. Mas eu só ficava bamba sob o seu toque, seu olhar assassino não me causava nada além de desprezo.